domingo, 13 de dezembro de 2020

Inteligência: Q.I (tamanho) ou eficiência??

 O mais inteligente...


mas relativo aos outros ou o mais inteligente que se pode ser??


A inteligência não é apenas a diferença de desempenho entre você e eu mas também como que nós a aproveitamos, se somos/temos sido capazes de usá-la com eficiência, maximizando os nossos potenciais.


Por isso que o "tamanho", estimado por testes de QI, não pode ser o único fator de relevância para analisar, comparar e julgar a inteligência humana.


 Como resultado, por essa perspectiva qualitativa, múltiplos tipos de "mais inteligentes" serão possíveis, mas, aqui, eu destacarei os três que considero os mais importantes: o astuto, o "sábio" e o criativo, por se referirem à ações fundamentais da inteligência: adaptação, compreensão e criatividade.


Vamos rapidamente a eles:


O astuto busca maximizar a eficiência de uso da sua inteligência pela adaptação.


- Das facetas da inteligência humana as mais usadas pelos astutos são a "interpessoal" e a "estratégica".


O "sábio" busca maximizar a eficiência de uso da sua inteligência pela compreensão.


- Das facetas da inteligência humana as mais usadas pelos "sábios" são a "Inteligência intrapessoal",  a "analítica" e a "moral/filosófica". A "inteligência intrapessoal"  é uma das mais importantes por ser basicamente o autoconhecimento, que nos ajuda a reconhecer nossos pontos fortes e fracos para, então, canalizarmos nossas energias no que temos mais potencial. Pelas facetas analítica e moral ou filosófica, podemos analisar, observar, comparar e julgar de maneira mais precisa ou justa, sempre em busca da verdade. Acho que não preciso salientar que esse tipo é fundamental para a evolução ideal da nossa espécie, por ser o mais sensato ou lúcido. E que também tem sido uns dos menos aproveitados pelas sociedades humanas até mesmo por causa do domínio dos mais astutos sobre as mesmas.


O criativo obviamente busca maximizar a eficiência de uso da sua inteligência pela criatividade.


- Até me atrevo a dizer que o criativo é aquele que a usa de maneira mais ativa sem ser ''apenas' para memorizar informações ou tarefas mas também para inovar ou descobrir.


Claro que ocorrem interseções entre esses tipos. Por  exemplo, de que "sábios" e astutos tendem a ser mais criativos que a média ou de que todo "sábio" precisa aprender a diferenciar  verdade de mentira e, portanto, precisa ser mais astuto que ingênuo, mas não a ponto de agir com frieza ou calculismo.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Q.I ou múltiplas inteligências??

 Você usa a sua inteligência só para fazer contas matemáticas, resolver exercícios de geometria e escrever?? 


Não, né??


Você também usa a sua inteligência nas relações sociais/interpessoais, em relação a si mesmo (intrapessoal//autoconhecimento), em relação ao meio ambiente, de maneira criativa ou intuitiva, para fazer julgamentos morais... ou para a prática de esportes, né?? 


Mas, então, qual dos dois que está mais certo, Q.I ou múltiplas inteligências?? 


A teoria das múltiplas inteligências, por ser mais completa que o modelo proposto pelos defensores mais ortodoxos dos testes de QI, até mesmo porque as capacidades "estimadas" pelos mesmos já estão contidas nela. 


Se amarrar os cadarços e pensar sobre si mesmo são expressões igualmente válidas de inteligência tanto quanto escrever redações ou fazer cálculos matemáticos. 


No entanto, isso não significa que essa teoria não apresenta pontos passíveis de crítica. Aliás, o principal deles já se encontra em seu próprio nome, se não podemos considerar cada capacidade psico-cognitiva como um domínio próprio ou inteligência pois seria equivalente a considerar cada sistema do corpo humano como um organismo próprio ("múltiplos organismos"). 


Por isso que não podemos falar de múltiplas inteligências mas de múltiplas FACETAS da Inteligência.


Pronto. 


A inteligência humana é multifacetada ou complexa e não necessariamente múltipla.


Os testes cognitivos apresentam utilidade limitada porém, eficiente quanto àquilo em que se dispõem a "medir" ou estimar, e seria de bom tom se os seus maiores defensores fossem mais precisos e humildes no reconhecimento dos seus potenciais, pontos fortes mas, especialmente, de suas limitações. 


E o fator G?? 


Os testes cognitivos foram originalmente pensados para detectar deficiências cognitivas e não desempenho excepcional. Justamente por isso que "medem", estimam e comparam, geralmente, a partir de capacidades ou potenciais do que por habilidades, pela base do que pelo teto de performance. Os testes de QI não podem prever se um indivíduo com elevada pontuação nos testes verbais irá se tornar um escritor talentoso porque não basta ter um vocabulário aparentemente grande ou sofisticado para alcançar esse objetivo. Por isso que, apesar de seu ótimo poder correlativo (pessoas com as maiores pontuações nos testes tendem a ser mais inteligentes, especialmente nas facetas que eles avaliam), não parece ser possível estabelecer uma correspondência perfeita entre performance nos testes e no mundo real, por exemplo, quanto a um de seus maiores achados, o fator G. Pois se é verdade que a maioria das pessoas que têm os seus QI calculados apresenta baixa variação em suas pontuações nos sub-testes, isso não significa que expressarão a mesma homogeneidade de desempenho no mundo real, porque a inteligência humana está longe de ser apenas aquilo que os testes "mensuram", se a usamos a todo momento em que existimos. Por isso que o modelo de múltiplas inteligências, desprezando o seu problema semântico elementar, parece mais adequado para representá-la. 


Novamente, o que é inteligência? 


A priori, é todo ato de (saber) reconhecer o que é verdade ou fato, se para compreender, identificar ou prever elementos, eventos, fenômenos, consequências, de diferenciá-los por categoria e critérios coesos, na execução bem sucedida de ações previamente almejadas, de adaptação/ flexibilidade e de responder apropriada ou logicamente.  


Não se surpreenda com o que eu vou concluir aqui, mas a empatia também é inteligência se é o (re)conhecimento de estados emotivos e cognitivos/intencionais, alheios [verdades]. Exatamente como reconhecer (o que é) uma chuva, saber diferenciá-la de outros fenômenos e de reagir apropriadamente à ela, neste caso, podendo ser com o intuito de autoproteção. 


Pois se uma pessoa está chorando na sua frente, é inteligente você reconhecer a veracidade do seu estado emotivo, causa, motivo, razão ou circunstância, e [re]agir de maneira apropriada, que nessa situação seria com mais sensibilidade. E isso não é muito diferente do que sentir a mão queimando e tentar apagar o fogo, imediatamente. São reações lógicas a partir da percepção de fatos//padrões.


A inteligência não é exclusivamente intelectual nem exclusivamente reflexiva porque pode ser canalizada para uso físico ou corporal e também porque se manifesta a nível instintivo, especialmente nas outras espécies. Aliás, as bases da inteligência humana obviamente são instintivas. A destreza do pássaro em seu voo (e habilidades navegacionais) ou do gato em seus pulos e estripulias não são expressões meramente robóticas apesar de suas aparências muito intrínsecas. A principal diferença entre nós e essas espécies, nesse aspecto, talvez esteja na velocidade do raciocínio associado à tarefas físicas ou práticas, e por serem mais restritas em comparação à diversidade de tarefas que o ser humano pode aprender. Toda prática de esportes requer inteligência. Para memorizar os exercícios, para se concentrar durante a execução deles e para o raciocínio rápido ou de improviso no caso de imprevistos e que podem ser de extrema importância para proteger o atleta de injúrias.

