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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Breve problemática sobre a esquerda social-democrática ou liberal

A luta contra o capitalismo tem sido totalmente eclipsada pela luta contra o racismo.

Agora, os burgueses ricos não são mais os maiores responsáveis pelas desigualdades sociais sociais, e sim os brancos... (??)

Percebam que as "elites" neoliberais compraram essas ideias, já que lhes é muito conveniente tirar o foco ou a responsabilidade de si mesmas e direcioná-lo para outros grupos, criando "bodes expiatórios"...

Mas será que é o certo a se fazer??

Claro que não porque a luta mais importante tem sido substituída por lutas menores e, pior, alienadas entre si. É como se um exército, ao invés de lutar unido, lutasse separado por categorias. Assim, ao invés de um inimigo e um objetivo em comum, passaria a ter vários inimigos e objetivos diferentes.

As pautas identitárias deveriam somar e não dividir. Por isso que têm funcionado tão bem para desarticular e desestabilizar as frentes progressistas.

 A esquerda liberal pensa que está domesticando o capitalismo, mas o oposto está acontecendo, pois tem sido absorvida, acomodada e usada como um meio para atender aos seus fins, o globalismo, em que as pautas identitárias são aplicadas, não em prol mas contra a humanidade, visando escravizá-la, destruindo lentamente nações e culturas para a construção de uma civilização global sob o comando estadunidense. O problema não seria exatamente uma civilização global, até porque, com a evolução tecnológica, especialmente dos meios de transporte, é esperado que, ao longo do tempo, nos tornemos mais e mais conectados e, portanto, mais culturalmente homogêneos, mas de ser baseada em mentiras e com más intenções.


É possível combater as desigualdades sociais e raciais ao mesmo tempo. É possível combater os desmandos e os caprichos do capitalismo e do conservadorismo ao mesmo tempo. Por isso que seria muito importante reconhecer que não existe luta separada. Porém, a partir da hegemonia das pautas identitárias sobre as trabalhistas, ao invés do combate a todas as injustiças, tem ocorrido a substituição de uma injustiça por outra.

Os exemplos mais notáveis, atualmente, são o sistema de cotas e o multiculturalismo que, além de não resolverem os problemas sociais, ainda provocam novos.

No caso das cotas raciais para o serviço público, além de discriminarem brancos pobres, também não contemplam a maioria das populações visadas, já que apenas uma minoria delas que consegue passar em concursos ou entrar na universidade, e o mesmo para a população branca. E não por terem sido privadas de uma "educação de qualidade", mas porque apresentam inclinação, potencial ou mesmo vontade de trabalhar em certas profissões que acabam por estar entre as menos rentosas. 

Enquanto isso, a discussão mais importante, que está diretamente relacionada com as desigualdades sociais causadas pelo sistema capitalista, sequer é abordada.

Então, por que ao invés do estabelecimento de sistemas de cotas com critérios anti-meritórios, como a raça, não lutamos pelo fim das desigualdades salariais exorbitantes entre as profissões??

Afinal, essa luta alcançaria a todos que têm sido injustiçados...

Os equívocos da esquerda liberal não param por aí. O seu incentivo a um multiculturalismo sem controle, especialmente para os países desenvolvidos de maioria branca, é outro exemplo de estratégia tola que tem adotado para, supostamente, combater o racismo, as desigualdades sociais globais e o envelhecimento demográfico. Primeiro que, ao incentivar a imigração massiva de povos com culturas e feições distintas para esses países, inevitavelmente tem contribuído para aumentar, ao invés de diminuir o racismo, e ainda por cima fortalecendo politicamente a extrema direita. Em relação às desigualdades globais, mesmo se muitos milhões de africanos, por exemplo, migrassem para a Europa, ainda haveriam muitos outros milhões que permaneceriam na África, vivendo em condições precárias.

