Eu fiz uma pergunta à Inteligência Artificial do Google sobre um tema extremamente polêmico e controverso, a eugenia, mas que é especialmente polêmico e controverso segundo um ponto de vista enviesado à "esquerda". E como era totalmente esperado, ela me deu a resposta que imaginava, que corrobora com o ponto de vista à "esquerda", já que a I.A não é uma máquina altamente racional, criada para ser livre de qualquer viés humano, se replica opiniões e crenças dos seus criadores, ainda mais em relação a esses tópicos ditos controversos.
Eu fiz isso com o propósito de criticar cada trecho de sua resposta. Sem mais demoras, tentarei mostrar o quão equivocado está o "senso comum/vigente da academia" sobre a eugenia refletido por uma resposta da I.A...
"A eugenia não é viável de ser efetuada principalmente por razões éticas, morais e científicas, sendo amplamente rejeitada pela comunidade global. Ela se baseia em premissas pseudocientíficas e viola os princípios fundamentais dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana."
Primeiro trecho, introdutório, da resposta da Inteligência Artificial do Google em português.
Vejamos...
A eugenia é "amplamente rejeitada pela 'comunidade global'", isso é verdade. Só que essa rejeição é o resultado de décadas de doutrinação pesada ou lavagem cerebral tácita. Não é uma convergência natural que uma maioria humana chegou por conta própria, sem essas táticas sujas de submissão ideológica, por meio de chantagem emocional e/ou pressão social, direcionando seu juízo.
Ainda assim, eu não duvido que, se essa doutrinação for revertida no futuro, a maioria desta "comunidade global" voltará a acreditar na viabilidade da eugenia, isso se só a rejeitam publicamente ou quem "eles" consideram como "comunidade global", a maioria dos seres humanos ou maiorias de grupos específicos??
Sobre quais seriam essas supostas premissas pseudocientíficas, veremos mais abaixo...
E que viola os "direitos humanos". Também veremos o quão equivocado pode ser a ideologia por trás desses "direitos"...
"Inviabilidade Ética e Moral
Viola os Direitos Humanos: A eugenia histórica resultou em atrocidades como esterilizações forçadas, segregação, leis de pureza racial (como as Leis de Nuremberg na Alemanha Nazista) e genocídio. Tais práticas violam o direito à vida, à liberdade e à igualdade, conforme consagrado em constituições e códigos de ética globais, como o Código de Nuremberg."
A "liberdade histórica" também está associada a um monte de atrocidades. Até mesmo a palavra "amor". Essa é uma das principais falácias morais em relação à eugenia, de ser absolutamente imoral, como se uma palavra abstrata não precisasse de contextualização para ser moralizada. E mesmo quando se analisa o seu conceito, não dá para condená-la.
"Atrocidades" como esterilização forçada...
Como se todo caso de esterilização forçada fosse um "crime contra os direitos humanos"... Como se TODO ser humano em direito absoluto de procriar fosse um "respeito ao direito humano". Mas e se o indivíduo não tiver qualquer capacidade para cuidar dos seus descendentes hipotéticos ou efetivados, por questões socioeconômicas, mas também cognitivas, morais e/ou psiquiátricas???
Eles existem e não são poucos.
Isso que nem estou comentando sobre a importância da biologia e da hereditariedade no comportamento humano, que comentarei mais embaixo....
Além disso, foi graças a um programa estatal de controle de natalidade que a China não vivenciou uma explosão demográfica durante a segunda metade do século XX. E mesmo que não tenha sido efetuado da maneira mais ética, ainda assim, imaginemos a tragédia humana que ocorreria sem esse controle e que, aliás, está para acontecer no continente mais social e economicamente pobre do mundo, a África...
"Segregação"
Então manter presos indivíduos que cometem crimes, especialmente crimes hediondos, é uma atrocidade contra a espécie humana??? Sim, porque o aprisionamento de indivíduos que cometem crimes é uma forma de segregação...
A segregação é SEMPRE ruim??
Não buscamos nos segregar dos outros que não gostamos ou percebemos incompatibilidades para o convívio??
Não precisa ser o ato de se isolar espacialmente, se pode se isolar emocionalmente, por exemplo, mesmo a pessoa estando ao lado...
A mesma pergunta que eu fiz em relação à eugenia, eu faço aqui em relação à segregação.
