quinta-feira, 28 de julho de 2016

Imaginação e tendências psicóticas



A minha imaginação é fértil mas não é de alta resolução, porque eu não consigo visualizar um cenário inteiro, por exemplo. Melhor pra mim** 

Pois se ela fosse muito boa o meu cérebro poderia entrar em parafuso e acreditar que as fantasias que crio na minha cabeça fossem parte da realidade exterior que percebe. Seria um prelúdio à psicose, com certeza. 

Eu não consigo visualizar um cenário inteiro, apenas ou especialmente as personagens principais, e meio borradas, ou que se formatam em cores meio opacas. O movimento ou comportamento dessas criações imaginárias é outro problema. Percebi algumas vezes  que eu consigo criá-los, mas apenas quando a mente encontra-se mais calma ou menos obsessiva com esta tarefa ou quando o faço de olhos fechados. Peçam-me para imaginar e compilar raças de cachorros e eu o farei só que sem ser em alta resolução e de modo potencialmente aleatório. No entanto eu sou bem fantasioso e muitas vezes o meu ímpeto para visitar o meu mundo paralelo tende a ser instintivo, tamanha a sede pelo conforto de me sentir como a um Deus, controlando, regulando, compondo ou destruindo este meu e somente meu mundo cavernoso. Este mundo paralelo encontra-se relacionado com os meus ''interesses obsessivos'' ou ''predominantes'' e em parte servem para atenuar o meu narcisismo.

O tempo de duração de minha imaginação também é pequeno e aparece em flashes em especial quando é feito de olhos abertos. Será que é igual pra todo mundo ou será que algumas pessoas conseguem imaginar por mais tempo, com maior resolução e com mais movimentos continuados entre ''uma cena e outra''**

Esta incapacidade de visualizar em tempo contínuo, em boa resolução pode explicar em partes o porquê de não ser um exímio desenhista. 


As cores da minha imaginação não são totalmente desbotadas, mas também não são muito realistas. E isso pode ser bom porque me faz seguro aqui neste mundo, já bem complicado, e evita que naufrague em uma outra loucura, em uma realidade inexistente que o meu cérebro cria, com personagens, cenários, histórias. Acho que as cores de fora influenciam na composição das cores de dentro de minha imaginação. Eu me pergunto se uma imaginação muito desenvolvida, e não apenas constante, possa ter efeitos deletérios para os seres humanos que nasceram assim... nomeadamente tendências psicóticas.

Eu já consegui imaginar uma cena ''inteira'', isto é, a composição completa de um movimento, mais especificamente em relação à execução de uma rotina de barras assimétricas na ginástica artística. Percebo que quando me esforço em demasia não consigo produzir grandes ''clipes''. É com base numa fluidez espiritual, isto é, calmo e agitado ao mesmo tempo que me faz construir cenas mais interessantes e criativas. 

Com os olhos fechados, obviamente que consigo prover uma melhor resolução, mas ainda sem o realismo que alguns podem prover de modo mais desenvolvido.

Portanto, apesar de hiperatividade, a minha imaginação não é como um televisor moderno, de alta resolução, realista, e talvez esta intuitiva/fácil diferenciação entre o imaginado e o genuinamente percebido (visto) contribui de certa maneira para não apresentar tendências psicóticas mais arraigadas.


O medo e o interesse/atração pelo desconhecido + psicose


Eu tenho certo interesse por ''atividades paranormais'' e que também resulta em uma certa fobia em especial sobre ''fantasmas''. Não existem provas contundentes sobre esses fenômenos mas o meu cérebro parece se sentir atraído por este tema. Quase sempre depois que vejo algum vídeo sobre o assunto eu me torno mais arredio, mais sobrecarregado, preocupado com o meu redor, se pode aparecer algum sinal, por exemplo um vulto. Então o meu lado mais racional ou ao menos mais tranquilizador, me convence que ''não existe tal coisa'' e com isso eu consigo dormir tranquilamente. Mas por mais que ''eu saiba'' que praticamente não existem evidências sobre a existência de ''fantasmas ou espíritos'', o meu cérebro, que é agnóstico de carteirinha, prefere deixar este assunto em aberto e com isso produz em mim um sentimento de incerteza, ''existe ou não existe*''. A incerteza é um convite à imaginação/especulação visual-ideacional recreativa. Em relação àquilo que o meu cérebro tem certeza eu não tenho qualquer preocupação, por exemplo, ao ver um vídeo sobre Jesus Cristo e logo depois ficar com medo de dar de cara com ELE no corredor de casa. 


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