Diferença[s] entre o intelectualmente inteligente e o cognitivamente inteligente

Com perdão pela redundância no segundo...

É a diferença entre aquele que analisa, sintetiza e julga melhor as informações que recebe, com honestidade e humildade intelectual, curiosidade, autoconhecimento, pensamento divergente e atenção aos detalhes e/ou padrões de natureza moral e emocional. E daquele que apresenta maior capacidade para aprender ou absorver informações e conseguir replicá-las com precisão. O cognitivamente inteligente tende a ser reconhecido, desde cedo, por professores e suas capacidades refletidas por testes de QI. Ele é o famoso "CDF". Já o intelectualmente inteligente é mais propenso a passar despercebido pelo sistema de ensino e sua performance nos testes não fazer jus à sua real inteligência até por ser mais divergente que convergente e, portanto, menos obediente ou mais curioso//desconfiado ao que lhe é passado. Este é o "intelectual".

Também é interessante observar que os testes cognitivos e os de escola parece que foram projetados por indivíduos do tipo ''mais cognitivamente inteligente'', daí por também se saírem melhor neles...

O intelectualmente inteligente é mais holístico e preciso ao emocional e ao essencial, existencial ou filosófico.

O cognitivamente inteligente é mais específico e preciso ao técnico e ao científico.

Claro que também existem tipos híbridos e desequilibrados.

Os tipos desequilibrados que, inclusive, parecem ser mais comuns, são aqueles indivíduos que excedem em um desses dois estilos. Daí, a existência do cientificista e, talvez, também, do filosofista. O primeiro tipo é fanático pela ciência e preconceituoso principalmente em relação à filosofia. E o segundo, o oposto.

O primeiro abusa de falácias de natureza cientificista, por exemplo, o ingênuo (ou mal intencionado) "a ciência é unicamente sobre a busca pela "verdade' ", desprezando que cientistas não vivem isolados da sociedade e que suas descobertas, invenções e ideias podem e são usadas para todos os fins, inclusive para o maligno, especialmente para sofisticar meios de exploração, alienação, opressão e desarmonia...

O segundo costuma cair no erro mais básico que todo aquele com inclinação para a filosofia jamais deveria cometer, no de considerar as palavras [sua estética] como mais importantes que os conteúdos concretos e abstratos que visam simbolizar. Como consequência, ao invés do legítimo abraço à sabedoria, acabam se tornando agentes ativos ou silenciosos de ideologias que a negam em prol de suas perspectivas existencial e essencialmente desequilibradas/ excessivas.

Novamente e finalizando...

Ao ser exposto à uma tarefa de natureza mais cognitiva, o cognitivamente inteligente apresentará facilidade de aprendizado e absorção, tal como uma esponja em relação à água.


Já o intelectualmente inteligente, se capaz ou não de realizar a mesma tarefa, apresenta o ímpeto primário de analisá-la, criticá-la, compará-la, de vê-la por mais de um ângulo ou perspectiva. Ele tem o talento para detectar excessos, frivolidades, injustiças de julgamento ou falácias, etc...

Um busca por detalhes.

O outro pela "imagem maior" ("big picture").


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Ética ou "perfeição"??


Eles querem 

que fiquemos mais bonitos 

Ou menos feios


Mais altos 

Ou menos baixos


Mais magros 

Ou menos gordos 


Mais saudáveis 

Ou mais alienados


Mais inteligentes 

Ou menos errados 


Mais longevos 

Ou menos rápidos


Mas pra quê??

Até quando??

Até onde??


A ética equilibra o passo

Mas querem a purificação 

Querem se livrar do "degenerado"

Os degenerados que eles também são,

Por que não se olham no espelho??

Mas eles querem a perfeição

Que não existe

Querem negar que o templo é o mesmo

Que o tempo é o espaço 

De um mesmo fim


Querem resistir

Com estilo, 

pompa e circunstância

Com carros voadores 

e uma civilização interplanetária 

Querem continuar na infância, 

brincando de se esconder da realidade que assombra

Com a sua face pálida,

Como se tudo não fosse nada

Apenas uma miragem humana 

de concreto e aço

De cetro e bomba

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Por que as elites neoliberais ADORAM as pautas identitárias??


A partir do momento em que as pautas identitárias largamente substituíram as pautas trabalhistas na luta por justiça social, a luta de classes deu lugar à de identidades. Em outras palavras, o importante  debate sobre as desigualdades sociais a partir de uma perspectiva de classe, passou a ser eclipsado por uma frágil coalizão de frentes alienadas entre si, a feminista, a Lgbt, a antirracista, a ambientalista.. então, invés de irem agregando mais lutas e mantendo em destaque a principal delas, os progressistas têm trocado umas por outras. Ao invés de uma narrativa unificada, coerente e forte, várias pequenas narrativas autocentradas que lutam sozinhas e que, com frequência, se excedem, normalizando equívocos e contradições.

 

Como consequência, a culpa pela desigualdade social, bem como de outras mazelas, saiu das costas das "elites" política e econômica, especialmente das "conservadoras", e foi parar principalmente nas costas dos "brancos", que foram transformados nos "maiores vilões da história da humanidade".

 

Mas, quais brancos??


Segundo muitos ativistas antirracistas, todos!! Porque todos os brancos supostamente se beneficiariam de um privilégio branco... se desprezam o fato de que, apesar de injustiças históricas massivas (escravidão) e isoladas (discriminação racial legítima), privilégios de raça estão intrinsecamente associados à classe social, do contrário, brancos pobres e de classe média não seriam explorados por "suas elites".


E para piorar mais um pouco, as pautas identitárias também passaram a ser cooptadas pelas elites neoliberais, porque têm sido úteis no fomento de desunião, animosidade e alienação entre as pessoas comuns, ao invés de uni-las em prol da justiça social.


É aquele rico que diz que a culpa da desigualdade é do branco e não do rico. E ainda posa de ''bonzinho'' na frente das câmeras.

 

Com a ausência de uma perspectiva dominante de classe, pautas identitárias, como o antirracismo, passam a focar em excesso em suas próprias áreas, resultando em abordagens e medidas que geralmente culpam os sujeitos errados, visando combater injustiças, mas substituindo-as por outras.


Por exemplo, de se separar até 30% de vagas de emprego público para negros e pardos, deixando brancos, sem privilégio branco, em clara desvantagem, com perdão do trocadilho.


O verdadeiro problema não é um suposto complô que favoreceria massivamente brancos sobre negros e pardos no mercado de trabalho, especialmente para os cargos públicos, se os seus processos seletivos se baseiam na aplicação de provas de admissão, que são meios predominantemente justos, porque não discriminam por raça, gênero ou orientação sexual.


O verdadeiro problema é sempre ideológico, sendo que a raça tem sido usada como um de seus maiores símbolos. Porque o que está subjacente é o autoritarismo/ o abuso de poder, a opressão, a exploração, enfim, a perpetuação desta "mentalidade de cadeias alimentares" que, apesar do desproporcional protagonismo histórico de europeus e descendentes nessa "modalidade", não tem preferência identitária. O problema não é uma pessoa ser branca mas usar a sua raça como símbolo estético de opressão prática. Por isso que a melhor maneira de combater as desigualdades raciais é combatendo as sociais, até para não cairmos na falácia da "proporção perfeita", de que a maioria se não todas as profissões/ocupações precisam apresentar uma composição étnica ou de gênero proporcional ao peso demográfico de cada população, desprezando diferenças de proclividades potencialmente mais intrínsecas entre os diferentes grupos humanos.

