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terça-feira, 18 de julho de 2017

Distúrbios de humor ou "impulsividade" logica emocional?


Resultado de imagem para babidi

fonte: mundo.DBZ

Hoje de manhã estava tudo certo. Melhorou ainda mais de tarde. Não vou falar o porquê. Ok, aí então algo aconteceu comigo, mais especificamente na web, que me deixou a priore irritado, mas com causa ou razão racional. Eu interajo com a realidade e quando algo me irrita eu reajo com raiva. É uma resposta lógica não?? Será que é sempre assim com todo mundo? Quem é mais sério [e perfeccionista nas interações] como eu tenderá a ser mais sensível não?

Cabe outra pergunta. Eu fico irritado com mais facilidade ou eu TAMBÉM tenho uma maior frequência de chances de ficar mais irritado, por praticamente perseguir ou mesmo por atrair essas possibilidades?? Isso também é muito importante. 

Não sei se vocês sabem mas eu gosto de bancar o Dom Quixote pela web adentro, e de língua inglesa. Não estudei inglês o suficiente para que pudesse me expressar de uma maneira gramaticalmente razoável. No mais, é o que tenho feito. E com isso tenho arrumado chances ou razões em potencial que podem me irritar. Por exemplo, apesar da "gramática pobre' e de "insultos" (bem merecidos) um dos meus últimos comentários para/em relação a um algoz, deveria ter sido aceito em um site, não vou falar onde. Mas não foi. Nesse comentário eu estava praticamente me despedindo do tal 'debate'. O velho caquético (espero que morra ainda esse ano) que posta e administra a coluna, e que parece com o Babidi do Dragon Ball, simplesmente não aceitou o meu último comentário e o denominou de " 'insultos' e gramática pobre". Poxa. Era o meu último comentário e mais, um comentário curto. 

Portanto é um pouco isso. Quem se arrisca demais tem mais chances de ficar com dor de cabeça depois. E junte a isso um serzinho colericamente melancólico como eu e temos a zorra pronta. 

No entanto é interessante que aquilo que denominamos de distúrbios de humor podem expressam mais lógica e até certa racionalidade do que imaginamos. E aquele que "engole mais sapos" seria nesse sentido menos autêntico ou mesmo logicamente correto porque ao invés de reagir de maneira proporcional, independente do tipo de reação requisitada, positiva ou negativa, ele mascara as suas emoções ou mesmo sequer as sente da maneira reciprocamente apropriada, mesmo se for insultado ou injustiçado. 

Surpreendentemente parece que quando reagimos de maneira reciprocamente correta à ação dada isso necessariamente não se consistirá em um desarranjo emocional mas também ou mesmo fundamentalmente em uma consciência estética hiper-lógica ou julgamento emocional imediato/impulsivo dos padrões detectados.


 Alguns são mais emocional ou imediatamente reativos, tal como os outros seres vivos e mesmo as existências inanimadas, e apesar de, em um mundo mais racional, se consistir em um defeito, no mundo das interações lógicas, se consistirá apenas naquilo que é esperado de ser feito, isto é, a reação recíproca à ação dada, e mais porque tal como eu falei no texto sobre a sabedoria do pavio curto, esse padrão de comportamento não está de todo errado, apenas se for indiscriminado ou constante, aí sim, serão tão irracional quanto a sempre ''engolir sapos''


Portanto ao invés de denominarmos conclusivamente variações individuais mais amplas e reativas de humor como um distúrbio nós poderíamos vê-las também como a manifestação mais diretamente instintiva da reação emotiva/julgamento emocional. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O caminho de sempre... a herança de reciprocidade e ou tolerancia por certo pensar, para que possa transformar-se em comportamento



Internalizar rotinas, quando o pensamento adentra profundamente o seu ser e lhe faz sedento por mudança.

Alguns anos atrás, eu era um daqueles que buscava justificativas para consumir carne d'outros animais, menos de ''nossos' mascotes. Usei meus neuronios para pensar em maneiras de mostrar aos vegetarianos, que fazia sentido moral em desprezar a existencia d'umas espécies em prol dum bom prato, claro, não com estas palavras nem com essas reais intenções. Também me lembro quando tentei justificar as guerras de conquista americanas contra os índios, ocorridas na porção setentrional do ''novo mundo'', durante o século XIX. Meu passado me condena, mas meu presente me absolve. Não mais tento justificar o injustificável. Guerras estão quase sempre erradas, ainda que apenas uma, a verdadeira guerra santa, A guerra contra grupos organizados de psicopatas. De resto, algumas palavras mereciam maior apreço, como diálogo, mas sem sucesso, o que vemos com grande constancia, são atropelos, e pasmém, justamente por aqueles em que a guerra é justificável. 