Mas, não seria melhor se lutassem por uma política internacional baseada na ajuda ou solidariedade aos países subdesenvolvidos do que deixar que continuem a ser sabotados ou mantidos economicamente dependentes e pobres??

De grande preferência, ajudá-los a se "desenvolver" de maneira ecologicamente correta... aliás, buscando adotar a mesma política para si mesmos.

Assim, o número de imigrantes e refugiados é provável que diminuiria bastante porque a maioria não teria mais razão para sair de suas terras natais...

Mesmo que a imigração em massa consiga diminuir o ritmo do envelhecimento demográfico, não significa que irá solucioná-lo, porque, a longo prazo, com a população nativa  apresentando taxas de fecundidade muito abaixo do limite mínimo de reposição, apenas uma quantidade muito grande de estrangeiros para estancar essa sangria (sem falar que muitos deles, ao longo do tempo, também ajustariam as suas taxas de fecundidade aos níveis locais).

Mas, a que custo??

Imagine uma Itália em que a maioria dos habitantes têm olhos puxados, pele escura e/ou sobrenomes não-italianos?? Será que continuaria sendo Itália?? Será que vale a pena destruir uma cultura e um povo apenas para "salvar a economia" ou "combater o racismo"?? Isso não seria o mesmo que genocídio??

A esquerda liberal parece estar tão obcecada em "combater" o que ela livremente chama de racismo, alargando artificialmente o seu conceito e, ao mesmo tempo, negando a existência de racismo legítimo contra brancos, que tem se esquecido de buscar entender os motivos para as baixas taxas de fecundidade especialmente dos 'nativos" dos países desenvolvidos, e também de outros países, incluindo o Brasil, até para pensar nas melhores soluções para este problema.

Pois se saíssem um pouco de suas bolhas de militância ou conformidade ideológica e se prestassem a isso, perceberiam que, na grande maioria das vezes, a culpa é da exploração capitalista, da sanha dos mais privilegiados em querer lucrar acima do bem estar coletivo.

Não estou querendo incentivar que casais heterossexuais, principalmente nos países "desenvolvidos', tenham o mesmo número de filhos que os seus bisavós, até porque a população humana precisa parar de crescer. Mas que, se existe um interesse entre eles em ter, em média, dois filhos, que sejam atendidos. Ah, e não conseguirão alcançar esse objetivo com a perpetuação de um custo de vida artificialmente elevado nas áreas urbanas, ok?

Claro que não comentei sobre todos os equívocos crassos cometidos pela esquerda liberal ou social-democrática, nem entrei em detalhes sobre o seu relativo sucesso, especialmente na Escandinávia, em que, primeiro, foram as pautas trabalhistas que ganharam maior destaque para, então, as identitárias se tornarem dominantes e... começarem a azedar suas conquistas (??), mas, não preciso repetir que isso só tem diminuído a sua popularidade/credibilidade perante amplos setores da população, preciso??

quinta-feira, 15 de julho de 2021

O vestibular discrimina pessoas com perfis cognitivos assimétricos ou ''especialistas''

 




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Lá vou eu, de novo, na iminência de prestá-lo, depois de já ter me formado em geografia uns seis anos atrás. Agora, devo tentar para psicologia. Mais um desafio para o qual estou sendo empurrado.


E lá vou eu


"ESTUDAR"


Que todos entendem como


DECORAR A MATÉRIA DA PROVA


Logo eu, que estudo todo santo dia, porque penso, observo, analiso, tenho ideias, pensamentos, escrevo, apago, erro, acerto, duvido de mim mesmo, aprendo e reaprendo.


Sei que memorizar é parte do aprendizado. Mas decorar não, se é superficial, extrínseco aos desejos, à vontade genuína de aprender.


Eu sei que o meu desempenho não tem sido igual nas matérias escolares, que tenho tido facilidade para aprender geografia, história... e o exato oposto nas exatas.


E que isso é "normal".