 

Aqui, enumero alguns dos problemas que considero como os maiores responsáveis pela precarização do padrão e da qualidade de vida das classes média e trabalhadora, especialmente no Brasil (claro, provocados por essas ideologias "conservadoras"):


- a quantidade insuficiente de vagas para uma demanda maior que, junto com a progressiva mecanização de diversos setores, inevitavelmente resulta no aumento do desemprego;


- a valoração extremamente desigual dos salários,

- a carga tributária injusta que pesa mais sobre quem tem menos,

- o aumento do custo de vida;


- a instabilidade do emprego,

- a normalização do abuso nas relações entre patrão e empregado


e a ineficiência programada, associada ao enxugamento do Estado na assistência à população, em prol da expansão do setor privado, sempre visando o bem ($$) de todos, é claro...


As desigualdades raciais e de gênero apenas seguem essa mesma tendência.


Portanto, o problema não é que, supostamente "brancos" estão ocupando lugares que deveriam ser de negros e pardos, graças a um "racismo estrutural' intacto, resultando nas desigualdades salariais, por exemplo. Mas que faltam vagas de emprego para todos ou ao menos para um número potencialmente maior de candidatos. O mesmo para as universidades. Que as diferenças salariais entre classes sociais sejam tão grandes. Que a carga tributária penalize mais "remediados" e "pobres". Que o custo de vida tenha aumentado tanto por causa da explosão criativa no setor empresarial e consequente crescimento do preço dos produtos, diga-se, uma explosão sem controle. Que a oferta de empregos seja menor que a procura...


E também é interessante observar que, diferente da percepção popular sobre o tamanho do Estado brasileiro, na realidade ele é muito menor se comparado com alguns dos países que apresentam os melhores indicadores sociais, tal como os nórdicos.


Um Estado menor emprega menos e fiscaliza menos. O problema do Estado não é o tamanho mas a ineficiência provocada por tipos corruptos que dominam a sua hierarquia de funcionários. Bastaria acabar com a mamata especialmente no topo e colocar gente de caráter e inteligência que o Estado deixaria de ser sinônimo absoluto de ineficácia e corrupção.Eu já comentei que o Estado é o equivalente ao esqueleto do corpo humano, por ser a estrutura que mantém o organismo social. 


 

As causas para as desigualdades raciais são muito parecidas com as das desigualdades sociais; são multifatoriais e não serão resolvidas com maior representatividade de "minorias' nos centros de poder ou cotas em empregos públicos, se o que mais importa é a capacidade específica, a vontade e a idoneidade do sujeito para o cargo que almeja ocupar e não raça, gênero ou orientação sexual. Rever os métodos usados para a disputa de vagas também deveria estar em debate, como eu já comentei, de se buscar por critérios mais objetivos como no caso do processo seletivo para exercer a profissão de advogado... se a capacidade de memorização de leis é realmente o critério mais importante para quem pretende julgar e aplicar a justiça (de preferência, com justiça) ou se também não seria melhor que fossem avaliados os níveis de racionalidade e caráter dos candidatos...


É perfeitamente válido e necessário combater o racismo, a lgbtfobia, a misoginia, o especismo dentre tantas outras mazelas, mas com leituras ou análises precisas para construirmos abordagens realmente eficientes que não busquem substituir uma injustiça por outra ou que apenas atenuem os sintomas se esquecendo da doença. É evidente que não existe uma real dicotomia entre pautas identitárias e trabalhistas se são complementares. Mas, a partir da hegemonia das pautas identitárias e consequentes excessos, tem-se fabricada uma dicotomia artificial entre elas e resultando na rejeição de uma importante parcela da população quanto às esquerdas, abrindo caminho, tanto para a contínua e perversa hegemonia da "centro-direita" no poder quanto para o avanço da ultradireita nos espaços políticos, que só têm se fortalecido graças aos erros das esquerdas e sua capacidade subdesenvolvida de autocrítica.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Sobre representatividade na política e o seu verdadeiro problema

 O maior problema com a política, no Brasil e em outros países, não é apenas a baixa representatividade de negros, minorias e/ou mulheres mas principalmente por causa da prevalência de certos tipos psicológicos e intelectuais: sociopatas, narcisistas, egoístas, irresponsáveis, néscios, fanáticos/partidários... extrovertidos, e bem pouco de "representantes" com as características certas para governar, como a ponderação, a inteligência, a honestidade e a empatia. A política, em democracias modernas, está mais para um concurso de popularidade ou oratória do que de governabilidade sábia/ideal (que basicamente nos encaminharia para a minha proposta de modelo político, social, cultural e econômico: a intelectocracia).   

sábado, 14 de novembro de 2020

A verdadeira religião é a absoluta certeza...

 ... de que tudo terá um fim. De que tudo é um mesmo caminho, um mesmo destino. De ser tudo e voltar a ser nada.

De ser sujo e limpo. Profano e divino. Ridículo e bonito. Doente e saudável. E igual.


É a sanidade máxima, é a essência da filosofia.


A verdadeira religião é a absoluta certeza

De ser

existir

viver

sentir

amar

e agradecer

Por cada dia

Sol

Lua

Sonho

Pesadelo

Sabor

Cheiro

Prazer

Repulsa

Esquecimento

Lembrança

Alegria


De agradecer por cada pulso

De irrigar

Respirar

Desejar

Esperar

Conquistar

Esbaldar

Controlar

Receber

Dar

Viajar

Permanecer

Estar

Até o ritual terminar pra sempre

no último raio de esperança/de melancolia

Quem não é degenerado?

 Quem é puro

Quem é eterno

Quem é invencível

Quem é perfeito

Quem é o certo

Quem não vive

O que não existe

Nada disso importa

 No final das contas

Dos dias

Das vidas

Dos tempos

Apenas o amor

O encontro

A ligação

O afeto

O toque

O sabor

A alegria de estar perto

A amizade

A ternura

O rubor

dos sorrisos

Das risadas

Nos abraços

O cuidado

A saudade

O desejo

De compartilhar

De sermos apenas um

(O que sempre fomos)

Amigo

Filho

Amante

Irmãos

A falácia de todas as falácias

 É  a de se pensar que são absolutas, se para toda regra existem exceções.


Por exemplo, de quando uma pessoa, durante um debate, acaba tendo que apelar pra sua legítima autoridade no assunto abordado e, preferencialmente, de maneira mais explicativa do que arrogante. Nesse caso hipotético, a pessoa não está sendo falaciosa.

Mais um pensamento sobre os testes de QI... comparar =/= medir

 Como eu disse em outro texto-pensamento similar, os testes cognitivos não são instrumentos verdadeiros de medição de (algumas de) nossas capacidades cognitivas ainda que apresentem de bom a elevado valor correlativo.


Portanto esses testes não "medem" mas "comparam" e "ranqueiam"...


O que não é o mesmo, por exemplo, que medir o tamanho de duas samambaias ou de analisá-las rapidamente e concluir que uma é maior que a outra. Pois os testes cognitivos parece que se centralizam na comparação e no consequente ranqueamento e os valores numéricos usados nada mais são do que uma representação figurativa da hierarquia proposta.

sábado, 7 de novembro de 2020

A esquerda e a narrativa "a culpa é (apenas) dos algoritmos"

 O que tem provocado a onda de  ultradireita, especialmente nessa última década (de 2010)??