Como que um pensar se transforma em ação**

Se está rente ao precipício,
o suicídio será a razão,

se o calor te sufoca,
raiva ou falta de atenção,

Se é o frio,
depressivo, n'eus pensamentos,
ríspido ou avarento,
choroso ou prodigio,

Se tem um pé lá,
o outro, pode colocar,

Se a fronteira é perto,
o carro pode atravessar,
ou ribanceira, ariba ou Veracruz,

se te seduz,
hipnotiza,
se te deixa feliz,
ou com a consciencia tranquila,

Se, já é meio passo para a ação,
de um pensar.

 
Ninguém nasce moralmente vegetariano, pode nascer com intolerancia ao consumo de carne, mas não será o mesmo. Tornar-se a favor de certo hábito, não depende de uma melhor casa, de pais atenciosos ou duma escola fervorosa em seu dever de ensinar. Depende unicamente de ti, porque toda mudança brota em flor, de dentro e desabrocha pra fora, se expressa, se torna fenótipo, quando já nao consegue segurar tal segredo, quando se torna irrespirável sem esta metamorfose. Algumas ideias se espalham cedo, outras aparecem ao entardecer de uma adolescencia. Mas se tem caminho a percorrer, então poderá ser percorrido. Meu caminho para o vegetarianismo, nasceu de algo que já latejava dentro de minh'alma, mas que ainda não se mostrava maduro para se sobressair, além de minhas fronteiras. Minhas desastrosas tentativas de justificar a depredação da vida, de conferir-lhe uma hierarquia de necessidades, o cão, o amor, o porco, garfo e faca, já tinham perene, a incerteza daquilo que saia de minha mente, como tentativa de auto-defesa. Eu não tinha a derradeira resposta, que seria a ação, apenas a seguridade, donde eu permanecia. A metamorfose do pensar para o agir, depende totalmente de si, porque ninguém faz aquilo que não internaliza. Não existe aprendizado, mesmo torpe ou errado, se não há reciprocidade e o internalizar. Tornar aquela ideia parte de sua pessoa, de ve-la como um espelho a mostrar-lhe que, em palavras ou ações, lhe reflete de corpo ou alma, ou de corpo inteiro. 

Meu amor pelos animais não-humanos já era antigo mas verde, ainda não poderia ser apreciado como um fruto, degustado ao sabor do moralismo egocentrico, ruim, mas melhor do que nada, a tal empatia que se faz na parcialidade, e não em sua totalidade. Não era bem estruturado, não tinha um sistema, que pudesse ser expandido, na verdade, eu nasci daquele jeito e me tornei mais amplo em moral ao longo do tempo, e especialmente quando abdiquei da suculencia dum pedaço de carne. O pensar, a dúvida, a incerteza expressada em passos cambaleados de palavras ou justificações. E a certeza de dentro que brotava, primeiro um botão pequeno, agora mais e mais exuberante, pronta para sequestrar-me, para o meu bem. 

Meu coração sempre esteve mais perto da vida, que não a humana. E bastou poucos passos para começar a tornar real esta rotina, de sofisticá-la, de dar-lhe forma e razão para existir. A mudança veio lenta, mas quando chegou, nada mais foi do que o tornar comportamento uma certeza de pensamento. 

Mas quem tem outras prioridades de vida, um porco se transformará em bacon. Seu coração é fraco e de um vermelho escuro, sangra pouco, pois prefere o sangue dos outros.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A metáfora da corrida com obstáculos para explicar sobre a expressão exponencial de um comportamento pré disposto



Todos em suas marcas, por este pequeno espaço e tempo, deverão ultrapassar os obstáculos e chegar na linha de chegada. O comportamento depende do ambiente assim como o ator depende do cenário. Uma nação relativamente pacífica (se comparada a um nível ideal de paz ...e muito pacífica para níveis humanos, isto é, não- ideais) como o Japão, lançou milhões de seus homens para fazer carnificinas por toda a Ásia, muitos deles que não eram mais do que jovens  pacatos na flor da idade esperando por suas esposas prometidas e algum emprego dentro do sistema social imperial, não apenas aceitaram tal desafio como também a ponto de se transformarem em seres sem qualquer piedade pela vida alheia especialmente  de outro país. E claro que existem soldados e soldados. Mas todos ou quase todos se convencem (ou são convencidos ) a matar homens de outra tribo ou comarca e o fazem.

