sábado, 15 de julho de 2023

Sobre fanatismo político-ideológico

 I. Fanatismo não é mentalmente saudável 


Em um mundo realmente racional, todos aqueles que estão fanaticamente doutrinados seriam identificados e tratados como portadores de um transtorno, já que claramente se consiste em uma perturbação mental, mais especificamente um desvio ao pensamento mais ponderado ou sensato. Por exemplo, um lulista ou um bolsonarista fanático não seria visto apenas como um indivíduo pleno de suas faculdades racionais que aderiu a um posicionamento ideológico ou político, tal como se faz no mundo real, mas, justamente, como um indivíduo que apresenta uma deterioração* dessas mesmas faculdades por ter aderido a um sistema de crenças de maneira totalmente acrítica ou fanática, tratando-o como a única verdade (e justamente por não ser). 

* Isso se realmente apresenta uma deterioração ou se está apenas refletindo o nível real de suas capacidades racionais.

Mas para que esse procedimento seja implementado, primeiramente a psiquiatria deveria considerar o fanatismo político-ideológico como um transtorno. Porém, a mesma apenas reflete a ordem social e política dominante do seu tempo em que o mesmo só é considerado como tal se associado a um transtorno já definido e se o indivíduo que está a sofrer disso desafiar essa ordem, ao invés de considerá-lo como um transtorno por si mesmo. 

II. O fanatismo ideológico está psiquiatricamente aparentado à mentira patológica

Na verdade, seria até possível de classificá-lo como uma expressão psicótica, do tipo delirante, se todo fanatismo ou fundamentalismo, ideológico-político ou religioso, expressa uma deficiência para pensar e julgar de maneira racional, com imparcialidade e objetividade, que torna o indivíduo afetado muito propenso a acreditar e espalhar mentiras: notícias falsas, falácias... em outras palavras, à mentira patológica e que, nesse caso, ainda tem um fator extra de complicação, o fato de que toda doutrinação ideológica também adota fatos legítimos, pontos de vista superficialmente ponderados e meias-verdades em suas narrativas, considerado fundamental para convencer os que estão mais suscetíveis a endossá-las.  

Sobre fanatismo e fanáticos

 Fanáticos não costumam ter amigos, mas aliados;


Todo fanático tem um "Goldstein", um ou mais inimigos que adora odiar, pelos quais tem uma obsessão patológica;

Todo processo de doutrinação ideológica é repetitivo, reconhecível e, portanto, caracteristicamente bizarro;
 
Todo fanático é corrompível, porque não pensa duas vezes em distorcer a verdade para que se adeque às narrativas da sua doutrinação;

Todo fanático, por ser ou estar facilmente corrompível, também está mais propenso a se dessensibilizar quanto a atos de crueldade, desde que não sejam considerados como tal por seus pares de doutrinação ou pelas narrativas de adoção; 

Todo fanático pensa que não é fanático;
 
Todo fanático é um autoritário chato que não aceita nem mesmo divergências mínimas à sua cartilha ideológica;

Moderação sem ponderação é extremismo. É um fanatismo pela moderação;

Uma característica marcante de todo fanático, que também é de todo pseudo cientista e de todo pseudo intelectual: uma incapacidade de não entrar em constante contradição e, então, de não agir com hipocrisia, porque tende a internalizar narrativas ideológicas sem qualquer e verdadeira autocrítica;

O fanatismo também é uma tentativa de compreender a realidade da maneira mais resumida possível. 

Mira no essencialismo, mas acerta no subjetivismo;

O fanatismo não é apenas ignorância ou alienação, no sentido tradicional, sobre aquilo que ignora, mas também sobre justamente o que se supõe não ser ignorado. Por exemplo, o fanático igualitarista, que não apenas despreza as diferenças intrínsecas entre grupos humanos, como também distorce de maneira grotesca o nível de igualdade entre eles.

