A sinopse original do romance fictício do filme de James Cameron, Titanic (1997), se trata de Rose, uma jovem inglesa de "elite" e noiva de um industrial americano, que se apaixona por Jack, um artista talentoso, mas sem eira nem beira, durante a viagem inaugural e trágica do navio Titanic, em abril de 1912; de como ela nunca se esqueceu do seu amor por ele, muitos anos depois do naufrágio do navio e da morte de Jack. É uma história de amor simples, mas não menos impactante, que emocionou e ainda emociona muita gente desde o lançamento do filme. No entanto, nos últimos anos, surgiu uma interpretação, digamos, mais "à direita", sobre esse romance, em que Rose é caracterizada como uma jovem mimada de "elite" que se apaixona por um desempregado vagabundo, e ingrata, por não corresponder ao "amor" (sentimento tóxico de posse) de seu noivo rico; que guarda para si uma jóia de alto valor que ganhou de seu ex noivo, e que ao invés de doa-la para a caridade, em um certa noite, quando retorna ao local onde o navio Titanic afundou, na costa canadense, joga essa jóia no mar. Sem falar do desprezo que sentiria pelo homem que viveu com ela por toda sua vida. Então, o inconformismo de Rose em relação à hipocrisia do ambiente social em que vivia é reclassificado como um defeito e não uma virtude de caráter; seu amor por Jack como impulsividade e imprudência; o seu apego sentimental por aquela jóia, sua única lembrança que guarda do seu grande amor, como egoísmo, e o fato de não ter conseguido nutrir o mesmo afeto pelo seu ex noivo e pelo seu marido como ingratidão.
quinta-feira, 19 de junho de 2025
Sobre a interpretação mais "à direita" do romance fictício entre Rose e Jack do filme Titanic (1997)
Sim! É isso que um pessoal por aí tem pensado sobre esse romance fictício, e que não se limita a ele, já que essa compreensão emocional empobrecida parece ser o modus operandi de quem só pensa em dinheiro, status... e trata sentimentos, como o amor e a amizade genuínos, sem interesses materiais, com frieza ou suspeita. E que, mesmo em relação a uma ficção, não conseguem entender ou aceitar que existem pessoas que se apaixonam sinceramente por outras, ou que mantêm laços verdadeiros de bons sentimentos sem maiores pretensões, que não tratam a vida apenas como obrigações, regras, rankings e acúmulo de "riquezas".
Além disso, também é uma interpretação um pouco hipócrita, se tratando de pessoas que tendem a colocar o dinheiro ou a riqueza material acima da vida, e que, se tivessem posse de uma jóia caríssima, é muito provável que a usariam para si próprias.
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