sábado, 8 de outubro de 2016

Refutando algumas ideias de Bruce Charlton e co. sobre o gênio: o gênio foi designado ou selecionado para ter ideias criativas e ajudar a sua tribo/o gênio é uma variação ''normal'' que foi selecionada para criatividade...

..., o gênio é, geralmente, altruísta, gênios moralmente ruins são anomalias, gênios de natureza científica são mais extrovertidos, pessoas inteligentes que pontuam abaixo ''do esperado'' em testes cognitivos só podem ter alguma anomalia patológica (nem toda anomalia é patológica)...

... e um plus de minha parte: traços psicológicos variam mais entre os caucasianos, especialmente os caucasianos: europeus, e de certas épocas*, resultando em maior proporção de gênios criativos e/ou existe uma maior presença de mutações raras que aumentam de sobremaneira a inteligência/e potencial criativo dos filhos em relação aos seus pais, mais comum entre os europeus, por agora...

1: O gênio foi designado para ter ideias criativas e para ajudar a sua tribo

A ideia de que o gênio foi designado para isso ou para aquilo parece uma narrativa bíblica/religiosa, em que tudo tem que ter um propósito. Complicado concluir qualquer coisa por agora sobre este assunto porque realmente ninguém sabe se TUDO tem ou não um propósito, e lembrem-se daquilo que já falei, as palavras são muito importantes para entendermos o mundo de maneira mais profunda, mas também podem nos prender aos seus significados e reduzir nossas possibilidades de alcance perceptivo. Neste caso, ficamos presos à palavra ''propósito'' enquanto que a verdade nuclear, profunda, primeva desta realidade pode ser outra. 

A ideia de que um compositor genial do século XIX, compôs suas obras primas, especialmente para ''ajudar a sua tribo'', parece fora da realidade. Gênios podem ou não usar a genialidade para ''ajudar a tribo''.

Acho que Charlton usou ou usaria de qualquer maneira, vaga, diga-se, a ''revolução industrial'' como uma clara demonstração de altruísmo por parte do gênio, em relação ''à sua tribo''.

Será**

A revolução industrial bem diferente daquilo que Charlton e co., parece, que acreditam, não foi este mar de rosas, em especial para uma boa parte das ''tribos europeias''. 

A narrativa de Charlton e co. é engenhosa, mas será que é factualmente correta*


A segunda ideia de Charlton e co. é complementar à ''primeira'', porque se o gênio foi ''naturalmente'' designado então...


2: (...) O gênio é uma variação psico-cognitiva ''normal'' (personalidade endógena) que foi selecionado para a produção criativa

Se o gênio é uma variação ''normal'' então alguém me explica porquê tantos deles apresentam injúria cerebral ou transtornos mentais (severos, moderados, leves a subjetivos ou ''desordens'' apenas por critério cultural)**

Charlton e co, querem nos passar a ideia de que o gênio se consista numa espécie de sub-tipo psico-cognitivo QUE FOI SELECIONADO, artificial ou naturalmente, exatamente para exercer a sua ''função social'', tal como se fosse uma raça canina, com pedigree e com habilidades específicas, enquanto que o que parece ser factualmente correto de se constatar é que o gênio se consista em uma manifestação bastante rara, excepcional e/ou ''histriônica', de perfis ou combinações psico-cognitivas mais comuns (ou combinações únicas), que se foi mesmo selecionado, não foi de modo direto, proposital, mas invariavelmente acidental.

 O gênio se consiste em uma variação ''aberrante' de uma combinação de traços psicológicos e cognitivos ou de uma combinação rara por si mesma, que é única. O gênio se consiste quintessencialmente falando em um ser exótico que pode trazer grandes benefícios a malefícios à humanidade e por tabela à fauna e flora circundantes, dependendo da natureza de sua capacidade. 

