terça-feira, 4 de novembro de 2025

Sobre a "falácia sociológica" e uma grande evidência sobre ela

 A sociologia se comporta como uma pseudociência que, categoricamente, afirma que o comportamento humano é determinado apenas pelo meio cultural ou social, em outras palavras, se trata de um negacionismo quanto ao papel da biologia ou da genética no mesmo. Um exemplo mais específico disso é o de apregoar apenas às condições do meio as diferenças de comportamento dentro de um contexto de criminalidade. Então, temos aqueles que tratam a sociologia como o melhor ou mesmo o único método para entender o comportamento humano, afirmando, justamente com base no que sociólogos têm produzido, que indivíduos oriundos de grupos sociais e raciais historicamente marginalizados que se enveredam no mundo do crime o fazem por serem vítimas da pobreza e da exclusão social e não por apresentarem desvios de caráter ou traços de personalidade que os tornam mais propensos a seguir por esse caminho. Pois ainda que fatores sociais e históricos possam ter alguma influência e até mesmo que, em um primeiro olhar, faça sentido que tenham um papel predominante, essa relação alegada de causalidade mais parece ser um caso de "lógica primária", termo que eu cunhei e que consiste em uma primeira impressão de confirmação de hipótese, mas que pode não se confirmar como um fato ou verdade a partir de uma análise mais profunda. Então, vamos às evidências contrárias a essa que é considerada a tese central à sociologia começando com uma pergunta: por que homens heterossexuais estão tão desproporcionalmente representados nas estatísticas de criminalidade??


Em todo mundo, do país mais rico ao mais pobre, do mais igualitário ao mais desigual, do mais pacífico ao mais perigoso, o mesmo padrão: homens cometendo mais crimes em uma desproporção significativa em comparação às mulheres. Então, mesmo quando ou onde não existem problemas sociais sérios que podem ser usados como justificativa para explicar essa discrepância, homens continuam cometendo mais crimes que mulheres. E não se limita à comparação entre países, se dentro de um mesmo grupo social, racial ou cultural, o mesmo padrão é observado.  Pois se é notável que, mesmo em ambientes sociais, culturais e históricos distintos, essa realidade de discrepância comportamental entre os sexos tem sido observada, é potencialmente conclusivo que "apenas fatores sociais" não podem explicá-la, restando justamente o aspecto mais negligenciado pela sociologia, o biológico ou genético e que, nesse caso, são as diferenças hormonais entre homens e mulheres, em que o primeiro grupo apresenta valores muito maiores do hormônio do testosterona, relacionado com comportamentos tipicamente masculinos, incluindo uma maior tendência para a agressividade, também considerado um dos aspectos fundadores da biologia masculina. Mas não para por aí, porque essa influência do testosterona na promoção de comportamentos agressivos ou antissociais também é encontrada em grupos mais específicos, como os próprios indivíduos que acabam caindo na categoria de criminosos e mulheres homossexuais ou lésbicas. No primeiro grupo, o mais óbvio de todos, têm sido encontrados valores mais altos deste hormônio do que em comparação aos indivíduos que nunca foram presos. Já o segundo, que é ainda mais interessante de se observar, tende a cometer mais crimes que as mulheres heterossexuais e mesmo padrão inverso também encontrado em relação aos homens homossexuais que, por sua vez, estão sub-representados em comparação aos homens heterossexuais nas estatísticas de criminalidade, talvez com alguma exceção para certas modalidades de crimes de caráter sexual. Porque as mulheres heterossexuais tendem a ter menos testosterona que as mulheres homossexuais e homens homossexuais tendem a ter menos testosterona que os homens heterossexuais. Pode ser reducionista, até porque outros fatores sociais e biológicos também estão envolvidos, por exemplo, a relação do hormônio do cortisol, relacionado com o estresse, e a agressividade. E a descoberta de correlação com certas variações genéticas. Mas a causalidade primariamente parcial dessas variações hormonais é evidente demais para ser descartada ou considerada como secundária em importância. 

Por último, outro grupo desproporcionalmente representado na prática de crimes são os negros de origem subsaariana e, mais uma vez, um dos fatores mais prováveis para explicar, em partes, essa correlação estatística (que também tem sido encontrada em praticamente todo mundo) é a diferença de variação hormonal, especialmente do hormônio que mais se relaciona com esse tipo de comportamento, o testosterona.

Então, mesmo se é reducionista, não é essencialmente equivocado concluir que, a desproporção de comportamentos agressivos ou antissociais de certos grupos seja, talvez, em boa parte, atribuída às diferenças de expressão hormonal entre eles, e não apenas por fatores externos ou do meio. Esses fatores, no entanto, podem ou muito provavelmente interagem com fatores biológicos, mediando o nível de expressão hormonal. Bem... Essa também é uma afirmação especulativa, porque existe a possibilidade de que a influência do meio seja ainda menor pelo que já tem sido compilado de evidências mais cientificamente honestas sobre esse tópico. 

Ovo ou galinha??

Sociólogos e afins ainda poderiam argumentar que não é a expressão hormonal que contribui para gerar comportamentos, e sim o oposto, que são os fatores do meio, como a cultura, que induzem à variação hormonal. Ainda que eu acredite em um "feedback" constante entre ambas as categorias de fatores, do meio e do indivíduo humano, eu também acredito que são os nossos fatores intrínsecos ou biológicos, tal como o nível hormonal, que determinam potenciais e/ou limites de expressão e que os nossos comportamentos são resultantes desses fatores em interação com o meio, partindo da lógica da ordem mais provável dos fatores, em que a biologia, ou o que é interno a um organismo, gera a sua expressão ou comportamento, ao interagir com o seu meio; e também que, para que o ambiente seja mais influente, sua influência predominante deveria ser percebida em uma grande uniformização de comportamentos, isto é, que indivíduos aleatoriamente selecionados sob as mesmas forças ambientais apresentassem respostas muito similares, mas não é o que costuma acontecer na realidade. E mesmo quando há uma aparente uniformização, é precipitado deduzir que se trata de uma influência predominante do meio, se também é importante verificar o nível de similaridades dos indivíduos envolvidos (indivíduos que expressam traços psicológicos e cognitivos parecidos tendem a apresentar comportamentos parecidos).

Então essa é uma demonstração da falácia sociológica, que acredito ser um ótimo exemplo do quão desviante de uma prática legitimamente científica, a sociologia tende a estar, pois mostra padrões robustos de correlação entre comportamentos específicos e fatores biológicos que se manifestam em muitos ambientes, enfraquecendo a tese sociológica principal que enfatiza o meio como o fator de influência mais importante para o comportamento humano. 

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