Sobre transtornos contextuais

 Nem a timidez e nem a introversão são transtornos mentais. Mas, contextualmente falando, os mais introvertidos, que tendem a ser mais tímidos, especialmente em sociedades em que há uma preferência quase patológica pela extroversão, como o Brasil e os EUA, tendem a apresentar maiores dificuldades de adaptação no meio social e mesmo profissional em que se encontram, aumentando o risco de que desenvolvam transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão. Por isso que, nesses casos, pode-se dizer que não são transtornos que expressam diretamente alguma condição congênita, tal como o TDAH* e o autismo, porque resultam de contextos, isto é, de uma combinação individual de traços de personalidade, ou de maneira geral, de intrinsicidades, incluindo outros traços, com os ambientes de criação e vivência. Em outras palavras, é uma soma de fatores que resulta em um contexto desfavorável. Por exemplo, um indivíduo introvertido que vive sua infância acuado em um ambiente hostil à sua presença e que, ao longo do tempo, acaba apresentando um quadro de ansiedade social.


* Apesar de ser considerado um transtorno mental de natureza mais intrínseca, existe um estudo muito interessante que descobriu que, portadores de TDAH


se adaptam melhor em certos ambientes, sugerindo que, talvez, também seja um transtorno mais contextual. 

Infelizmente, parece que a ignorância em relação a esse tipo de transtorno predomina entre profissionais da saúde mental, incluindo pesquisadores, já que, além de não ser plenamente diferenciado da categoria de condições de natureza mais congênita, como o autismo, em que o contexto não é o fator mais relevante para se manifestar (apesar de também ser importante para a capacidade de adaptação do portador), ainda é tratado como um desajuste absolutamente ajustável à normalidade e que, portanto, o melhor "tratamento", juntamente com uma intervenção medicamentosa precoce ou compulsória, é o incentivo à imitação de comportamentos normativos, desprezando a natureza psicológica do "'paciente", como que o seu contexto o está influenciando, como ajudá-lo a se ajustar de acordo com as suas possibilidades e não de acordo com um modelo convencional de adaptação, que não é capaz de incorporar. Na verdade, um transtorno mental contextual seria uma maneira que o indivíduo encontrou para se adaptar a um contexto desfavorável, diga-se, uma maneira mais reativa, subconsciente, preventiva e/ou defensiva. Como conclusão, é necessário entender o que acontece, contextualmente, para, então, propor intervenções que realmente busquem ajudar o indivíduo a se adaptar da melhor maneira, de acordo com os seus potenciais e limites. Primeiramente, de reconhecer que esse tipo de transtorno ou de diferença existe.

A atual decadência do cinema estadunidense e o que os melhores filmes têm a ver com isso??

 Se não for muita ignorância de minha parte considero o filme Interestellar o maior filme de ficção científica de Hollywood da última década e, até o momento em que escrevo esse texto, nesse ano de 2023 "d.c", não tenho conhecimento de outro filme que o tenha superado, que pode ser considerado um mal sinal se estamos falando de quase 10 anos de diferença, se já era para terem aparecido filmes desse gênero e, no mesmo nível, porque era justamente o que acontecia há três, quatro décadas atrás. Também não faz sentido por causa dos recentes avanços da astronomia, fonte inesgotável de criatividade para as artes, especialmente para a sétima. Então, a falta de filmes excepcionais, produzidos pelos estúdios de Hollywood (Disney...), que não são remakes (destacando que a grande maioria dos remakes dos últimos anos também não têm agradado em qualidade) é apenas um dos sintomas de sua decadência. Pois uma das causas mais importantes para a mesma é o patrulhamento ideológico-identitário que tomou conta de Los Angeles (Orlando...), resultando em um aumento considerável de filmes homogeneamente submissos a esse patrulhamento, baseado em uma abordagem repetitiva e cansativa das mesmas pautas sociais e narrativas ideologicamente viciadas, com uma constante desconstrução de papéis típicos e "licença poética" para enfiar "diversidade" racial mesmo em filmes históricos que se passam em espaços-tempos monoétnicos ou em "remakes" de filmes consagrados que, originalmente, tinham elencos menos "diversos", tudo isso para supostamente "resolver" o problema da falta de representatividade de minorias raciais e sexuais* na indústria do cinema do Tio Sam, mas também, é claro, para continuar ganhando muita verdinha $$$...