Charlton e co. desejam supostamente acabar com o estigma/estereótipo do gênio enquanto uma pessoa com habilidades perceptivas excepcionais MAS com tendências psicológicas mórbidas. 

Eles querem passar a ideia de ''naturalidade'', isto é, tal como os olhos azuis foram sendo selecionados entre os povos germânicos, o mesmo aconteceu com o gênio, no entanto, o primeiro traço se tornou muito comum, enquanto que o segundo ''traço'' ''ou'' combinação de traços continuou raro. Alguma seleção em vista**

Provavelmente não. 

Sejamos francos, o gênio criativo não é desejável, as suas realizações possivelmente sim, mas o gênio criativo, como pessoa, não costuma apresentar grandes qualidades, a não ser se for um tipo mais correlacionado ao sábio, o ''ser humano ideal'', do contrário, a seleção natural ou caoticamente artificial (a regra da civilização) os selecionaria em maior quantidade.

Portanto pode-se dizer em partes que, o gênio criativo não é desejado pela população, nem mesmo pelos governos, e percebam o quão raro é, como que muitas sociedades podem permanecer por longo tempo sem tê-lo, seja porque o reprime ou mesmo porque já não apresentam qualquer traço ou evidência deste tipo em sua demografia. Da mesma maneira que o sábio também não costuma ser desejado, em especial pelos governos, por se consistir em uma ameaça final ao julgo sempre problemático desses mesmos governos, que usualmente se compõem de ''normais'' conformistas, psicopatas e idiotas úteis. Sábios e gênios são provavelmente os tipos mais outsiders de todos. 

Eu não preciso dizer novamente quanto à abundância direta à indireta de correlação entre criatividade e transtornos mentais via relatos autobiográficos dos próprios gênios e talentosos.

Parece que em cada família de um gênio ou talentoso (próximo do nível de gênio) que foi historicamente reconhecido tem um ou mais parentes com desordens mentais, quando não são os próprios filhos que nascem com a versão não-heterozigota desses ''genes extremos'', ou eles mesmos.

Se o gênio tivesse sido selecionado então teríamos muitos mais deles andando por aí, em especial em terras europeias, e não é o caso. 

A extrema raridade do gênio criativo ou de alguém com potencial (talvez bem menos que 0,5% da população) apenas nos mostra que ao contrário da teoria proposta por Bruce Charlton e Edward Dutton, o gênio não tem sido selecionado, apenas tem emergido de maneira consideravelmente rara, e sem levar em conta a possibilidade de que muitos tipos com igual potencial terminem por não atingi-lo em toda a sua envergadura, passando desapercebidos, marginalizados ou ''esquecidos'' pela história (sociedades/governos). Ainda assim, a incidência deste tipo parece muito baixa para ter sido selecionada, muito menos de maneira proposital.

Sabe quando está chovendo muito e de repente aparece um arco-íris tímido* Então, a manifestação rara do gênio parece, metaforicamente falando, mais ou menos com este exemplo, com a emergência de excepcionalidades ocasionadas por alguma movimentação seletiva anterior que propiciou ao surgimento de algumas combinações raras, e que não dependem apenas delas para que possam se manifestar plenamente, isto é, de serem reconhecidas, corretamente avaliadas e usadas, de maneira moralmente correta, se possível.

A emergência do gênio foi (e continua a ser), por falta de palavra melhor, acidental, isto é, não foi estritamente desejada, porque apareceu como parte de um aumento generalizado de inteligência, ao menos nas populações europeias depois da ''idade média'', ainda que gênios historicamente reconhecidos também tenham aparecido durante este período histórico, e claro que eu estou falando apenas da Europa, porque em outras regiões, por exemplo, na China, muitos gênios a semi-gênios apareceram durante este mesmo período.

