quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Perspectiva existencial e preconceito cognitivo
Quando se nasce, também se nasce dentro de um esquema social que tem raízes biológicas mais profundas. Tudo aquilo que teremos como potencial, vulnerabilidades e disposições já estará presente e pulsante logo nos primeiros anos de vida, claro, que com suas exceções devidamente exaltadas.
O ambiente, dependendo do nível de ''sincronização disposições individuais-cultura dominante'', poderá ter um efeito na modificação parcialmente superficial do comportamento.
Ao nos vermos dentro de uma organização de indivíduos, inevitavelmente seremos alçados à necessidade de cooperarmos em prol do grupo a que fomos sujeitados. Parte daquilo que somos, especialmente em termos cognitivos, será usado na força de trabalho. Antes, em sociedades de caçadores/coletores, as divisões eram bem demarcadas especialmente por porte físico e gênero. Em sociedades mais complexas, estas divisões foram se tornando mais diversificadas e isso quer indicar especialização.
Fora deste contexto moderno e em busca de um olhar puramente biológico, os seres humanos estarão dispostos dentro dos ''esquemas sociais'' que se consistem as suas sociedades, a partir de suas características inatas: aparência física, habilidades cognitivas e intelectuais, força física, etc....
Vista de cima, as sociedades humanas estarão visualmente dispostas por meio de múltiplas perspectivas individuais, isto é, dos indivíduos, dentro de suas capacidades, de seus contextos, sociais, econômicos e/ou ''singulares'' (como ser filho da rainha da Inglaterra por exemplo) e em comparação aos outros.
São as perspectivas existenciais.
- seres vivos: características inatas, disposições (ou predisposições instintivas), predisposições (que são mais sensíveis à influências ambientais, novamente a metáfora da piscina e dos elásticos)... como nível intelectual e'/''ou cognitivo, tipo de personalidade, saúde ou ''nível de resistência orgânica'',
- o ambiente ou contexto: respectivas posições sociais (hierárquicas dentro de um sistema/organização/grupo), espaço/tempo onde se vive,
- fatores ambientais únicos/culturais/singularmente humanos.
O ser humano é mais um ''elemento de impacto'', que é atuante dentro da natureza terrestre, além dos fenômenos atmosféricos e geológicos, porque devido a sua (comparativamente) maior independência de ação e de reação, causada pela expansão da autoconsciência ou pelo retardo da resposta instintiva, ele pode modificar o ambiente natural e como consequência todos os sistemas ou organizações que por sua vez submetem todas as formas de vida neste planeta dentro de uma coesão caótica, vista por uma perspectiva racional (logicamente humana), mas que é lógica porque ''funciona'', ainda que se dê com base na cadeia alimentar/ ''darwinismo social/competição pragmática''.
Dependendo do alcance holístico e objetivo (sábio) de cada mente, o espaço/tempo vivido, poderá ser mais importante, visto que são poucos aqueles que podem extrapolar padrões além de sua área de vivência e em tempos ''modernos'', de especialização.
Portanto, o primeiro limite será o da capacidade cognitiva especificamente direcionada para a capacidade de se compreender o contexto, através de disposições ou naturalidades mecânicas para o pensamento simultaneamente ou complementar (completo), holístico e analítico, isso se a micro-análise ou detalhista não possa ser conceitualmente engolfada pelo primeiro. Neste caso, vamos pensar no pensamento holístico como ''imagem maior/contexto'' e o analítico como ''análise dentro desta imagem maior, em busca por detalhes''.
Do ser humano, em direção ao ambiente onde vive, o olhar se fará predominantemente/potencialmente tendencioso, porque estará analisando a fenomenologia com base nas próprias características bio-cognitivas, e tendo como resultado o famoso ''preconceito cognitivo''. Nossas análises nada mais serão do que auto-projeções ou hologramas de nossos respectivos sistemas corpo-mente, na tentativa de entender o mundo. Parece ser inevitável este tipo de tendência, porque mesmo aqueles que parecem ser menos ''instintivos'' ou ''emocionais'' em suas interações intelectuais para com o meio e seus eventos, ainda assim, também estarão fadados a projetar a si próprios, neste caso, que será mais frio e calculista (e igualmente conflitivo), em direção a toda sorte de situações que seus cérebros se tornarem parcialmente viciados.
Nenhuma percepção é pura, porque toda a forma de percepção estará poluída com o acúmulo diferenciado, isto é, singular, de percepções apreendidas/internalizadas, que por sua vez terão passado pelo filtro cognitivo que se consistem nossas ''máquinas'' de pensar.
Pelo que parece, mais do que tentar purificar os pensamentos, que seria uma nova forma de educação/cultura, também seria de muito ''bom tom'' darmos maior importância àquilo que os sábios tem a nos dizer e a nos aconselhar, porque eles serão os mais talentosos nessas habilidades mentalistas.
Portanto, como conclusão redundante, o ser humano e suas múltiplas variações biológicas, estarão dispostas dentro dos cenários sociais e existenciais de acordo com as suas características biológicas e em conluio com estes cenários, isto é, tal como um quebra cabeças.
O preconceito cognitivo tende a se dar também com base na perspectiva existencial, mas esta tendência variará de acordo com o tipo e grau de enfatização bio-transcendental: instintiva, emocional, racional ou autoconsciente/conscientemente-adaptativa.
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