Eu já escrevi sobre isso e mostrei que a auto segregação, além de ser muito comum, é o completo oposto de ser contra um direito humano...
"Pureza racial e genocídio"
Ou seria "pureza racial = genocídio"???
Mas se um grupo humano quiser estabelecer, manter ou reforçar comportamentos de endogamia étnica ou racial, sem que isso resulte em opressão inequívoca de outros grupos, ele está infringindo um direito humano?? Então o direito humano à livre associação é antiético??
Quanto ao genocídio, bem, a "liberdade" TAMBÉM está historicamente associada a essa prática cruel...
Incitar e incentivar a extinção de uma população pela mistura racial e imigração em massa aos seus países (em que é maioria), por acaso, não pode ser considerado uma forma de genocídio?? Não é isso que está acontecendo com populações europeias de raça branca??
"Discriminação e Preconceito: A lógica eugênica fomenta o racismo, a xenofobia, a misoginia, a LGBTfobia e o capacitismo, ao rotular certas características ou grupos de pessoas como "inferiores" ou "inaptos"."
Qualquer lógica pode incitar preconceitos. Mas o que é realmente preconceito ou exagero, inverdade... e o que é verdade??
Dizer que a homossexualidade não é igual à heterossexualidade é preconceito ou verdade??
Eu mesmo, um homem homobissexual, concordo que a minha sexualidade não é a ideal em termos evolutivos e coletivos, já que é preciso ser, no mínimo, bissexual, para fazer parte de uma população reprodutivamente ativa. Também concordo que uma minoria "LGBT" não é problemático. Mas não é possível concordar que o oposto também não seria. As razões são óbvias e isso não significa que deseje que desapareçamos do radar. Não significa que eu ache que a minha orientação sexual não seja ideal para mim, se quando concordo que a mesma não é, não me refiro a mim mesmo ou por uma perspectiva individual.
Mas não é preciso a "lógica eugênica' para se chegar a conclusões óbvias. Bastam observações e avaliações imparciais e objetivas. Assim, não é difícil perceber que, por exemplo, a síndrome de Down, por mais simpáticos e amorosos a maioria dos seus portadores possam ser, ainda é uma condição de saúde que, além de afetar aspectos cognitivos, também prejudica outros aspectos, tornando suas vidas mais desafiadoras, com riscos mais altos de complicação, como a morte prematura.
Está claro que, por um quadro mais amplo e conclusivo de observação comparativa, a síndrome de Down é uma condição "inferior". E isso não deve implicar que seus portadores sejam inferiorizados, se eles não têm culpa. Daí a importância de se separar condição de portador, especialmente nesses casos. O mesmo pode ser dito, mas de maneira um pouco menos conclusiva, sobre a homossexualidade, de ser "inferior" principalmente em relação à heterossexualidade. Agora, o preconceito legítimo, especialmente no sentido de desumanização generalizada de grupos, que essa análise pode gerar, é mais o resultado de sentimentos pessoais de certos indivíduos, também reflexos de seus traços de personalidade contextualizados e de níveis de discernimento moral, do que de uma suposta "lógica eugênica" soberana sobre paixões e pensamentos. Em outras palavras, mesmo se o conceito da eugenia nunca tivesse surgido, essas pessoas continuariam pensando assim. Aliás, muito antes da eugenia ter surgido como conceito...
O mesmo pode ser dito sobre qualquer outro critério citado para comparação de grupo, como a raça ou etnia.
No mais, nas últimas décadas, tornou-se possível identificar traços de síndrome de Down em fetos, o que tem resultado na opção do aborto do feto na maioria dos casos em que esse serviço é oferecido ou requisitado. Pois eu não estou vendo nenhuma pressão significativa da "comunidade global contrária à eugenia" para inibir ou proibir essa prática... Será mesmo que é contra ou apenas no discurso??
Engraçado que, eu, que definitivamente problematizo bastante essa rejeição contra a eugenia, apesar de também saber que é complexo condenar totalmente, fiquei desgostoso e temeroso ao saber que a maioria dos fetos identificados com down têm sido abortados. Pois se eu sou a favor ou não necessariamente contra qualquer prática de eugenia, eu estou particularmente preocupado que a prática possa tomar essa forma. Isto é, que a tecnologia dê poder demais aos pais ou progenitores, se muitos não teriam discernimento embasado para moldar geneticamente os seus futuros filhos se fizerem principalmente de acordo com os seus desejos, em um cenário em que a engenharia genética se tornasse possível e acessível.
