terça-feira, 18 de abril de 2017

Identidade versus entidade

A política das identidades  atomiza e divide porque ao invés de se centralizar na pluralidade identitária dos indivíduos, que somada, resulta na entidade, foca naquilo que lhes fazem diferentes, em seus contrastes e criando antagonismos que foram, é claro, maquiavelicamente premeditados. 

A entidade se difere da identidade porque se consiste no todo do indivíduo, em suas idiossincrasias, identidades discrepantes, convergentes e transcendentes, desconstruindo esta noção de comunidades mutuamente atomizadas, que inevitavelmente acabarão entrando em constante atrito com os outros grupos.


Eu prefiro portanto pela ''política'' das entidades ou indivíduos, com todas as suas exuberâncias particulares, e em específico as benignas e as neutras devidamente somatizadas e nítidas, para que de fato haja um potencial de coesão coletiva na diversidade individual, e não pela atomização coercitiva na enfatização desequilibrada nas identidades/ partes de uma entidade que, ao invés de produzirem pontes de possíveis entendimentos, as destrói, insulando os indivíduos progressivamente para dentro de suas comunidades mono-identitárias com as quais sentem maior senso de pertencimento. 

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