Alguns comportamentos/engajamentos serão mais fáceis de serem desenvolvidos por uma grande gama de pessoas enquanto que outros serão muito mais difíceis, possivelmente por causa, tanto de sua própria natureza excepcional e isso tende a reverberar também em uma raridade demográfica ou proporcional.

Todos nós temos limites, de reciprocidade, tolerância e rejeição, para todos os tipos de potencial comportamental. 

Apenas pegue um ou "este" grupo de jovens corredores e os coloquem na frente de um rapaz homossexual e lhes digam para praticarem sexo com ele, um a um. Cada um caminhará para responder a este "DESAFIO" de maneira distinta especialmente se forem mais diversos entre si. Qualquer maior excitação em relação a esta proposta "indecente" já se consistirá em uma tendência, forte, ''de nascença'' OU, ainda que, mais forte que a de um heterossexual médio, dependerá de mais estímulos ambientais para que possa se tornar fixa/constante/mecânica (rotina internalizada). Nos diferenciamos enquanto níveis, onde que por razões, hormonais, mentais ou mesmo, relativamente ambientais (associação por gratificação), alguns ultrapassarão todas as "barreiras naturais" e chegarão na linha de chegada e claro que será relativo quem será o vencedor ou o perdedor. Temos um espectro de disposições comportamentais de mesma natureza, como as muitas gradações da cor azul, em que para alguns  haverá uma clara tendência para o engajamento neste comportamento enquanto que para outros será o exato oposto ou de intensidade fraca.

Recíproco (alta hereditariedade e naturalidade expressiva ) , tolerável ( média) ou repulsivo (baixa a negativa). 

Esta metáfora se junta as duas que usei para explicar sobre o comportamento como a metáfora dos elásticos e dos objetos que bóiam ou afundam quando são colocados dentro de um recipiente com água. 

Comportamentos agudamente recíprocos revelam disposições explícitas ou difíceis de serem controladas, predisposições que poderiam ser consideradas como "fraquezas" ou "vícios" e claro que dependerá enormemente da natureza e dos riscos ou vantagens que podem oferecer. Tudo é vício e o primeiro vício de todos é o de viver. Vivemos sem ter realmente a noção instintiva do porquê. O fazemos porque não temos a mais remota ideia do que nos aguarda ou não depois deste curto período de consciência. Os vícios são manifestações extremas de um espectro de gratificação, a associação de um certo comportamento/engajamento enquanto uma "coisa boa" a se fazer. Desde fumar até  crer em uma ideologia/religião. O vício é a repetição desequilibrada enquanto que o hábito é a repetição/rotina equilibrada, mas "também' um vício. Fumar um pouco versus fumar sem parar. Ninguém nasce com genes para fumar mas com uma certa suscetibilidade ou vulnerabilidade para se engajar neste tipo de gratificação  com um excesso em sua constância repetitiva e exponencialmente desgastante e desde que existam indústrias alimentando esta disposição ou vulnerabilidade. Claro que ser mais recíproco/ vulnerável estará querendo indicar por exemplo, detalhes biológicos como um maior apreço pelo cheiro do cigarro, similar ao apreço por alimentos doces ou azedos ou tolerância para alimentos apimentados por exemplo, tudo isso que reverbera em disposições de caráter físico.

Estamos todos enquanto sobreposições de camadas comportamentais em que uma suscetibilidade ou vulnerabilidade poderá se sobrepor ( e é possível concluir precocemente que seja uma situação muito comum) a outra ou mesmo amalgamarem-se entre si a ponto disto resultar num certo equilíbrio. Todo comportamento, mais uma metáfora, é como uma balança de peso, só que as suscetibilidades variarão a nível individual e de grupo, de acordo com a natureza/peso  da balança e dos "objetos/desafios transcendentais" que "são colocados para serem pesados". A minha balança comportamental para homossexualidade por exemplo pesa muito para este lado, mostrando que nesta metáfora o peso dela será maior do que o seu oposto dualista. O comportamento homossexual é dominante pra mim.