Então, filmes que apresentam uma linguagem mais universal, sem lacracão**, especialmente a da ruim, e que são produtos de uma maior liberdade criativa, como Interestellar, se tornaram cada vez mais raros, reverberando no aumento de críticas e na queda brusca de audiência das produções hollywoodianas e de outros estúdios estadunidenses.

* Eu já problematizei essa ideia de representatividade nesses textos "Representatividade versus capacidade" e 
"Problemática sobre a representatividade". 

** Sem narrativas viciadas em vitimismos simplórios tipicamente identitários...

Sobre testes de personalidade...

 ... e testes psicométricos, de maneira geral


A priori, apenas uma impressão e que pode ser ignorante também, até porque nunca fiz testes reais de QI ou de personalidade aplicados por profissionais. Então, parece que, para a maioria deles as questões são quantificadas de maneira igual, com o mesmo valor. Só que talvez fosse melhor se dessem valores mais altos às questões de maior relevância, por exemplo, as que são mais críticas para um diagnóstico primário de transtorno mental ou condição neurológica, como o autismo. Assim, eu acredito que aumentaria a precisão desses testes. 

Já quanto aos testes de QI, dar valores mais altos às questões mais difíceis de cada teste* (?) ou então para as que avaliam aspectos mais centrais de cada capacidade. Por exemplo, dar valores mais altos para as questões de interpretação de texto do que para as de analogia de palavras ( sinônimos, antônimos...) e conhecimento de palavras (tamanho do vocabulário), se as primeiras são mais abrangentes e necessárias no mundo real. 

* Eu acho que me daria mal se essa proposta fosse adotada hahaha =_=

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Vídeo novo no canal sobre o filme Idiocracia

 https://www.youtube.com/watch?v=lQzlHaisp4I

quarta-feira, 12 de julho de 2023

QI não existe... tal como os mais aficionados por QI pensam

 Primeiramente, QI é o nome oficial de certos testes cognitivos. Segundo, também é nome que dão às pontuações obtidas dos testes. Terceiro que, QI basicamente se limita a isso, porque não é uma característica biológica ou cognitiva. Os testes supostamente quantificam nossas capacidades, mas, na verdade, eles as comparam e ranqueiam. As pontuações buscam servir como referências iniciais, tal como os nomes que damos às localizações geográficas. Portanto, os testes, como comentado, comparam e estimam, também no sentido de ranquear. A estimativa de capacidade É a posição ou a localização em um ranking estabelecido, de acordo com as pontuações. É tal como categorizar com base em como que um objeto ou sujeito se posiciona dentro de um cenário de comparação. Portanto, não existem pessoas "de" QI alto, médio ou baixo, tal como existem pessoas com muito, médio ou pouco peso. Uma pessoa dotada de grandes capacidades cognitivas não é o mesmo que uma pessoa "de" QI alto, justamente porque enquanto a primeira existe, a segunda não. As pontuações dos testes psicométricos (talvez a própria psicometria) são uma demonstração perfeita de uso relativamente equivocado da matemática para um campo em que não é estritamente necessária, uma pretensão de precisão quantitativa quanto a um tópico em que os aspectos qualitativos são tão ou mais importantes que os "quantitativos". Aliás, são os únicos que realmente existem, mesmo em relação às capacidades (convergentes) que os testes abordam, como a aritmética e a linguagem. Eu até poderia concluir que os testes de QI são um método falso de mensuração (direta), se partem de valores numéricos totalmente abstratos, particularmente pela média-padrão 100. Porém, como já comentei outras vezes e, é sempre importante enfatizar, mesmo que não mensurem realmente* ou que, analisem primariamente a capacidade de respondê-los, se correlacionam positivamente com vários fatores relacionados à inteligência. 


Um adendo sobre personalidade

Testes de personalidade tal como os testes de QI? 

Mas se todo teste testa algo, então, um teste de personalidade não está nos testando, mas nos ajudando a construir para compreender nossos perfis psicológicos. Acho, então, que deveríamos denominá-los de "questionários de personalidade" e não "testes". 

* Na verdade, a comparação é uma maneira indireta de mensuração, mais no sentido de estimativa, em que é a diferença entre dois ou mais objetivos, ou sujeitos, que a determina. 