Que não é uma falha minha, se não pedi para nascer assim. Se não há nada de errado em ser assim. Desculpe, mas eu não sou o único com "dificuldades de aprendizagem", aliás ninguém é perfeito, ninguém sabe ou é bom em tudo. Por isso que, primeiro, deveriam reconhecer quem eu sou, até para me ajudarem a aproveitar o que posso oferecer à sociedade e a mim mesmo. Acho que tenho demonstrado um pouco pelos meus textos.


Não, eu não tenho "ansiedade matemática". Minha incapacidade de aprendê-la além do básico não é uma questão psicológica mas cognitiva mesmo. Não é falta de esforço ou vontade. Eu não sou um vagabundo inumerado que não "estuda" matemática porque não quer...


Mas eu estudo!!


Só que eu estudo: observo, analiso, penso, julgo, o que me interessa, no que percebo alguma afinidade ou facilidade.


Foi sempre assim, desde a escola.


Também dependia do tipo ou da qualidade do professor. Por exemplo, quando estudei com uma certa professora de geografia (Ana*), uma das poucas que reconheceu minhas capacidades criativas, que nos pedia para desenvolver o raciocínio em suas provas ao invés de nos forçar à decoreba, eu fui um dos primeiros alunos da sala. Mas, quando estudei com outro professor (Augusto*) de geografia que se prestava a passar provas com questões de múltipla escolha, eu fui recíproco ao seu desdém, ao menos naquela época.


*nome fictício


Agora, o mesmo desdém de sempre pela diversidade cognitiva humana, no vestibular. Para piorar, ainda tem um sistema de cotas injusto que não se interessa pela competência mas pelo "nível de oprimidade" do indivíduo. Será que, um dia, também criarão cotas para gagos residuais, como eu???


De qualquer maneira, acredito que, se essas provas de vestibular também contemplassem os tipos especialistas, não haveria a necessidade de cotas, nem mesmo as de escola pública, mas é apenas um palpite primário..


Mas, o melhor mesmo seria mudar o modelo da prova tradicionalmente aplicado, porque favorece apenas os vestibulandos (ou enemianos) com os perfis cognitivos mais simétricos ou os que são mais generalistas, do tipo CDF, que tiram notas altas em quase todas as matérias. Sem falar que, perfis assimétricos como o meu, parecem estar associados com uma maior capacidade criativa, até pelos relatos biográficos de muitos gênios quanto às suas "dificuldades de aprendizagem" específicas.


Isso também serve para os (demais) concursos públicos... tomem nota.


Parece ser justo ou meritório que todos estudem e façam a mesma prova para serem avaliados pelos seus desempenhos nela.  No entanto, isso só seria realmente justo se fôssemos todos como folhas em branco ou que nos diferenciássemos apenas pelo esforço que aplicamos em... decorar a matéria.


Se eu vou tentar para psicologia, perdoem-me o linguajar, mas por que caralho eu deveria estudar física e química?? Se pelo menos dessem pesos diferentes às provas, de acordo com o curso.. pois se pretendo me aprofundar no conhecimento sobre a mente humana, então, eu preciso saber mais ou especialmente sobre as áreas relacionadas. Eu sei que também tem matemática na psicologia. Mas não é o mais importante. Enfim, eu sei que já passou da hora do vestibular tradicional, e de todo sistema de ensino, dar espaço a um modelo de avaliação que se baseie na verdade da diversidade cognitiva e psicológica humana. Enquanto esse "milagre" não acontece, lá vou eu tentar me preparar psicologicamente, abandonando parcialmente os meus interesses específicos, que cultivo desde há um bom tempo, incluindo a própria psicologia, para tentar decorar fórmulas matemáticas e regras gramaticais...


 Obs.: nem vou entrar em detalhes sobre o completo desleixo em relação à avaliação objetiva de capacidade moral dos candidatos, um aspecto muito relevante que deveria ser levado em conta...