quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Hiperlexia e filosofia....



Tirando um cochilo depois de tanta verborragia, ;)

Onde a beleza (ou não) da escrita perpassa a funcionalidade da comunicação...


A hiperlexia é um fenótipo cognitivo em que o seu 'portador'', desde a tenra idade, demonstra grande aptidão verbal e tagarelice. Imaginemo-lo, com seu menos de um metro e trinta centímetros, prostrado numa cadeira, lendo o jornal velho de domingo e repetindo palavras difíceis sem saber exatamente o que está dizendo, mesmo daquilo que está rindo, se alguns dizeres sofisticados, lhe pareçam divertido aos ouvidos.

Nada nos impede de pensar que a hiperlexia infantil possa se arrastar adentro da vida cronológica adulta, e que possa produzir experts na fina arte do ''enchimento de linguiça''. Eu já fui verborrágico, mas aprendi, voces sabem, a sabedoria... como uma mãe a nos vigiar, em sua reza, em seus cuidados, como um sentinela companheiro a nos dar cobertura, aprendi com ela que menos é mais e que poesia pode sim cooperar com textos sem versos, meu paladar gosta deste pacto, entre o ritmo e o escrever sincero.

Eu tenho a leve impressão de que as faculdades de filosofia concentram grande proporção destes adultos hiperléxicos, sem querer desmerecer aqueles com este ''mal'' que, depois da infancia, se desenvolvem ''normalmente'', e rechaçam os tiques precocemente ''pedantes'' que lhes caracterizaram enquanto miniaturas espertas de cronos.

A filosofia moderna, bem, nem deveria, a priore, ser denominada como filosofia, se esta em seu conceito mais puro e verdadeiro, nada mais seria do que a técnica para se buscar e produzir sabedoria, e se esta outra, por sua vez, tão falada e elogiada por aqui, nada mais seria do que a harmonização. Estamos vendo ''agentes do harmonizar'', harmonizando por aí***

Não. O que vemos são verborrágicos hiperléxicos que escrevem lindamente, mas sem objetividade, sem clareza de pensamento e sem vontade de atender ao chamado mais profundo da sabedoria, entender para harmonizar, para evitar problemas antes que se apresentem, insolentes como só eles podem ser. 

Eh justamente nestes palacetes da ''educação superior'' que vemos o transtornar de uma luta contra a verdade, a realidade dos fatos e nada mais anti-sábio do que a teimosia da ilusão. E muitos, a grande maioria destes ''filósofos'' da modernidade, o fazem!!! E mais, protagonizam.

Como sempre, não há qualquer problema em aceitar que nossas sociedades sejam desiguais, injustas, brutais, negando a máxima da direita em que se justificam os erros tão constantes e até característicos do capitalismo, amaciando sofrimentos que não lhes forem alheios!! O olhar precisa ser preciso, estar conectado ao que acontece no agora, para medir o caminhar deste porvir, e porque não, evitar espinhos desnecessários. 

 Muitas vezes, as lógicas das quais nos familiarizamos goela adentro, não serão reais lógicas, serão apenas para os que não conseguem refletir seu pensamento além das páginas de livros que foram forçados a comer. Em outras palavras, se não podem sequer refletir o próprio pensar, como diabos que poderiam se definir como filósofos**** Este é apenas o básico. O refletir não é apenas (ou longe disso) abraçar Karl Marx ou mesmo, outro ''pensador'' que escolhe e acredita em lados, se em cima do muro, podemos ver muito melhor a tudo, aquilo que nos é de interesse. O refletir não é uma busca de pequena distancia, e claro, depende de onde que se localizará. Reais pensadores tendem a estar sempre mais perto da verdade do que os outros. No mais, mesmo para estes, a busca, o descobrir constante da verdade, em suas múltiplas facetas, não é uma tarefa simples, tampouco muito complicada, a ponto de ser evitada, porque para o verdadeiro pensador reflexivo, será a sua principal batalha. 

O ''hiperléxico'' filósofo da modernidade, acredita que a beleza das palavras, é mais importante que sua objetividade no ato de comunicar-se. Além dos trabalhos que fazem nosso olhos lacrimejarem de tédio e incompreensão, dentro deste contexto vazio de significado, o ''filósofo'' moderno ainda se  rebaixa enquanto um mundano em busca de notoriedade ''intelectual'', que quer ser bajulado, antes ou principalmente de ser sábio. Aliás, a sabedoria perdeu sua significancia neste estudar de homens brancos mortos, pederastas de uma Grécia dourada em seu amanhecer de criação, em seu espreguiçar, vendo o vermelho sol do mediterraneo oriental e pondo-se no ato de ser civilização, em sua península corcunda de Peloponeso. Nunca criadores, sempre seguidores e quando criam, nos seguremos, porque muitos criam razões para desgostar deste pensar filosófico. Mas lembre-se, porque isso não é a púrpura razão da filosofia, é apenas a sua periferia, se expandindo sem freio, se fazendo passar por centro. O centro da sabedoria, é radical porém tranquilo, é o transtornar sereno, é muito preciso, muito objetivo, muito óbvio eu diria. Não é tão problemático assim, que tenhamos estudares da periferia da filosofia, ainda em sua alienaçao ao mundo, ao seu desprezo pelo real, onde se faz harmonia de interações, tornar racional o abstrato, faze-lo entendível e apto para expandir cooperatividades e não grilhões de escravos, também são necessários. O problema reside no completo desprezo donde o pensar não é apenas pensar, mas um ou mais atos. Não é apenas o lamentar, que fica barato, mas de colocar no chão da realidade, aquilo que se escreve de lápis ou pena. 

A filosofia perdeu-se, mas não se enganem, porque não foi a real filosofia, mas a sua farsante ou meia verdade, que quase sempre é uma mentira, que alimenta egos, antes de alimentar bocas com comida, de preferencia, de vegetais, e de alimentar mentes com fatos antes de se desmanchar em status e alegorias, poesias são reais amantes da beleza e ainda até podem ser usadas para a destreza do pensar, mas a filosofia não, ainda arte, aliás tudo que é vida é arte, especialmente em seu epicentro, donde nasce concisa em sua força, em seu magneto, esta, está disponível e fácil apenas aos seus raros súditos, os sábios mortais.

O filósofo que defende incongruencias, o desprezar da vida, vindas da direita ou da esquerda, nem poderia ser tratado como tal, se demonstra ódio gratuito e proposital pelo elixir conceitual daquilo que diz representar e expressar, a filosofia, a filha em busca de sua mãe, a sabedoria, em seu altar de coerencia e do harmonizar, não!! Este não é um real pensador, amante de ninfas sapientes, é apenas mais de tantos que mentem pra si mesmos, com olhos ardentes de certezas torpes.


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