Uma memória muito distante

 Era um escritório 

E uma cidade que, agora, é apenas lembrança
O meu pai era um gigante 
E eu 
apenas uma criança 

Um filho ao lado 
Que olhava aquele mundo
Que achava tão sem importância
Como eu não faço com o mundo de hoje
Como se não fosse nada 
Apenas mais um momento 
Como tantos outros

Então, o tempo passou 
E agora eu quero recordar 
Porque foi aquele sentimento 
que me levou a 1994 

E as certezas eram outras 
E o futuro, misterioso e vasto 
Tudo era tão diferente
Ele, no auge de sua vida
Eu, com menos de uma década de existência

Se pudesse voltar 
E dizer para não fazer isso ou aquilo 
Não sei quais seriam as consequências
A tentação de achar que teria sido melhor
E o medo de que fosse muito pior

Mas foi assim que vivemos 
E 29 anos depois, nesse 2023 "dc"
Eu temo 
Que o perca de vista para sempre
Que não continue mais dobrando as esquinas com quem o ama 
Que nos deixe nas próximas ruas

Mas eu continuarei desejando
Mesmo se parecer tão difícil
Que ele não nos abandone tão cedo 
Sempre tão cedo 
Mesmo se tivesse uns 100 anos 
Que continue caminhando conosco, por esses bairros e becos
Que continue persistindo e perseverando 

O fim

 Homenagem à linda música An ending de Brian Enno


Os olhos se fecham 
Os sonhos adormecem
As flores murcham 
As nuvens desaparecem
Os mais cansados pulam
Os mais descansados se despedem
Pra sempre 

Se há um além, 
Uma eternidade de ódio e amor
Se voaremos como anjos em louvor
Se brincaremos como crianças 
Pra sempre

Ou se tudo é nada 
E um dia será o último 
Se houve um primeiro momento 
Para nós, todo momento é único 

É o fim
É o fim 

É a emoção que pulsa
Constante
Como a alma

Como miado ou ronronar 
Como as palavras dos ponteiros
E apenas um tempo 

O fim
O fim 

terça-feira, 11 de julho de 2023

Voce padece da síndrome de Pippa Bacca??

 Pippa Bacca foi uma artista italiana que peregrinou pelo Oriente Médio, vestida de noiva ocidental, para promover a "paz mundial", mas, infelizmente, acabou estuprada e morta na Turquia por um grupo de "homens" do islã. Pois não pense que ela é a única que sofre desse transtorno de irracionalidade, de colocar seus nobres sentimentos na frente dos fatos, até porque você pode ser como Pippa, mais um iludido e ingênuo que acredita na universalidade da bondade humana e/ou que as diferenças entre grupos e indivíduos humanos são totalmente superficiais, meros produtos do meio cultural e social em que se encontram. Então, mesmo que você não saia por aí vestido a caráter, se arriscando tal como a Pippa, você pode, assim como ela, estar acreditando nessas mesmas crenças radicais e pseudocientíficas, e defendendo pautas políticas baseadas nelas, tal como o multiculturalismo e a abolição da polícia. Em outras palavras, pode estar se guiando por falácias ou pensamentos equivocados e, se não tiver sorte, acabar se metendo em graves problemas, de até terminar tragicamente, como a nossa Pippa. 


Nenhum país que se industrializou tem quatro horas de aula por dia, mas, sim, de sete a nove horas”

 "A educadora Cláudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, cita algumas medidas práticas que poderiam ser adotadas o mais rapidamente possível, se for considerada a urgência de retomar o crescimento econômico. 'No contexto de automação acelerada, digitalização, inteligência artificial, precisamos educar para duas coisas simultaneamente: desenvolver o pensamento crítico e o criativo. Precisamos educar os alunos para serem pensadores autônomos e criativos”, afirma.


...

'Mas o que o Brasil pode fazer? Em primeiro lugar, parar com essa história de quatro horas de aula por dia. Nenhum país que se industrializou tem quatro horas de aula por dia, mas, sim, de sete a nove horas', afirma ela, que foi diretora de Educação do Banco Mundial e também chefiou a Secretaria Municipal de Educação do Rio.

'Não apenas aulas, mas laboratório, experimentação. É uma educação mais mão na massa. E evitar essa educação conteudista, em que o professor despeja um conteúdo e não ensina os alunos a pensar'. acrescenta Cláudia."



