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domingo, 6 de dezembro de 2020

Q.I ou múltiplas inteligências??

 Você usa a sua inteligência só para fazer contas matemáticas, resolver exercícios de geometria e escrever?? 


Não, né??


Você também usa a sua inteligência nas relações sociais/interpessoais, em relação a si mesmo (intrapessoal//autoconhecimento), em relação ao meio ambiente, de maneira criativa ou intuitiva, para fazer julgamentos morais... ou para a prática de esportes, né?? 


Mas, então, qual dos dois que está mais certo, Q.I ou múltiplas inteligências?? 


A teoria das múltiplas inteligências, por ser mais completa que o modelo proposto pelos defensores mais ortodoxos dos testes de QI, até mesmo porque as capacidades "estimadas" pelos mesmos já estão contidas nela. 


Se amarrar os cadarços e pensar sobre si mesmo são expressões igualmente válidas de inteligência tanto quanto escrever redações ou fazer cálculos matemáticos. 


No entanto, isso não significa que essa teoria não apresenta pontos passíveis de crítica. Aliás, o principal deles já se encontra em seu próprio nome, se não podemos considerar cada capacidade psico-cognitiva como um domínio próprio ou inteligência pois seria equivalente a considerar cada sistema do corpo humano como um organismo próprio ("múltiplos organismos"). 


Por isso que não podemos falar de múltiplas inteligências mas de múltiplas FACETAS da Inteligência.


Pronto. 


A inteligência humana é multifacetada ou complexa e não necessariamente múltipla.


Os testes cognitivos apresentam utilidade limitada porém, eficiente quanto àquilo em que se dispõem a "medir" ou estimar, e seria de bom tom se os seus maiores defensores fossem mais precisos e humildes no reconhecimento dos seus potenciais, pontos fortes mas, especialmente, de suas limitações. 


E o fator G?? 


Os testes cognitivos foram originalmente pensados para detectar deficiências cognitivas e não desempenho excepcional. Justamente por isso que "medem", estimam e comparam, geralmente, a partir de capacidades ou potenciais do que por habilidades, pela base do que pelo teto de performance. Os testes de QI não podem prever se um indivíduo com elevada pontuação nos testes verbais irá se tornar um escritor talentoso porque não basta ter um vocabulário aparentemente grande ou sofisticado para alcançar esse objetivo. Por isso que, apesar de seu ótimo poder correlativo (pessoas com as maiores pontuações nos testes tendem a ser mais inteligentes, especialmente nas facetas que eles avaliam), não parece ser possível estabelecer uma correspondência perfeita entre performance nos testes e no mundo real, por exemplo, quanto a um de seus maiores achados, o fator G. Pois se é verdade que a maioria das pessoas que têm os seus QI calculados apresenta baixa variação em suas pontuações nos sub-testes, isso não significa que expressarão a mesma homogeneidade de desempenho no mundo real, porque a inteligência humana está longe de ser apenas aquilo que os testes "mensuram", se a usamos a todo momento em que existimos. Por isso que o modelo de múltiplas inteligências, desprezando o seu problema semântico elementar, parece mais adequado para representá-la. 


Novamente, o que é inteligência? 


A priori, é todo ato de (saber) reconhecer o que é verdade ou fato, se para compreender, identificar ou prever elementos, eventos, fenômenos, consequências, de diferenciá-los por categoria e critérios coesos, na execução bem sucedida de ações previamente almejadas, de adaptação/ flexibilidade e de responder apropriada ou logicamente.  


Não se surpreenda com o que eu vou concluir aqui, mas a empatia também é inteligência se é o (re)conhecimento de estados emotivos e cognitivos/intencionais, alheios [verdades]. Exatamente como reconhecer (o que é) uma chuva, saber diferenciá-la de outros fenômenos e de reagir apropriadamente à ela, neste caso, podendo ser com o intuito de autoproteção. 


Pois se uma pessoa está chorando na sua frente, é inteligente você reconhecer a veracidade do seu estado emotivo, causa, motivo, razão ou circunstância, e [re]agir de maneira apropriada, que nessa situação seria com mais sensibilidade. E isso não é muito diferente do que sentir a mão queimando e tentar apagar o fogo, imediatamente. São reações lógicas a partir da percepção de fatos//padrões.


A inteligência não é exclusivamente intelectual nem exclusivamente reflexiva porque pode ser canalizada para uso físico ou corporal e também porque se manifesta a nível instintivo, especialmente nas outras espécies. Aliás, as bases da inteligência humana obviamente são instintivas. A destreza do pássaro em seu voo (e habilidades navegacionais) ou do gato em seus pulos e estripulias não são expressões meramente robóticas apesar de suas aparências muito intrínsecas. A principal diferença entre nós e essas espécies, nesse aspecto, talvez esteja na velocidade do raciocínio associado à tarefas físicas ou práticas, e por serem mais restritas em comparação à diversidade de tarefas que o ser humano pode aprender. Toda prática de esportes requer inteligência. Para memorizar os exercícios, para se concentrar durante a execução deles e para o raciocínio rápido ou de improviso no caso de imprevistos e que podem ser de extrema importância para proteger o atleta de injúrias.

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