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domingo, 10 de julho de 2022

Sobre o problema do stalinismo/maoísmo ou "fascismo de esquerda"

Desde que a Rússia iniciou um conflito armado com a Ucrânia, no final de fevereiro deste ano, muitos dos que se declaram como marxistas ou de esquerda radical passaram a apoiar o país agressor, comprando narrativas enganosas que visam justificar essa agressão como inevitável ou mesmo necessária: como uma resposta adequada à provocações incitadas pelos EUA e seus aliados ou para "desnazificar" o país vizinho, como se a Rússia fosse um exemplo de combate ao "fascismo" (completamente o oposto)... Diga-se, uma incoerência significativa. Mas, infelizmente, esse não é apenas um equívoco isolado, porque eles também têm apoiado outros países e grupos claramente autoritários só porque se posicionam como antagonistas aos interesses estadunidenses ou se declaram como "socialistas". 

Tudo parece partir de uma questão bastante simplista em que, quem é a favor dos EUA ou não está diretamente alinhado com os países anti-EUA é suspeito a inimigo dos que, supostamente, sempre lutam contra as injustiças... 

Em relação aos países antagonistas dos estadunidenses, são fomentadas narrativas extremamente tendenciosas, sempre os pintando como injustiçados pelo ocidente, ou atribuindo seus problemas, claro, aos EUA e seus aliados. Vezes, essa manipulação começa pelas informações mais básicas do país, tal como fazem com a Coreia do Norte, chamada por muitos marxistas de "Coreia popular". Pois essas narrativas têm sido docilmente adotadas dentro de suas bolhas, como se fossem verdades absolutas, escondidas pela "grande mídia ocidental"... 

Qualquer semelhança com grupos de teoria de conspiração da extrema direita não é mera coincidência. 

Mas, não é que, tudo o que se comenta dentro dessas bolhas esteja factualmente equivocado. Na verdade, é bem mais complexo, se muito do que dizem não é apenas verdadeiro, mas necessário de ser ouvido e fixado na mente...

Sim, eles não estão errados ao acusarem veículos oficiais de comunicação, mais "mainstream", de manipularem informações. O problema é que se pensam como os únicos que não o fazem, como os únicos que estão integralmente do lado da verdade...  

Eu, pessoalmente, duvido que a maioria dos que apoiam países totalitários apenas por serem anti-EUA estão plenamente conscientes do quão contraditório, tolo e imoral é esse posicionamento. Eu duvido que estejam mentindo, quer dizer, que saibam realmente o que estão fazendo, porque eu acho que estão genuinamente doutrinados, tão convictos de suas crenças quanto um fundamentalista religioso. Mas eu também não duvido de que existam indivíduos muito mal intencionados entre eles, agindo como lobos em pele de cordeiro. Até pela lógica ingrata da hierarquia social humana, em que esses tipos têm sido muito bem sucedidos em seu domínio e corrupção, eu suspeito que exista uma desproporção deles, especialmente de psicopatas "não-violentos', entre ativistas, artistas e políticos de esquerda (tal como tem na direita, em que aposto que tem mais sociopatas). De qualquer maneira, se doutrinados bem intencionados ou espertos maliciosos, se igualam em seu completo desprezo pelos crimes que já foram e que continuam a ser cometidos "em nome" do socialismo//comunismo. Por isso, eu pensei em um nome especial para esse grupo: estalinistas ou maoístas, inspirado em dois dos maiores traidores das revoluções socialistas, Josef Stálin e Mao Tse Tung. Enfim, de chamá-los pelo que ou quem realmente estão defendendo e não apenas por termos excessivamente vagos, como marxista e esquerda radical, se é que se pode chamar "de esquerda" sociedades que expressam um fascismo característico: militarista, conservador, autoritário (falacioso e cruel), que só se difere de um fascismo tipicamente de direita porque se auto intitula como "democracia popular". 

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