Mais uma árvore
Mais um natal,
E mais uma árvore,
que queima e morre,
E mais luzes
que iluminam as últimas noites do ano,
E mais um portal
De um ano que, inteiro, implode,
De mais um grande ciclo
De inúmeros, pequenos
Segundos, momentos,
E mais uma vez
O meu organismo,
Se alegra com as férias escolares
E o tempo continua
Com os seus ventos polares
De precipícios,
E os artistas continuam
A enfeitar seus altares
Ofícios de hospícios,
Tenho o delírio, das festas dos últimos dias
Ilusórias, mas tão realistas,
Se é Lapônia ou Palestina
Todas as terras são santas
toda alma é uma ferida,
As árvores são arrancadas,
Mas é tudo mentira
São enfeitadas
Para celebrar o dia,
A vida,
Com sacrifícios,
Promessas,
Princípios,
E nós, no meio
Um labirinto de esperas, de fantasias
Que vestimos
Ou é apenas a humildade
da filosofia,
Que conta o número de árvores que brilham
E os horizontes cinzas
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