Cabra-cega ao esconde-esconde
A iluminação assimetricamente progressiva da razão entre os seres humanos...
Enquanto crianças, vivemos a vida como se estivéssemos brincando de cabra-cega. Nesta brincadeira metafórica, estamos todos como cabra-cegas, tateando no escuro, com fendas em nossos olhos, que aos poucos vão caindo, revelando a adolescência. Toques corpo-a-corpo causam certa ardência pré-sexual, mas tudo, ainda continua a ser inocente, subconsciente e instintivo. A dinâmica social infantil tende a se dar exatamente assim, com muitas cabras-cegas se tocando, fazendo cócegas, empurrando, se abraçando, se entendendo, onde que ações e pensamentos estão ao mesmo tempo, inter-conectados, mediante as suas naturezas imediatas ou instintivas, mas também separados, por causa da subconsciência que predomina entre os infantes, isto é, o conhecimento fresco e pequeno de causa e efeito. Observa-se já uma tendência para a conformidade ou sincronicidade coletiva visto que aqueles que estão a todo momento se esbarrando ou que, confusos, o fazem sem qualquer intencionalidade, acabam sendo reconhecidos por suas maiores dificuldades para ''dançar/se movimentar conforme a música'' ou singularidade. Quem pisa mais em pés alheios chama mais a atenção.
A adolescência se consiste na metamorfose ou fase de transição entre a cabra-cega e o esconde-esconde, a brincadeira metafórica que, por sua vez, predominará na vida adulta. Na adolescência, as fendas dos olhos vão caindo, de podres, ou por já estarem fracas rente ao despertar da curiosidade sexual. Agora, queremos saber o que estamos tocando pois sentimos de maneira mais profunda, nossos hormônios estão explodindo, logo, desejamos mais do que apenas toques superficiais entre corpos, mais do que as trivialidades sociais e sensoriais infantis.
A vida adulta é a fase em que nos perdemos novamente ainda que também nos tornemos mais iluminados pela maturidade, esta que se dará de forma multiforme e portanto assimétrica entre os indivíduos humanos, tornando a boa parte destes em potenciais astutos, algumas vezes cientes e coerentemente atuantes, e muitas outras vezes em cinicamente inocentes. A vida adulta, de mais responsabilidades, também se traduzirá em um mundo com mais enigmas, desafios, isto é, agora, soltos ao relento da maturidade cronológica, nos tornamos donos de nossos próprios juízos, mas os fatos mais rebuscados, mais abstratos, sutis, que desafiam o presente, pois se derramam por mais de uma dimensão do tempo, nos desafiam a procurá-los, nos forçando a ''brincar'' de esconde-esconde, em que ao mesmo tempo que nos escondemos, em especial porque escondemos os nossos defeitos mais devastadoramente nossos, idiossincráticos e portanto reveladores, a realidade também não se revelará fácil num mundo em que parece existir a aguda necessidade de ''consenso'' e onde o mesmo encontra-se sob os cuidados de alguns poucos indivíduos, portanto já destituindo semanticamente de seu próprio significado, consenso. Se podemos nos reconhecer, o que mais desejaremos será nos esconder, e conosco as nossas verdades, que, entre os mais sábios encontrar-se-ão soltas e portanto em seus lugares mais corretos. Estes raros aliás serão dos poucos que se porão a contar até 10 para procurar os outros, assim como também os fatos, que também participam desta brincadeira.
Portanto, nos esbarramos como cabra-cegas quando crianças e ao conhecermos parcialmente a realidade quando adultos, passamos a esconder nossos eu-sinceros em prol de armaduras adequadas à ''ocasião''. E os fatos também não se revelarão fáceis, cabendo aos mais sapientes procurá-los mas também procurar-nos. O sábio, como um eu-sincero pulsando despudoradamente, a sua essência a se revelar rente ao mundo exterior, passa a procurar eu-sinceros nas outras pessoas, pois é ele que se dispõe deliberadamente a procurar pela verdade, contando até 10...