Ainda é complexo proibir totalmente que se possa abortar um feto a partir da possibilidade de identificação de traços de transtornos ou condições congênitas, como a síndrome de Down, afinal, também é importante se colocar no lugar de um pai ou de uma mãe e de pensar, em uma situação de nunca ter cuidado de uma pessoa com deficiência que a incapacita levar uma vida minimamente independente, se seria capaz de fazê-lo, sabendo que costuma consumir muito a atenção e o tempo do cuidador e não apenas durante a fase da infância e da adolescência...
No mais, eu também penso como possível solução ética pra esse dilema que os grupos mais interessados em preservar certo fenótipo se engajem em fazê-lo, ao invés de quererem transferir certas responsabilidades a quem demonstra não estar apto a aceitá-las. A partir daí, o direito de um casal ou de uma mulher grávida em preferir pelo aborto do feto não seria sobrepujado, mas o "risco' de extinção de um fenótipo também seria reduzido.
A minha maior crítica a esse tipo de eugenia, que eu tenho chamado de "eugenia de mercado", além do potencial de dar poderes excessivos aos progenitores ou pais quanto à possibilidade de moldarem seus futuros descendentes, ainda se baseia em um cenário em que outras categorias de fenótipos mais objetivamente ou racionalmente indesejáveis continuam presentes e reprodutivamente disponíveis, tal como os transtornos de personalidade antissocial. Então, a forte impressão que eu tenho do aborto massificado de fetos com down é que, por mais que também possa ser desejável que essa condição não continue a aparecer nas próximas gerações, prevenindo o sofrimento de futuros portadores e seus relacionados, não buscar por nenhum meio que possa prevenir que fenótipos de personalidade antissocial continuem se perpetuando, inclusive sabendo de seu legado histórico extremamente negativo e suas consequências no presente, mais parece um caso de "higiene social" e "estética" do que de realmente buscar melhorar a sociedade humana de maneira ética e objetiva. Mesmo no caso da síndrome de Down, acho que, se a eugenia se limitasse a certos aspectos da biologia humana, mais moralmente problemáticos, principalmente o que foi citado, condições desse tipo ainda poderiam ser poupadas. Mas o simples fato de que a maioria dos casais ou mães grávidas que tem acesso a esse serviço decidem pelo aborto mostra que o discurso anti eugênico parece estar mais limitado a certos grupos anti eugênicos da "educação superior" do que se consistir em um consenso da opinião pública ou da maioria dos seres humanos. O que pode complicar que essa maioria chegue a uma conclusão mais consistente sobre a viabilidade da eugenia é justamente de se pensar que a mesma não seja plenamente aplicável, primariamente por causa do domínio discursivo desses grupos anti eugenia.
Essa situação também revela ou reforça a realidade da hipocrisia, ou ignorância, do discurso anti eugênico, já que é um ímpeto absolutamente primário de todos nós buscar por aquilo que consideramos o melhor, se diferindo especialmente em como definimos esse "melhor", ou no quão subjetivos ou objetivos estão os nossos conceitos e critérios. Mas é certo que esse ímpeto permeia todas as nossas escolhas: desde a fruta que escolhemos no supermercado até o tipo de parceiro ou parceira que preferimos e/ou que acabamos nos relacionando, bem como também as características que gostaríamos que os nossos descendentes (hipotéticos ou reais) apresentassem, sendo a eugenia um pensamento ou ideia totalmente derivado desse mesmo princípio de preferência por qualidade.
"Coisificação do Indivíduo: Trata os seres humanos como objetos a serem "melhorados" ou descartado em prol de um suposto "bem coletivo" arbitrário, ignorando a unicidade e o valor intrínseco de cada indivíduo."
CADA indivíduo
Adolf Hitler e Benjamin Netanyahu também entrariam nesse "cada indivíduo"??
Então, TODO indivíduo humano, até mesmo aquele que comete crimes hediondos, deve ser tratado com o mesmo respeito aos seus direitos que os outros???
"Um suposto bem coletivo arbitrário"
Se traços mentais são primária e essencialmente¹ hereditários, incluindo traços de personalidade antissocial, e indivíduos que os expressam de maneira mais constante ou intensa são os mais propensos a transmiti-los* aos seus descendentes, não seria mais adequado inibi-los de procriar?? E isso não teria consequências positivas para o bem estar coletivo??
