quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Sobre três diferenças elementares entre pautas de direita e esquerda

 I. As direitas também têm pautas identitárias e trabalhistas, não apenas as esquerdas. A maior diferença é que enquanto as pautas progressistas são, por via de regra, a favor da ampliação de direitos, particularmente para os grupos mais desfavorecidos, as pautas conservadoras tendem a propor o oposto. 


Essas pautas são, basicamente, sobre identificação ou identitárias e recompensa ou trabalhistas.

II. Enquanto as pautas identitárias são a maior força das direitas, especialmente da extrema direita, e as trabalhistas são sua maior fraqueza, o padrão oposto tem sido estabelecido para ou entre as esquerdas. No caso das direitas, é a diferença entre se identificar ideologicamente, de compartilhar os mesmos valores "tradicionais" com uma parcela importante da população, e a de propor medidas que tiram ao invés de ampliarem direitos, que visam agradar as "elites", principalmente a burguesa. Já entre as esquerdas, enquanto as pautas identitárias focam em grupos, geralmente minorias ou maiorias historicamente marginalizadas e ideologicamente difusas, e ainda pior já que o fazem de maneira não muito inteligente ao transformá-las em "vacas sagradas", isto é, em grupos incriticáveis segundo o seu politicamente correto, as pautas trabalhistas focam na maioria da população que não é rica, apresentando um maior alcance de popularidade...

III. Mais uma diferença:

A esquerda moderada, pelo menos atualmente, é a identitária, porque visa promover a igualdade social de maneira mais indireta para os grupos que diz defender ao invés de fazê-lo para a população como um todo, especialmente para a parcela mais necessitada e sem discriminar, enquanto que a esquerda radical é a trabalhista, porque visa combater de maneira mais direta as consequências negativas da hegemonia capitalista. E ssso acontece justamente por causa do domínio significativo do capitalismo nas sociedades humanas de nossa época. 

Já a direita moderada tem sido a trabalhista, porque almejar manter e até aprofundar medidas neoliberais ou capitalistas, e a radical, é a identitária, que visa por mudanças mais profundas, neste caso, uma maioria de retrocessos, justamente pelo sucesso que a esquerda cultural tem tido nas últimas décadas...

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