Será a imigração em massa (principalmente para os países de maioria "branca"), defendida em uníssono por partidos e personalidades progressistas (e por razões vagas e inconsistentes)??


Não.


Será a imposição autoritária do politicamente correto (de esquerda) sem direito à tentativas verdadeiras de diálogos, concessões, conciliações e esclarecimentos??


Não.


Será a incapacidade das esquerdas de aprenderem com os seus erros, por exemplo, parando de apoiar ditaduras "socialistas" ou "anti-ocidentais"  mesmo se dizendo a favor da democracia??


Não, não. (E continua...)


A culpa é (apenas) dos algoritmos, dizem...


Mas, por acaso, você sabe como é que funcionam??


Se ainda não, sugiro fazer um simples experimento: vá ao YouTube, procure por vídeos do seu interesse e preste atenção quando começarem a aparecer recomendações de vídeos similares ao que você tem assistido.


É isso...


A lógica das redes sociais é a lógica pragmática do Mercado em que, o que é mais popular também passa a ser mais recomendado, mas especialmente se você o procurar. O conteúdo que você busca e assiste no YouTube vai acumulando no seu histórico, personalizando a sua caixa de entrada com novas recomendações de acordo com o seu gosto. E isso também acontece no Facebook e no Instagram, claro. Não há nada de misterioso ou conspiratório aí, não mais do que o desejo desavergonhado por lucros por parte dos seus ''CEOs'' ("novidades" do capitalismo). Eles também têm culpa por tolerarem discursos legítimos de ódio e disseminação de fake news. Mas isso não está intrinsecamente ligado às suas Inteligências artificiais porque estão programadas apenas para encontrar padrões lógicos de consumo.


Então, por que será que os canais de política  mais populares no YouTube são os de direita??


(Peguei apenas um aplicativo como exemplo, mas nos outros têm ocorrido as mesmas tendências)


Primeiramente, porque direitistas chegaram primeiro por lá, se aproveitando da liberdade que essa plataforma oferece a quem se habilita a usá-la não apenas como usuário mas também como produtor de "conteúdo'. E ainda acabaram surfando na onda de inclusão digital que ocorreu durante a década de "2010" em que mais pessoas, das classes sociais basais e de mais idade, começaram a usar a internet como fonte permanente de entretenimento, socialização e informação.


No mesmo período, progressistas liberais se ludibriavam pelo sucesso estrondoso e, ao mesmo tempo, artificial e irregular das pautas identitárias no mundo ocidental enquanto que os marxistas permaneciam continuamente esperançosos sobre uma tal "revolução proletária e espontânea à espreita no horizonte", ambos desprezando o potencial de alcance e influência política do YouTube e de "youtubers", e também a crescente insatisfação popular quanto à política "mainstream" e consequente articulação do outro lado que foi ganhando corpo no subsolo do mundo digital.


Segundo, porque ativistas e influenciadores de direita dizem aquilo que muita gente quer ouvir e que não estavam encontrando em sites de notícias e redes sociais mais populares e/ou prestigiados.


Terceiro que, parte daquilo que eles dizem não é apenas o que muitos querem ouvir mas, também, porque apresenta níveis variados de veracidade, lógica e importância, ao contrário da caricatura que a maioria dos progressistas têm feito deles (e vice-versa). Alguns são fatos de grande relevância que acadêmicos e ativistas progressistas têm manipulado ou distorcido [conscientes ou não disso]. Por exemplo, a negação das diferenças predominantemente biológicas de comportamento (em média) entre homens e mulheres. Pois se tivessem o mínimo de autocrítica talvez percebessem à tempo o que têm feito de errado. Só que o oposto tem acontecido porque parece que preferem inventar ou apoiar certas teorias conspiratórias, tal como a "do algoritmo", e assim escaparem de um "doloroso" autoexame de consciência que, inevitavelmente, lhes forçaria a reconhecer pontos ponderados e verdadeiros e usados como retórica pelo outro lado do espectro político/ideológico.


As esquerdas têm se colocado como antagonistas praticamente absolutas a todos os valores do senso comum e esperam continuar populares a partir disso.


As esquerdas dizem apoiar ciência e democracia mas, com frequência, se enveredam em pseudo-conhecimentos e defendem sociedades claramente autoritárias... e esperam ou acreditam que, os que estão fora de suas bolhas (com frequência em outras bolhas, diga-se), não irão perceber ou que irão concordar acriticamente com os seus posicionamentos...         


Praticamente todas as políticas progressistas têm sido construídas a partir de um profundo desprezo por qualquer posicionamento do outro lado/conservador (diga-se... e a recíproca tem sido predominantemente verdadeira), tal como um reflexo contrário em que tudo ou quase tudo o que pensam ou apoiam as direitas está absolutamente errado e portanto o cert

Filosofia é saber que a caixa está vazia

Viver é como ter que carregar uma caixa. Se se vive pela limitação dos instintos, então, vive-se distraído por suas próprias ações que metaforicamente se consistem em carregar uma caixa (alienação do espaço/corpo sobre a percepção integral do tempo).


O ser humano se tornou tão inteligente que sua curiosidade em saber sobre as verdades do mundo o levou a abrir a caixa, pela filosofia, descobrindo que está vazia.


Se a caixa é lutar pela sobrevivência e pela perpetuação da espécie acreditando que cada ação importa, abri-la é saber que tudo isso será em vão se não haverá vida após a morte. O vazio do interior da caixa é a verdade da finitude, não apenas da vida, mas de tudo o que existe.


Novamente, a ciência, assim como a arte, é uma forma de distração só que pela precisão do que pela fantasia. Já a filosofia é a verdadeira ou a máxima sanidade de, ao invés de enfeitar a caixa ou de buscar analisá-la por cada ângulo, de saber o que tem dentro e viver a partir das verdades encontradas em seu interior, as verdades existenciais.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Ruas de pedra



20 anos atrás


A cabeça era outra

Os sonhos

Os desafios

Os amigos

Os momentos

 

20 minutos atrás


As mesmas ruas de pedra

O mesmo canto dos pássaros

Os passos nas calçadas,

o melancólico vento


20 anos à frente


Se me lembrarei com saudade e lamento

Se ainda estarei vivo

Iludido com o presente

Consciente

do implacável tempo


''2000''

''2020''

''2040''

sábado, 31 de outubro de 2020

Pra quem vive, o mundo está sempre acabando

O apocalipse é todo dia


Silencioso

 Mesmo sem ser


Constante 

Mesmo sem sentir


Mortal

Mesmo se (ainda) vive


Os segundos não têm piedade de nós 


As datas, as lembranças, as horas

Tesouros e ilusões 


Somos apenas um breve momento


O tempo não cabe numa folha de calendário


O tempo não existe e existe


O tempo apaga as velas de aniversário 


A vida ainda persiste

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Mais pensamentos sobre QI e inteligência

 QI é um meio e não um fim...


...porque é um teste.


Se todo teste é um meio que visa uma finalidade, no caso dos testes de QI, a inteligência.


Os testes cognitivos não são instrumentos verdadeiros ou diretos de mensuração daquilo que visam comparar e ranquear, porque não são equivalentes, por exemplo, à balança de peso. Eles sempre se correlacionam mais com as capacidades cognitivas do que, de fato, as refletirem com precisão, que exigiria análise individual e contextualizada....