¹ excluindo quando são adquiridos, como por lesão cerebral.
*Ou também outras categorias de transtornos.
Ah, não, porque segundo a "I.A", crente em tábula rasa, não é possível prever tendências irracionalmente antissociais em indivíduos humanos...
Mas essa ode ao individualismo não seria muito radical e evolutivamente irrealista?? Já que toda espécie evolui e se adapta justamente a partir de processos seletivos, isto é, a partir de um nível coletivo e não individual...
Não vejo como problemático considerarmos a "unicidade do indivíduo" ou da "vida" e, ao mesmo tempo, entender que uma população precisa apresentar um equilíbrio favorável à sua adaptação e à sua evolução e isso implica ter controle sobre isso/seus grupos, subgrupos e/ou indivíduos. E se fatores sociais e históricos têm sido esses mecanismos de controle, a eugenia poderia representar, tanto no sentido mais positivo (ponderado ou racional, equilibrado...), quanto no mais negativo, um avanço sem pretendentes da autonomia humana sobre o seu próprio destino...
"Oposição da Bioética: A comunidade bioética global rejeita veementemente a eugenia, estabelecendo códigos de ética médica que proíbem a manipulação genética com fins eugênicos ou discriminatórios."
A "comunidade bioética global" é basicamente uma das muitas SEITAS de supostos especialistas que dominam um ramo da ciência//filosofia para impor sua ideologia desviante justamente dos valores científicos e filosóficos mais importantes.
"Proíbem a manipulação genética"
Mas o aborto de fetos com down "tá de boa", por enquanto...
"Inviabilidade Científica
Base Pseudocientífica: A eugenia original foi desenvolvida com base em uma compreensão falha e simplista da hereditariedade e da genética, muitas vezes distorcendo a ciência para justificar preconceitos sociais e raciais."
Era a compreensão do que se sabia sobre genética e hereditariedade no final do século XIX e início do XX. Se é falha ou simplista, não era considerada na época. Isso é um típico preconceito de quem vive no tempo presente e acusa de ignorância quem viveu no tempo passado, ainda mais em relação a um ramo da ciência que, na época em questão, estava em seus primeiros passos. No mais, a compreensão de muitos que se dizem contrários à eugenia e que, inclusive, compõem os núcleos dos que se pensam e também são denominados como "bioéticos" (por outros ideologicamente aparentados), incrustados nas universidades, me parece tão ou mais falha e simplista, porque os eugenistas do passado, pelo menos, não negavam a validade factual dos aspectos mais básicos dos tópicos relacionados, como a influência predominante da biologia ou genética sobre o desenvolvimento e o comportamento humanos...
Um padrão da genética que poderia, se não inviabilizar, ao menos tornar a prática eugênica mais complexa, é a pleiotropia, que é uma tendência, que parece ser muito comum, de influência mútua entre os genes, no sentido de se organizarem como redes de proximidade, em que a seleção de um determinado conjunto de genes (ou características fenotípicas) pode gerar a seleção involuntária de outro conjunto de genes. Por exemplo, a seleção para uma alta capacidade cognitiva que pode aumentar a frequência fenotípica do espectro do autismo. Mas isso também não significa que não se possa controlar esses efeitos inesperados (ou previsíveis) em um cenário de plena prática eugênica. Isso não é negativamente determinista. Na verdade, processos históricos mais ''naturais'' e/ou aleatórios que poderiam ser considerados como variavelmente eugênicos, por apresentarem padrões de direcionamento seletivo e qualitativo, parece que têm acontecido nas sociedades humanas. Por exemplo, o provável aumento das capacidades cognitivas de populações em países como o Reino Unido**, ao longo das gerações, especialmente a partir do período mercantilista, com o domínio econômico da classe burguesa e o seu aumento exponencial, isto é, da classe média, evidência primariamente suportada pelo diferencial de mortalidade entre as classes sociais (maior mortalidade infantil e geral entre os mais pobres em comparação aos outros grupos sociais que teria resultado nessa diferença) que perdurou por séculos a fio e foi acompanhado pelo crescimento sustentado da população britânica até o início do século XX.