Aham, senta lá, Cláudia!!

Como se aumentar a carga horária das aulas tivesse uma forte influência no aumento da inteligência dos estudantes... 

Pois se for decidido pelo aumento da carga horária, um dos que mais sofrerão serão justamente os professores que, além de mal pagos, ainda precisam lidar com salas superlotadas e falta básica de educação e respeito por parte de muitos estudantes.

Outros "pormenores" que a "especialista em educação" parece desprezar completamente, de que o estudante brasileiro típico não é igual ao finlandês ou ao sul coreano, tanto em termos de capacidade cognitiva quanto de perfil de personalidade; que a inclinação para estudar, quer seja no sentido de aprender ou de se entreter, não está igualmente distribuída entre os seres humanos; o mesmo para criatividade e pensamento crítico ou racionalidade, que também não são igualmente aprendíveis ou desenvolvíveis... por isso que, não basta "dar uma educação crítica", seja lá o que isso signifique (poderia apostar alto que, para essa especialista, seria algo próximo de "doutrinação ideológica"), porque ninguém nasce "zero-bala".  E ainda acrescente a "pedagogia moderna", que se baseia em métodos demasiadamente idealistas para lidar com o ambiente escolar, e temos uma combinação perfeita para o desastre que podemos ver todos os dias letivos na maioria das escolas brasileiras. 

Mas concordo que a "escola" deveria reduzir o "conteudismo", especialmente algumas partes do conteúdo que não são realmente importantes para serem passadas pelo professor ou apreendidas pelo aluno, como eu já comentei em alguns textos, como nesse: "O que deveria ser reavaliado no ensino??"

Sobre o segredo dos melhores filmes com uma comparação de franquias

 Minha opinião.


Por que a franquia Toy Story tem sido tão bem sucedida, mas Parque dos Dinossauros, não?? 

O primeiro filme da franquia Toy Story é, não apenas na minha opinião, mas também da crítica especializada, um dos filmes de animação mais icônicos já produzidos, não só por ser o primeiro que usou recursos digitais, mas especialmente pela qualidade de sua estória, construção de personagens, direção e atuação, enfim, um filme tão perto da perfeição, mesmo em um ramo bastante subjetivo e diversificado, como o das artes, que transcendeu seu espaço-tempo entrando para esse grupo de filmes raros. Então, mesmo que os outros 2 filmes subsequentes da mesma franquia, que foram produzidos entre a segunda metade dos anos 90 e final dos anos 2000, ainda não tenham conseguido alcançar o nível de iconicidade do primeiro, pelo menos preservaram boa parte da sua excelência. Já quanto aos filmes que foram lançados a partir da década de 2010, eu não posso dizer porque ainda não os vi. E a excelência aqui pode ser parcialmente resumida em dois elementos, um que é universal aos melhores filmes e outro que é universal às melhores franquias, respectivamente, emoção genuína e perfeitamente orquestrada com a estória, e grande coerência com o filme pioneiro que deu reconhecimento à marca.

Então, temos o exemplo de uma franquia que fracassou em repetir o mesmo sucesso ou, ao menos, manter o nível do filme que a gerou, Parque dos Dinossauros, porque enquanto o primeiro também entrou para esse seleto grupo de filmes especiais, que transcendem e se tornam ícones da cultura universal, os outros que assisti, se não são totalmente esquecíveis, especialmente o "Mundo Perdido", por comparação, estão em um nível muito abaixo e uma das razões mais importantes para essa queda de qualidade é a ausência da mesma emoção genuína e bem direcionada que encontra-se latente no pioneiro, do fascínio e do horror pela descoberta de um mundo novo e perigoso, para um modo rigidamente automático de sobrevivência, isto é, quebrando a sua coerência em relação ao primeiro, especialmente no terceiro filme. Já em relação aos mais recentes que foram lançados, também nunca os vi.. e nem pretendo, porque só pelas poucas cenas que vi pelo YouTube, percebi que não valem a pena. Ainda mais para mim, que sou fã do original de 1992, de sua magia, de sua trilha sonora maravilhosa e de sua estória tão bem contada.