Capacidade ou habilidade????


Capacidade não é o mesmo que habilidade, porque a capacidade é o potencial e a habilidade é o potencial desenvolvido.

 

Ser capaz (potencial para ser habilidoso) não é o mesmo que ser habilidoso.


Parece-me que os testes de natureza verbal (aritmética e de vocabulário) estão mais próximos de "medir" e comparar habilidades do que capacidades ainda que, a partir de critérios mínimos de proficiência.


De maneira geral, esses testes são como se estimássemos a altura pelo peso.


Medem a capacidade//habilidade de resolver a si mesmos, ainda que apresentem um bom poder correlativo.


O tipo de interesse também importa para a inteligência


Tem pessoas com grande capacidade cognitiva que dedicam boa parte dela em questões ou assuntos não muito intelectualmente estimulantes ou, então, o fazem, mas sem o intuito de expandir o conhecimento e/ou a compreensão, acabando até confundindo mais.


A direção que a inteligência toma também importa...


Por outro lado, tem aqueles que, apesar de não serem os mais inteligentes, ao menos em termos quantitativos,dedicam boa parte de suas inteligências em interesses intelectualmente interessantes e alguns até conseguem atingir um ótimo nível de proficiência em relação aos mesmos.


Isso, em partes, explicaria a inteligência avançada de muitos autistas apesar de suas médias comparativamente mais baixas em testes cognitivos. 

Não é a raça, é a masculinidade tóxica...

 


O tamanho do meu nariz não causa a minha timidez. A cor da minha pele não é responsável por minha irritabilidade...


O racismo é cientificamente inválido, porque os racistas estão sempre tentando estabelecer relações de causalidade entre traços físicos e mentais. No entanto, ainda existem correlações diversamente robustas entre essas variáveis e isso mostra que eles não estão errados em tudo, tal como a grande maioria dos progressistas (liberais ou marxistas) pensa.


Por exemplo, tem-se percebido uma desproporção de homens negros em atividades, explícita e/ou oficialmente criminosas, em comparação à homens brancos e "amarelos" (leste asiáticos). São dados estatísticos, compilados anualmente e que não são encontrados apenas no Brasil ou nos EUA. Aliás, vale dizer que, só pelo fato de existir uma constância de padrões correlativos de comportamento em dois países de dimensões continentais, já é um indício de que podem ter causas mais profundas.


Se pobreza ou desigualdade social fosse o único fator para uma maior incidência de comportamentos explicitamente violentos em certos segmentos da sociedade, então, a grande maioria dos "pobres" assim seria ou agiria.


Se raça fosse o único fator responsável por essa desproporção de comportamentos anti-sociais em certas populações, então, não existiriam indivíduos de outras raças atuantes em sua prática.


Existe um fator que apresenta um padrão significativamente robusto de causalidade com violência e/ou agressividade em homens: a masculinidade tóxica, que se consiste na expressão psicológica e cultural, exagerada, de comportamentos identificados como "masculinos" (insensibilidade, autoconfiança, dominância, anti-intelectualismo...). Pois parece que ela tem se manifestado de maneira ainda mais intensa em populações e/ou comunidades negras, justamente o resultado dessa maior presença de homens tóxicos e sua influência perniciosa sobre elas.


Aqui, ao invés de negar ou tentar distorcer essas estatísticas, tal como tem sido o costume entre humanistas para que, artificialmente, se submetam aos os seus ideais, eu busquei por sua causa mais intrínseca e/ou constante.


É plausível pensar que a pobreza aumenta o risco de que indivíduos possam acabar no mundo do crime. No entanto, o fato de ter uma maioria em circunstâncias sócio-econômicas parecidas que não segue o mesmo caminho, nos sugere que personalidade, índole e inteligência também são fatores relevantes//óbvios para explicar essa situação.

sábado, 17 de outubro de 2020

Você também é um super-introspectivo??

 Características "positivas" e "negativas" de se ser assim..


1. Você pode ou deve ser mais racional

2. Você pode ou deve ser mais empático 

3. Você pode ou deve ser mais autoconsciente 

4. Você pode ou deve ser mais perceptivo/perspicaz

5. Você pode ou deve ser mais intelectualmente honesto

6. Você pode ou deve ser mais criativo/imaginativo

7. Você pode ou deve ser mais intuitivo

8. Você pode ou deve ser mais justo

9. Você pode ou ser mais realista ou filosófico


10. Você pode ou deve ser mais neurótico/irritável 

11. Você pode ou deve ser mais ansioso

12. Você pode ou deve ser mais entediado

13. Você pode ou deve ser mais melancólico 

14. Você pode ou deve ser mais obsessivo 

15.Você pode ou deve ser mais medroso/arredio 

16. Você pode ou deve ser mais tímido/recluso

17. Você pode ou deve ser mais distraído

18. Você pode ou deve ser mais sensível

19. Você pode ou deve ser mais paranoico 

20. Você pode ou deve ser mais desajustado 


Como saber se você é um super-introspectivo??

 

Simples... busque estimar, observar ou saber com o máximo de precisão se puder,a quanto andas a sua ''frequência introspectiva''. Se você for assim como eu, do tipo que, em cada hora do dia, acordado, está em ''estado introspectivo'' por pelo menos meia hora, então, você pode se considerar como tal. 


Por exemplo, no meu caso, das 6h até às 23h, se eu estimar pelo menos meia hora, mas usá-la como média geral, então, eu terei por 17h, acordado, estado em introspecção por 8h aproximadamente.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Das chuvas de tarde

 Me lembro de chuvas

Que hoje são areias do deserto/passado 

Dos trovões, dos relâmpagos, dos raios 

Do cheiro de umidade 

Humilde, quando eu sou apenas as minhas saudades 

Das chuvas 

São tantas

Dos momentos de realidade

Que mais parecem um sonho 

E o pesadelo de todos os dias

Enquanto existe e definha 

a cruel e pobre humanidade 

O céu cinza 

As nuvens baixas 

A dança das árvores 

A casa é uma fortaleza 

As paredes e as necessidades

Os pensamentos e os sentimentos  

As chagas e as certezas

Na janela da cozinha 

Na cama do quarto

Lembro de outras brevidades 

Dos ventos que fazem redemoinhos 

Que definem a minha enfermidade 

Protegido, em vacilante silêncio

Sinto, vivo a totalidade 

O tempo no agora

Em que eu sou absoluto

Em que penso 

se não existe uma tal eternidade 

Efêmero como cada segundo

E eu sigo em frente 

Porque não existe outra vontade 


sábado, 10 de outubro de 2020

Melhor que os testes de QI...

... é saber se o indivíduo têm interesses específicos, duradouros e/ou intensos; a relevância comparativa desses interesses; o nível de criatividade, perspicácia e/ou de compreensão devotadas sobre os mesmos, independente das pontuações nos testes cognitivos (ainda que não recomende descartá-los).

Se os testes cognitivos tradicionais estão mais focados nos limites/fraquezas do que nos potenciais, uma análise de paixões/interesses individuais, principalmente às de natureza intelectual, foca mais nas forças já em pleno uso prático, isto é, contextualizadas no mundo real.

Análise psico-cognitiva >>> testes de QI

O que é mais importante??

Pontuar alto nesses testes ou demonstrar destreza objetivamente comprovável e constante em suas maiores paixões ou interesses??

QI é uma maneira preguiçosa ou pouco detalhista de ''analisar'' a inteligência humana. Foi designado para mensurar e comparar um grande número de indivíduos, mas não individualmente, que é tão ou mais importante.