Dois tipos básicos de seres humanos (e claro, com as suas combinações híbridas), o exponencialmente/invariavelmente lógico (possivelmente racional e talvez sábio) e o exponencialmente estúpido
O primeiro tipo, o invariavelmente lógico, parte de uma compreensão factual que é minimamente convergente, coerente, pois compreende [parte superficialmente essencial da realidade] de maneira crescente e parcialmente coesa. Tem capacidade para compreender ''fenômenos abstratos'', nomeadamente as estatísticas, que se consistem na parte da matemática que está mais íntima de nossa realidade, em especial em relação à continuação do reconhecimento da realidade via associações, analogias, comparações...
O segundo tipo, o invariavelmente ilógico ou cultural, é o responsável pela construção e apoio fanático por culturas, nomeadamente aquelas que melhor se comunicarem com as suas perspectivas existenciais incompletas e predominantemente ilógicas, porque tende a interpretar o mundo de maneira vaga e metafórica/abstratamente equivocada. A básica compreensão factual ou reconhecimento de causa e efeito encontra-se geralmente deprimida neste grupo. Alguns mais afoitos poderiam defini-los como ''matoides'', em especial os ''gênios' culturais, isto é, aqueles que são os responsáveis pela criação das culturas humanas.
Existe um longo e fundamental espectro ou gradação entre os dois tipos, sendo que o sábio se consistirá no mais racional e o cultural no mais invariavelmente ilógico. O paradoxo do sábio é por ser ao mesmo tempo o menos extremista, intrinsecamente falando, por sempre pesar os pós e contras, as contradições e os acertos de cada particularidade em que está interagindo e que apresentar maior talento perceptivo, e contextualmente o mais extremista, porque a sua proposta de transcendência coletiva ou ''cultura'' neurológica, é fortemente antagonista à realidade [materialista] humana. O sábio deseja apenas que ''o ser humano'' possa voltar à sua sanidade, se é que tem ou já teve alguma, e agir de maneira minimamente racional em que ''enough is enough''.
Os tipos invariavelmente ilógicos ou culturais tem vencido esta disputa entre a razão e a loucura humanas ou seria melhor, eles tem sido usados como peças altamente eficientes/emocionalmente persuasivas por elites manipuladoras para manter o trabalhador manso e crente em certezas que parecem extraordinárias à superfície, ''místicas'', mas não passam de embromações que estão sendo usadas para terceiras, quiçá quartas intenções.
Atualmente os esquerdistas representam perfeitamente este triunfo do estúpido com energia, o fanático que sente que foi ''iluminado'' por verdades cristalinas e passa a agir como um vírus, um vetor de sua própria loucura espalhando-a indiscriminadamente, forçando-a por si mesmo ou com o ''amado'' auxílio da aparelhagem estatal. O engenheiro da loucura, dos cultos humanos, que distanciam a nossa percepção em relação à realidade fundamental da sabedoria.
O astuto, aquele que eu denominei resumidamente como ''o manipulador'', de acordo com a minha hierarquia dos tipos humanos, o ''trabalhador'', o ''manipulador'' e o ''observador'', é um dos principais responsáveis pela criação e introdução da loucura como o ''prato do dia'' nas sociedades humanas.
Diretamente falando, tomar o paranormal como a norma, é sim, forçar a loucura em mentes humanas impressionáveis, isto é, na maioria delas e o esquerdismo mais parece se consistir em uma ''evolução da ignorância'' em que a cultura se apropria da realidade transformando-a em parte de suas maquinações.
Os mais lógicos, por serem mais diretos, e muitas vezes mais duros também, na maioria das vezes, tem perdido miseravelmente em relação aos apelos emocionais irresistíveis dos manipuladores, os ''produtores das culturas'', e contribuído para reforçar a popular ideia de dureza intrínseca da verdade entre a maioria das pessoas.
O sábio é a tese, a resolução destes problemas macro-transcendentais que continuam a ceifar a verdadeira evolução humana.
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