quarta-feira, 11 de maio de 2016

O (real) lunático e o gênio, a grande distância entre as suas motivações intrínsecas (bom senso pessoal) e motivações extrínsecas (senso comum pessoal)





Os gênios criativos (e os de outros tipos, como eu já propus em um longínquo texto do velho blogue) fogem ao ''senso comum'', em busca de seus bons sensos personalizados, isto é, mergulham ''dentro de si mesmos'', tomados por uma obsessão, geralmente específica, sobre determinado conhecimento e passam a desenvolvê-la, mesmo ao ponto de alcançar o Olimpo da originalidade de alto nível, dando-lhes o merecimento deste rótulo.

Como resultado, a distância entre as suas obrigações mundanas ou extrínsecas (extrínsecas ao ser, ''de fora''), ou senso comum, e as suas obrigações existenciais (espectro do desenvolvimento pessoal ou talento) ou intrínsecas, tenderá a ser ou a se tornar significativa, porque ao priorizar pelo desenvolvimento intrínseco, só que direcionado para um certo campo do conhecimento humano, acabará por sacrificar uma boa parte de suas obrigações/vantagens ''mundanas''/evolutivas, tornando-se potencial-a-exponencialmente alienado às convenções quase sempre grosseiras do ''senso comum''.

Algo parecido acontece com o verdadeiro lunático, que ou aquele que, tomado por uma grande energia ou motivação, igualmente intrínseca, passa a lutar por seus objetivos, infundados, potencialmente equivocados ou mesmo, grosseiramente equivocados, e também se tornará cada vez mais alienado ao senso comum ou mesmo, irritável à sua (constante) exposição. E claro que o mesmo tenderá a acontecer com os gênios criativos no que diz respeito à crescente irritabilidade, ao serem constantemente expostos à ignorância ecoada pelas massas espacialmente dominantes.

A partir desta obsessão  pelo próprio desenvolvimento psico-cognitivo, geralmente direcionado a um domínio específico, gênios e (verdadeiros) lunáticos (orgânicos e intensamente ativos no alimento de sua loucura ''iluminada'') é muito provável que produzirão respectivamente, realizações criativas retidas de uma originalidade profunda e/ou sutil, úteis ou disfuncionais.

E por outro lado, nós vamos ter a maioria das pessoas, cujas motivações intrínsecas e extrínsecas estarão mais ou menos emparelhadas entre si, resultando em um padrão existencial de vida conformado com as ''obrigações'' semi-cativas que caracterizam a organização do trabalho na maior parte das sociedades humanas.

A fuga do senso comum, poderá ter 3 caminhos centrais e espectralmente largos ou diversos:

- em busca pelo bom senso ou espectro da sabedoria (e personalização perfeccionisticamente espelhada na realidade percebida),

- a fabricação de um senso existencial personalizado, como pode acontecer com muitos tipos de criativos e com isso, deixá-los mais próximos do ''senso pessoal psicótico'',

- a fabricação de um senso existencial personalizado e consideravelmente avesso aos fatos ou à realidade logicamente percebida.

Escusado será dizer que o próprio senso comum encontrar-se-á próximo dos sensos pré-fantasiosos e psicóticos, por esboçarem a subjacência de uma tolerância e mesmo ativo engajamento em direção à ''realidades'' antropomorficamente manipuladas ou que fogem ao mundo real.



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