Fonte:https://warwick.ac.uk/fac/soc/economics/research/centres/cage/publications/workingpapers/2019/childlessness_celibacy_and_net_fertility_in_pre_industrial_england_the_middle_class_evolutionary_advantage/
https://eprints.lse.ac.uk/100923/1/Childlessness_celibacy_and_net_fertility_in_pre_industrial_England.pdf
"Para justificar preconceitos sociais e raciais"
Mesmo que exista um fundo de verdade nisso, é sempre importante saber o quão verdadeira é uma afirmação: nesse caso, além do que defensores da eugenia pensavam ou pensam, em busca da verdade dos fatos. Pois é se é verdade que existem indivíduos de classe alta que têm preconceitos em relação aos de classe baixa, também é verdade que indivíduos de classe baixa, em média, têm menores capacidades cognitivas e estão desproporcionalmente representados em estatísticas de criminalidade, bem como nas de casos psiquiátricos... O mesmo pode ser dito em relação aos preconceitos dos mais "racistas'.
O preconceito, no seu sentido mais puro, de generalização pejorativa de grupo, indivíduo, país... , é sempre problemático, ainda mais quando não reflete uma realidade. Mas "mentiras brancas" para passarem uma suposta bondade ou empatia também não é o mais correto e estamos vendo suas consequências muito negativas ao deixarem o campo abstrato dos discursos bonitos e se tornarem políticas públicas, estratégias políticas ou consequências destas, por exemplo, a disgenia em curso, o oposto da eugenia, em que traços considerados negativos, ainda mais se forem objetivamente considerados, como uma baixa capacidade cognitiva, estão sob seleção positiva e traços opostos, mais desejáveis, sob seleção negativa ou redução exponencial de frequência. O ideal, portanto e, pra variar, é o equilíbrio e, nesse contexto, é o de não cair no preconceito de generalizar um grupo quando não é realmente possível fazê-lo sem ser falacioso (especialmente quando se refere a um grupo vagamente definido, geralmente mais diverso do que em relação a grupos mais estritamente definidos). Mas também de não cair no outro erro de mentir para "agradar", ainda mais quando se trata de uma verdade que pode ser ou soar ofensiva para certos grupos.
"Complexidade Genética: A maioria das características humanas, incluindo inteligência, personalidade e até mesmo a suscetibilidade a muitas doenças, é extremamente complexa e influenciada por uma interação intrincada de múltiplos genes e fatores ambientais, e não por um único "gene mestre" que poderia ser facilmente controlado."
EXTREMAMENTE complexa
Será??
Mas então por que um casal de indivíduos altamente inteligentes têm mais chances de ter filhos altamente inteligentes que um casal de indivíduos menos inteligentes?? E o mesmo padrão para casais menos inteligentes...
Existem doenças graves que são hereditárias, como a doença de Huntington, uma doença neurodegenerativa gravíssima e incurável. Seria antiético sugerir ou tentar persuadir pessoas que testam positivo, geneticamente, para essa doença, para se esterilizarem??
Doenças psiquiátricas também tendem a ter um alto grau de hereditariedade, ainda que seja menos significativo que o da doença acima. Ainda assim, será que não seria melhor sugerir o mesmo para esses indivíduos?? Traria menos risco de sofrimento nesse mundo??
E não é preciso ir muito longe" da saúde, porque uma baixa capacidade cognitiva, de maneira geral, apesar de não ser uma doença ou desordem, também tende a se associar com uma série de problemas das mais diversas ordens, ainda mais quando o fenótipo se manifesta a nível populacional e não apenas individual. Esse é o caso para praticamente todo país muito pobre, se não é apenas uma questão de apresentar uma "elite" política e econômica corrupta, estar passando por crises de instabilidade política ou ter poucos recursos naturais, mas também de sua população apresentar um potencial coletivo menor de capacidades se comparado com outros países e mesmo que seus problemas sociais serem reflexos diretos de suas características contextualizadas e não apenas contextos históricos supostamente paralelos às mesmas. Um exemplo muito interessante é o caso da Coreia do Norte que, apesar de paupérrima, tem produzido realizações científicas ao nível de um país intermediário a rico, provavelmente por apresentar um potencial cognitivo alto (similar ao da Coreia do Sul). E se sabemos que a inteligência também é primariamente determinada pela hereditariedade...
Enfim, não é tão complexo assim...
