quinta-feira, 9 de junho de 2016

Qual é o seu nível de compreensão factual* E o de consciência estética* Aliás, o que se consistem os dois* Objetividade filosófico/existencial E percepção e moralidade...

Perceber, 
           reconhecer, 
                         aceitar, 
                               internalizar, 
                                             entender....


Como eu falei no texto anterior, vou agora explicar um pouco mais detalhadamente (ou não) no que se consistiria a compreensão factual, ainda que já se possa ter uma ideia bem eloquente apenas pelo seu nome pois na minha opinião se consiste em um grande divisor de águas (ou não), ou um dos, que estou propondo para que possamos dar maior objetividade à psicologia cognitiva, isto é, para que possa ser diretamente relacionada com o mundo real.

A compreensão factual se consiste na capacidade de se reconhecer, internalizar, entender/compreender fatos e até mesmo de se desenvolvê-los/ampliá-los (criatividade lógico-objetiva**)

Todos nós reconhecemos e internalizamos uma certa proporção de fatos mas também de factoides. Portanto haverá uma grande variação individual, sub-grupal e/ou coletiva em relação a esta razão proporcional [fatos  / factoides]. Pessoas extremamente ''estúpidas'' serão fortemente propensas a internalizarem uma grande proporção de factoides ao passo que as mais ''sábias'' apresentarão uma razão proporcional oposta, isto é, uma predominância de fatos internalizados. É claro que se tornar um seguidor de ''ideologias'' ou ''religiões'', das que já/ainda existem, é muito provável que aumentará o filtro/risco para a internalização preponderante/constante de factoides. 

Interessante pensar que quase todo factoide tem um fato embutido, exatamente como se fosse uma verdade abortada precocemente por falta de desenvolvimento e rigor racional.

A compreensão factual é o resultado positivo/logicamente esperado de uma abordagem cognitiva lógico-ideacional, isto é, se consiste em parte do processo de reconhecimento da realidade, ou seja, de fatos, que estejam disponíveis para visualização, identificação e internalização e que também depende do alcance perceptivo de cada um. A compreensão factual também pode ser vislumbrada enquanto uma estrutura/esqueleto da consciência estética, o segundo conceito que irei explanar mais abaixo. 

Primeiro nós temos os fatos frios, por meio do alcance perceptivo bruto. Depois nós vamos ter os significados que vamos lhes dar, e de preferência, espectralmente corretos, começando pela simples observação ou análise (pensamento analítico) e partindo para a interação (pensamento crítico) com os fenômenos percebidos que perfazem parte de nossa realidade. O pensamento correto que tem como finalidade a consciência estética também é ''eugênico'' ou ''positivamente seletivo'' ou ''corretamente seletivo'' tal como decidir entre uma maçã de boa qualidade ou outra que já estiver bastante desgastada, ou escolher entre uma pessoa de bom caráter e uma de caráter duvidoso, mas com outras características psicológicas que possam ''compensar'' razoavelmente esta falha, diga-se, grave. 

Partindo do princípio da existência [ princípio ''eugênico'' da sustentabilidade existencial], que se consiste na estabilização constante das estruturas que compõe os organismos e os seus ''cenários'' de vivência, a definição da realidade, (cenários que também podem ser entendidos como ''organismos''), chegaremos à uma conclusão fatalmente lógica e potencialmente racional, a verdade da beleza ou da simetria.

E claro que, não apenas em relação à beleza literal ou física, mas também e consideravelmente, em relação ao conceito puro da beleza, da harmonia, seja em relação aos organismos ou em relação às suas expressões/ os seus ecos. 

A consciência estética é a compreensão e a ênfase saudável da/pela ''beleza'' ou harmonia perfeccionista da existência
Equivale à capacidade de se perceber as nuances, os detalhes (de parte) da realidade que estiver sendo percebida e em especial que expresse harmonia ou beleza. A consciência estética é fundamental tanto para as artes quanto para a filosofia, e juntamente com a compreensão factual, comporá por completo uma abordagem ou constância racional e sábia. 

Fatos frios adquirem o calor de emoções genuínas, dando-lhes movimento e beleza, para a continuidade da apreciação da vida, que é claro, tenderá a ocorrer longe da estupidez que por agora é debilmente triunfante. 

Objetividade filosófica/existencial: não importa o local ou o tempo, aquele que for mais objetivo, eficiente, constante e precoce no direcionamento de sua vida em relação a tudo aquilo que realmente importa, isto é, produzindo um sistema perceptivo de prioridades hierarquicamente corretas (absolutamente corretas), exibirá esta característica que parece ser extremamente rara.

A objetividade filosófica/existencial se consiste no produto final de uma soma, constante e perfeccionista, da compreensão factual (o entendimento da realidade percebida) e da consciência estética 
(ênfase pela substância harmônica ou beleza, que obviamente, adquirirá um caráter consideravelmente diverso, ainda que será singular em sua essência)

A objetividade filosófica/existencial é o viver genuinamente humano, isto é, com pouco resquício das características mamíferas que prevalecem em muitos, em especial entre aqueles que exibem disposições ou naturezas convidativas para este novo portal de percepção, em que a competição subconsciente-a-inconsciente é substituída por uma penetração filosófica perfeccionista e realista. 


