Vejamos três exemplos:
Predomínio da influência biológica na inteligência humana, existência de vida extraterrestre e de deus/eternidade.
Em relação à possibilidade de predomínio da influência biológica na inteligência humana, existem padrões, que são rastros de evidências concretas, por serem comportamentos ou características que se repetem, que corroboram para a sua veracidade. Existem vários exemplos desses padrões. Um deles é o fato de que filhos adotados tendem a apresentar níveis similares de inteligência aos dos seus pais biológicos do que dos seus pais adotivos. Com base nisso, é racionalmente recomendável que o nível de ceticismo sobre essa possibilidade seja baixo.
Em relação à existência de vidas extraterrestres, não existe sequer um rastro de evidências concretas ou de padrões, tal como têm no primeiro exemplo, se a grande maioria dos relatos e provas de aparições de naves estranhas ou de abduções são duvidosos. No entanto, existem razões lógicas baseadas em padrões existentes que, indiretamente, corroboram para a possibilidade de existência de vida fora do planeta Terra. Por exemplo, o tamanho impensavelmente descomunal do universo, cheio de planetas e sistemas solares similares ao nosso, com potencial de terem condições de abrigar vida simples à complexa. Por isso, é racionalmente recomendável que o nível de ceticismo sobre essa possibilidade seja médio.
Por fim, temos o caso da crença na existência de deus/eternidade, que não tem absolutamente nada, nem rastro de evidência concreta nem razão lógica respaldada por padrões existentes que, indiretamente, corroborem para a sua plausibilidade. A única e remota ou proto razão lógica pela qual se baseia é a de que "se toda criação tem um criador (supostamente falando), então, o mundo ou o universo também tem e que se chama deus". Se tudo o que existe teve um momento de surgimento ou "criação", não significa que tudo foi literalmente criado por uma entidade consciente e absolutamente poderosa. Mesmo que não seja possível provar, pelo método científico, nem a existência nem a inexistência de deus/eternidade, não há nada de remotamente concreto que apoie a tese de que exista,sem falar que o ônus da prova recai sobre aqueles que acreditam. Portanto, é racionalmente recomendável que o nível de ceticismo sobre essa possibilidade seja o mais alto possível.
Pois se deveríamos, por exemplo, repensar sobre os métodos tradicionais de ensino usados na maioria das escolas, por estarem baseados na crença de que o meio tem um papel predominante no intelecto humano, em relação à biologia; se também deveríamos continuar preocupados ou ansiosos com a possibilidade de descoberta ou de aparição de seres vivos vindos de outro planeta; não mais deveríamos manter ou tolerar o nível de influência cultural e política das "religiões" organizadas nas sociedades humanas, no máximo delegando-as um nível similar de poder, em sua maior parte, inofensivo, que atualmente tem a astrologia.