Sobre o desejo de "igualdade" de certos "feminismos"...e uma (outra) hipocrisia bem "feminista"

 "Empresa com 70% dos funcionários mulheres" (orgulhosamente)

- Volumex (shampoo)

(Não teria nada contra se uma empresa tivesse 70% de mulheres entre os seus empregados, contanto que não adotasse narrativas contraditórias, como essa, em que certas faltas de representatividade são mais celebradas que outras). 

II. Leonardo Di Caprio, famoso ator de Hollywood, caçado recentemente pela inquisição feminista por preferir mulheres mais jovens.

MAS...

Se ele fosse ela, uma mulher mais madura que prefere homens mais novos ...

"Oops i did it again"

 Postei meus dois primeiros vídeos no You Tube (ou 2 ½), pelo meu canal de nome Opinião Objetiva. São vídeos simples, sem edição, com o meu rosto desconfiado, meu sotaque de matuto, no meio do mato, meus erros de concordância e vícios de linguagem, comentando sobre as barbaridades que escrevo por aqui. Vou continuar postando mesmo que ninguém os visualize e nem curta. Sei que seria preciso uma forte propaganda do canal em outras redes sociais para promovê-lo, primeiro chamando conhecidos, amigos para curti-los... O problema é que não posso chamar a grande maioria deles porque se fossem ver ou ler o que penso, muitos dos que considero como amigos deixariam de ser. E muitos dos que sei que são mais como conhecidos, eu acredito que voltariam à categoria de "desconhecidos". Por enquanto, um vídeo de apresentação e outros dois em que falo sobre meu pensamento principal sobre esquerda e direita. Vídeos comportados... Mas já estou preparando um controverso pra ver se consigo chamar a atenção de alguém. Falarei rapidamente sobre o novo filme da Pequena Sereia. Enfim... Sei que não adianta imaginar o que pode acontecer. O que está feito está feito. Pois se o canal não vingar, pelo menos eu terei tentado. E mesmo se acontecer, não sei se valerá a pena. Só mesmo pensando no dinheiro, porque dentro de um sistema como o capitalismo, só existe essa via de fixação pela verdinha para conseguir algum fôlego.


https://www.youtube.com/channel/UClPNhOD9YYy9ZMEWUZ2XiTQ

domingo, 9 de julho de 2023

Comparar inteligência entre populações humanas é como comparar maçãs com pêras (e outra comparação)

 É uma comparação imperfeita, porém, possível, afinal, são frutas... 


É imperfeita porque é literalmente uma comparação entre populações de caçadores-coletores e seus descendentes, de agricultores e seus descendentes, e de habitantes de civilizações e seus descendentes, em outras palavras, de populações com níveis culturais, cognitivos e evolutivos diversos, desde aquelas que são oriundas de culturas em que não houve a invenção da escrita até aquelas em que tem sido o principal modo de comunicação desde há muito tempo e que, provavelmente, gerou pressões seletivas progressivas para as capacidades de pensamento abstrato ou simbólico, de memorização e raciocínio a partir de símbolos imaginários, como palavras e números, em oposição aos ambientes culturais especialmente dos descendentes de caçadores-coletores, baseados exclusivamente na oralidade.

E como a "inteligência verbal", superficialmente analisada pelos testes cognitivos ou de QI, apresenta uma carga predominante na constituição dos mesmos...

Finalizando com a mesma conclusão do início, estamos falando de populações que expressam níveis distintos de evolução/da inteligência humana (mais para natural, sexual e/ou antropomórfica/cultural). 

Ainda podem ser comparadas, afinal, são humanos. Mas é como comparar "caçadores-coletores" com "velhos habitantes da civilização".

Outra comparação via espectro nerdismo-atletismo

Não é que todo nerd não seja atlético e nem o oposto. Mas é comum que um típico nerd seja mais voltado para tópicos intelectuais do que esportivos (ainda mais no sentido de prática) e o mesmo, obviamente, para o típico atleta, de ser mais voltado para atividades físicas (e sociais?) do que intelectuais. Também parece ser comum que difiram em outros aspectos, como o tipo de personalidade, de inteligência, nível de capacidade cognitiva e em constituição física. 

