sexta-feira, 15 de julho de 2016

A vida é uma matéria abstrata

Pousa o tempo e o espaço adentro,
vive, como um espelho a devolver o olhar,
a vida é uma matéria abstrata, 
é a doce vingança da incompreensão,
que desperta
 e humana, quer finalmente ser compreendida,
louca, insana, 
mas seus olhos veem o mundo,
e se perguntam ao real o que verdadeiramente é,
e escutam o próprio eco,
como resposta final


Circunfuegos

No sul do mundo, 
no arreio das pedras frias,
el pinguim em sua arte enguia,
no sul onde el fuego é um nome,
e a verdade, que é apenas um homem,
solitário, e nu horizonte vê um balé,
cores mágicas a se mesclarem promíscuas,
do fogo, que se apaga tímido,
gelo em Antígua,
ao frio que treme até a alma,
na circunferência, que desdobra o grito,
o eco que luta e é vencido,
o vento frio que entrega a morte,
o desafio que entrega a vida,
que se entrega de bandeja,
como puta apodrecida,
de graça, mesmo que tudo tenha um preço,
que se perceba, aqui em Circunfuegos


Auto existência e a matéria rebelde

Livres, nos pomos a correr loucos pela sala de estar,
desgarrados dos braços fortes da mãe existência,
auto-existimos em nós mesmos,
como adolescentes, a vida é uma matéria rebelde,
que se soltou do coletivo absoluto,
e como indivíduo, pôs-se a resguardar-se,
com o seu ego, a sua faísca de esperança,
pôs-se a peitar a mãe existência,
que auto-existe muito antes de nós,
e diante de nós, nos afronta, aterroriza,
somos as suas marionetes,
as suas cobaias naturais,
Somos o gotejar de universos nanicos,
e que nestes versos francos,
eu nos chamo de eu-versos,
nossas narrativas pequeninas,
diante do imenso,
de nossa mãe e pai,
que Deus, descobrimos ser a origem de tudo,
assim como, em cada vida terrestre,
vive o primevo ser, o primevo respirar,
o primevo assustar, mesmo sem saber,
e Deus é o primeiro número,
uno em seu efeito fundador,
único olhar, pra muitos de nós, que é ameaçador,
temos fobia da vida, mas a vivemos,
sem a fantasia bendita,
nos deserdaremos,
não é um problema sonhar,
é fundamental,
mas muitos afundam tanto nessas lágrimas doces,
que descem por alegrias catárticas, hipnóticas,
que acabam se esquecendo, que o respirar é na parte de cima,
pois não somos peixes


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