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domingo, 6 de abril de 2025

De maneira ainda mais direta: sobre a relação antagônica entre capitalismo e meritocracia

 Mérito ideal: cada um é recompensado pelo quanto que contribui a uma sociedade (excetuando indivíduos que não podem contribuir por alguma razão de saúde). 


Impedimento corrente: capitalismo, porque, nesse sistema socioeconômico, a maioria daqueles que são mais recompensados não são, individual e proporcionalmente, aqueles que mais contribuem à sociedade. 

Pois, pelo mérito ideal, não seria possível a existência de super ricos e super pobres, porque a maioria das pessoas, individual e proporcionalmente, contribuem de maneira mais modesta à sociedade ou comunidade em que vivem. Mesmo os indivíduos que são excepcionalmente pró-ativos, que delegam uma desproporção de contribuições positivas (em um sentido verdadeiro ou objetivo-imparcial/racional), ainda não seriam recompensados ao mesmo nível extremo que os ultrarricos do passado e de nossa era. Então, o que torna possível essa falsa "matemática", de proporções muito exageradas, é a ficção monetária, em que, por sua fantasia, "se torna possível" multiplicar ganhos (imaginários) até à estratosfera. Se, por uma matemática proporcional, fincada no "mundo dos reais", uma sociedade idealmente meritocrática se aproximaria do ideal de sociedade socialista ou comunista, pelo menos em relação à sua ênfase na igualdade social. Como conclusão, não seria equivocado pensar que a ficção monetária tem sido usada como o meio mais importante de acúmulo exponencial de poder, até como maneira de impor uma ideologia, estruturada em uma hierarquia de símbolos, em que indivíduos comuns são doutrinados a aceitar sua condição de subalternidade e a tratar como realidade concreta essa distância forjada entre ele e o topo da pirâmide social, como se fosse fisicamente inalcançável. Portanto, o sistema capitalista parece maximizar essa tendência muito humana de tratar símbolos como elementos concretos ou dimensões reais. 

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