São muitos os exemplos a serem usados. Por exemplo. Sabemos que a maioria da população, ao menos em um pais como o Brasil é corruptível. Isto é, se colocados no poder apresentarão grandes chances de cometerem atos ilícitos seja em prol de seus familiares ou de si próprios. Dentro desta população haverá claramente uma variação de vulnerabilidade, escusado será dizer que mesmo sem ocupar posições de poder, muitos brasileiros já praticam constantes atos ilícitos.

O fato de um comportamento depender mais das intempéries ambientais do que outro para um individuo hipotético não significa que este seja desprovido de uma base natural ou bio-lógica, todos os traços comportamentais são intrínsecos ao ser. O que se diferenciam é na intensidade de suas expressões. Para alguns indivíduos, certos traços podem ser estimulados, até um certo limite, enquanto que para outros o mesmo comportamento já será naturalmente auto-estimulável. Também é evidente que existirão aqueles que serão praticamente imunes a certos tipos de comportamento.

Por que a maioria das pessoas mais inteligentes, a partir de critérios de qi ou psicométricos mas também em outros métodos de avaliação como as múltiplas inteligências (inteligências que estão mais relacionadas com o intelecto... Neste caso excluindo principalmente a corporal sinestésica) tendem a serem menos sociais??? E como que este déficit relativo pode ecoar enquanto compensação em outros aspectos como um maior engajamento em atividades intelectuais/ científicas?!

A expressão exponencial de um comportamento dependerá da natureza do ser, sua "durabilidade", do "comportamento" que está sendo avaliado, e das condições ou circunstâncias da área de convivência, mas quanto maior for a intensidade deste comportamento mais provável de se consistir em uma predominância espontânea do próprio ser em sua expressão, novamente, lhe virá tão natural que dificilmente não será expressado. Nem de cultura necessitará, só que se manifestará sem a sofisticação da mesma, em um estado hiper-cru.

Alguns nascem com grande suscetibilidade/vulnerabilidade para o comportamento homossexual, que sugere uma predominância de características biológicas que contribuem para esta tendência, outros nascem com alguma tendência que pode ser mediada pelas circunstâncias até ao extremo oposto deste espectro em que haverá uma natural repulsa pelo ato ainda que seja provável sugerir que os extremos serão mais raros e que dependendo do grau de necessidade, a maioria dos homens poderão ser coagidos ao menos enquanto "ativos" a praticar este tipo de comportamento. Alguns homossexuais apresentam virtual  inexistência de interesse sexual em relação ao sexo oposto enquanto que muitos outros serão tolerantes a prática heterossexual, que não condiz com a sua normalidade de constância comportamental sexual ativa ou literal

 (relativamente diferente dos aspectos psicológicos) mas não será completamente repelido. 

Novamente outro exemplo, alguns indivíduos podem se acostumar ao gosto/sabor da pimenta enquanto que outros serão alérgicos ao tempero. E claro que teremos entre o espectro uma grande diversidade de tolerância a pimenta, desde os que conseguem gostar mas sem qualquer preferência até os que serão quase alérgicos. E isto se aplica em todos os comportamentos/predileções humanos e não-humanos.

Novamente retomando a metáfora da corrida de obstáculos. Por exemplo em relação ao gênio, em termos de criatividade a maioria das pessoas acabarão caindo em algum obstáculo logo no início da corrida enquanto que o gênio conseguirá suplantar todos eles com agilidade e será o campeão (e continuará correndo como o Forrest Gump...)


A expressão comportamental pode ser exponencial e se tornar um vício, o genio parece ser um deles, que no entanto, será mais como um hábito do que algo que faça muito mal a saúde.

As barreiras de uma típica corrida de obstáculos funcionarão como freios naturais ou intrínsecos, isto é, que são oriundos do próprio ser, assim como também circunstanciais. Por exemplo, numa sociedade sem bebidas, presume-se que não haverão alcóolatras. Isto se a irritação natural que parece provocar muitos vícios não encontre ''alternativas locais'' para sanar a sede por álcool.

sábado, 28 de novembro de 2015

O pensamento racional (destituído do pensamento sábio ou completo) e a paralisia em relação à dinâmica da dominação e submissão social




Por que ''algumas'' pessoas 'muito'' inteligentes podem ser tão ingênuas** 

Um exemplo pessoal


Reciprocidade empático-racional mecânica


''eles vão parar de conversar alto e de brincar''

......

