sábado, 13 de maio de 2017

Abertura para a experiência (impulsividade/instintividade) e conscienciosidade ( responsabilidade / capacidade de pensamento preventivo/abstrato)

Consciencioso 

Meticuloso; Que expressa cuidado, minúcia, esmero: político consciencioso.

Responsável; Que se rege pela própria consciência: filho consciencioso.

Honesto; Que segue regras éticas aceitas socialmente.

Cuidadoso; Que obedece regras; De realização detalhada: teoria conscienciosa; Discurso consciencioso.

Fonte: Dicionário online de português




Pureza semântica: diferente da precisão semântica a pureza semântica visa reduzir o conceito a si mesmo, isto é, à sua própria descrição. Exemplo de conceito comum: Alegria. Eu não preciso me alongar muito para descrever o conceito de alegria, que parece estar embutido na própria palavra-símbolo que o associa. No entanto muitos dos conceitos psicológicos ao invés de se basearem na pureza semântica se expandem ao mesmo tempo em que também se tornam vagos. É o caso da conscienciosidade. A definição de quem é consciencioso com base em seu conceito simples, mostrado logo acima, se difere em demasia em relação à sua descrição só que baseado no conceito psicológico. É fato que o consciencioso de acordo com o seu conceito simples, é homogeneamente de um jeito.

Consciencioso [conceito psicológico]

Estou sempre preparado.
Presto atenção aos detalhes.
Recebo tarefas feitas imediatamente.
Eu gosto de ordem.
Eu sigo um horário.

Sou exigente no meu trabalho.

 No entanto a mesma palavra para o conceito psicológico enfatiza-se em um conjunto mais moralmente neutro de disposições comportamentais. Quem está mais certo? 

Eu acho que os conceitos simples são mais precisos ou menos confusos que os conceitos que por ventura são "expandidos". Eu já falei sobre isso, usando os exemplos da ''homofobia'' e do ''racismo''. Portanto parece ser mais fácil de reconhecer alguém que é consciencioso [ou a sua conscienciosidade] via conceito simples do que com base em seu conceito psicológico [ou ''psicológico'', parece que alguém do ''RH'' que o conceituou], ainda que ambos expressem realidades psicológicas. Parece também que o termo ''conscienciosidade'' está englobando a ''simpatia por ordem e ''conformidade social'' e desprezando o seu lado mais qualitativo, de honestidade ou da integridade de caráter.


Outro exemplo de obtusão semântica é o [outro] traço do ''big five'': ''abertura para a experiência''. Eu já comentei que este conceito é muito amplo e vago e que talvez fosse melhor reparti-lo em suas facetas, ao invés de se sempre usá-lo de maneira unitária. A abertura para a experiência pode ser intelectual, física ou de outra natureza explorativa. Eu já acredito que a mesma pareça se relacionar mais com níveis e tipos específicos de impulsividade, talvez com ''busca por sensações'', por exemplo, pular de asa delta ou ficar uns tempos ''morando'' com ''mendigos''.

Enfim, o cerne deste texto é de, ''apresentar'' o termo ''pureza semântica'', e buscar entendê-lo como uma peça possível e importante para a precisão semântica, ainda que necessariamente não se consistam na mesma coisa. Ao invés de precisar o conceito, a pureza semântica obviamente busca purificá-lo, simplificá-lo, reduzi-lo à sua característica mais essencial, ou como nos exemplos usados, regredir a um entendimento menos pretensamente abrangente porém reduzidamente preciso. Com isso eu acredito que será mais fácil entender os conceitos e suas aplicações, mas também de se identificar características, neste caso, de natureza psicológica, e percebam como que o termo simples do adjetivo consciencioso é muito mais objetivo e reconhecível, por fundamentar-se pela ênfase moral ao invés de uma ênfase obtusamente técnica, como no caso do conceito psicológico, que não explica ''como que o consciencioso tende a ser'', mas ''como que ele pode reagir, especialmente no ambiente laboral'', se de fato estamos falando do mesmo tipo, ainda que válido e possivelmente factual [especialmente em relação à dicotomia psico-política] em relação a essa faceta menos psicológica e mais laboral. Presume-se que quem segue regras e é mais responsável com as ''suas ações'', novamente, geralmente que se dá de maneira específica, do que generalizada, que inevitavelmente, parece que, resultaria no caminho da sabedoria, também seria mais propenso a ser honesto [de maneira específica ou à moda ''savant de alto funcionamento'', que eu expliquei em um texto anterior, sobre o mesmo assunto].

Também apareceu uma hipótese conspiracionista de que esta modificação do termo ''consciencioso'', escondendo as suas qualidades e enfatizando em suas características, diga-se, mais neutras, em contraponto à ''abertura para a experiência'', em que o posto parece acontecer, se consistiu em uma manobra de manipulação semântica, colocando aqueles que são mais ''cabeça-aberta'' como os criativos abertos para novas experimentações, apenas, que tendem a escolher a ideologia esquerdista, e os conscienciosos como ''retrógrados de mente fechada'', que tendem a ser de conservadores/direitistas.

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