Tentar, mais uma vez, distanciar o fenômeno da genialidade em relação aos transtornos da mente não parece o certo a se fazer e no entanto parece uma medida equivocada bastante popular nos dias de hoje, afinal de contas, muitos de nós desejamos que a criatividade seja compreendida de modo diferenciado das desordens mentais, de maneira ''positiva'', e a priore não há nada de errado nisso. Como sempre, o problema começa quando aquilo que desejamos se sobrepõe à realidade factual ao invés de complementá-la, isto é, quando impomos a versão de como que queremos que os fatos se apresentem do que, em como que os fatos realmente são/estão. Aquilo que falei muitas vezes no velho blogue. Ou a criatividade humana é fruto de uma evolução convergentemente natural do intelecto portentoso e problemático de nossa espécie, ou se consiste basicamente em versões heterogêneas ou menos puras de desordens mentais e com vantagens/e desvantagens culturais de grande peso. 

Charlton apenas repete o mesmo erro que Lewis Terman cometeu, quase um século atrás, quando resolveu ''acabar com o estigma do gênio'', passando como um trator em cima da verdade factual, de que existe sim uma lina tênue entre criatividade e transtornos mentais, que a maioria dos tipos mais criativos apresentam no mínimo algum traço de desordem mental, tal como foi profetizado por Cesare Lombroso em seu ''O homem de gênio'' e que quanto maior é a genialidade maior é o risco para comorbidade com transtornos mentais, e mais, em como que o transtorno influencia na perspectiva existencial do gênio, especialmente os tipos mais literários, artísticos e filosóficos (e possivelmente também entre os tipos mais científicos), como eu falei, sobre a depressão e a melancolia, qualquer desvio da normalidade humana pode ter um papel importante para perceber o mundo de maneira completamente diferente e possivelmente original.

3- A maioria dos gênios são altruístas, gênios ruins são a exceção ou Confusão entre sabedoria e genialidade

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Fonte: educação.globo

Eu já comentei que sabedoria e genialidade não são a mesma coisa, porque apresentam epicentros semânticos/conceituais diferentes. A primeira epicentraliza-se na ''excepcional'' capacidade de raciocínio moral enquanto que a segunda epicentraliza-se na excepcional capacidade de raciocínio divergente, generalizado ou pontual (no caso dos criativos contínuos e descontínuos), e sem critério moral, portanto, amoral, a priore. 

(Eu aspeei o excepcional na parte em que falo sobre sabedoria porque na verdade a mesma, a meu ver, se consiste apenas na idealidade humana, especialmente em termos de comportamento, só que os processos seletivos humanos tem direcionado à ''evolução' de 'nossa' espécie pra outra direção, menos sábia)

Portanto não há nada impedindo que uma desproporcional fração de gênios criativos não sejam de excepcionais altruístas a/ou sábios, e mesmo que muitos se consistam de crápulas, e esta parece se consistir na factualidade.

Eu já escrevi um texto no velho blogue citando alguns exemplos de comportamentos imorais como do gênio literário William Shakespeare, apenas pra começar. E não preciso citar listas de ditadores, em sua maioria, no mínimo, de psicopatas de alto funcionamento (muito inteligentes ''ou' espertos). Gênios criativos imorais ou não-altruístas parecem abundar. 



Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/79/Relationship_between_Bipolar_Disorders_and_IQ.jpg


3- Não existem gênios hoje em dia/ gênios cientistas são mais propensos a serem extrovertidos

Tudo para compactuar com a teoria geral de sir Charlton, em que, por causa do acúmulo de mutações deletérias, supostamente, a proporção quase sempre ínfima de gênios em potencial diminuiu drasticamente. Será**

Pode ser, mas o assunto parece mais complexo do que Charlton deseja salientar. Na minha opinião, não é apenas o gênio que não está mais aparecendo, mas também porque tem sido marginalizado, e no mais, muitos outros, eu não sei se poderia denominar de ''gênios'', tem dado às caras, nas próprias universidades, no caso de grandes talentos nas áreas das ciências, ou de outros modos. 

