terça-feira, 21 de maio de 2024

Limites do conceito de racismo, com um exemplo: o direito à livre associação/Limits of the concept of racism, with an example: the right to free association

 É racismo não querer conviver ou limitar o convívio com indivíduos da raça y ou da etnia x??


Muitos diriam que sim, que é um exemplo clássico e indiscutível de racismo. Mas o direito à livre associação (que também pode ser chamado de "auto segregação") não é racismo. Como acontece com frequência, preconceitos, tal como o racismo*, e preferência pessoal, também entram em conflito por aqui, porque parece difícil determinar onde que um começa e o outro termina... 

Então, como resolver esse impasse?? 

Aplicando a minha proposta de conceito para o racismo, buscando pelo conceito mais objetivo e imparcial possível, ainda mais se tratando de uma palavra ou termo abstrato e que, ainda por cima, é mais específico a contextos sociais, com implicações morais... Finalmente, ao invés de usar o conceito mais adotado, de comportamento discriminatório com base na raça ou etnia, enfatizar em sua própria raiz, que é o estabelecimento de uma relação equivocada de causalidade ou generalização (e não de correlação interseccional) entre fenótipo racial e comportamentos, até como maneira de separar, por definitivo, preferência pessoal de racismo, bem como de qualquer outro tipo de preconceito. Também ajuda a não super-enfatizar racismo ou preconceitos às ideias de discriminação e segregação, se, como eu já comentei em outro texto**, não são unilateralmente imorais, por estarem dependentes de contexto para que se possa determinar o quão injustas, insensatas, cruéis, ou o oposto, podem ser. 

* O racismo pode ser por preconceito (racismo negativo ou generalização pejorativa de um ou mais grupos raciais) ou por fanatismo (racismo positivo ou supremacia racial de um ou mais grupos raciais). Eu falei sobre esses tipos de racismo que propus nesse texto: Racismo "negativo" e "positivo".

** "Sobre mais dois casos de manipulação semântica para fins políticos supostamente benignos: discriminação e segregação"

Esse texto busca justificar e defender o direito à livre associação, de que, a priori, nenhum indivíduo deve ser obrigado a conviver com ninguém que não queira, mesmo se por motivação racial ou por outra razão parecida (por orientação sexual, religião...). 

Is it racist not to want to socialize or limit socializing with individuals of race y or ethnicity x?

Many would say yes, that it is a classic and indisputable example of racism. But the right to free association (which can also be called "self-segregation") is not racism. As often happens, prejudices, such as racism*, and personal preference also come into conflict here, because it seems difficult to determine where one begins and the other ends...

So, how to resolve this impasse??

Applying my proposed concept for racism, searching for the most objective and impartial concept possible, especially when it is an abstract word or term and which, on top of that, is more specific to social contexts, with moral implications... Finally , instead of using the most adopted concept, of discriminatory behavior based on race or ethnicity, emphasize its own root, which is the establishment of a mistaken relationship of causality or generalization (and not of intersectional correlation) between racial phenotype and behaviors , even as a way to definitively separate personal preference from racism, as well as any other type of prejudice. It also helps not to overemphasize racism or prejudice against the ideas of discrimination and segregation, if, as I have already commented in another text**, they are not unilaterally immoral, as they are context dependent so that one can determine how unfair, unwise, cruel, or the opposite, can be.

* Racism can be due to prejudice (negative racism or pejorative generalization of one or more racial groups) or fanaticism (positive racism or racial supremacy of one or more racial groups). I talked about these types of racism that I proposed in this text: "Negative" and "Positive" racism.

** "About two more cases of semantic manipulation for supposedly benign political purposes: discrimination and segregation"

This text seeks to justify and defend the right to free association, that, a priori, no individual should be forced to live with anyone they do not want to, even if for racial motivation or for any other similar reason (sexual orientation, religion... ).

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