sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Razão e emoção ... emoção cognitiva e afetiva
Dentro da psicologia existem dois termos complementares: Empatia cognitiva e afetiva.
A empatia cognitiva se consiste na capacidade de se compreender de maneira mecânica ou sistêmica o comportamento, não apenas de seres vivos mas também da realidade por si mesma. Ao contrário de se restringir apenas ao conceito humano de empatia, colocar-se no lugar do outro OU entender, e de modo cognitivo, este termo parece ser aplicável às outras formas de vida enquanto uma abordagem universal só que claramente mais desenvolvida nos seres humanos e em especial em alguns seres humanos.
A empatia afetiva por sua vez se consistiria na pura sensação ou sensibilidade, isto é, "primeiro" percebemos geralmente de maneira cognitivamente intuitiva e depois sentimos. A emoção mais parece se consistir em uma das características da expansão da consciência por se parecer com uma reflexão do reconhecimento cognitivo/instintivo anterior. A emoção também pode ser entendida como uma manifestação reduzida do instinto, este que praticamente cega os seres em relação à realidades que não sejam diretamente relacionadas a si mesmos enquanto que a razão se consistiria em uma evolução adequada resultando em um gradual equilíbrio cognitivo -- afetivo.
Os animais não humanos são a priore e via de regra mais cognitivos/instintivos e portanto inconsciente a subconscientemente egoístas. Isto é, eles analisam cognitivamente, de acordo com os seus alcances perceptivos e sistemas corpo-mente, e tendem a exibir menor reação reflexiva ou afetiva.
O ser humano tende a sentir a realidade de maneira mais profunda se é mais consciente desta realidade, isto é, que não está inteiramente relacionada a si mesmo.
O ser humano menos evoluído é o psicopata justamente por ver a realidade de modo absolutamente centrada em si mesma, tal como fazem a grande maioria dos animais não-humanos (e também dos seres humanos, só que de modo menos intenso, em média).
O ser humano mais evoluído é o sábio por fazer exatamente o oposto do psicopata/ser vivo não-humano, em média. E no entanto ambos tendem a ser fortes na cognição isto é no reconhecimento sistemicamente superficial da realidade ou de parte dela. O sábio se distancia do psicopata por expandir este reconhecimento direto da realidade em direção à empatia/reconhecimento afetiva/reflexivo--emotivo--senciente.
O psicopata compreende melhor sobre esta realidade do que a maioria, que também usa a sua compreensão, geralmente incompleta ou confusa, de modo egoísta, realidade esta que é indiferente ao nosso ego. O psicopata é o vencedor desta ''disputa'' subjacente em relação à maioria das pessoas ''normais'', menos dos sábios. O psicopata, livre desta evolução meio caótica e muitas vezes ingrata da moralidade, filtra a realidade de maneira puramente cognitiva e a usa para o próprio benefício, como a grande maioria dos seres vivos não-humanos tendem a fazer, mesmo que esbocem atitudes altruístas, porque no final, haverá um predomínio dessas atitudes ego-cêntricas ou para a própria sobrevivência. O psicopata seria uma mistura de animal não-humano e de ser humano, porque, respectivamente, pensa de modo puramente instintivo ou ego-cêntrico como um ser vivo não-humano tende a fazer, e com um alcance perceptivo do mesmo nível que os outros seres humanos. Isto é, exibe uma ''liberdade'' de interpretação cognitiva e portanto mais correta, de modo frio, afastado ou pragmático e sem a empatia afetiva para re-sentir, ele passa a agir exatamente como muitos tipos de animais não humanos, só que tendo consciência de sua maldade e como é de praxe entre os seres humanos, sem poder ou mesmo desejar fazer diferente.
O sábio, novamente, tem ambos os sistemas (holisticamente perceptivos), cognitivo e afetivo, muito desenvolvidos. O psicopata até poderia ser entendido como uma espécie de sábio incompleto assim como a lógica também pode ser entendida como uma racionalidade incompleta.
A ideia de que a razão encontra-se afastada da emoção é parcialmente correta porque precisamos primeiro pensar cognitivamente para então depois sentir emocional ou afetivamente. O psicopata faz a sequência correta, a priore, mas não tem qualquer ou pouca afetividade, que se encontre separada do próprio ego. Alguns tipos de seres humanos pensam primeiro de modo emocional, que já se consiste numa violação estruturalmente fatal da lógica e com usuais reverberações negativas em suas ações visto que quem pensa primeiro com o ''coração'', estará mais propenso a ser guiado por ''ele'' e de se tornar vulnerável à exploração de outros seres/pessoas.
A regra usual é, primeiro, a ''empatia cognitiva'' (mediante o meu conceito mais holístico, isto é, se colocar no lugar/sentir-sensorialmente e reconhecer a existência de certa ''coisa'') e depois a ''empatia afetiva''. O psicopata, pelo que parece, apenas entende, e isso talvez já seja meio-caminho para agir de modo puramente calculista/cognitivo, tal como uma máquina, tal como uma vespa parasita ou um predador felino, só que com o mesmo alcance perceptivo que é comum aos seres humanos. O psicopata entende cognitivamente, O sábio antes entende cognitivamente e sente emocionalmente depois, claro numa constância progressivamente qualitativa. Muitos seres humanos respeitando a evolução da humanidade a partir de outras espécies, enquanto continuidade lógica de evolução, também pensam primeiro de maneira cognitiva e pensa/sente emocionalmente depois, porém as suas abordagens são geralmente incompletas, isto é, não buscam a melhor das respostas.
O sábio então pensa como um psicopata ou como um animal não- humano, de modo lógico e ao refletir o seu pensar o enriquece com a necessidade de se sentir e é a partir dai que ele começa a construir a sua razão, completando o ciclo do pensamento, cognitivo e afetivo. O sábio seria como o ''gênio'' da ''normalidade'', só que com base em uma excelência para o entendimento ativo do bom senso, que eu já comentei que se consiste na evolução qualitativa do senso comum.
A emoção assim como várias outras facetas mentais da humanidade encontra-se mais intensa ou desenvolvida nos seres humanos e tem um papel importante a priore de tornar nossas percepções mais equilibradas e menos "frias" e incompletas (egocêntricas), que é a regra no meio natural.
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