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sexta-feira, 15 de abril de 2022

"O teste de QI realmente é a melhor forma de avaliar a inteligência de alguém?"

Pergunta do Quora e a minha resposta:


A melhor forma de analisar a inteligência de uma pessoa é fazer uma análise psicológica, cognitiva e até "cultural', completa da mesma. Testes de QI, por mais bem construídos possam ser, são como "testes rápidos" que passam uma ideia relativamente apurada dos nossos níveis quantitativos de inteligência, mas não diz nada sobre os seus aspectos qualitativos, nomeadamente as capacidades criativa, racional e emocional. Eles são particularmente bons para comparar um grande número de pessoas, mas não parecem ser excepcionalmente abrangentes a nível individual. É a diferença de, por exemplo, observar o planeta Terra de uma nave espacial e de ir se aproximando cada vez mais perto dele. No entanto, dentro dessa análise completa, os testes também são importantes. Mas, novamente, eles nos dão uma ideia primária de nossas capacidades e habilidades (capacidades desenvolvidas), de um ponto inicial de referência e não exatamente de uma conclusão final.


Também parece existir uma tendência de associarmos qualquer aplicação matemática com objetividade e o oposto quando não apelamos para esse método. Pois eu não vejo grande diferença de perceber objetivamente que uma pessoa é mais inteligente em certos domínios e de aplicar-lhe alguns testes e extrair deles um ou mais números que simbolizam o desempenho dessa pessoa.


As interpretações mais comuns que têm sido feitas a partir dos resultados dos testes cognitivos tentam reduzir uma "cordilheira" de variações individuais e comparativas a uma planície. Tal como se, fulano X tem QI 140 e fulano Y tem QI 110 (QI performance). Portanto, fulano X é absolutamente mais inteligente que fulano Y. Aí que está. Enquanto os aspectos qualitativos não estão estão sendo avaliados, não é possível afirmar nada próximo a isso. Mesmo quando ou se forem,e se for encontrado uma grande diferença de desempenho entre eles, em todos os domínios, toda "montanha" tem os seus pontos "baixos" e "altos". Os nossos desempenhos intelectuais não se resumem a uma prova, se a todo momento nós precisamos compreender e nos adaptar, desde as situações mais triviais até às mais desafiadoras.


Analisar a inteligência apenas por seus aspectos quantitativos e tomar essa avaliação como completa é o mesmo que fazer um "check-up" na metade dos sistemas que compõem nossos organismos e defini-lo como uma checagem completa. 

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