Eu não vou revelar muito sobre meu cotidiano, é claro, mas irei pincelar de leve um pouco do que vivo para que possa usar este exemplo de vivência pessoal neste texto. Em minha casa, são dadas aulas particulares e um grupo de colegas adolescentes, dia sim, dia não, tem ido para a cozinha, bem ao lado da sala de estar, para estudarem para as provas finais do colégio ou então para o vestibular. 

Estes adolescentes, tal como bons exemplares de sua espécie, são faladores quase compulsivos e muitas vezes ultrapassam o BOM SENSO ou ATITUDE RACIONAL em relação ao volume da conversa.

Pessoas mais racionais ou que estão sendo menos influenciadas pelos hormônios principalmente nesta fase complicada da vida, aprenderiam ao longo do tempo a reduzir o volume da voz, nesta ou em outra situação similar que exigisse esta tomada de atitude

É problemático para os mais racionais (que necessariamente não quer indicar sabedoria ou a sua expressão completa) ter de repetir a mesma coisa, várias vezes, até que os outros (da situação) possam acatar os seus conselhos ou pedidos.

Pois bem, agora o exemplo de vivência pessoal. Me sinto mal em ter de pedir educadamente (ou não), todos os dias, para que o grupelho de adolescentes que vem estudar na cozinha de minha casa converse baixinho, por duas razões, primeiro, a timidez (e medo que falem mal de mim pelas costas), segundo, a obviedade racional (isto é, parar de agir errado ou estupidamente) e terceiro a expectativa para reciprocidade empático-racional mecânica

É recíproco ou espera-se que seja porque se idealiza que, racionalmente falando, o outro entenda que não há melhor solução além da que tiver sido (gentilmente) proposta.

É empático porque se consiste em uma abordagem retida em confiança e busca pela harmonização do ambiente de interação social. 

E é mecânico porque vem de maneira natural e para a maioria daqueles que forem mais racionais, neste sentido, também será natural acreditar que... uma hora ou outra...o outro caia em si e retribua coerentemente ao pedido ou atitude, isto é, que a recíproca seja verdadeira.

Analogia com a situação atual da Europa deste início de ''século XXI''.

Estamos vendo milhares de pessoas na Europa gentilmente se organizando para ''receber'' os ''refugiados'' dos conflitos (propositalmente criados) no Oriente Médio porque:

- é o racional a se fazer, ''se somos todos iguais'', ''a cultura é o que mais influencia no comportamento'', ''eles não tem pra onde ir, nosso país é rico e pode oferecer um local para que possam se -restabelecer-'', '' a ''Europa'' é em boa parte, culpada pelos conflitos'', ''outros países já receberam milhares de ''refugiados'' '',

- é o empático a se fazer porque ''eu poderia estar no lugar deles'', ''eles são pobres e vulneráveis'', ''somos todos iguais, humanos e irmãos'' (amem irmão! ;) )...

Então depois de muito pedir com gentileza para que parassem de conversar em voz alta, eu praticamente desisti de continuar a tomar esta atitude com a relativa constância/consistência de antes. Mas ainda continuo acreditando que eles irão em um belo dia se conter por conta própria. Esta ''falsa esperança'' de que mais cedo ou mais tarde ''as pessoas cairão em si'' e modificarão seus comportamentos inapropriados é compartilhada com grande inconsciência por muitas outras pessoas, que não são sábias. 

Eles querem que os ''refugiados'' venham para a Europa e que retribuam esta 'gentileza'' ou melhor, ''obrigatoriedade moral'. Só que a maioria dos ''refugiados'' não vão ser empática-racionalmente recíprocos. 

O pensamento puramente racional não será completo como o pensamento sábio, principalmente porque neutralizará a dedução (lógico) instintiva, essencial para farejar psicopatas.

Os europeus que forem mais orientados por suas emoções, agirão ''semi-instintivamente'', compartilhando o seu ego, ou empatia primária e esperando a reciprocidade, não importa de que magnitude e em que momento. Mesmo a mais desapegada das ações ainda será feita na espera ou expectativa por uma reciprocidade mais coerente. Os europeus que forem mais racionalmente orientados, por sua vez, agirão exatamente como eu, na situação pessoal relatada, isto é, farão aquilo que gostariam que fizessem por eles além das racionalizações unilaterais e superficiais exemplificadas acima.




