Com certa frequência, e até gostaria que fosse menos, além de ver postagens ou publicações sobre geografia e história em redes sociais, eu também entro nas seções de comentários, por curiosidade. Mas aquele tipo de curiosidade que "matou o gato", porque geralmente me decepciona ver tanta besteira sendo dita por pessoas em espaços virtuais. E você, talvez, poderia completar: "essas pessoas... de direita, negacionistas da ciência..." Olha, eu até poderia concordar contigo que elas existem, são numerosas e que podem ser perigosas. Mas eu me vejo mais desconcertado com as pseudagens do outro lado da polarização, porque parece que são até piores que as tipicamente endossadas por autodeclarados conservadores. Porque essas pseudagens "de esquerda" correspondem, de maneira significativa (mas não absoluta), às próprias bases do sistema de crenças dito progressista, além de também se acoplarem a alguns dos conhecimentos mais básicos que nós, humanos, podemos ter, que chegam a ser até intuitivos à nossa percepção de tão básicos, particularmente uma subversão de alguns dos aspectos mais elementares de uma perspectiva psicológica, social, cultural, histórica, ou simplesmente humana, tornando-as tão ou mais perigosas, enquanto que as pseudagens "de direita" tendem a cair em categorias mais tradicionais ou características de pseudociência que geralmente e, pelo menos, não negam fatos tão básicos da nossa realidade prática, como as diferenças humanas de natureza mais intrínseca...
Minha lista de blogs
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Sobre o estado lastimável das "ciências humanas" com um exemplo de "anti-especialista"
sábado, 30 de agosto de 2025
The Main Difference Between Hyperfocus and Ideological Fanaticism
Hyperfocus is a characteristic more common in some conditions, such as autism and ADHD. Individuals with hyperfocus exhibit a strong and sustained interest in certain topics, often focusing on these interests for several hours a day or for an indefinite period of time. Hyperfocus can be even more profound if it manifests itself over a long period of time. Hyperfocus can also manifest as the cognitive and/or psychological structure of ideological fanaticism, usually when the obsessive focus turns to political or ideological issues. But not only because it focuses on these issues, because the most important element in determining ideological fanaticism is the existence of a firm inflexibility about one's own beliefs that transcends common sense. That is, the level of conviction is so high that it prevents the affected individual from constantly self-criticizing them, including their self-criticism, such as how fact-based, evidence-based, or analytically balanced they are.
A principal diferença entre hiperfoco e fanatismo ideológico
O hiperfoco é uma característica que é mais comum em algumas condições, como o autismo e o TDAH. Indivíduos com hiperfoco apresentam um interesse forte e constante sobre determinados tópicos, podendo ficar várias horas por dia concentrados nesses interesses ou por um tempo indeterminado, em que o hiperfoco pode ser ainda mais profundo ao se manifestar durante um longo período da vida. Pois o hiperfoco também pode se manifestar como a estrutura cognitiva e/ou psicológica de um fanatismo ideológico, geralmente quando o foco obsessivo se volta para temas políticos ou ideológicos. Mas não apenas por se direcionar para esses temas, porque o elemento mais importante para determinar o fanatismo ideológico é a existência de uma inflexibilidade convicta sobre as próprias crenças que perpassa o bom senso, isto é, em que o nível de convicção é tão alto que impede o indivíduo afetado de fazer uma autocrítica constante sobre elas e que também é sobre si mesmo, por exemplo, sobre o quão baseadas em fatos, evidências ou ponderação analítica elas estão.
The difference between dogma and factual and/or rational assertion
It's not just or intrinsically a difference in flexibility of thought, but in how factual that thought is, because there are, of course, conclusive statements that express a fact or an objective truth. This is one way I've found to differentiate dogma from a conclusive statement that expresses a fact or an objective truth, since it doesn't seem sufficient to me to define dogma as synonymous with inflexibility, but rather to use a statement that is also fallacious or untrue, so as to highlight the irrational nature of insisting on what is not true—that is, of, in certain cases, being inflexible, even if there is nothing primarily wrong, in an intellectual sense, in making conclusive statements that express facts. Secondarily, in these cases, only the moral or ethical question can be raised.