Sem falar sobre sua maior fraqueza, de não mensurar ou estimar o quão preciso aos fatos, podemos ser ou estar, quer dizer, nossos níveis de lucidez, de sanidade intelectual, o aspecto mais básico e, portanto, mais importante da inteligência humana.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Razão, piloto automático/ manual e o meu exemplo

 Na primeira vez que pesei nesse ano, depois de um hiato sem acompanhar o meu peso, foi no dia 14 de julho, e eu tomei um susto porque já estava na casa dos 74 kg. Já, da última vez (29 de setembro) em que eu subi na balança, eu pesei 68,4 kg.


Apesar de medir 1,72 cm, o meu corpo não é padrão. Minha envergadura (~1,80 cm) é maior que a minha altura. Eu concentro mais gordura na barriga e nas pernas do que em qualquer outra parte do corpo. Isso mostra que a correspondência entre peso ideal estimado, baseado na paridade altura x distribuição total do peso (para homens) e peso ideal real, ao menos no meu caso, não é exata. Ao contrário da maioria dos caras, parece que eu preciso pesar uns 10 quilos a menos do que seria o recomendável. Ao invés de uns 70 quilos, entre 60 e 65. Tendência pra ter barriguinha também está nos "genes" ou na biologia. Enfim... desde aquela data eu comecei a mudar os meus hábitos alimentares. Claro que eu diminuí a quantidade de calorias que consumo por dia. Mas não ficou só nisso. Eu não quero acreditar que essa será mais uma dieta que farei para então voltar a engordar tudo de novo. Eu acredito que estou me reeducando e que é, portanto, um aprendizado permanente.


Mas, como isso realmente acontece??


Saio dessa abstração "reeducação alimentar" e vos digo como que tenho feito. Vou ser bem sucinto, a princípio: eu apenas penso... antes, durante e depois de comer, na refeição que me espera e, com frequência, também nas próximas refeições; penso na quantidade que pretendo comer, se não poderia comer menos, se não poderia deixar para o outro dia, fazendo escolhas; em manter no cardápio o que mais gosto sem ter que eliminar da minha dieta. Não estou vivendo só de vegetais. Toda semana, tem sorvete, farinha láctea.. o que eu comia antes, eu continuo comendo mas menos. Eu compenso. Se como além da conta ou se saio um pouco da quantidade que tenho comido, busco apertar o cinto no próximo dia. Até refrigerante eu não deixei de tomar. Só me preocupo em colocar quantidades mínimas, para lembrar do sabor. Eu tomo para não acumular minha tentação de tomá-lo e chutar o pau da barraca em um momento de tentação ou fraqueza. Quase tudo é questão de hábito. Antes, se tivesse uma caixa de bombons, eu comeria metade se me deixassem sozinho com ela, por pura gula. Hoje, eu penso.. com ponderação, faço esse diálogo interno e busco pela melhor alternativa. Por que comer metade ou toda a caixa se eu posso ir saboreando os bombons por muito mais tempo?? O grande pulo do gato está justamente aí pois se eu como muito em um só dia, a conta de perda e ganho de calorias ficará desfavorável para manter ou perder peso. Eu tenho horários restritos para comer e evito me esbaldar à noite. Está tudo planejado e quase sempre eu penso, eu simplesmente penso com objetividade, antes, durante e depois de comer. Mais feijão e menos arroz. Nunca gostei tanto de salada. Carnes só se for peixe. Pães e biscoitos recheados se tornaram raridade. Antes, eu estava vivendo no piloto automático, seguindo minha fome, tão constante quanto a minha preguiça e a minha introspecção. Eu não pensava no que fazia, seguia apenas os meus instintos. Estava fora de controle. Agora, eu costumo deixar no piloto manual para analisar o que é mais recomendável fazer. Hoje, eu uso a razão. E eu tento fazer o mesmo em relação a todo resto, analisando, refletindo, me firmando no que é mais verdadeiro ou cabível para, então, julgar o que vou concluir. Não digo que já alcancei a plenitude da razão por ser uma luta diária de não se deixar ser levado pelo piloto automático dos instintos. Isso significa que eu estou constantemente errando e aprendendo, sendo que em relação a alguns hábitos eu sinto que já estou mais estável. É um processo constante de se perguntar "o que é o melhor ou o mais ideal??". Graças à aplicação concreta da racionalidade, eu estou conseguindo atingir o meu objetivo. Tudo de maneira bem gradual, serena, orgânica, objetiva e lógica. Esse é um exemplo contextualizado ou específico. Se você também o pratica, lhe parabenizo mas, também, lhe digo que você pode praticar o mesmo em relação ao resto das suas ações, por exemplo, de suas atitudes para com o outro, nos momentos constantes em que precisa julgar como verdadeiro ou falso, pertinente ou frívolo, exagerado ou ponderado o que pensa e o que faz... é apenas uma questão de desligar o automático, mais vezes, nos momentos mais importantes e interagir com o mundo de maneira menos reativa.

Politicamente correto (da esquerda) e a refutação de um contra-argumento

 "As pessoas, antes, podiam pensar por si mesmas. Hoje, o politicamente correto (da esquerda) não permite"


Escrevi um texto recente em que comentei que, durante o período inicial desta pandemia do novo coronavírus em 2020 "dc", eu fiquei ainda mais desleixado quanto à minha alimentação, então, quando fui pesar, depois de um certo tempo sem ir, o resultado foi negativo pois estava acima do peso habitual e percebendo, em meu corpo atípico, os meus excessos se expressarem em forma de aumento da barriga e da flacidez. Desde aquela pesagem, eu fiz um pacto, sem usar essas palavras, que "não mais 'pensaria' por mim mesmo, antes, durante e depois de me alimentar". Com objetividade, paciência, serenidade, ponderação e normalização da nova rotina, hoje, eu estou muito bem, obrigado, uns 6 quilos mais magro e indo de vento em popa em direção ao meu objetivo que é estacionar na casa dos 60 a 65 quilos.


Mas, o que seria realmente o tal "pensar por si mesmo"??


Pensando "por mim mesmo", eu estava deixando de lado o compromisso importante que tenho estabelecido para comigo que é de me manter em plena forma que conseguir para atrasar ao máximo possível o inevitável acúmulo de gordura visceral que, aliás, eu já tenho e não é lindo de se ver, mesmo com o peso, supostamente, em sua faixa ideal (talvez, não na minha).

Correndo atrás, diga-se...


Será que aquelas pessoas que têm acreditado em todas as mentiras (perigosas) de populistas como o Trump e o Bozonaro sobre novo coronavírus e outros temas, estão pensando por si mesmas porque não estariam sob o julgo do politicamente correto da esquerda??


Eu estou para te dizer que sim* e que não. Sim, é um assunto que tenho percebido uma certa complexidade, mas não se amedronte, não irei complicar muito.


*Talvez..


Só digo que, "pensar* por si mesmo", por minha análise, pode se dividir em dois tipos: instintivamente e o completo oposto  disso.


Concordo que o politicamente correto da esquerda tende a impor mais do que esclarecer, sem falar que não é 100% honesto com praticamente todos os temas que toma como pauta. Manipula, distorce, mas, também, diz verdades até bem profundas, além de forçar mais o raciocínio do que à submissão acrítica aos instintos de dizer o que vem à mente sem pesar as consequências das palavras que usamos ou de agirmos de maneira egoísta, nosso ímpeto primário de sobrevivência de curto prazo.