Pois parece que, em relação aos grupos raciais humanos, a distribuição demográfica de nerds e atletas varia bastante e pode estar relacionada exatamente com suas diferenças evolutivas. Por exemplo, enquanto leste asiáticos, especialmente chineses, coreanos e japoneses,  apresentam uma grande proporção de tipos de nerds (também incluiria aí os judeus ashkenazim) em comparação aos tipos atléticos, o oposto é provável de ser verdade para a maioria das populações de africanos subsaarianos e suas diásporas. 

Mas lembre-se de que estou falando de prováveis extremos dentro de um espectro e que existem tipos mistos entre eles, assim como populações com maior diversidade e mistura desses tipos.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Repensando as múltiplas inteligências e uma demonstração de complexidade...

 ... nas subdivisões da inteligência emocional (intra e interpessoal).


Originalmente, as "múltiplas inteligências"*, modelo de categorização das capacidades cognitivas humanas criado pelo psicólogo Howard Gardner, tende a se dividir nas inteligências: interpessoal, intrapessoal, verbal linguística, matemática, naturalista, existencial, cinestésica, musical, pictórica e espacial.

* eu já problematizei em outro texto sobre o termo "múltiplas inteligências", de que o mais semântica e realisticamente adequado seria a denominação: "múltiplas facetas da inteligência".  

Então, eu pensei na união das "inteligências" mais aparentadas, como a intrapessoal e a interpessoal, e na substituição dos termos usados. 

Ficaria assim

"Inteligências" ou capacidades emocionais: intrapessoal e interpessoal;

"Inteligências" ou capacidades verbais/simbólico-associativas: linguística e matemática;

"Inteligências" ou capacidades não-verbais: espacial**, perceptiva e adaptativa;

"Inteligências" ou capacidades artísticas/simbólico-representativas (pictórica, musical, literária...);

"inteligências" ou capacidades científicas (naturalista...);

"Inteligências" ou capacidades filosóficas (moral/ existencial/racional);

"Inteligências" ou capacidades cinestésicas: atlética 

e

"Inteligências" ou "capacidades" criativas.


** Apesar de ser consenso definir a inteligência espacial como "não-verbal", além de precisar das linguagens matemática e linguística, também se baseia em representações geométricas, que não deixam de ser símbolos, tal como os números e as palavras. Portanto, _também_ seria simbólico-associativa.

II. O quão complexa pode ser a inteligência emocional...

... ou de acordo com as categorias propostas pela teoria das múltiplas inteligências, intrapessoal e interpessoal?

Bem, pela dedução de que, uma pessoa pode ser intrapessoalmente inteligente, mas não muito interpessoalmente, e o oposto. E mais, já que a adaptação social não depende exclusivamente da inteligência do indivíduo, mas também de outros fatores que não estão plenamente sobre o seu controle e que podem facilitar ou dificultar sua adaptação, como a aparência física e a classe social, além da personalidade, elemento central, porém, não-absoluto à inteligência emocional. Se a mesma nada mais seria, em termos mais estruturais do que expressivos, como um produto da comunicação constante das capacidades cognitivas, especialmente as qualitativas, particularmente criatividade e racionalidade, com as características psicológicas em interação ao meio pessoal e social. Já em termos expressivos ou descritivos, como comentei em outro texto particular ao tópico, a inteligência emocional não é o mesmo que inteligência social, se a capacidade de detectar estados emocionais alheios e próprios e de responder aos mesmos de maneiras logicamente adequadas, sozinha, não torna alguém mais socialmente adaptável, pelo que foi dito acima, por também depender de outros fatores, inclusive de um muito importante, de que nas sociedades humanas, os mais adaptáveis nesse sentido não são os que apresentam maiores capacidades emotivas, mas que estão correspondentes ao nível mediano que é exigido em boa parte dos contextos interpessoais ou de interação, se os mais emocionalmente inteligentes não correspondem à maioria da população. É aquela lógica do equilíbrio em que, certas características são mais vantajosas, e em certos contextos, apenas em níveis moderados de expressão ou potencial. 