O pensamento racional será paralisante dentro de um contexto em que emoção e instinto também forem muito importantes. É completamente racional ser generoso/bondoso, mas desprezando a natureza humana, também será suicida e futuramente ruim porque ao se desprezar o mal, lhe será conivente e colaborador a longo prazo.






quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Malcolm e a metáfora dos elásticos...



''10 mil horas'' de alegria/naturalidade/motivação intrínseca e não de esforço artificial.


O best seller Outliers, ''fora de série'', do escritor britânico Malcolm Gladwell parece ser muito interessante. Nunca o li e nem tive vontade de comprá-lo porque sei que a premissa fundamental deste livro está predominantemente equivocada. Mas ainda assim se consiste em uma excelente fonte de análise e possível escrutínio, educado, ponderado e necessário, porque suas ideias estão diretamente relacionadas com um dos maiores e mais polêmicos assuntos da modernidade, a dicotomia ''genes x ambiente''.


Gladwell defende a ideia de que o que define o ''gênio'' é fundamentalmente a sua disposição para a prática deliberada e constante de certa tarefa, como estudar matemática ou treinar basquete. A perfeição leva à prática. Ele acertou parcialmente. De fato, quanto mais nos esforçamos para realizar uma determinada tarefa, pela lógica, mais perfeitos, nos tornaremos em sua realização. Isto é, na repetição desta tarefa, por causa da memorização.


No entanto, não será todo mundo que conseguirá se tornar excepcional em qualquer tarefa, na verdade, a maioria das pessoas não serão capazes, nem por esforço deliberado, de atingir ao nível de gênio.


Você pode decorar todas as fórmulas de física e dependendo de sua capacidade de raciocínio, até mesmo se tornar capaz de aplicá-las corretamente. Mas se você não tiver uma disposição cognitiva natural para realizar esta ação, então todo o seu esforço resultará apenas na memorização por repetição e nada mais. ''Você'' pode mudar seus hábitos cotidianos e deixar de fazer certas coisas que fazia antes e com certeza isso terá um impacto na perfeição com que conseguirá memorizar aquilo que se predispôs a fazer. Mas ainda não será suficiente para atingir a um nível de gênio, especialmente se não for um, em qualquer área, ou na área em que decidiu se esforçar.


Também é importante separar as atividades em categorias, mas no final das contas, todas elas serão permeadas por variáveis ou influências universais. São elas

- disposição natural (fisiológica+cognitiva) para praticá-la,

- nível de talento natural (dom) em relação a certa atividade, que poderá fazê-lo: esforçado, talentoso ou/a genial,


- exposição precoce à atividade (especialmente àquelas que exigem o acompanhamento de invenções humanas como instrumentos musicais para que possa ser realizada).



Reciprocidade


Apenas escravos (e estudantes) que são forçados a fazer aquilo que não querem, a todo momento e de maneira imperiosa. A maioria dos ''semi-escravos'' da modernidade, ainda que tenham de prestar serviço ao sistema que os sustenta e os explora, gostam de fazer atividades dos quais possam estabelecer uma relação natural de reciprocidade empática. Tudo aquilo que se faz muito bem é quase sempre fruto de reciprocidade empática, isto é, gostar de praticá-lo. Se não gosta de certa atividade e for irredutível quanto a isso, então será muito provável que não conseguirá praticá-la e conseguir chegar a um nível de excelência. 

Dentro deste espectro ainda haverá a tolerância ou tolerabilidade, a capacidade de se tolerar e no contexto deste texto, de se tolerar quanto à realização de uma determinada atividade que não será muito querida de ser realizada, tal como costuma acontecer com a maioria das profissões que são de natureza burocrática. Da tolerância, sairemos da zona de conforto em direção à zona de desconforto, onde que nossos respectivos sistemas mente-corpo sinalizarão com frequência quanto à incapacidade de ao menos tolerarmos certa situação ou atividade.