Se agir por instinto é o mesmo que pensar por conta própria, então, é o mesmo que pensar muito pouco e agir de maneira mais reativa, imatura e potencialmente problemática do que aprender, primeiro, a se controlar, sabendo que a grosseria desnecessária, geralmente produto de intrusão emocional sobre o pensamento, pode voltar contra você e será hipocrisia se reclamar. Mas não é justamente isso o que mais temos visto?? O pessoal do "isso é mimimi" reclamando quando são eles os discriminados...


Teoristas conspiracionistas que não querem vacinar os seus filhos, nem contra o sarampo; que acreditam que a Terra é plana ou que negam os efeitos nocivos e potencialmente graves da ação predatória do ser humano sobre o meio ambiente, também estão ''pensando' mais por si mesmos do que segundo a cartilha do politicamente correto... Bem, não preciso dizer se estão se saindo bem, né?


No entanto, não somos apenas os nossos instintos mas, também, o que aprendemos de nossas experiências e por nossas percepções.


Em um sentido medíocre ou primário, nossos "Eu verdadeiros" são os nossos instintos. Já, em um sentido bem mais elevado, avançado, somos o que aprendemos de realmente necessário ou correto sobre qualquer tema, mas, especialmente, desses de ciências humanas//filosofia, presentes há todo momento em nossas vidas.


Portanto, quando chegamos à conclusões ponderadas e corretas ou baseados na busca por verdades do que pelo endosso do que achamos, também é porque resolvemos pensar, de fato, "por conta própria", ao invés de nos manter no piloto automático dos instintos e/ou preconceitos cognitivos.


Se os apoiadores do Pato Donald Trump e do Bozo, por exemplo, decidissem sair do automático instintivo ou emocional, veriam aquilo que os opositores têm percebido de verdadeiro sobre os dois e, como consequência, diminuído suas paixões irracionais ou até debandado desses navios piratas.


Pensar ou reagir por si mesmos??


Pois uma reviravolta aconteceu enquanto escrevia esse texto porque, se, pelos instintos, pensamos menos e reagimos mais, então, talvez, apenas seja cirurgicamente necessário mudar o verbo de "pensar" no sentido óbvio e cru de ''raciocinar'' para "sentir ou reagir" por si mesmos. Aí sim, não tenho mais o que falar se esse pessoal que se queixa do politicamente correto, apenas da esquerda  aceitarem que não querem pensar mas, reagir por si mesmos.

Sobre os meus 4 temperamentos

O sanguíneo é o temperamento da minha imaginação 

O colérico é o temperamento da minha reação

O melancólico é o temperamento da minha inteligência 

O fleumático é o temperamento da minha inércia

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

No mesmo lugar

No meu quintal de sempre

De desde 95

Acordei com o dia

Em mais um domingo

Era umas 5 e meia

Agora umas 5 e quinze

O mesmo céu

No mesmo lugar

Sentado na escada

O chão quente

Minha felina adorada

As sombras da próxima escuridão

Como foi a última noite

Em que sonhei com duas luas

O céu escurece, é o tempo hoje

E as luzes se acendem nas ruas

Do amanhã

No verdadeiro 2020

 No verdadeiro 2020


A Terra era um confusão cósmica

O núcleo quente explodia na superfície

A vida era uma impossibilidade lógica

O mundo existia sem que nos servisse

As estrelas brilhavam como as de agora

O universo continuava em sua imensa mesmice

O silêncio das Vozes mórbidas

E as Chamas sem limites

O vento

 O vento


É o tempo

Nos galhos das árvores

Nas tempestades

Nos finais de tarde

No início das manhãs

No sussurro da escuridão

No movimento do diafragma

Nas fragrâncias de cada momento

Na respiração de cada sentimento

Nas palavras faladas

Nas palavras pensadas

Em cada segundo

Fecundo/moribundo

É o vento

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Lógica primária e três exemplos

Lógica, por uma concepção primitiva, é tudo aquilo que obedece a leis ou padrões existentes e, portanto, que apresenta coerência potencialmente cognoscível de funcionamento e constituição, incluindo ou, especialmente, a (natureza da) própria realidade em que existimos.


A lógica, enquanto faculdade mental, é a capacidade básica de reconhecer padrões ou leis de perspectivas {da natureza (lógica)} da realidade. Por exemplo, quando eu percebo que o céu está ficando nublado, as nuvens carregadas e, então, começa a chover, eu percebo um padrão lógico ou coerente, existente, repetitivo ou cognoscível.


A lógica primária seria uma espécie de pensamento lógico precipitado ou simplório que não é baseado em uma varredura analítica mais robusta.


Três exemplos:


1. Doenças infecciosas matam apenas os mais vulneráveis


Faz sentido lógico-primário que aqueles com sistemas imunológicos imaturos ou enfraquecidos estejam em maior risco de morrerem se se contaminarem com uma doença infecciosa. Com a pandemia de covid-19 neste ano de "2020" de "meu deus", e seu padrão de letalidade, essa relação lógica tem sido entoada por muitos. No entanto, se o novo coronavírus é mais severo com idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos ou frágeis, ele tem sido muito mais leve com crianças e adolescentes, que por essa lógica primária, também deveriam estar entre os grupos de risco. A gripe "espanhola" é outro exemplo que foge à regra, porque matou muito mais jovens do que idosos. Vírus e bactérias diferentes têm padrões diferentes....



2. Pobreza causa comportamento violento


Se eu vivo em um ambiente muito pobre, passo fome e sempre me sinto ameaçado de sofrer violência, é provável que eu me torne mais arredio ou agressivo, certo?


Se fôssemos como folhas de papel em branco, estaria correto, mas já nascemos com tendências psicológicas e cognitivas, de maneira que, apesar de primariamente lógico que as características do ambiente influenciem no comportamento, essa relação entre ser e meio também tem o primeiro e suas próprias características "inatas' como sujeito(s) muito relevante(s). Portanto, independente se eu sou uma pessoa extremamente pacífica ou não, e hipoteticamente me encontro em uma situação como essa, o ambiente não irá, "sozinho", moldar minhas respostas. Aliás, em termos literais, não existe essa equivalência entre ser e meio, se é apenas o primeiro que pode, de fato, se comportar conscientemente. Mesmo quando temos uma coincidência estatística entre ambiente socialmente empobrecido e níveis altos de violência, isso não significa que "o ambiente" está literalmente forçando algumas pessoas a agirem assim até porque muitas, se não a maioria delas, não acaba no mundo do crime. O fator mais importante é a índole, que pode ser resiliente, variável em robustez ou sugestionável.


3. Pessoas mais inteligentes são (sempre) mais "mentalmente saudáveis"


Mais intensa é uma expressão, maior é o risco de que se desequilibre. Vide os "gênios" e uma maior incidência de transtornos mentais entre eles. E não estou falando de "intelectualmente dotados" ou pessoas com elevadas capacidades cognitivas se comparadas com a média, mas sobre criatividade e realização. No entanto, a lógica primária da frase do exemplo parece que nunca cai em desuso, mesmo com um acúmulo de evidências contrárias à sua conclusão. Faz sentido que uma característica tão importante e valorizada como a inteligência só possa vir a se relacionar com "coisas boas". Mas...

terça-feira, 22 de setembro de 2020

O mal que a ideologia do igualitarismo pode fazer

 "De boas intenções o inferno (também) está cheio"


Dois exemplos de como que a bondade intencional sem o rigor do conhecimento pode causar tanto mal quanto a crueldade.


