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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Lembranças

 Lembranças em cada esquina desta cidadezinha que odeio e amo tanto. Amo as sombras do meu passado que só eu posso ver. De chuvas, manhãs e dias nublados ou ensolarados, que só eu posso escutar, com a alma silenciosa, sentindo saudades de tudo o que já fui e que continuo deixando de ser, todo dia. Eu continuo sonhando a realidade. Tentando ser o mais humano; ser uma régua em um mundo incompreensível e, ao mesmo tempo, tão simples. O Tempo é sempre tão simples...


Lembranças em cada rua desta cidadezinha que odeio e amo tanto. De quando passo em frente ou do lado da escola em que estudei. Teve um dia, numa caminhada, que reparei nas janelas das salas de cima. Pensei que eu já fui feliz e infeliz ali. Que eu já preenchi minha vida com a ilusão de uma escola. Pois eu continuo preenchendo-a com ilusões, distrações deste Tempo tão impossível e cruel...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O tempo de minha vida



A vida passa dolorosamente lenta e intensa pra mim. E ainda mais em um contexto altamente irracional, tal sensação faz-se mais espinhenta do que em condições perfeitas de temperatura e pressão humanas. O jogo entre as circunstâncias e eu é totalmente justo e honesto. Da maneira com que os fatos se desenrolam diante de mim eu reajo e de maneira honesta não apenas com os meus sentimentos recíprocos mas também em relação a realidade em suas nuances mais precisas. Se me indigno é porque tenho razões pra la de racionais para agir deste jeito. Se estou feliz é porque a vida está sorrindo pra mim nos seus mínimos detalhes. Eu sou o verdadeiro termômetro da verdade em sua totalidade, a partir de minha perspectiva vital. Eu a percebo, exalo,me expresso pelo seu comportar. Meus olhos vestem de verdade cada informação e quanto mais eu costuro mais percepções se aderem a essas roupas, dando-lhe desenhos, cores e arremedos novos. De um simples pano, eu a transformo num belo vestido, e quanto mais complexidade, mais simples se torna, se quanto mais detalhes verídicos mais fácil será a verdade em nossa escala, se se percebe mais relações aumentam as respostas rente ao batalhão infinito de perguntas.

O meu cérebro e minha mente, minha consciência expandida, fazem dos meus dias solstícios de verão, onde o sol se põe mais tarde que lhe é de hábito, a cada despertar.  Apesar de minha ensolarada vida, eu preciso da chuva para lavar minha alma e me lembrar o que eu sei o que sou e que  nunca será o suficiente, apenas se fosse a totalidade da existência mas sou apenas uma única célula dentro de seu corpanzil fenomenológico, que é fenomenal e que se sustenta, por agora. 

Quando eu era criança ficava vendo as horas do relógio passarem, ansioso por ver o movimento do tempo a carregar-me apressado pelo colo. Eu sou ajustado a realidade em tempo real mas justamente por não conhece-la em sua franca totalidade, não sou idealmente conformado dentro desta forma, o espelho sincero daquilo que se vê pelos olhos, se sente com a alma, se respira pelo espírito e se toca pelo anseio de uma proposta, de uma razão. Ou eu sou um sujeito sortudo ou o mais sem sorte. Ou minha vanguarda me presenteará com a segurança de doces respostas finais ou me tirarão este bendito vício de viver, se nunca estarei saciado, jogando-me no esquecimento da grandeza, como mais uma estrela morta a ecoar suas cores a muito inexistentes. Somos som, mesmo o vazio do silêncio, se um extremo tem um ínfimo do outro em si, somos as cores da luz, se a morte pode ter um pouco de vida e renascer de suas cinzas, num bater de asas, numa realidade que só é plana aos olhos mortais. 
Eu vivo suspenso no espaço e tempo, passado, presente e futuro se condensam, eu celebro vivos e mortos, temo pelo futuro mas o aguardo imenso, nesta chama a sempre queimar meu coração, o fogo em mim é mais forte, pode dar-me calor quando o frio me encobre, pode esquentar além da necessidade, quando a raiva explode. Somos todos energias queimando em desespero, eu sou mais intenso neste ritmo e em qualidade, mas pra quê??