Percepção e moralidade


Percepção = encontrar e entender [o valor das ''coisas''] = moralidade


[Quanto mais ''coisas'' essenciais a serem percebidas e internalizadas, maior é a percepção sobre a realidade.]

- mister óbvio


O exemplo dos animais não-humanos que percebem a realidade de maneira muito instintiva/egocentrada 



A maioria dos animais não param para pensar sobre a vida como os seres humanos, ainda que possam fazê-lo, e o façam, só que de maneira muito rudimentar. A maioria dos animais param para descansar para a próxima caçada ou empreitada em sua labuta diária. As suas perspectivas existenciais/de espécie são muito limitadas, por causa de seus respectivos alcances perceptivos/holísticos

A perspectiva de boa parte das formas de vida é ego-centrada, eu-centrada. Em compensação os animais mais domesticados costumam dividir as suas atenções super-específicas com os seus donos ou com qualquer outro que tenham maior afeição. 

Neste sentido, os seres humanos mais perceptivos ou holísticos serão paradoxalmente mais propensos a se parecerem com os animais não-humanos porque primeiramente, eles compreendem a realidade, quase que de maneira instintiva ou praticamente instintiva, isto é,  literal, sincera, capturando os fatos mais hierarquicamente importantes, subconscientemente, enquanto que os animais domesticados são mais dependentes das circunstâncias especialmente as que forem de natureza social/hierarquicamente social para que possam construir os 'seus'' mapas de realidade.

O mapa de realidade dos animais domesticados mais se parece com os velhos mapas geográficos que eram produzidos antes das ''grandes navegações/invasões'', com vários monstros e mitos nas áreas ''não-descobertas'' ou ''não-áreas''. Os monstros marinhos são as metáforas para o pensamento negativamente dogmático, ''no-go zone'' áreas do pensamento, aquilo que não está permitido para ser pensado e possivelmente aceito. 

Também se pode usar esta metáfora dos velhos mapas para explicar o pensamento super-especializado ou abordagem evolutiva usual de boa parte das espécies ou formas de vida, isto é, que serão fortemente direcionados para a própria sobrevivência. Outra metáfora para explicar este pensar extremamente restrito e eficiente é quando caminhamos em ambientes extremamente escuros e usamos lanternas ou tochas para nos auxiliar. Só podemos ver aquilo que a tocha ou a lanterna pode iluminar. A maioria das formas de vida só podem ''ver'' aquilo que as suas respectivas ''tochas evolutivas'' iluminam. 

Os 'homens' mais perceptivos (ou holísticos) são a continuidade natural da evolução mental humana em que se continua a capturar a realidade de maneira direta, literal, sem filtros (''ideológicos'', ''culturais'' ou ''religiosos''), mas com o adendo das informações que só podem ser percebidas através do alcance/nível perceptivo humano, por serem de natureza abstrata. O egoísmo natural que a super-especialização evolutiva provoca em boa parte das formas de vida também encontra-se largamente presente entre os seres humanos, só que amalgamado por janelas de oportunidade para a racionalidade, que também se encontrarão predominantemente fracas. Nosso atrito transcendental híbrido, entre o instinto/paixão e a razão/sabedoria.

Para a maioria dos seres humanos, a racionalidade será um potencial, e sempre será, por ser pouco acessada e mesmo quando for, muitas vezes, não funcionará como uma ampliação do conhecimento ou compreensão factual, pois se consistirá em um redirecionamento unilateral, isto é, deixando de ''iluminar um local'' para ''iluminar outro''. O ser humano médio sempre faz essas ''escolhas de Sofia'' porque é extremista por natureza mas também porque exibe um alcance perceptivo estreito, não tanto como boa parte ou todas as outras formas de vida terrestre, mas que será o suficiente para que os emule com grande frequência e similaridade e com o agravante da ''pseudo-escolha de Sofia'', ''o ser ou não ser'' binário, o desprezo pela gradualidade dualista. O sábio, por sua vez, é aquele que pode ver além de dois caminhos e principalmente, por poder renegar esses tipos de escolhas extremadas. Escolhas como essas tendem a gerar a atomização, competição e seletividade moral/irracionalidade.

Portanto, para que a expressão ou constância comportamental possa se dar de maneira perfeita ou racional há de se estar provido dessas três características, primeiramente, uma compreensão factual predominante, uma consciência estética atuante e por fim a construção de um caminho de vida (ou transcendência) filosófico.

A compreensão factual é a bússola, a consciência estética é o valor espiritual/uber-realista/profundo e a objetividade filosófica é a finalidade de uma vida embebida pela sabedoria.

Muitas pessoas podem ser boas para perceber, internalizar e entender fatos, mas podem ser incapazes de distinguir e perseguir enfaticamente pela beleza, isto é, a continuidade da própria lógica que se desdobra enquanto razão e por conseguinte como sabedoria.

Ainda existirão aquelas que serão melhores para encontrar nuances harmonicamente discretas em um certo sistema, mas incapazes de principiar por fatos frios, a base para a racionalidade. 

Ao contrário de uma fantasia que repele a realidade, a consciência estética se consiste exatamente na expansão da percepção qualitativa e filosófica ou harmonizante, isto é, nas ''pazes'' entre a emoção e a razão.









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