sábado, 6 de agosto de 2016

Problemas matemáticos são problemas mais do que literais pra mim, o conceito de ''idade mental cognitiva'', propostas de mudanças para duas palavras corriqueiras na psicologia evolutiva: ''inteligente'' e ''primitivo''

Em matemática eu consigo fazer contas simples à complexas. Talvez também consiga decorar muitas fórmulas matemáticas em especial se tivesse mesmo qualquer grande motivação intrínseca pra este lado. Mas os problemas matemáticos mais complexos são por definitivo o meu Calcanhar de Aquiles cognitivo. Quanto mais informações para serem processadas simultaneamente mais difícil de entendê-los. Isso corrobora com a minha auto-observação conclusiva de que eu parei de evoluir na matemática a partir da quinta série do ensino médio.

Eu tenho a idade mental/cognitiva de 11 anos de idade em relação à matemática. Assim como um pré adolescente médio, e de um país como o Brasil, nessa idade, eu sei fazer contas (porque já consegui decorar a tabuada), mas não sei fazer contas complexas de cabeça, eu sei resolver problemas simples e até consigo decorar um número razoável de fórmulas matemáticas e aplicá-las de maneira razoavelmente correta. No entanto, eu não consigo entender problemas matemáticos mais complexos, mesmo os que ainda estão em um nível menos significativo de complexidade. Coisa que a maioria dos pré adolescentes conseguirão fazer quando tiverem os seus 14 a 16 anos, e eu nunca consegui.


Juntamente com o meu déficit para compreender o raciocínio lógico-matemático complexo eu também tenho para o raciocínio geométrico. A geometria passou por minha vida sem deixar rastros. Se eu tivesse tido professores mais atenciosos será que teria sido diferente** Eu não sei mas ao me comparar aos outros colegas de classe eu percebo que é provável que mesmo uma intervenção mais severa não teria adiantado para que pudesse sanar as minhas fraquezas em matemática.

Eu comecei a me perder na matemática quando o nível de dificuldade começou a aumentar e a tabuada foi substituída por problemas. Apesar de existirem falhas muito comuns no ''ensino' de matemática nas escolas brasileiras, eu ''culpo'' primeiramente a mim mesmo e mais especificamente a minha grande assimetria cognitiva por não ter conseguido avançar neste aspecto. Eu sei que se não fosse pela desorganização do sistema escolar brasileiro eu teria tido muito dificuldade para passar de ano. A partir da sétima série do ensino médio eu fiquei de recuperação em alguma matéria das ciências exatas em quase todos os anos subsequentes, com exceção do último. 

Em compensação em outros aspectos intelectuais eu me encontro bastante avançado. Alguns diriam que eu nasci com algum tipo de lesão no cérebro. Mas parece muito relativo e culturalmente tendencioso sugerir que eu tenha uma mente patológica apenas por não ser bom em matemática. É aquela situação: Nós não podemos ser bons em tudo. E de fato a grande maioria não é. Sempre tem uma brecha, um hiato, uma ''no-gone zone'' em nosso sistema psico- cognitivo que jamais conseguiremos superar, em condições naturais. Eu já comentei que sou meio matematicofóbico. Déficits psico-cognitivos se assemelham consideravelmente com as fobias que por ventura podemos desenvolver (eu já falei sobre isso no velho blogue), com a diferença de que as nossas fraquezas intelectuais tendem a ser mais intrínsecas ou ''hardware'' do que o medo exagerado por aranhas, por exemplo.


Por outro lado enquanto que o meu cérebro mostrou-se inapto para o desenvolvimento de capacidades puramente matemáticas mais complexas, o mesmo não se pode dizer em relação à outras habilidades. 

Por exemplo, a minha idade mental para a cognição emocional é provável de ser bem alta, porque eu me considero como um sábio, e o sábio genotipico ou precoce tende a "envelhecer"/ amadurecer mais cedo em termos emocionais, antecipando para si mesmo um olhar mais maduro sobre a realidade, mesmo com pouca idade. Claro que esta capacidade não me faz imune a erros de conduta. A inteligência emocional apresenta dois componentes, a inteligência intrapessoal e interpessoal. Em termos intrapessoais eu me vejo bastante maduro, que parece ser um termo qualitativamente neutro e acurado de ser usado do que o vago "inteligente".


No entanto, muitas vezes, o mais maduro/desenvolvido não será o mais adaptado, e em especial no caso da inteligência emocional, pois dependerá se haverá encaixe entre o ser e o espaço/tempo em que está. Então eu posso ser mais desenvolvido em termos emocionais mas não demonstrá-lo na vida inter-pessoal real, por causa deste atrito entre a expectativa do ser e a realidade em que vive, de como que o mundo deveria ser, idealmente falando, prática comum, sadia/necessária porém quase sempre conflituosa de muitos dos ''mais emocionalmente maduros/desenvolvidos'', e em como que o mundo realmente é/está.

Em uma sociedade onde privilegia-se a esperteza/astúcia/sociopatia e conformidade, muitos dos mais sábios não conseguirão se adaptar ''idealmente'' neste cenário justamente por causa do conflito entre a excelência ideacional e subsequentemente nano-vivida do ser em questão (vivida para si mesmo, dentro de suas fronteiras intra-pessoais), ou de seu sistema moral pessoal expansivo e perfeccionista, e a realidade contrastantemente desoladora que o cerca. 

