terça-feira, 3 de maio de 2016
Eu ''larguei tudo'' por um sonho que se chama realidade
Antes eu sonhava com as formas,
com o concreto da verdade,
tinha impressões,
achismos,
eu achava,
ainda continuo,
mas antes era dominante,
triunfante esta minha preguiça,
eu vivia por viver,
eu já sabia, mas não sabia
por não entender,
eu via,
mas não era nítido,
eu sentia,
mas não causava arrepios,
eu me perguntava,
me perguntava só,
nesta solidão de saber que só tenho a mim,
que ninguém pode estar dentro da minha pele,
na riqueza ou na pobreza,
na saúde ou na doença,
eu vivia em uma pré-consciência,
precoce em minha idade,
esbanjando inocência,
especialmente quando menos queria,
mas já mostrava sagacidade,
e meu íntimo já sabia,
eu era um espelho mais do que quebrado,
eu era apenas pela metade,
como a um normal enfermo,
como a muitos,
então eu foi construindo o meu outro lado,
o espelho me chamou,
pelo narciso,
pelo vício de se tocar,
e em mim,
eu descobri a verdade,
não em seu todo,
mas o seu princípio,
e aos poucos,
eu fui largando tudo,
por um sonho
e se chama realidade,
eu parei de sonhar,
quando o conquistei,
eu aprendi a domar delírios lógicos,
e a ser um filósofo objetivo
o racional, o metódico,
sutil,
eu aprendi que se não se negocia,
poderá ser passado pra trás,
eu reconheci todas as minhas falhas,
tudo o que neguei em tenra idade,
eu aceitei,
silêncio,
é só minha verdade,
essa é pessoal,
quando aprendi a conviver com os meus defeitos,
eu me libertei,
e sábio,
creio eu,
me tornei,
e agora me entorno,
me transtorno em muitos meus,
ascendi a um novo panorama,
deixei-os na planície,
essas lhamas humanas,
e estou cá,
do alto,
vendo esta idiotice,
nada define melhor o ser humano do que a palavra ''brega'',
dá tanto ódio,
me deixa próximo de chorar,
mas a muito,
minhas lágrimas secaram,
eu,
um rio velho,
tenho mais nuances
do que um pudor sincero,
eu deixei de sonhar
e de confiar nos meus sonhos,
agora eu confio em mim mesmo,
porque confio na realidade,
são poucos grãos de areias,
esses fatos,
mas é melhor ter algo em mãos,
do que tê-las abanando,
entre o nada e um ínfimo,
eu prefiro ter
ainda,
este pouquinho,
porque para o mágico da vida,
basta ter
e já se pode fazer muito
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