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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Politicamente correto (da esquerda) e a refutação de um contra-argumento

 "As pessoas, antes, podiam pensar por si mesmas. Hoje, o politicamente correto (da esquerda) não permite"


Escrevi um texto recente em que comentei que, durante o período inicial desta pandemia do novo coronavírus em 2020 "dc", eu fiquei ainda mais desleixado quanto à minha alimentação, então, quando fui pesar, depois de um certo tempo sem ir, o resultado foi negativo pois estava acima do peso habitual e percebendo, em meu corpo atípico, os meus excessos se expressarem em forma de aumento da barriga e da flacidez. Desde aquela pesagem, eu fiz um pacto, sem usar essas palavras, que "não mais 'pensaria' por mim mesmo, antes, durante e depois de me alimentar". Com objetividade, paciência, serenidade, ponderação e normalização da nova rotina, hoje, eu estou muito bem, obrigado, uns 6 quilos mais magro e indo de vento em popa em direção ao meu objetivo que é estacionar na casa dos 60 a 65 quilos.


Mas, o que seria realmente o tal "pensar por si mesmo"??


Pensando "por mim mesmo", eu estava deixando de lado o compromisso importante que tenho estabelecido para comigo que é de me manter em plena forma que conseguir para atrasar ao máximo possível o inevitável acúmulo de gordura visceral que, aliás, eu já tenho e não é lindo de se ver, mesmo com o peso, supostamente, em sua faixa ideal (talvez, não na minha).

Correndo atrás, diga-se...


Será que aquelas pessoas que têm acreditado em todas as mentiras (perigosas) de populistas como o Trump e o Bozonaro sobre novo coronavírus e outros temas, estão pensando por si mesmas porque não estariam sob o julgo do politicamente correto da esquerda??


Eu estou para te dizer que sim* e que não. Sim, é um assunto que tenho percebido uma certa complexidade, mas não se amedronte, não irei complicar muito.


*Talvez..


Só digo que, "pensar* por si mesmo", por minha análise, pode se dividir em dois tipos: instintivamente e o completo oposto  disso.


Concordo que o politicamente correto da esquerda tende a impor mais do que esclarecer, sem falar que não é 100% honesto com praticamente todos os temas que toma como pauta. Manipula, distorce, mas, também, diz verdades até bem profundas, além de forçar mais o raciocínio do que à submissão acrítica aos instintos de dizer o que vem à mente sem pesar as consequências das palavras que usamos ou de agirmos de maneira egoísta, nosso ímpeto primário de sobrevivência de curto prazo.


Se agir por instinto é o mesmo que pensar por conta própria, então, é o mesmo que pensar muito pouco e agir de maneira mais reativa, imatura e potencialmente problemática do que aprender, primeiro, a se controlar, sabendo que a grosseria desnecessária, geralmente produto de intrusão emocional sobre o pensamento, pode voltar contra você e será hipocrisia se reclamar. Mas não é justamente isso o que mais temos visto?? O pessoal do "isso é mimimi" reclamando quando são eles os discriminados...


Teoristas conspiracionistas que não querem vacinar os seus filhos, nem contra o sarampo; que acreditam que a Terra é plana ou que negam os efeitos nocivos e potencialmente graves da ação predatória do ser humano sobre o meio ambiente, também estão ''pensando' mais por si mesmos do que segundo a cartilha do politicamente correto... Bem, não preciso dizer se estão se saindo bem, né?


No entanto, não somos apenas os nossos instintos mas, também, o que aprendemos de nossas experiências e por nossas percepções.


Em um sentido medíocre ou primário, nossos "Eu verdadeiros" são os nossos instintos. Já, em um sentido bem mais elevado, avançado, somos o que aprendemos de realmente necessário ou correto sobre qualquer tema, mas, especialmente, desses de ciências humanas//filosofia, presentes há todo momento em nossas vidas.


Portanto, quando chegamos à conclusões ponderadas e corretas ou baseados na busca por verdades do que pelo endosso do que achamos, também é porque resolvemos pensar, de fato, "por conta própria", ao invés de nos manter no piloto automático dos instintos e/ou preconceitos cognitivos.


Se os apoiadores do Pato Donald Trump e do Bozo, por exemplo, decidissem sair do automático instintivo ou emocional, veriam aquilo que os opositores têm percebido de verdadeiro sobre os dois e, como consequência, diminuído suas paixões irracionais ou até debandado desses navios piratas.


Pensar ou reagir por si mesmos??


Pois uma reviravolta aconteceu enquanto escrevia esse texto porque, se, pelos instintos, pensamos menos e reagimos mais, então, talvez, apenas seja cirurgicamente necessário mudar o verbo de "pensar" no sentido óbvio e cru de ''raciocinar'' para "sentir ou reagir" por si mesmos. Aí sim, não tenho mais o que falar se esse pessoal que se queixa do politicamente correto, apenas da esquerda  aceitarem que não querem pensar mas, reagir por si mesmos.

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