Parece haver uma abundância de gênios científicos historicamente reconhecidos que não foram de extrovertidos. E no mais, há sempre de se analisar detalhadamente os termos e as expressões emanadas dos mesmos, enquanto comportamentos, que estamos analisando. Existem vários tipos de extrovertidos, e eu tenho lá as minhas dúvidas se a extroversão de uma pessoa com percepção afiada, pontual ou generalizada, será idêntica ao de um típico extrovertido. 

4- Pessoas realmente inteligentes que pontuam ''abaixo do esperado'' em testes cognitivos apresentam alguma patologia que as impede de pontuar alto

Então o cantor brasileiro Roger Moreira, da famosa banda dos anos 80, Ultraje a Rigor, deve ter alguma patologia mental às avessas porque ''o seu'' QI estratosférico não parece combinar com a ''beleza' de suas músicas ou algumas de suas atitudes moralmente reprováveis tal como ''trollar'' grupos veganos na internet para deixá-lo na santa paz saboreando o holocausto animal.

Usando o critério QI para filtrar a realidade, e concluir a partir disso, não parece o inteligente a ser feito. Hbds parecem ter fobia de ''complexidade'', de nuances, detalhes, comparações mais intimistas, de se ver mais de perto, e sair desta abordagem ''terra plana''. Muitas pontuações altas a muito altas de QI são falso positivo de ''perceptividade'', a verdadeira ''alma'' da inteligência. O mesmo para pontuações ''abaixo do esperado'', o critério para quem estuda inteligência, deveria ser a própria inteligência, e não o QI, que é um meio para se chegar mais perto da mesma, de suas verdadeiras faces, em conclusão, tudo invertido.


Um relativamente longo trecho do texto, disponível na internet, ''The Genius Famine'' de Bruce Charlton e Edward Dutton


Both genius artists and scientists in turn combine this kind of personality with extremely high – outlier levels of – intelligence. Outlier intelligence occurs when chance combinations of genes in relatively intelligent parents lead to extreme intelligence in one of the offspring. Most children have intelligence at a similar level to the average of their parents; but it is quite possible for children to be far more – or less – intelligent than their parents, though this is rare. It is even rarer, though still possible, that average or even below average parents could produce a highly intelligent child.
Therefore genius is most frequently found among offspring of the most intelligent people, but can be found almost anywhere, albeit at lower frequencies.
This seems difficult to explain in the way that intelligence is normally considered – in terms of intelligence being a consequence of very large numbers (thousands?) of genes-for-intelligence. With intelligence genes conceptualized as additive in effect, and in such large numbers, it is hard to understand how a very highly intelligent child could emerge by chance from low-intelligence parents. But if a person’s level of intelligence is also determined by the number of deleterious mutations they inherit from their parents, and these mutations are numbered in tens – then it is imaginable that, by chance, a child may be born with very few deleterious mutations, despite his parents having a relatively heavy mutation load.
This notion is perhaps testable, on the basis that a low mutation load should be associated with generally higher fitness, and therefore with traits associated with high fitness – so the high intelligence child of low intelligence parents would be expected to be (on average) taller, healthier, more symmetrical, and more long-lived than his low intelligence parents.
The face and body have evolved to be symmetrical. Thus, facial symmetry shows that relatively few genetic mutations, which are almost always negative, have been inherited. It also shows that a symmetrical phenotype has been maintained in the face of disease, implying a genetically good immune system. Symmetrical people are, therefore, regarded as attractive because their appearance advertises their genetic good health.[42] Studies have actually shown a weak positive correlation between intelligence and facial symmetry.[43]
But, although highly intelligent children of less-intelligent parents have been, by chance, spared from the effects of deleterious mutations on the brain; nonetheless they would be likely to be carrying more deleterious mutations than the highly intelligent children of highly intelligent parents (because not all mutations affect the brain). So among the highly intelligent children of less intelligent parents, there might be evidence of relatively higher levels of other mutation-related dysfunctions – e.g. social maladaptiveness, psychosexual dysfunctions, psychiatric problems, fluctuating asymmetry or physical illnesses with a genetic basis.
It should also be noted that intelligence affects behaviour. High intelligence may act as a counterbalance to a personality type that would otherwise be associated with asocial behaviours characteristic of low General Factor of Personality (GFP). High IQ in a low GFP person provides a strong future orientation and self-control – due to a heightened ability to predict the consequences of their actions and a greater concern with the long-term[44] – that such individuals would otherwise lack from their inherited personality traits.
Whereas with high intelligence a low GFP person may be merely a-social –uninterested by society; low GFP person and  low intelligence might well be anti-social – that is, significantly hostile, or actively socially destructive in their behaviour.