''Inteligente'' ou cognitivamente maduro/desenvolvido e ''primitivo'' ou primário/basal


Por ser um termo tão vago eu estou preferindo substituir ou tirar de circulação, ao menos pra mim, é claro, o adjetivo ''inteligente'' pelo adjetivo ''maduro'' ou ''desenvolvido'', por mostrar-se mais qualitativamente neutro e mais acurado/preciso.

E o mesmo para o termo primitivo que parece condenar a relatividade da existência, produzindo ou resultando em um julgo de valor erroneamente fixo no espaço/tempo. Ainda que concorde quanto a uma progressiva melhora no comportamento, estou agora achando esses termos abusivos e menos precisos. Ao invés de ''primitivo'' eu estou a pensar que ''primário'' ou ''basal'' (da base) possam ser mais eficientes nas tarefas de neutralizar aquilo que não precisa ser explicitado, ao menos nesta perspectiva, como a categorização moral, e também porque me parecem ser mais acurados. 

Primário e/ou basal delineia no tempo uma maior eficácia semântico-descritiva, por ser o primeiro, ou no espaço, por começar, por ser a base. 

Maduro ou desenvolvido, ambos refletem potenciais que em suas superfícies ou ''bases genotípicas'' já se encontrarão ''individualmente'' desenvolvidos e claro que dependerá tanto de valores comparativos como também de valores intrinsecamente qualitativos.

Primitivo, novamente, passa a ideia de fixo e ''ruim', enquanto que, apesar de concordar parcialmente com o segundo adjetivo, ainda será mais parcial do que semanticamente acurado e moralmente neutro, se neste caso/ nesta perspectiva a moralidade não aparece como um elemento de grande importância visto que se consiste em uma comparação qualitativa e conclusivamente superficial.

 Primitivo serve para qualquer perspectiva moral direcionada para a análise e crítica comparativas de realidades de diferentes contextos históricos.

Primário ou basal faz bem a sua função de neutralização moral ou julgo de valor e de localização/visualização no espaço/tempo pois fica claro que estaremos lidando com algo que perfaz ou que é a base, de um futuro desenvolvimento, ou que é a primeira ''camada'' do mesmo.

Inteligente, como eu disse acima, é um termo vago e ilusório em sua tentativa de precisão semântica, pois no final das contas, todo comportamento parte de uma base inteligente, ainda que possa resultar em atitudes contextualmente opostas a de sua raiz ou base. 

Os termos ''maduro'', ''avançado'' ou ''desenvolvido'' reduzem este julgo de valor altamente subjetivo, vago e no final das contas, corretamente generalizado, dando-lhe uma maior precisão comparativa.

 ''Eu sou menos maduro, mais verde ou imaturo em matemática do que a maioria dos meus colegas da escola, ou da faculdade''

O processo de amadurecimento na natureza nos mostra que quando um elemento encontra-se amadurecido então terá atingido o seu ápice de desenvolvimento, por exemplo, uma fruta. 

A minha ''fruta matemática'', que mais parece com uma banana e nanica, foi colhida verde. Sim, depois eu tive dores de barriga, ;)

No entanto maduro também pode se relacionar com ''excelências à excepcionalidades'' psico-cognitivas de âmbito individual, ainda que, novamente, pareça escorregar de novo para uma descrição vaga.

Avançado é um outro termo que pode vir a ser empregado para os casos de excelências à excepcionalidades cognitivas, porque não é apenas maduro, mas também é avançado, isto é, o seu ponto de amadurecimento encontra-se comparativamente acima da média. 

Desenvolvido apresenta o mesmo apelo qualitativo que maduro. 

Inteligentes somos todos, mas alguns são mais maduros que outros (e claro, dependendo do tipo de excelência ou excepcionalidade)


Idade mental cognitiva. o que pode vir a ser isto*


Temos idade cronológica, mental e agora também temos idade cognitiva ou como eu gosto de falar, idade psico-cognitiva.

Como comentei na primeira parte deste texto eu tenho uma idade mental cognitiva de 11, 12 anos em capacidade matemática (e provavelmente ainda menor para a geometria).

Em temos cognitivamente emocionais eu mais me pareço com um velho ( não obstante, eu costumo gostar de conversar mais com eles do que com os ''jovens'') denotando uma idade mental muito avançada, madura para a minha idade cronológica. Esta seria a idade mental por si mesma*

Parece que nem tanto, pois temos a idade mental OU idade emocional, podemos dizer assim.

E temos a idade mental cognitiva ou, que é baseada em empatia cognitiva.

Em idade cognitiva verbal eu também pareço estar à frente da média visto que o meu vocabulário mais se parece com a de um adulto mais ''inteligente' ou maduro neste quesito.

Isto é, eu sei usar razoavelmente bem as palavras, enquanto que geralmente crianças e adolescentes tradicionalmente tenderão a apresentar déficits, temporários ou não.

Portanto podemos dizer que uma pessoa com capacidades verbais embotadas, em específico, para ler e escrever, primeiramente, mas também para entender minimamente bem aquilo que lê e que escreve, apresentará um desenvolvimento cognitivo neste quesito ao nível de uma criança ou adolescente.

Existem critérios lógicos e comparativos de qualidade para determinar o quão maduro ou potencialmente maduro estará certo indivíduo.









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