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domingo, 12 de outubro de 2025

Mais uma evidência cabal a favor do hereditarianismo??

 Diga-se, de uma "heresia" pós-moderna, de acreditar que o comportamento é primariamente determinado pela genética ou biologia e não pelo meio.


1- Sobre a alegada relação de causalidade absoluta entre baixo desempenho cognitivo e penúria social

"Os africanos subsaarianos estão, em média, menos inteligentes em termos de QI e outros aspectos comparativos de inteligência por causa dos índices muito altos de pobreza que apresentam ou negligência social em que vivem. Porque a desnutrição e a pobreza afetam diretamente o desenvolvimento cerebral, então, basta que essa situação seja resolvida para que essas diferenças de desempenho intelectual sejam eliminadas"

Esse com certeza é um pensamento comumente adotado por indivíduos que se identificam com a "esquerda" no espectro político-ideológico e que não se aplica apenas ao contexto subsaariano, mas também para qualquer outro contexto de pobreza e desigualdade. Mais do que um pensamento, é uma narrativa, um discurso fechado para críticas intelectualmente honestas e que tipicamente não corresponde com precisão aos fatos. Pois apesar de fazer sentido lógico que condições ambientais ruins tenham efeitos deletérios de médio a longo prazo em seres humanos, os seus efeitos até então não eram bem compreendidos, especialmente sem exemplos de melhorias sociais significativas há uns 70, 80 anos atrás. Mas, nesse ano de 2025, não é mais possível fazer essa afirmação, se esses exemplos já existem, tal como no caso dos EUA, um país que, se nos anos 40 do século XX, apresentava altos índices de desigualdade social e uma fração não-discreta de indivíduos vivendo em condições de pobreza absoluta, até os dias atuais, conseguiu reduzir significativamente pelo menos as estatísticas de extrema pobreza, também porque tem conseguido proporcionar à maioria dos seus cidadãos, um ciclo de vida livre da desnutrição. Bem, para um dos países mais obesos do mundo atualmente, é evidente que essa situação de fome endêmica, principalmente para determinados grupos étnicos, raciais e sociais, ficou no passado. Não que seja definitivo que não retornará, mas desde há umas boas décadas que tem havido uma melhoria significativa na redução da pobreza extrema por lá. Como resultado, os americanos, mesmo os mais pobres, se tornaram, ao longo das gerações, mais altos e encorpados em relação aos seus avós e bisavós. No entanto, as diferenças médias de desempenho cognitivo e de ajuste social continuam se perpetuando, mesmo se a maioria dos americanos não vive em um ciclo intergeracional de desnutrição e que medidas de combate às desigualdades (independente se mais ou menos justas) tenham sido adotadas. Eis aí um suposto paradoxo, pois se uma melhor nutrição promove o desenvolvimento sadio do corpo e da mente, e isso é primariamente verdadeiro para o corpo, a crença de que a mesma _opera milagres_ com a mente ou o cérebro parece que não se sustenta, pelo menos com base nessa notável evidência, do país mais rico do mundo, com um alto índice de desigualdades sociais e raciais, especialmente há uns 70 anos atrás, em que, de fato, tem ocorrido um aumento secular e cumulativo da estatura e do peso dos seus habitantes, ganhos particularmente fortes entre os mais pobres, por causa das melhorias das condições de vida. Mas isso não tem resultado em um aumento homogêneo das capacidades cognitivas entre esses grupos, se, na verdade, as diferenças de desempenho encontradas desde o início do século XX, continuam a se perpetuar, como se um aumento de peso e estatura, causado por uma melhor nutrição, não tivesse um grande impacto nas faculdades intelectuais, especialmente no sentido de igualá-las. Alguns ainda poderiam apelar para o "efeito Flynn", um fenômeno estatístico que consiste no aumento secular de desempenho em testes de QI observado em vários países. Mas, no caso de países racialmente diversos, como os EUA, mesmo que esse fenômeno também tenha ocorrido, ele aconteceu principalmente na população como um todo, porque quando grupos são comparados, as diferenças tendem a permanecer as mesmas, por exemplo, entre grupos étnicos e raciais. Ainda não se se sabe o que realmente consiste o "efeito Flynn", se reflete ganhos reais de capacidades cognitivas ou se reflete mais as mudanças nos próprios testes, resultando em um aumento das médias. Uma demonstração de comprovação desse fenômeno é pelo aumento da média de QI ou do desempenho nos testes da população americana em que, as primeiras pontuações quando ajustadas com as pontuações atuais seriam uns 20, 30 pontos mais baixas, de, se a média foi 100 há 100 anos atrás, hoje, seria 70. Mas um aumento espetacular de 20 a 30 pontos deveria ser refletido em todos os aspectos sociais e não é isso que percebemos (afirmação do próprio cientista responsável pela descoberta desse fenômeno). Além disso, é pouco provável que a população americana no início do século XX tivesse uma média de inteligência no nível de deficiência intelectual... 

Apesar desta muito provável evidência a favor do hereditarianismo, ainda não significa que condições ambientais ruins não possam impactar o desempenho cognitivo ou o desenvolvimento cerebral a médio e longo prazo. O que é o mais certo de se concluir é que, quando são eliminadas, o aumento do desempenho cognitivo acontece de acordo com o potencial genético ou biológico do indivíduo ou da população, que não é o mesmo para todos. Isso pode explicar o aumento secular da inteligência, pelo menos em testes cognitivos, da população americana como um todo, mais um reflexo do impacto dessas melhorias entre os mais pobres, e ao mesmo tempo a perpetuação das diferenças de desempenho entre grupos. 

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