Mais informações acumulamos, mais automáticos se tornam os nossos padrões de raciocínio, porque, ao invés de continuarmos procurando por respostas, passamos a usar as que já estão sob os nossos domínios particulares. Basicamente, se trata de preencher lacunas vagas de consciência resultantes da própria evolução da inteligência humana, de flexibilização dos instintos tornando possível o preenchimento dessas lacunas com novas informações, de uma maneira mais interessante, flexível, mas também mais imprecisa, incerta... O bônus e o ônus de uma inteligência mais complexa. Pois a maximização do bônus, pelo menos no campo intelectual, acontece quando os nossos sistemas pessoais de crenças são solidamente construídos a partir de conhecimentos e ponderação analítica. Em outras palavras, quando nossas ideologias pessoais são unicamente a filosofia ou a sabedoria. Já o oposto disso, de maximização dos ônus, pelo menos em um campo intelectual, é quando são predominantemente baseadas em outras ideologias e não pela única que se consiste na busca pela verdade. Então, a priori, é naturalmente esperado que os nossos padrões de pensamento ou raciocínio se tornem mais automáticos do que manuais de acordo com que acumulamos mais informações. Porém, quando nossas ideologias pessoais são ou se tornam, sistematicamente, a própria filosofia, isso significa que estamos, de fato, acumulando conhecimentos, melhorando nossa compreensão do mundo e realmente aumentando a nossa inteligência (que parece ser independente das pontuações em testes cognitivos). Também significa que, apesar da tendência inevitável de redução da flexibilidade dos padrões de raciocínio, por essa via, ainda os mantemos mais flexíveis do que se seguirmos o caminho oposto, de estarmos sempre prontos para corrigir ou melhorar nossos pontos de vista e a contextualizá-los da maneira mais adequada. Pois, pelo caminho da irracionalidade, a tendência é de nos tornarmos mais dogmáticos, muito dependentes dos nossos arcabouços pessoais de crenças, ainda mais se apresentamos uma compreensão limitada sobre o que acreditamos.
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sábado, 22 de junho de 2024
Ideologia, filosofia/sabedoria e a metáfora do manual e do automático/Ideology, philosophy/wisdom and the metaphor of manual and automatic
Essa é a básica diferença entre construir uma cultura pessoal homogeneamente inteligente e uma cultura pessoal variavelmente inteligente.
Ideology, philosophy/wisdom and the metaphor of manual and automatic
The more information we accumulate, the more automatic our reasoning patterns become, because, instead of continuing to look for answers, we start to use those that are already within our particular domains. Basically, it's about filling vague gaps in consciousness resulting from the evolution of human intelligence itself, making instincts more flexible, making it possible to fill these gaps with new information, in a more interesting, flexible way, but also more imprecise, uncertain... bonus and the burden of more complex intelligence. Then, maximizing the bonus, at least in the intellectual field, happens when our personal belief systems are solidly built from knowledge and analytical consideration. In other words, when our personal ideologies are solely philosophy or wisdom. The opposite of this, of maximizing burdens, at least in an intellectual field, is when they are predominantly based on other ideologies and not the only one that consists of the search for truth. So, a priori, it is naturally expected that our patterns of thought or reasoning become more automatic than manual as we accumulate more information. However, when our personal ideologies are or systematically become philosophy itself, it means that we are, in fact, accumulating knowledge, improving our understanding of the world, and actually increasing our intelligence (which appears to be independent of cognitive test scores). It also means that, despite the inevitable tendency to reduce the flexibility of reasoning patterns, in this way, we still keep them more flexible than if we followed the opposite path, of always being ready to correct or improve our points of view and to contextualize them in the most appropriate way. Because, along the path of irrationality, the tendency is to become more dogmatic, very dependent on own personal frameworks of beliefs, even more so if we have a limited understanding of what we believe.
This is the basic difference between building a homogeneously intelligent personal culture and a variably intelligent personal culture.
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