Igualitarismo (absoluto) para seres vivos não-humanos


Todos os anos, ocorrem casos de animais de estimação que atacam "seus donos", vezes com letalidade. Já é de conhecimento público que existem certas raças caninas que são mais propensas a agirem com violência. Isso não significa que todo cão pitbull, por exemplo, apresenta tendência pra ser violento, mas que existem mais deles com esse risco do que em relação aos de outras variações. Além do porte grande e musculoso, também tem o fator psicológico. De qualquer maneira, a principal causa para essas diferenças é a genética, já que são produtos de seleção artificial que buscou ressaltar características específicas.


Vários desses casos de violência de cachorros (bem como de outras espécies domesticadas) contra humanos não têm um contexto anterior de abuso por parte dos "donos". E isso é uma evidência de que a criação não é o único fator que explica esses rompantes instintivos. No entanto, tem aparecido uma turma de "protetores' dos animais que defende justamente a tese contrária e, com muita convicção, é claro.


A ideologia do igualitarismo, que nega diferenças inatas ou biológicas entre os seres humanos (especialmente sobre características comportamentais), sempre atribuindo-as única e equivocadamente às circunstâncias e/ou pendengas históricas, tem migrado para o lido com as outras espécies e é evidente que isso não é bom. Pense que, graças à essa crença, muitos têm acreditado que a criação e não a raça que mais importa, adotado cachorros das raças (em média) mais violentas, quase sempre de grande porte, e isso resultar em tragédias pessoais. Não digo que devemos parar de adotá-las. Eu, inclusive, já convivi durante 4 anos com uma pitbull musculosa, mas, super dócil. É necessário enfatizar que não são todos dessa ou daquela raça que são violentos. Mas é muito importante estarmos atentos aos seus padrões de comportamento e, por bom senso, dependendo do que encontrarmos, evitar criá-los muito perto de outros animais, crianças, pessoas idosas, de quem tem medo ou mais soltos, até o momento em que tivermos total confiança neles. O ideal mesmo seria refazer estas seleções artificiais, com 0% de derramamento de sangue, para acabar com a maior propensão à violência dessas raças, talvez também aumentando as médias de suas inteligências emocionais (e, também, de seus potenciais "donos" humanos...). Mas, não será pela negação das diferenças intrínsecas entre as raças caninas que iremos, de fato, praticar a bondade em relação a esse contexto, pelo contrário, pois assim, estaremos expondo humanos e outras espécies a esses riscos, nos doutrinando a acreditar que apenas a criação que é relevante para o comportamento animal.


Igualitarismo em humanos


A política do multiculturalismo


A grande maioria das guerras civis acontece por causa do acirramento das diferenças culturais e étnicas entre grupos que compartilham o mesmo espaço político, por exemplo, as que eclodiram a partir do desmantelamento da ex Iugoslávia.. Também é possível ir mais fundo e creditá-las à sempre problemática masculinidade tóxica, já que quase todo conflito humano tem os homens (principalmente os conservadores) como os seus protagonistas, se se consistem, essencialmente, em disputas territoriais ou de poder. Concordo que um pouco de diversidade cultural (e, também, dependendo de qual "diversidade" que estivermos falando) não faz mal a ninguém. No entanto, parece que os igualitaristas não apenas desprezam o histórico de conflitos que, diferenças étnico-culturais dentro de um mesmo espaço político, têm resultado, como também não se importam com a carga de diversidade que uma sociedade consegue, pode ou deve suportar, apenas porque acreditam que os seres humanos são absolutamente iguais, confundindo e extrapolando o que temos de igual, a essência, às interseções e expressões biológicas e/ identitárias com as quais nos associamos.  É profundamente verdadeiro que somos todos seres vivos e seres humanos e que sempre devemos, a princípio, tratar o outro da maneira como gostaríamos de ser tratado, mas, isso não significa que apresentamos os mesmos potenciais de inteligência e/ou proclividades de comportamentos; ou de que são exclusivamente atribuídos às diferenças de criação, de ambiente. Seria o mesmo que concluir que não existem diferenças entre as plantas porque todas têm raízes. Os estragos causados pelo multiculturalismo, atualmente e, a partir de boas intenções (permitir que pessoas de países em conflito ou pobres possam imigrar e viver nos mais "desenvolvidos'), já estão sendo sentidos em todas as nações que o tem adotado de maneira pouco ponderada, sem falar quanto às previsões sombrias para um futuro não muito distante, por exemplo, de que podem provocar guerras civis, especialmente naquelas em que o caldeirão cultural (e racial)já está bastante "temperado" e transbordando..

domingo, 20 de setembro de 2020

Sobre um argumento muito usado por supremacistas brancos...


Eles dizem que é a "raça branca" que mais tem contribuído para a "humanidade" (??), com realizações científicas, artísticas e filosóficas. Ao analisar rápida e honestamente, não nego as contribuições legítimas de 'gênios' de origem europeia, que não são poucas, que estão entre as mais significativas e em praticamente todas as áreas do conhecimento humano. Mas, também quero pensar que, se temos "realizações positivas", também temos as "negativas", invenções ou trabalhos e ações que têm resultado em destruição, caos e discórdia desnecessários: guerras ou conflitos; invenção e hegemonia de ideologias filosoficamente problemáticas e depredação do meio ambiente/da natureza, basicamente. A partir daí, ao pesar na balança as "coisas boas" e as "coisas ruins" que "os brancos", individual e coletivamente, têm feito ao longo da história humana, podemos concluir que, suas realizações "negativas" têm sido tão impactantes quanto as "positivas", resultando num saldo mais negativo que positivo. 

Por exemplo: "se graças a alguns avanços tecnológicos proporcionados por 'gênios' brancos (e judeus), ao menos no início, o ser humano conseguiu se lançar no espaço sideral, por outro lado, existe um histórico que se estende com vigor até os dias de hoje, de conflitos/guerras, exploração e opressão perpetrados  pelos "mesmos brancos (especialmente) e judeus" contra 'si próprios' ("elites" em relação ao "povo" e/ou grupos especificamente alvejados) e aos outros povos com os quais têm entrado em contato, resultando em um saldo negativo de "contribuições decisivamente benignas à humanidade e ao planeta", se é inútil ou irracional que se avance muito em algumas áreas e o completo oposto em outras, diga-se, que são até mais importantes por serem as mais básicas". Afinal, qual é a valia de conquistar o sistema solar se a espécie humana continuar oprimindo a si mesma e destruindo a natureza por razões excepcionalmente frívolas/não-imprescindíveis??

Não bastasse a apropriação indevida de feitos individuais para se sentirem superiores aos outros, quando se atribuem realizações ou trabalhos de indivíduos 'geniais' à coletividade que pertencem, esses e outros supremacistas também têm a conveniente tendência de desprezar e/ou justificar todas as "contribuições" negativas que seus grupos, por identidade mais forte (raciais), têm cometido.

É assim, cruamente falando:

" 'Nós' fazemos um monte de merda, mas ficamos só com os "louros" (dos outros) '.

Além de emburrecerem esse debate apenas para se sentirem bem consigo mesmos, "inferiorizando" os outros e abusando de uma linguagem metafórica confundida com literal (como eu já busquei explicar em outros textos) , eles também obscurecem o esclarecimento filosófico/moral sobre quem são os maiores culpados por atrocidades cometidas no passado, no presente e potencial justiça.