A diferença entre dogma e afirmação factual e/ou racional
Não é apenas ou intrinsecamente a diferença de flexibilidade de pensamento, mas do quão factual é esse pensamento, porque existem, evidentemente, afirmações conclusivas que expressam um fato ou uma verdade objetiva. Essa é uma maneira que encontrei de diferenciar dogma de uma afirmação conclusiva que expressa um fato ou uma verdade objetiva, já que não me parece suficiente determinar dogma como sinônimo de inflexibilidade, mas a partir de uma afirmação que também seja falaciosa ou inverídica, até para que seja ressaltado o caráter irracional do ato de teimar sobre o que não é verdadeiro, isto é, de, em certos casos, mostrar-se inflexível, se não há nada de primariamente errado, em um sentido intelectual, fazer afirmações conclusivas que expressam fatos. Secundariamente, nesses casos, apenas a questão moral ou ética que pode ser levantada.
What also leads people to believe in the pseudoscience of the blank slate?
Especially those with high cognitive abilities, beyond the very irrationality* of presenting this belief?
What I've mentioned before in other texts: a self-projection or extrapolation of one's own personal situation, situational context, onto others' perspectives*, but also of more intrinsic aspects, such as cognitive abilities, as if what "works" or "worked" for them were also perfectly teachable to others, or at least to the majority. Basically, a confusion of personal perspective with universal perspective, in which a more innate ability to grasp information, rules, and/or techniques, coupled with a deficiency in self-knowledge, related to a deficiency in rational thought, leads some or many people, especially those with this high-capacity profile, to believe that what happens to them can also happen to others, that everything is simply a matter of will, effort, or persistence, and of "education"...
* Which is also a structural aspect of irrationality.
Another factor that often generates this confusion is belonging to a higher social class, as it can give the false impression that the personal challenges, especially financial ones, of individuals belonging to lower social classes can be as easily manageable as those belonging to higher classes, that everything depends on the individual's will or ability, completely disregarding unfavorable contexts. Ultimately, reinforcing and replicating the fallacious narrative of economic neoliberalism, which asserts individual responsibility as the only relevant factor in an individual's situation, delegating to the social context, little or no importance.
O que também leva as pessoas a acreditarem na pseudociência da tábula rasa??
Especialmente aquelas com altas capacidades cognitivas, além da própria irracionalidade* de apresentarem essa crença??
O que já falei antes em outros textos: uma autoprojeção ou extrapolação da própria situação pessoal, de contexto situacional, sobre perspectivas alheias*, mas também de aspectos mais intrínsecos, como as capacidades cognitivas, como se, o que ''funciona'' ou ''funcionou'' para elas, também fosse perfeitamente ensinável para os outros, ou pelo menos para uma maioria. Basicamente uma confusão de perspectiva pessoal com perspectiva universal, em que uma facilidade mais inata para apreender informações, regras e/ou técnicas, mais uma deficiência em autoconhecimento, relacionada com uma deficiência de pensamento racional, leva algumas ou muitas pessoas, especialmente aquelas com esse perfil de altas capacidades, a acreditarem que, o que acontece com elas, também pode acontecer com os outros, que tudo é apenas uma questão de vontade, esforço ou persistência, e de "educação"...
* O que não deixa de ser um aspecto estrutural da irracionalidade
Outro fator que costuma gerar essa confusão é o de pertencer a uma classe social mais alta, já que pode passar uma falsa impressão de que os desafios pessoais, especialmente os de natureza financeira, dos indivíduos que pertencem às classes sociais mais baixas, podem ser tão facilmente manejáveis quanto dos que pertencem às classes mais altas, que tudo depende da vontade ou capacidade do indivíduo, desprezando completamente contextos desfavoráveis, enfim, reforçando e replicando a narrativa falaciosa do neoliberalismo econômico, de afirmação de responsabilidade individual como único fator relevante para a situação de um indivíduo, delegando ao contexto social, pouca ou nenhuma importância.