quinta-feira, 19 de maio de 2016

Outsider não vê com os olhos do coletivo




Irresistível e débil "fraqueza' pelo abraço da solidão, 
pelo descobrir e
pelo entender 
o mundo por conta própria, 
à sua maneira

A extrema solidão se consiste/ou 

resulta 
paradoxalmente
 em uma extrema consciência do eu,
 de saber que no final de tudo,
 só poderá ter a si próprio, 
só poderá ser a si e
 não existe intimidade maior do que isso, 
do que de ser-se

Um ''eu dominante'' só que não será sempre egoísta e portanto potencialmente desequilibrado.



Os mais virtuosos e especialmente o sábio tendem a exibir:



- extrema independência de pensamento em relação às tendências conformista-coletivistas (moralidade subjetiva)



Quem está mais agarrado a si próprio, quase tudo aquilo que faz principiar-se-á logicamente por si, denotando ''potencial'' para a originalidade de sua auto-expressão, enquanto que a maioria tende a entrar numa espiral cultural de inculcação e apreensão de técnicas replicantes cuja finalidade é a sustentação das sociedades complexas, por uma macro-perspectiva, e em seus respectivos confortos existenciais mundanos, por uma nano-perspectiva.

O senso de extrema individualidade dos tipos mais virtuosos parece ter um papel central em sua tendência para a criação original/ desbravadora, pois a  sua expressão ou projeção ecoante (comportamento) tenderá a ser significativamente personalizada/idiossincrática/singular e ''contaminará'' a área da cognição, enquanto que entre os neurotípicos haverá uma fronteira bem demarcada entre o seu lado social/cognitivo e o seu lado pessoal. 


A personalidade do gênio é promíscua à sua inteligência,
daí nasce a originalidade,
pois se assim somos,
únicos indivíduos,
todos, a priore,
podemos desenvolver os nossos gênios,
mas na verdade,
em muitos,
estes avatares encontrar-se-ão fracos,
deprimidos,
nasceram debilitados,
a seleção raspa as montanhas,
tornando-as rasas planícies,
como o vento do tempo 
seleciona seres, humanos ou não,
reduzindo-os a resíduos de vulcões, tempestades,
chovem breve, por fora e por dentro,
até podem explodir de verdade,
e em especial, 
quando o fazem juntos, em mãos ambíguas do coletivo,
mas à intensidade 
de montanhas majestosas,
temperamentais,
explosíveis,
que o vento ainda não formatou,
que a seleção não conseguiu ser transmitida,
o gênio é a herança de um soco no peito,
de um banho de água fria,

nem herança se possível,
o gênio é a transmutação da biologia,

despertando os seres, 
já em seus primeiros segundos de vida,
nascem para de fato viver,
para buscarem por suas completudes,
se na sabedoria,
se na insana criatividade,
se na própria insanidade,
se, for possível, nas 3 'santas' trindades,

Novamente, para os neurotípicos, os fins (sacrifícios) justificam os meios. 

Não para os de virtude ou intensidade qualitativa, visto que pra eles as finalidades e os meios serão a mesma coisa, o puro e simples prazer de se fazer aquilo que mais gosta e que sabe que é bom ou que está certo.


Internalização diferenciada por causa de uma perspectiva existencial singular


Internalizamos aquilo que vivenciamos e quando estamos ou nos percebemos muito mais sós, este senso muito agudo do ''eu'', caminhará para contribuir consideravelmente com a criatividade, capturada, trabalhada e exposta OU não, isto é, quando apenas se é criativo mas não se expõe com o intuito de comprovar pra si mesmo ou para os outros aquilo que se é, se já sabe em seu íntimo ou em sua essência.

Quando apenas você que pode ver certa 'realidade', isto tende a se consistir no resultado de um caminho solitário de vida, intensamente literal (isto é, socialmente solitário) ou via auto-percepção de solidão/singularidade, mesmo se estiver imerso em um ambiente mais ''convidativo'', porque as nossas percepções são construções do espelhamento ricocheteado de nossas realidades psico-cognitivas particulares. 

Para aqueles que são mais intensos em suas capacidades perceptivas, mas ao mesmo tempo incomuns, muito mais raros e únicos do que a maioria dos outros seres humanos, as chances para que a originalidade (e) utilitária possa ser produzida a partir desta singularidade, serão, a priore, muito maiores do que em relação àqueles que se assemelham muito mais, tanto em intensidade quanto em natureza.

A intensidade do outsider tenderá a ser ou assimétrica ou intensa, se comparada a dos ''neurotípicos''.

A natureza do outsider tenderá a ser única ou pronunciadamente diferenciada, resultando em uma tendência significativa para a solidão, a incapacidade de se adequar a qualquer realidade coletiva e consequentemente para internalizações incomuns ou únicas da realidade além de abrir janelas para a expansão da auto-consciência, isto é, a magna evolução humana.


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