segunda-feira, 21 de março de 2016

''Os autistas tendem a ter pensamento rígido'' , por ''psicólogos com pensamento rígido''




A desumanização psiquiátrica do espectro do autismo revela apenas a desumanidade habitual do próprio neurotípico.

Os autistas apresentam pensamento rígido, dizem a maioria dos psiquiatras e psicólogos. Mas será que os nossos amigos da saúde mental fazem auto-avaliações antes de analisarem os outros*** Apenas para que possam fazer comparações mais direcionadas ao mundo real **... eu me pergunto...

Talvez seja verdade que os autistas sejam em média mais rígidos neste aspecto e até que faça algum sentido enquanto um complemento lógico de sua natureza cognitiva.

No entanto, ao afirmar que uma característica encontra-se fortemente presente num grupo, deixa-se subentendido que o oposto será o mais provável de ser em relação ao grupo dicotomicamente oposto, isto é, os neuro-típicos. 

''Autistas são rígidos em seus pensamentos, crenças etc''

''Neuro-típicos não são rígidos''... hein**

Da mesma maneira que todos nós apresentamos para mais ou para menos alguma obsessão/vício/interesse, e que portanto tal traço não pode ser segregado aos ''portadores'' do espectro do autismo, o mesmo a meu ver, não pode/parece acontecer com esta suposta ''característica autista''. Como eu já falei, num dos primeiros textos deste blogue, os mentes abertas tendem a ser bem poucos e também depende para quê que estarão abertos. 

Portanto, o ''pensamento rígido'' não se restringe ou mesmo caracteriza apenas a população ''de'' dentro do espectro do autismo porque se consiste em uma característica universal humana, que a maioria das pessoas tenderão a apresentar em maior ou menor intensidade. E isso vale para a maioria dos ''sintomas' do espectro do autismo. O que se poderia negociar com alta probabilidade de acerto seria a de determinar que tais características que tendem a compor a diversidade de tipos autistas se dariam com base em suas respectivas intensidades e/ou recorrências e não por uma suposta natureza intrinsecamente atrelada à condição sindrômica. 

A psicologia precisa começar a parar de usar a moralidade subjetiva para julgar o comportamento das pessoas e passar a usar com maior frequência qualitativa a moralidade objetiva. Eu aposto que com essa mudança de ênfase analítica, nós vamos ver uma grande melhoria em como que as outras pessoas percebem os autistas (e outros tipos de uma maneira) e especialmente os mais funcionais, e não falo apenas no sentido de alto, mas principalmente no sentido de auto funcionamento, de estar feliz e seguro consigo mesmo.

Portanto recapitulando, os psicólogos julgam os autistas, em média, como pensadores rígidos, mas a maioria destes profissionais não parecem ser suficientemente corretos em suas corriqueiras abordagens, especialmente se não se analisam antes com vigor perceptivo a ponto de poder apontar defeitos e qualidades dos demais sem preconceitos cognitivos pessoais. Mesmo que tendam a acertar, custa muito para as ciências humanas como a psicologia não-quantitativa relegar a precisão analítica às ciências exatas enquanto que deveria pensar, como eu estou tentando ajudar, em como aumenta-la em relação aos seus julgamentos de categorização e posterior ação logicamente subsequente, isto é, que se desdobrará de acordo com os pressupostos levantados, por exemplos, ''autistas tem disposição para o pensamento rígido (se comparados aos neuro-típicos)'', logo, eles devem ser ''normalizados''. 

Um dos principais erros da psicologia é a de estabelecer uma linha de normalidade baseado nas massas de neuro-típicos. Sim, existe a normalidade OU o equilíbrio mas é subjetivo por causa da diversidade de intensidade em comportamentos caracteristicamente sábios, isto é, exponencialmente virtuosos. 


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