Eu já escrevi alguns bons textos problematizando a crítica que se faz em relação à eugenia e o quão "surpreendentemente" benéfica ela poderia ser se fosse aplicada de maneira ética. Eu já sugeri que, ao invés de um cenário em que todos os indivíduos ou famílias identificados como portadores de "um predomínio de traços objetivamente indesejáveis" fossem forçados à esterilização, que medidas mais pontuais e persuasivas fossem adotadas, inclusive com benefícios primários àqueles que fossem selecionados, por exemplo, oferecer muitas vantagens sociais e econômicas como compensação tanto aos que tivessem seu potencial reprodutivo limitado quanto aos que tivessem seu potencial incentivado, tipo uma política do filho único específica, ou uma política de até dois filhos no primeiro grupo e de dois filhos ou mais para o segundo, mas buscando desincentivar a super fertilidade por razões ecológicas, e também por razões primordialmente lógicas: de equilíbrio do crescimento e do tamanho de uma população. E assim, mais um mito sobre a eugenia seria demonstrado na prática: de que a mesma só poderia ser praticada se for de maneira radical ou extrema.
"Único gene"
"Nem" a I.A, por enquanto, "sabe" como se organiza integralmente a estrutura genética de fenótipos cognitivos e psicológicos. No mais, não me parece que a maioria "eugenista" acredita que todo fenótipo genético é governado por apenas um gene-mestre. Típica dedução preconceituosa dos "anti eugenistas" sobre os "eugenistas"...
"Pool Genético Aleatório": A variabilidade genética aleatória (o pool genético) é crucial para a saúde e a sobrevivência da espécie humana a longo prazo. A tentativa de eliminar essa variabilidade ou de selecionar artificialmente "características superiores" poderia, na verdade, enfraquecer a adaptabilidade humana."
Mas será que todo eugenista, ou a maioria, pensa em eliminar boa parte da diversidade genética humana??
Então, a doença de Huntington e o autismo, especialmente o autismo de níveis 2 e 3, são fundamentais para a variabilidade e a saúde das populações humanas???
Mas a redução do número de pessoas de raça branca para níveis críticos e o mesmo para as que apresentam altas capacidades cognitivas, de qualquer tipo, também não deveriam ser vistos como problemas relacionados com a redução potencialmente danosa da diversidade genética humana???
"PODERIA"
Então, eugenia significa basicamente "redução significativa da diversidade genética"??? Ou esse "poderia" está apenas no campo da especulação solta??
Mas um excesso de diversidade também não seria bom???
Eu poderia apostar alto, se tivesse bastante dinheiro, que muitos dos que se dizem contrários à qualquer prática de eugenia, estão fazendo pouco ou nenhum caso com o risco real de extinção da "raça branca"... Pelo contrário, se são os que mais estão incentivando... E que problematizariam à enésima potência sobre a realidade da hereditariedade primária e predominante da inteligência humana para justificar que nada seja feito para reverter certas tendências disgênicas. Claro, diriam que "somos todos iguais em capacidades" e que "basta uma educação de qualidade" em uníssono...
"Em resumo, a eugenia é um conceito obsoleto, cientificamente infundado e moralmente condenável, que levou a crimes históricos contra a humanidade. A tecnologia genética atual é focada na terapia gênica para curar doenças, respeitando a dignidade e os direitos individuais, e não em práticas seletivas em massa."
''Obsoleto''
Quem foi que determinou a sua obsolescência conceitual??
Então, a compreensão de que processos seletivos e de hereditariedade também representam uma parte importante da evolução de nossa espécie e de que seria interessante buscar aplicá-la a nível social é algo que ficou completamente no passado??
Mas se os ''eugenistas'' estão mais certos sobre suas crenças do que os "anti-eugenistas", então, a disgenia em curso em praticamente todo mundo não será realmente solucionada pela universalização de uma "educação de qualidade'' e, inevitavelmente, no futuro, teremos que recorrer a práticas eugênicas??
E a "liberdade", por acaso não é um conceito com um histórico e um presente condenáveis?? Então deveríamos extirpá-lo do nosso vocabulário e então de nossa prática cotidiana??