E minha refutação (ou não)

A evolução se dá mais ou menos tal como o movimento de uma onda do mar, e aqueles que estão muito a frente ou muito atrás da média, ou seja, que se consistem em subtipos ex-cêntricos, serão mais prováveis de apresentarem ano[r]malias biológicas, ao invés da ideia, pelo que parece, comum entre os ''hbds'' e demais ''psicólogos evolucionistas'', de que uma maior inteligência esteja sempre relacionada com maior saúde ou ''fitness'', quase que deixando a entender que os menos ''inteligentes''/mais pobres tenham mais mutações e que os mais ''inteligentes''/maior tendência pra serem mais ricos, tenham menos mutações, enfim, uma teoria mais social do que biológica. A evolução se dá do centro, se deslocando, evoluindo para o caminho ''que está a frente''. Duvido que a maioria dos centenários humanos sejam mais ''qi-inteligentes''... não parece o caso.

Melhor fitness = maior inteligência**

Talvez.

Mas não necessariamente em relação à genialidade/criatividade, pois se ''está muito a frente'' então dificilmente não se consistirá por si mesma em um desvio, em um excesso, em um hiper-desenvolvimento e portanto muito provável de ser mais desequilibrado/menos fitness do que mais biologicamente equilibrado.

Eu tento entender como pode ser possível este tipo de situação* 

Já parece estar quase que plenamente entendido, eu espero que para muitos, que a criatividade tende a ser uma espécie de vantagem heterozigota dos transtornos mentais/extremidades mentais, em uma combinação de saúde e desordem mentais, a níveis mais extremos e entanto temos pessoas muito inteligentes apenas reafirmando teorias equivocadas...

 Ok, uma pessoa esquizofrênica, será muito provável de ser bombardeada por seu transtorno e não conseguir fazer uma limonada com esses limões mais azedos, mas percebam que o próprio espectro do autismo, isto é, o transtorno em si mesmo, nos mostra que este pensamento binário ''desordem mental= ruim, 'ordem' mental=bom'', está um pouco longe de ser plenamente verdadeiro. O autismo é uma desordem muito interessante, uma contradição em relação a este espectro forçosamente binário ''desordem mental ruim, 'ordem' mental bom'', porque ao contrário de uma esquizofrenia, que é epicentricamente problemática, o autismo, pelo que parece, não é tanto assim.

Criou-se a conclusão precoce e comum entre os psicólogos evolucionistas que, como a 'inteligência'' (QI) se correlaciona com maior saúde, então por essa lógica pobre em detalhes e nuances, o gênio será dos mais saudáveis, com menor carga de mutações deletérias, mas novamente, a genialidade relaciona-se consideravelmente mais com a criatividade e esta, ao contrário da ''inteligência-qi'', tende a se relacionar com uma maior presença de carga mutacional, ''derivada'' dos transtornos mentais, muito similar à vantagens heterozigotas de outros polimorfismos, a anemia falciforme por exemplo.

Quanto maior a inteligência-qi, maior a saúde ... supostamente... ainda que os seres humanos mais longevos não pareçam com ''candidatos ao MENSA''. 