A grande, se não, imensa maioria das pessoas que são muito boas em matemática, gostam de estudá-la e de praticá-la naturalmente, desde cedo, ou desde quando deixam de lado qualquer tipo de preconceito quanto à matéria/conhecimento e descobrem algum talento maior do que o imaginado/esperado. Mesmo aqueles que não estão ao nível do talento, ''ainda'' precisarão apresentar disposições comportamentais que possam corroborar em reciprocidade comportamental empática. E isso se aplica a todas as outras atividades humanas. Deve sempre haver uma disposição, todo desenvolvimento tem uma faísca/ um início, uma origem. E a origem de todas as capacidades são genéticas, dependem de nós para que possam ser praticadas e desenvolvidas. E isso se aplica a toda atividade humana, assim como também a todas as outras espécies. A faísca que nos motiva a praticar certa atividade, não pode ser apenas o resultado de uma combinação de variáveis ambientais, mas principalmente de uma disposição oriunda de nós mesmos, que nos torna ''viciados'' ou nem tanto para dedicar parte de nosso tempo em sua prática.

A motivação intrínseca é um termo que cunhei, ainda quando escrevia o blogue Santoculto, e se delineia com base na disposição natural, instintiva ou genética para a prática de certo comportamento. Nada daquilo que fazemos, surge do nada ou de ''variáveis ambientais'', mas de nós mesmos, isto é, principia-se. O que diferencia uma atividade da outra, é a que nível de intimidade bio-cognitiva/comportamental (naturalidade) ela se encontrará em relação a nós. Com certeza que para um gênio da matemática, haverá grande intimidade entre este conhecimento em particular e suas disposições/naturalidades cognitivas.

Motivação intrínseca é sinônimo de alegria

Tudo aquilo que fazemos com gosto, que gostamos de praticar, será fruto de disposições naturais ou motivações intrínsecas, que nós apenas expressamos por meio de sua prática deliberada. Quanto maior for a motivação intrínseca, mais íntima ela se tornará em relação ao ser e mais naturalmente praticada será.

A genialidade é natural, se manifesta sem quase nenhum esforço, para a maioria dos gênios. A ideia de que a transpiração seja muito mais importante do que a inspiração para se chegar ao nível de gênio é muito mais provável de se consistir em um mito do que em realidade. A transpiração é um produto direto da inspiração, tal como a faísca é o produto direto do fogo. A inspiração é fundamental, força motivadora para se debruçar sob certa atividade.

Gladwell dentre outros behavioristas, estão parcialmente corretos quanto aos seus pressupostos, ao enfatizarem que a prática seja muito importante para se chegar ao ápice, especialmente em relação ao talento

No entanto, eles parecem partir de cenários específicos em que uma pessoa qualquer, ''do nada'' ou, influenciada pelo meio em que está, começa a praticar certa atividade e depois de tanta repetição e dedicação, se torna uma especialista na mesma. 

Novamente, se não há motivação intrínseca, então não haverá qualquer impulso para a prática. Deve haver uma razão, mas geralmente, a razão se localizará na essência de cada um, especialmente se for muito forte, irresistível e prazerosa, tal como acontece quando se está ao nível do gênio. É tão natural, divertido, que é praticamente impossível evitá-la.

Por isso que a motivação intrínseca, dentro do limite de reciprocidade empática, pode ser considerada como sinônimo de alegria vital, visto que é natural e prazerosa de ser praticada. O gênio, em sua grande maioria (talvez ''unânime maioria''), se dedicará totalmente ao seu objeto de alegria/estudo/realização, não apenas/fundamentalmente por causa de ''condições ambientais favoráveis'' ou por ''prática deliberada'', que não é a causa mas um dos efeitos da genialidade, mas porque lhe será muito natural e divertido de fazê-lo, isto é, inato. Pensar e criar para o gênio é o equivalente ao voar dos pássaros. 


O gênio e o talentoso


O gênio está a um nível a mais de naturalidade do que em relação ao talentoso. O talentoso precisa praticar para atingir o seu ápice e emular certas particularidades do gênio, enquanto que este apenas vive o seu dom, aumentando abruptamente a sua chance de transcender o conhecimento que tem intensa intimidade e empatia.

Ainda vale ressaltar que toda a panaceia de conhecimentos e atividades humanas são sofisticações de disposições cognitivas já existentes, como a matemática, a linguagem, a política ou a organização social, a filosofia... e mesmo os esportes ou a música. 

Todas as atividades humanas podem ser retrocedidas às suas origens naturais/animais como por exemplo a música em relação ao acasalamento, a política em relação à organização social do ambiente de vivência. Todas essas atividades terão seus homólogos em outras espécies, como a engenharia e arquitetura estão para a teia de aranha ou às colônias de formigas. Menos o pensamento reflexivo, derivado da autoconsciência alargada, que se consiste em uma característica unicamente humana.


