quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Razão, piloto automático/ manual e o meu exemplo

 Na primeira vez que pesei nesse ano, depois de um hiato sem acompanhar o meu peso, foi no dia 14 de julho, e eu tomei um susto porque já estava na casa dos 74 kg. Já, da última vez (29 de setembro) em que eu subi na balança, eu pesei 68,4 kg.


Apesar de medir 1,72 cm, o meu corpo não é padrão. Minha envergadura (~1,80 cm) é maior que a minha altura. Eu concentro mais gordura na barriga e nas pernas do que em qualquer outra parte do corpo. Isso mostra que a correspondência entre peso ideal estimado, baseado na paridade altura x distribuição total do peso (para homens) e peso ideal real, ao menos no meu caso, não é exata. Ao contrário da maioria dos caras, parece que eu preciso pesar uns 10 quilos a menos do que seria o recomendável. Ao invés de uns 70 quilos, entre 60 e 65. Tendência pra ter barriguinha também está nos "genes" ou na biologia. Enfim... desde aquela data eu comecei a mudar os meus hábitos alimentares. Claro que eu diminuí a quantidade de calorias que consumo por dia. Mas não ficou só nisso. Eu não quero acreditar que essa será mais uma dieta que farei para então voltar a engordar tudo de novo. Eu acredito que estou me reeducando e que é, portanto, um aprendizado permanente.


Mas, como isso realmente acontece??


Saio dessa abstração "reeducação alimentar" e vos digo como que tenho feito. Vou ser bem sucinto, a princípio: eu apenas penso... antes, durante e depois de comer, na refeição que me espera e, com frequência, também nas próximas refeições; penso na quantidade que pretendo comer, se não poderia comer menos, se não poderia deixar para o outro dia, fazendo escolhas; em manter no cardápio o que mais gosto sem ter que eliminar da minha dieta. Não estou vivendo só de vegetais. Toda semana, tem sorvete, farinha láctea.. o que eu comia antes, eu continuo comendo mas menos. Eu compenso. Se como além da conta ou se saio um pouco da quantidade que tenho comido, busco apertar o cinto no próximo dia. Até refrigerante eu não deixei de tomar. Só me preocupo em colocar quantidades mínimas, para lembrar do sabor. Eu tomo para não acumular minha tentação de tomá-lo e chutar o pau da barraca em um momento de tentação ou fraqueza. Quase tudo é questão de hábito. Antes, se tivesse uma caixa de bombons, eu comeria metade se me deixassem sozinho com ela, por pura gula. Hoje, eu penso.. com ponderação, faço esse diálogo interno e busco pela melhor alternativa. Por que comer metade ou toda a caixa se eu posso ir saboreando os bombons por muito mais tempo?? O grande pulo do gato está justamente aí pois se eu como muito em um só dia, a conta de perda e ganho de calorias ficará desfavorável para manter ou perder peso. Eu tenho horários restritos para comer e evito me esbaldar à noite. Está tudo planejado e quase sempre eu penso, eu simplesmente penso com objetividade, antes, durante e depois de comer. Mais feijão e menos arroz. Nunca gostei tanto de salada. Carnes só se for peixe. Pães e biscoitos recheados se tornaram raridade. Antes, eu estava vivendo no piloto automático, seguindo minha fome, tão constante quanto a minha preguiça e a minha introspecção. Eu não pensava no que fazia, seguia apenas os meus instintos. Estava fora de controle. Agora, eu costumo deixar no piloto manual para analisar o que é mais recomendável fazer. Hoje, eu uso a razão. E eu tento fazer o mesmo em relação a todo resto, analisando, refletindo, me firmando no que é mais verdadeiro ou cabível para, então, julgar o que vou concluir. Não digo que já alcancei a plenitude da razão por ser uma luta diária de não se deixar ser levado pelo piloto automático dos instintos. Isso significa que eu estou constantemente errando e aprendendo, sendo que em relação a alguns hábitos eu sinto que já estou mais estável. É um processo constante de se perguntar "o que é o melhor ou o mais ideal??". Graças à aplicação concreta da racionalidade, eu estou conseguindo atingir o meu objetivo. Tudo de maneira bem gradual, serena, orgânica, objetiva e lógica. Esse é um exemplo contextualizado ou específico. Se você também o pratica, lhe parabenizo mas, também, lhe digo que você pode praticar o mesmo em relação ao resto das suas ações, por exemplo, de suas atitudes para com o outro, nos momentos constantes em que precisa julgar como verdadeiro ou falso, pertinente ou frívolo, exagerado ou ponderado o que pensa e o que faz... é apenas uma questão de desligar o automático, mais vezes, nos momentos mais importantes e interagir com o mundo de maneira menos reativa.

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