segunda-feira, 18 de abril de 2016

Nem positivo nem negativo



O baile de energias era perfeito,
Uma extrema sincronia,
Nenhum erro,
A valsa do não tempo era eterna,
Onde as horas não existiam,
Então houve um destempero,
E uma cadeia de outros erros brotou,
Se esqueceram de como dançar aquele enredo, 
Maktub ou teimosia?
O universo é a explosão de um passo em falso,
De um pisar no calo ou num salto,
Uma tempestade num copo d'água,
O universo é a vida desintegrada,
Pulsa mas sem sentir,
Como se  fizesse cócegas em si,
Não era positivo ou negativo,
Triste ou feliz,
Não existiam emoções,
Amores ou contusões,
Não era dual,
E Nem por um triz,
Todos os elementos estavam em seus devidos lugares,
Não havia tempo ou espaço para rancores ou mal estares, 
As estrelas não morriam por tanto brilharem,
Os dias não pareciam longos
Ou rápidos,
Não havia a velocidade
Nem a gravidade,
As energias eram serenas
Como um balanço na rede,
Como o mar calmo
O vento na duna a assobiar
''Nada muda''
Não havia o que mudar
Mas a cada não-momento 
Os riscos aumentavam,
Como de um bola de fogo 
Que sempre raspa a face de nossa morada,
Cada vez mais perto
Somos hemorragia
Somos o sangue do sono profundo, 
Filhos de um despertar moribundo, 
O universo é a morte da perfeição,
E de sua busca incessante, desde então...

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