Novamente a metáfora dos elásticos e do peso dos objetos dentro de uma piscina


Elásticos maiores tendem a ser mais flexíveis, esticáveis, do que os elásticos menores. E isso pode ser usado como metáfora para as nossas disposições comportamentais ou motivações intrínsecas, isto é, que estão intrinsecamente relacionadas a nós, em termos de essência/biologia. Elásticos maiores representam nossas forças cognitivas ou comportamentais, aquilo que temos mais potencial para ''ser esticado'', enquanto que os elásticos menores representam, por lógica figurativa, nossas fraquezas, aquilo que não temos grande potencial para ser desenvolvido. O elástico pode e deve ser comparado à capacidade e disposição (naturalidade) para acumular uma grande quantidade e qualidade de conhecimentos que se fará convergente entre os tipos mais cognitivamente inteligentes e divergente entre os mais criativos, isto é, os primeiros tem ''maiores elásticos'' (disposição cerebral) para acumular conhecimentos já existentes enquanto que os mais (verbalmente) criativos serão muito mais propensos a acumular ''seus próprios insights criativos'', seu ''próprio conhecimento'' ou criações.

Eu já escrevi alguns textos no meu antigo blogue sobre o assunto usando também a metáfora do peso dos objetos que são colocados na água, se podem ou não afundar dentro de um recipiente ou de uma piscina. Nesta metáfora eu tentei mostrar que tudo aquilo que nos for muito natural de ser praticado, poderá ser relacionado com os objetos que não afundam e que aparecerão boiando na superfície. A expressão ou externalização será constante ou natural. Por exemplo, a capacidade matemática (lógico-dedutiva) de alguém que é muito bom nesta matéria. Outros comportamentos serão meio termo em termos de naturalidade em sua expressão, e o esforço poderá fazê-los emergir à superfície ou a se externalizarem, no entanto que poderá ser apenas artificial e temporário.

A naturalidade exige pouco esforço, obviamente, porque elásticos maiores são mais fáceis de serem esticados em relação aos menores. Maior o esforço concentrado, menor será a naturalidade ou o grau inato de certo comportamento ou habilidade. Tudo aquilo que é natural, obviamente que virá com naturalidade. Neste caso é importante separar o esforço da constância ativa

Eu, por exemplo, faço pouco esforço para escrever e ter ideias e no entanto, quanto mais tempo eu tenho acumulado no escrutínio dos meus objetos de fixação intelectual, mais insights eu tenho tido sobre eles. 

A metáfora dos objetos na piscina ou em qualquer recipiente com água, se refere ao grau de constância expressiva/externalizada dos comportamentos. Ambos são exemplos metafóricos para o mesmo fenômeno, a natureza intrínseca de todos os nossos comportamentos, forças, ''meio termo'' e vulnerabilidades. Os elásticos se referem ao potencial enquanto que a metáfora dos objetos na piscina/recipiente se refere ao grau de hereditariedade.

Malcom Gladwell está certo ao dizer que pela prática, pode-se chegar à ''perfeição'', da ''decoreba'', especialmente. De fato, nós, os ''outsiders'' ou ''outliers'', gostamos de dedicar boa parte de nosso tempo em nossos afazeres que mais nos agradam, no meu caso, escrever textos para este blogue, ter ideias, experimentá-las, pensar profundamente sobre tudo aquilo que é mais fácil de ser entendido, estar sempre analisando o mundo. Isto se consiste em uma atração mútua, a recíproca é sempre verdadeira. Talvez eu gaste muitas horas por dia ''pensando'' sobre os meus interesses de fixação e isso contribua para alimentar, melhorar o meu conhecimento sobre eles, mas também para persistir enquanto que a maioria já teria desistido.

Outras características também são muito importantes como a disposição para independência de pensamento, tentar entender sem buscar por subterfúgios habituais da modernidade, sem querer insinuar que eu despreze aquilo que os outros pensadores tem escrito ou que já escreveram, mas é que eu tenho grande ''dificuldade'' de principiar por minhas investigações sobre a fenomenologia, partindo de trabalhos alheios. Eu apenas obedeço à minha naturalidade cognitiva, que é independente, isto é, busca sempre pela originalidade, a análise crítica com base no meu próprio estilo de pensar e produzir ideias.