quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A metáfora do outsider

Se você está do lado que é a favor do vento então é provável de não senti-lo. Se está em sentido contrário então inevitavelmente o sentirá. Quem não se conforma estará mais propenso a vivenciar (parte d)a realidade e portanto terá mais chances ou interesse de entendê-la também porque ela o afetará de maneira mais intensa, intrusiva, ativa, do que quem está do lado favorável.

Exemplo: você nasceu em uma comunidade muçulmana. Passa o resto da sua vida a favor do "vento de Alá". O máximo que fez foi tentar resolver algumas dúvidas superficiais sobre a sua crença. Você vivenciou o islamismo mas não o entendeu. É parecido com o outro-conhecimento em comparação ao auto-conhecimento. É mais fácil entender o outro do que a si mesmo, em termos de forças, remediações e fraquezas, claro que, para quem não é intrapessoalmente inteligente.

Quem vivencia o vento na mesma direção não o sente no rosto e no corpo. Todos nós temos as nossas conformidades ou ambientes ideais de vivência e quanto mais destoantes do ambiente em que vivemos nós estivermos, maior será o descompasso e dependendo da pessoa, do seu perfeccionismo ou de sua urgência em viver em seu ideal pessoal, maior o conflito com o ambiente de vivência. 


Enquanto que algumas ou muitas pessoas/seres vivos parece que precisam sentir o vento bater rente ao rosto para perceber que ''ele'' existe, que não se consiste no movimento do seu próprio corpo, existem alguns em que o ''vento contrário'' não está fora, mas dentro de si mesmos.

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