O meu direito individual simplesmente não pode se sobrepor ao bem estar coletivo. Da mesma maneira que o coletivo também não pode infringir o meu direito a ter o mínimo de autonomia pessoal. Pois se eu demonstrasse qualquer tipo de incapacidade crônica de comportamento minimamente civilizado, mesmo se isso também não implicasse em um potencial hereditário, ainda não poderia, idealmente, constituir uma família. Onde está a dignidade dos descendentes que eu poria no mundo e não cuidaria ou o faria da pior maneira?? Os custos de indivíduos muito disfuncionais e de vários dos seus descendentes, e não me refiro apenas aos de classe trabalhadora, têm sido muito altos, não apenas em um sentido financeiro, mas também existencial. É graças a essa ideia de autonomia compulsória para quase todo indivíduo humano que, por exemplo, indivíduos dotados de transtornos de personalidade antissocial têm gerado descendência, perpetuado esse fenótipo ao longo das gerações e, ainda mais grave, dominado nações e impérios só para impor ou reforçar sistemas opressivos, especialmente os mais espertos em que astúcia e um ímpeto se dominância se relacionam de maneira mutualista...
Um fato curioso é que, se não for a eugenia, ou um controle mais invasivo de populações humanas, a priori, visando o seu melhoramento ou, pelo menos, a manutenção do que tem de bom, inevitavelmente será o darwinismo social, ou a ausência de qualquer controle desse tipo resultando em uma aleatoriedade de resultados, que não é apenas uma questão do "mais rico levando vantagem sobre o resto'**, mas em um sentido mais ecológico: "do mais adaptado a certo ambiente se reproduzindo mais", e em nosso contexto atual, de decadência social e civilizacional, não é o mais inteligente ou o mais sensato que mais tem colocado filho no mundo, resultando em um cenário oposto ao da eugenia, que é a disgenia.
Eu sempre me pergunto se a maioria dos que se dizem totalmente contrários à eugenia, mesmo se não concordam ou sabem disso, seriam favoráveis ao seu oposto??
Não parece ser apenas uma impressão, mas exatamente o que pensam, justamente porque acreditam em uma série de crenças genuinamente pseudocientíficas sobre esses tópicos que se tornaram politicamente dominantes, que eu já denominei de maneira sarcástica como "pseudociências do bem" (enviesadas à "esquerda").
** Foi mostrado acima que existem estudos que encontraram padrões reprodutivos que favoreceram especialmente a classe média sobre as outras classes sociais, primariamente no Reino Unido pré revolução industrial, e que isso pode ter produzido um padrão primariamente eugênico, se indivíduos de classe média e alta tendem, em média, a apresentar maiores capacidades cognitivas (seus status sociais como reflexos parciais disso).
A "terapia genética" atual, além de ter como base experimental, o sacrifício cruel de muitas vidas não-humanas, muitas vezes sem qualquer resultado objetivo no tratamento ou na cura de doenças, ainda pode ser usada justamente para o que os "bioéticos" mais temem, supostamente, o uso desse tipo emergente de tecnologia para alimentar narcisismo ou validar baixa autoestima de muitas pessoas, enfim, de ser usada como um serviço capitalista em que nos tornamos os nossos próprios Frankensteins... Se é possível promover um maior controle sobre o direcionamento da qualidade genética e fenotípica de uma população sem que isso resulte em lebensraum e holocaustos, mas também sem o oposto, justamente o que tem acontecido na nossa "modernidade" (ou pós)... E mesmo a ideia baseada na livre associação em que um grupo decide preservar ou mesmo direcionar seus traços, desde que não sejam traços ou fenótipos imoralmente explícitos, como a psicopatia, pode ser efetuada sem que infrinja qualquer direito, aliás, exercendo um direito que deveria estar bem ratificado...
Conclusão
A I.A mostra mais uma vez que é apenas outra ferramenta criada por grupos de "elite" para reforçar suas crenças e que também são planos escusos de poder (em plena execução), ao invés de se servir como um instrumento tecnológico para a verdadeira educação, práxis filosófica. Como resultado, ao invés de, em relação a esse tópico, ser a mais imparcial e objetiva possível, como se supostamente espera de uma máquina criada pelo ser humano para superar o seu próprio viés, apenas replica o senso comum imposto como verdade absoluta e que tem tido sérias consequências.
Um dos argumentos mais comuns usados contra qualquer prática de eugenia é aquele que confronta a mesma com a ideologia dos direitos humanos. No entanto, essa ideologia sempre se baseia em um mundo irrealisticamente ideal, sem considerar os contextos humanos sob uma perspectiva mais realista. Pois a eugenia, se for praticada de maneira genuinamente ética, funcionaria exatamente como a medida mais ideal para um mundo intrinsecamente não-ideal.
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