Existem dois tipos de linguagem que usamos em nosso cotidiano, a conotativa e a denotativa. A primeira é mais metafórica ou figurada. A segunda é mais literal. Por exemplo, em relação à linguagem conotativa eu posso dizer que "Eu tentei puxar conversa com eles". Literalmente falando, não existe como puxarmos uma abstração ou comportamento. Agora, um exemplo de linguagem denotativa: "Eu tentei conversar com eles". É a mesma frase, com o mesmo significado/intenção, mas com uma linguagem diferente.
Esses exemplos não apresentam teor político, ideológico e, portanto, com potencial de causar polêmica nem possível confusão para quem os usa. No entanto, parece ser a regra e não a exceção confundi-las. Vejamos pelos exemplos polêmicos.
"Negros praticam mais crimes"
Esta frase tem um quê de conotativa porque está passando a inverdade de que todos os negros praticam crimes. Não existe o TODOS no início da frase mas está subentendido que sim.
Outro exemplo:
"Brancos são mais inteligentes"
Outra frase em que a linguagem conotativa aparece de modo implícito, porque está afirmando que TODOS os brancos são mais inteligentes.
A linguagem conotativa é fundamental para as artes e também visando à diversificação de como se fala/escreve. O problema é quando é usada ou preferida à denotativa para delinear raciocínios que exigem precisão descritiva e analítica.
Religião/mitologia???
"Deus irá te ajudar"
"Deus quis assim"
O "pensamento mágico", que pode ser perfeitamente considerado uma variante do que chamei de alucinação intelectual, parece partir justamente desta confusão entre linguagem conotativa e denotativa em que o sentido figurado substitui o literal reforçando a crença nessas afirmações distorcidas ou aquém da realidade.
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