sábado, 13 de agosto de 2016

Nascemos puramente biológicos e vamos nos tornando bio-ambientados ou ''culturalizados''

Quando nascemos, somos uma composição biológica/genotípica 'pura' sem qualquer ''memória ambiental''. A partir do momento em que começamos a vivenciar a vida, passamos a memorizar/internalizar parte de nossos ''cenários de vivências'', e vamos nos tornando mais ''ambientalmente poluídos'' e dependendo desta dinâmica, cada vez mais viciados pela vida, desenvolvendo  topofilia ou a topofobia e em alguns casos a Zoifilia 

Canibalizamos o mundo exterior ao nosso universo interior e essas internalizações produzirão nossos atritos entre aquilo que nos tornamos daquilo que somos, quando nascemos.

Nos momentos finais de nossas vidas, morremos impregnados, totalmente tomados por nossas memórias ambientais.




O conceito de Zoifilia/melancolia


O amor incondicional à vida, que eu defini toscamente como ''zoifilia'', pode se manifestar por meio da melancolia, em que ao invés de um típico caso de ''desprezo/decepção em relação à vida'', desenvolve-se um amor tão grande à mesma que acaba provocando uma forma rara e especial de depressão existencial. Novamente o melancólico ama a vida de tal maneira que a percepção constante e profundamente sentida da passagem do (seu) tempo o torna depressivo. 

O sábio genotípico, se torna um zoifilíaco por causa de sua precoce apreensão da importância da vida, do que é, de onde que está, do que está vivenciando, enfim, uma consciência estética profunda e extremamente realista. 

O sábio genotípico ''emula'' o típico ''sábio fenotípico'', só que ao invés de se acumular de memórias ambientais apenas a partir da velhice, ele o fará muito cedo, e tal acúmulo se baseará no valor arraigado que dá para cada momento de sua vida. 

A manifestação da saudade e da nostalgia, usualmente melancólicas, é também uma manifestação de extremo realismo, como quando o ser humano para um pouco de fazer aquilo que está fazendo, geralmente algo para se distrair, e se pergunta o porquê de tudo isso. E sábios e melancólicos, geralmente muito parecidos e invariavelmente conurbados, tendem a fazê-lo, só que numa frequência constante e profunda. A tristeza é parte absolutamente lógica de quem despertou além da zona de segurança humana.

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