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sábado, 3 de fevereiro de 2018

A arte, intrinsecamente falando, não tem a ver com popularidade ou com dinheiro. Consiste na generalização da verdadeira religião no cotidiano coletivo e individual, simbolizando a experiência da vida autoconsciente por todos os seus poros possíveis

Reflexão materializada...

Mesmo o mal gosto ou a feiura (leia-se hiper sexualização da representação artística OU simplesmente, fraca consciência estética ou fraco perfeccionismo estético)

A Priore a existência de arte de baixa qualidade estética ou de parco apelo transcendentalista não é por si própria condenável mas a intenção implícita ou auto entendida do artista de usar a sua arte tendo como propósito final o lucro rápido e/ou fama e não a própria arte [sem falar no risco da degeneração da arte via imposição democrática e totalitária do gosto artístico, inevitavelmente resultando em sua deterioração].

Até poderíamos nos perguntar se este tipo de arte de curto prazo não seria em sua maioria condenável se a maioria dos seus criadores não tem em mente riqueza//conforto ou fama, isto é, tendo a arte como um meio ou trampolim para se alcança-lo.

Portanto a Priore não é problemático em si termos certos cantores como uma tal ''anita'' mas:

A sua verdadeira intenção quanto à sua representação artística: arte em primeiro plano ou lucro//fama?? 


A resposta parece óbvia demais.

Toda arte de qualidade mesmo que também seja produzida a partir de doses não homeopáticas de desejo pelo reconhecimento do trabalho e consequentes vantagens econômicas, é primeiramente o fruto de um esforço e dedicação individuais tendo como finalidade a arte em si mesma. Repito, mesmo que ainda existam outras intenções como o desejo pelo reconhecimento, a principal terá de ser pela arte, obviamente falando.

Afora este fator, é inegável que o artista que usufrui de um padrão de vida luxuriosamente abastado mas que está aquém da qualidade do seu trabalho expressa níveis exorbitantes de injustiça. 


Assim como a religião, a arte (aliás a religião é "o domínio especificamente manipulado da linguagem metafórica/da arte sobre a sociedade") tem como função principal preencher o vazio de significado que se consiste a vida sob uma ótica mais autoconsciente ou que ultrapassa os limites do instinto e os artistas especialmente os mais arquetípicos seriam tal como as almas mais inflamáveis que iluminam primeiramente a si mesmos e depois os outros tal como incentivadores ou mesmo protetores das outras almas em relação ao desespero por uma vacuidade conscientemente internalizada ou vivida, do qual eles mesmos estão muito mais propensos a vivenciar.

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