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segunda-feira, 7 de junho de 2021

A urgência e a emergência de uma misantropia racional

 O humanismo é uma crença irracional na supremacia benigna da espécie humana, como se fôssemos absolutamente superiores às outras formas de vida, inclusive moralmente. No entanto, quanto mais nos aprofundamos sobre todos os problemas que a "humanidade" têm causado à natureza/às outras espécies e à ela mesma, enfim, sua crueldade e estupidez asquerosas, mais misantropos nos tornamos. Do predomínio contínuo de instituições que pregam crenças absurdas, tal como as religiosas, ao invés da (verdadeira) filosofia; do péssimo uso da ciência, há muito tempo mancomunada com inescrupulosos empoderados; da degeneração moderna das artes, tanto pelo capitalismo quanto pelo relativismo cultural de esquerda; pela própria degeneração da espécie em termos de qualidade intelectual e moral, eu diria mais, de racionalidade.

 
Dica, apenas uma "educação de qualidade" não irá resolver esse problema por ser muito mais profundo do que professores ingênuos e bem intencionados costumam pensar.

Pois se o obscurantismo tem vencido essa "guerra santa", então, não há razão para celebrar, mas, para lamentar a própria existência deprimente da humanidade, de tratá-la não como uma dádiva e sim como uma maldição ou praga, por sempre causar tanta destruição e sofrimento. O cenário é francamente desolador e não importa o quão brilhantes possam ser as luzes do "progresso" industrial, diga-se, ilusões tecnológicas, porque não há razão para celebrar o que tem "evoluído" de maneira tão equivocada e, sabe-se lá o que de pior nos aguarda, com essa espécie imatura, covarde, bruta, perigosa, enfim, insana. Vale  ressaltar que a misantropia não é uma percepção intrinsecamente racional porque depende do estado da espécie humana. Por isso que se tornou racional ser misantropo do que o oposto. Mas, não significa que, então, tenhamos, nós, que nos iluminamos com essa triste verdade, sair por aí matando humanos aleatoriamente. Se, por ser racional, o primeiro e mais importante passo é saber e aceitar essa realidade lastimável da maioria de nossos semelhantes, de reconhecê-la em nós mesmos, mesmo se não formos os maiores canalhas ou os maiores panacas, porque canalhinhas e panaquinhas ainda seremos.  

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