Mas e quanto à criatividade** (eu já questionei sobre isso antes especialmente no velho blogue)


Eu concordo com Charlton e Dutton que a criatividade possa ser entendida como ''um traço'', que necessariamente não é patológico ou sumariamente desordenado. No entanto, não tem como negar a correlação muito comum entre a mesma e desordens da mente, e eu até, atrevidamente, a denominei de ''trans-ordem''. 

Charlton e Dutton acreditam portanto que, o gênio é uma manifestação extrema porém ''normal'' da espécie humana (despreze injúria cerebral e relação direta [ o próprio gênio padecendo de algum transtorno, explícito a implícito] à indireta [ histórico familiar de desordens, próximo ao gênio] com os transtornos mentais), geralmente é altruísta (não parece ser plenamente verdadeiro) e apresenta elevado fitness, é isso que eu consegui captar na parte final deste trecho*

Judeus asquenazes que parecem produzir muitos gênios, geralmente de menor porte do que em relação aos gênios europeus de maior magnitude, e possivelmente de outras civilizações, também tendem a apresentar elevada presença de indivíduos com faces assimétricas. A população mais inteligente da fauna humana, portanto, exibe uma presença desproporcional de traços ex-cêntricos (transtornos mentais, desvios sexuais, anomalias fisiológicas...). Eu que não sou um ''jewish--IQ-lover'' como a maioria dos hbd's, incluindo sir Charlton e possivelmente, sir Dutton, reconheço a inteligência comparativamente significativa (especialmente a astúcia) dos judeus europeus em comparação às outras populações, mas também reconheço as suas características psico-fisiológicas que tendem a se relacionar com desordens ''mentais'' (biológicas)... só que eles, parece que não. 

E pasmem, Cesare Lombroso, em seu ''O Homem de Gênio'', que eu já comentei várias vezes no velho blogue, disse o mesmo em relação à desproporção de características ''degenerativas' nos gênios europeus até à sua época. 

Os hbd's dizem que ''menos mutação = maior inteligência''. No entanto, os judeus asquenazes, mediante as suas cargas mutacionais acima da média ''não-judia'', parecem nos mostrar uma realidade um pouco distinta, afinal de contas, algumas desordens genéticas comuns entre eles, parece que aumentam a inteligência, especialmente em seus portadores heterozigotos, por exemplo, a doença de Gaucher.

Também sobre a relação entre gênio e classe social, me lembro dos dizeres de Cesare Lombroso, não necessariamente dele, mas que ele acabou citando, de que os gênios tendem a aparecer em famílias que estão em pleno declínio econômico.  

Muitos gênios e dos mais imponentes vieram de famílias humildes...

Afinal de contas, de que tipo de inteligência que estamos falando* Ou melhor, que eles estão falando*

Charlton, que é um cristão devoto e que inclusive dedica boa parte do seu blogue na criação de ideias estapafúrdias, justamente em cima de seu pensamento mágico central, ou seja, o cristianismo, também deve ser analisado, porque muitas se não boa parte de suas teorias ou co-teorias, não estão a nascer de uma mente perfeccionisticamente neutra (artigo bem raro, se não for quase inexistente), mas de uma mente irracionalmente tendenciosa, em que boa parte daquilo que pensa ou raciocina, especialmente se for sobre moralidade, biologia ou evolução, tenderá a ser filtrado, ou puxado para o seu ''buraco negro'' chamado cristianismo. 

Será que sou é que estou meio louco* ou será que eu apenas observo, analiso, critico e julgo/concluo aquilo que os meus grandes olhos estão vendo, aquilo que os meus sentidos captam e compreendem como razoavelmente racional, tentando sempre reduzir o máximo possível a minha carga de preconceitos cognitivos irracionais*

Eu vejo uma desproporcional presença de judeus asquenazes, a ''raça'' humana mais inteligente, assim como também de gênios de outras ''raças'', apresentando muitas das características que sir Charlton do alto de sua perfectibilidade, adjetiviza de ''degenerativas'', e que juntamente com sir Dutton simplesmente endossam a regra pós-moderna de tratar a correlação quase causal entre desordens mentais e criatividade como apenas um excesso de uma era morbidamente romântica.

