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segunda-feira, 23 de maio de 2022

Nada justifica os ultra ricos. Mais uma, como sempre, sobre a idiocracia do capitalismo

 Mesmo se existissem/existem grandes fortunas que não foram forjadas pela exploração do trabalho alheio; se por grandes obras artísticas ou realizações culturais. 


Porque, racionalmente falando, nada justifica a ganância, a avareza, a luxúria, o classismo; o egoísmo e o materialismo exagerados...

Se a grande maioria desses sujeitos não acumula tanto dinheiro pensando no bem comum, para ajudar os outros ou causas importantes, mas para esbanja-lo, maximizar o próprio conforto, construir dinastias e/ou aumentar sua influência na política, geralmente para garantir seus privilégios injustos.

Pois ao justificar suas fortunas, com base em algum critério vago de mérito, se está, implicitamente, justificando os salários muito mais baixos da maior parte da população, como se merecessem. 

Ninguém realmente merece ser ultra rico, por mais talentoso, sábio ou criativo. E 'ninguém" merece receber tão pouco. 
Professores não merecem receber muito menos que advogados ou médicos. Na verdade, as diferenças entre o menor e o maior salário, por profissão, não deveriam ser tão superlativas. 

O ideal seria que, independente da ocupação, com o salário recebido, fosse possível ter um padrão de vida, no mínimo, razoável, com direito ou possibilidade de ter uma casa própria; um carro; poder viajar, até para o estrangeiro; ter um serviço público,  especializado e digno nas áreas da saúde, educação e segurança... 

Irregularidades absurdas: de ultra-ricos que construíram seus impérios, especialmente com base em investimentos e não com os seus próprios trabalhos, às ''celebridades'' ultra ricas, esportistas ou artistas, apenas mostram o quão morbidamente desigual e anti-meritocrático é o capitalismo, se o maior mérito é o trabalho, a contribuição que se faz à sociedade e não à si mesmo. 

Não importa se eles investem mais ou empregam mais, se ficam com boa parte do que ganham. Isso não é contribuir para a sociedade, mas usá-la para o próprio proveito, tendo-a como um meio e não como um fim. 

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