quinta-feira, 28 de abril de 2016

A bailar com o essencial



Sem todo esse torpor
A embalar sonhos rasos

Sorri,

 quando deve 
Ri, 

algumas que serão gargalhadas

Sente o frio da tristeza
Chora por dentro 
Se limpa

Mas sempre volta neste frenesi

Interage direto d'alma
Quando se está demasiadamente profundo

 
A amálgama do ''equilibrado'' 
A sua falta

de pura energia 
De sentimentos 
De percepções 
De nostalgias
Ou de previsões

Vive por certezas vagas

Profunda a mente
Só sabe que tem o essencial
Ilusões da máquina humana 
Lhes são apenas ilusões, serpentes
prefere correr pelo madrigal

Toca a única e verdadeira realidade
e está só 

Por ver demais 
Por sentir demais

São poucos os que realmente vivem neste planeta
Neste espaço 
E neste tempo

O transe da ignorância é poderoso 
Ainda estão lá, brincando...

como crianças

E adultos são os outros
A lamentar por esta vida linda e cara

Por toda uma responsabilidade
E de pouco fazer 

Covardia ou fraqueza
A escolher 

Porque o básico é essência 
É pouco
Mas é fundamental 

É sabedoria 
Neste vale de cegos
De iletrados

Poucos podem ler as palavras de Deus
Ignoram o importante
Se afundam no frugal

Estão abençoados
E cá entre nós
Errantes
Errados


No sobrenatural, 
Que é
 esta bendita mente insana
Ainda capaz de profunda razão 

Eles se afogam lá em suas fantasias
Nós aqui, com esta realidade vadia
A nos trair, nos apunhala de esperanças

De nos viciar 
Por esta paixão 
Queremos tanto a vida
Que não queremos perde-la jamais

O melancólico ama tanto 
Que o fim da beleza
O destrói 

A beleza de ver beleza
De saber viver 

E de não entender o partir 
Pois não o quer 
O seu bem querer é sempre ser 

Mas sempre e ser
não condiz

Se para ser 
É preciso padecer
E morrer 

Se ser não é eterno
O que será que deve ser

O que o ser deve ser

Corroer-se é o ser
ver o tempo se deixar
nascer,
crescer,
se desenvolver,
tudo, 
no fim,
é apenas o sentir

somos acúmulo do tempo
somos livros mágicos
acumulamos, 
para depois parir a própria morte

não ver,
para crer,

crer no absurdo,
a principal fé

esmorecer 
crendo que tudo faz sentido

quando não faz 

a única esperança
é saber
que ninguém sabe

quando é que se saberá

talvez eu nem queira estar aqui
pra ver

pior será se,
sabermos ainda mais,
e este saber for decepcionante

fará ainda menos sentido

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