So modern ‘creatives’ are celebrated for their subversion of (or exposure of the supposed hypocrisy of) traditional, bourgeois and religious values

Mais um trecho do texto, supostamente puramente-científico, de sir Charlton (e Dutton)...

Para bom entendedor, meia palavra basta...

PLUS

O gênio parece ser fruto de mutações que aumentam a inteligência, mas especialmente a criatividade, de sobremaneira, em especial se for comparada ao de seus progenitores ou parentes. De uma maneira ou de outra, o gênio se consiste em uma evolução/melhoria psico-cognitiva da ''piscina genética'' de sua família imediata, em uma variação ex-cêntrica, extrema dos traços que geralmente são invariavelmente encontrados em sua família, mas com uma tendência de redução do fitness biológico.

Charlton e Dutton parecem ter acertado neste ponto, que inclusive encontra-se presente neste trecho maior que separei do documento que produziram. 

E mais, interessante a ideia que produziram, de que as pessoas que saem ''mais inteligentes'' (creio, perceptivamente racionais) que os seus pais e de classes sociais mais baixas, sejam mais propensas a herdarem mutações, menos deletérias, mas existentes ''de seus pais'' ou da piscina genética dos mesmos, por exemplo, flutuações na simetria facial (e corporal), ''desvios' sexuais, etc...

Eles acertaram mas parece que não perceberam alguns detalhes muito importantes. 

Se o gênio também pode ser entendido ou adjetivado como ''turbulento'', ''sempre à procura de algo para fazer, de mente inquieta'', enfim, mais mutante mesmo, então é pouco provável que esta extremidade mental não virá acompanhada com mais comportamentos que complementam este estado excepcional de percepção, e pasmem, eles podem ser até essenciais para a manifestação completa e característica do gênio em um indivíduo com alguma disposição intrínseca pra este fim, porque como eu salientei brevemente acima, a perspectiva existencial de um grande realizador parece que precisa ser única, especial, para ser, a priore, original, e a originalidade é parte extremamente importante da genialidade, ainda que não seja a única. 

Também podemos pensar se, traços psicológicos tendem a variar mais entre os europeus e seus descendentes, do que em outras populações, e que isso possa ser uma possibilidade propícia para o aparecimento ocasional (quase sempre é ocasional) do gênio. 

GÊNIO: ação primária/reação secundária

Ação primária = expressões intrínsecas do organismo. Reação secundária = construção de expressões mescladas das ''ações primárias'' com variáveis ambientais. 

A ação primária do gênio é a hiper-perceptividade, pontual, intermediária generalizada (geralmente é pontual ou intermediária, gênios e pessoas comuns, absolutamente boas em tudo, são raras a inexistentes, auto-iludidas ou exageradas, por si próprias ou pelos demais).

A reação secundária do gênio é aquilo que ele é capaz de prover com base em sua tendência de mergulho perceptivo, de se tornar viciado por certos assuntos e de se buscar escrutiná-los a longo prazo e de maneira praticamente constante, exatamente como mergulhar em um mar desconhecido, ou nem tanto, e ir nadando até às partes mais profundas. Como eu já comentei antes, o gênio é o desbravador abstrato por excelência. 

Finalizando resumidamente...

Charlton e Dutton apenas repetiram só que com termos e perspectivas diferentes, os mesmos erros centrais que foram cometidos por Lewis Terman em seu estudo sobre ''superdotados e genialidade'', que se deu a partir da primeira metade do século XX. 

Confundiu criatividade com inteligência (qi) e romantizou à sua maneira o fenômeno do gênio...


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