segunda-feira, 13 de junho de 2016

O torpor do homem perceptivamente médio

Meu pai demorou quase uma vida pra começar a perceber que fumar pode fazer mal à saúde.

Eu demorei pouquíssimo tempo para perceber que sexo anal pode ser muito prejudicial, tanto a longo quanto a curto prazo.

Os europeus estão lentamente acordando para o pesadelo em que estão sendo propositalmente submetidos por certo (((povinho ridículo))). Demoraram mais de meio século para começarem a se dar conta dessas transformações. Eu que estou aqui, no continente do Blanka do Street Fighter, sei mais o que está acontecendo lá do que muitos deles, ou ao menos, despertei muito mais cedo.

Por que será***

Simples,

para o meu pai e também para uma boa parte dos europeus que se assemelham a ele faltam

- pensamento crítico

- compreensão factual

O torpor dos tipos comuns de seres humanos lhes resumem característica e sinteticamente. 

Faltou o pensamento crítico, que depois do pensamento analítico ou simples observação da realidade, se consiste na próxima e derradeira etapa do verdadeiro pensar, pois a partir daí começaremos a pesar/comparar aquilo que estamos vendo, ouvindo, sentindo e pensando e para pensar melhor há de se ter antes a moralidade/ o critério, o bem e o mal, a qualidade e a sua falta, para que possamos de fato, tomar conclusões corretas, isto é, que visem no aumento exponencial da segurança individual e se possível local. Sim, a finalidade de qualquer inteligência é o seu auto-resguardo e quanto mais efetivo ou alcance, maior será a sua capacidade/eficiência perceptiva

A hibernação intelectual é uma constante na vida dos tipos mais comuns de seres humanos, que tal como se fossem ursos norte-americanos, ''dormem'' boa parte de suas próprias vidas, que se consistem nestes invernos alegres e fluidos, uma espontânea ingenuidade/estupidez em meio a uma brutal artificialidade que se consistem as sociedades humanas e em especial as mais ''avançadas''.

Verões ardentes, sempre irritadiços à flor da pele, 
colada de suor,
em suas tempestades tropicais
 a perturbarem o equilíbrio de coqueiros elegantes, 
este brilho do virtuoso, 
do gênio, 
do sábio 

pois sentem a felicidade da vida,
 enquanto que o comum põe-se a lamentá-la, 
mediante a monotonia que se caracteriza a sua,
 regrada por terceiros,
 compartimentada, 
zelosa em seus artifícios para mantê-lo seguro em seu mundo paralelo à realidade, 
à esta hiper-realidade da existência, 
onde a inteligência de fato existe 
pois precisa ser constantemente acessada

 e que encontra-se retorcida, caricata, 
neste outro mundo, 
de espetáculos grosseiros e vazio de sentido, 
vazio de profundidade/penetração filosófica,
o mundo onde a matéria escraviza a vida.

 O filosófico, antes de tudo, se reconhece enquanto animal, que todos nós somos, obviamente, para que então possa reconhecer-se de fato como um ser humano,

primeiro se assegura de si, de sua essência existencial, igual a todas as outras vidas,

 enquanto que
 tal necessidade de auto-identificação 
encontra-se porosa, 
promiscuamente confusa, 
obtusa, 
dentro dos reinos de fantasias,
 rituais 
e meias verdades
 que se consistem as moradas sociais humanas, 
onde a complexidade/confusão humana é justificada
 e até mesmo exaltada, como se fosse uma virtude!!

O simples auto-reconhecimento biologicamente essencial, 
nem roupas,
 tecnologia ou palavras, 
isto é, 
a de que somos essencialmente animais,
vidas,
parece improvável para uma parcela nada modesta de seres humanos.


Uma das principais culpadas desta realidade, ou melhor, da falta de uma realidade, em um sentido literalmente/semanticamente correto, é a psicologia, ciência que supostamente encontra-se incumbida de estudar o comportamento humano. O mesmo encontra-se separado da realidade, de fato, que encontra-se subjugada justamente pela ''tal verdade humana'', isto é, estes artifícios culturais, ideológicos e/ou religiosos. 

Em como que o ser humano interage e interpreta este mundo mentiroso em que vive, só que de maneira igualmente mentirosa ou ''apropriadamente normal''. 

Desta maneira os sábios verdadeiros, que estão sempre voltados para a hiper-realidade, que está ali ''fora'' destas estufas tecnocráticas, jamais serão plenamente entendidos por estes especialistas, ou supostos especialistas, e em especial, como reverberação deste que melhor compreende a realidade, de maneira sintética, holística e completa, estes ''especialistas'' pouco entenderão sobre o comportamento humano, isto é, a capacidade perceptiva de sua própria espécie de entender [invariavelmente] aquilo que está além ou acima das diretrizes impostas por seus ''superiores'' como ''as verdades que podem/devem aceitar''.  

A psicologia separa o ser do seu ambiente e portanto mata a inteligência em sua essência, a percepção debruçada sobre a realidade.

O torpor do homem médio pode fazê-lo hibernar da hiper-realidade por longos períodos, como por exemplo no caso do meu pai, que passou sua vida sem de fato questionar profunda e amargamente um de seus vícios, que sempre moldaram a sua zona de conforto. Sem pensar que poderia fazer mal, isto é, pensando mecanicamente, naquele catatau de substâncias tóxicas adentrando diariamente em suas vias respiratórias e os possíveis resultados deste hábito. Mesmo para si próprio ou talvez, principalmente para si próprio, que o homem médio tende a ser displicente, enebriado por esta sensação de ''está tudo bem'', profundamente conectado à realidade em que vive, e portanto, consideravelmente desconectado da hiper-realidade, que é a verdade em si mesma.

O homem médio ao contrário do sábio, internaliza até mesmo com certa maestria, aquilo que deve fazer, as suas tarefas, obrigatoriedades, de se conformar ao ambiente em que está, o faz quase que mecanicamente, tem pouca resistência, e eu já falei sobre isso, acho que superficialmente. O seu autoconhecimento já é equivocadamente entendido como ''evidente'', e pode ser vislumbrado com base em sua confiança imparável, que chega mesmo a se manifestar enquanto megalomania, fortemente disfarçada de ''normalidade''. Poderíamos pressupor que boa parte deles são assim mesmo, megalomaníacos inconsciente-a-subconscientes.  

O sábio ao contrário do homem médio, começa por si mesmo, e muitas vezes por pura necessidade, terminará igualmente megalomaníaco, mas de maneira racional, visto que ao se deparar com todo este torpor de autoconfiança, tanto em si quanto em seus mapas desatualizados ou simplesmente errados da realidade, que se caracterizam os homens médios, terminará desenvolvendo uma psicologia de defesa, mas também de ataque, até mesmo porque encontrará grande resistência por parte destes hibernadores.






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