quarta-feira, 2 de março de 2016

Mal dentro, bem fora



Intenso é o movimento que corrompe a estrutura, a destrói numa bravura que emana latente, jorra quente queimando-a , corroendo as suas juntas. 


Bruta, sem qualquer modos, não vê a realidade por sua razão, que não tem, mas pela emoção de uma besta, salivando carne fresca. 

Mal fora, causa destruição mas é irresistível tê-lo dentro, se a vida é assim, tão louca e sem sentido, se não sabemos o porquê que nos daria toda uma segurança, então por que não? Mas se desejamos que não  façam conosco, então devemos ser coerentes e erguer a tocha da sabedoria.

O mal, lânguido, sensual, escorre suas mãos pedintes de profana-ações, sorri, nos conquista, nos quer faceiros, e nós também nos queremos assim. 


Em toda sua energia juvenil, em seu vigor explosivo, se faz necessário como parte da composição da vida. Mas cá dentro, esquentando corações, no núcleo junto ao seu irmão de paz. 

Perfeita estrutura, que nasce muito quente e tempestiva, mas foge do corpo ao ambiente como chuviscos e um belo arco íris. A moral da natureza é ter o mal bem enjaulado mas útil e ter como resposta o bem em seu gotejar de brincadeiras perversas, ecoando cada vez generosas,  como a promessa de trovoadas e raios, lave humanas calçadas e florestas, como a uma chuva benigna, que sua intensidade de risadas maledicentes se subtraia à calmaria de um sorriso honesto, fruto desta transformação. Que seja forte em seu nascimento. Se enfraqueça com o pensamento e se mostre ao mundo como uma benção. O bem a tomar toda a atmosfera humana, se possível, externo, perceptível, evidente. E o mal preso no lugar que melhor lhe convém, pulsando energia e astúcia em seu ventre, parindo sabedoria ao brio do vento.

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