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Proposta de uma religião/organização social para ateus//pensadores mais racionais

 Indivíduos religiosos se reúnem em espaços designados para os seus cultos para renovar seus votos de fidelidade ideológica; são incentivados a se casar entre si, a ter muitos filhos e a passar aos mesmos os "ensinamentos" de suas crenças. Além disso, também acabam reforçando biologicamente suas inclinações ao pensamento mágico por casamento assortativo. Pois essas organizações nas quais fazem parte ainda têm (ou almejam) influência política e cultural em seus países. Então, está claro que não são apenas ideologias que se concretizam como cultos, seitas ou culturas, porque também são estratégias político-evolutivas, diga-se, muito bem sucedidas, historicamente. 


Pois é justamente por isso que ateus e agnósticos também deveriam se organizar, copiando esse mesmo modelo básico de organização das religiões, mas conscientes de que se trata de uma estratégia evolutiva e política.

Sim! 

Estou propondo pela criação de uma "igreja" ou "religião" para ateus e agnósticos. Inclusive, já até tenho um nome para propor: "inteligião", que enfatiza o conhecimento e não a doutrina como o seu principal objetivo, de preservá-lo, defendê-lo e adotá-lo de maneira sistemática. 

Outro nome para essa "religião" que eu poderia pensar, com mais jeito de nome ideológico,  é o essencialismo, minha "ideologia pessoal", porque enfatiza o que é mais importante ou necessário à vida e que, em termos universais (e essenciais), é a própria verdade.

Na verdade, mais do que "apenas ateus e agnósticos", esse grupo seria especialmente para os mais racionais, aqueles indivíduos que conseguem desenvolver suas capacidades de raciocínio a bem acima da média e que, portanto, se tornaram mais aptos a detectar crenças equivocadas que se baseiam em afirmações extraordinárias sem evidências extraordinárias, sem se limitarem à religião, vide a existência de ideologias políticas e socioeconômicas marcadamente constituídas por distorções de fatos ou falácias...

Portanto, como rápida conclusão, parece ser preciso pensar seriamente na possibilidade de (ao menos) produzir uma casta de humanos que tenha a verdade objetiva e imparcial como um fim em si mesmo, que não seja suscetível à sua corrupção por motivação pessoal, enfim, de reunir em uma mesma organização os indivíduos mais racionais/ponderados e, portanto, mais justos, estabelecendo um nicho reprodutivo e de prática dos valores defendidos (sem repetir todos os valores morais tipicamente adotados por grupos religiosos, claro), se nossos traços de personalidade e inteligência, como a capacidade racional, apresentam uma carga genética ou biológica predominante e, portanto, de potencial hereditário. Pois se também graças ao "crescei-vos e multiplicai-vos", isto é, às narrativas pró-natalistas, uma constante nessas organizações, especialmente nas monoteístas, os mais religiosos se tornaram ou se mantiveram como maioria e, hoje em dia, se mantêm como os mais férteis mesmo em um cenário de baixas taxas de fecundidade, precisamos pensar em uma maneira de, primeiro, conter a hemorragia demográfica atual de ateus e agnósticos e, segundo, estabelecer organizações sérias que emulem as religiosas, visando não apenas proteger esse fenótipo tão valioso do risco de extinção ou de redução severa, mas também de produzir uma população em que as capacidades racionais sejam cultivadas sob todos os níveis, do cultural ao reprodutivo-seletivo. Eu imagino que, no início, não será fácil, mas depois de um tempo, ocorreria uma estabilização fenotípica progressiva a partir das gerações posteriores. Porque, em relação ao atual aumento de indivíduos que se declaram "sem religião" , primariamente em países ocidentais, eu acredito que essa recente secularização não irá, sozinha, eliminar a crença religiosa, ainda mais com essas taxas de fecundidade muito baixas, mas também porque ateus e agnósticos convictos não correspondem à maioria desses jovens que estão crescendo em ambientes religiosamente neutros. Porque é provável ou suspeito que se fossem submetidos à doutrinação ideológica de uma religião, ainda mais se esta voltasse a se tornar social e culturalmente dominante, a maioria retornaria ao rebanho, por conformidade, isso que eu não estou comentando sobre aqueles, dentro desse mesmo grupo, bem numerosos, que acreditam em ''uma força superior'', ''espíritos'', astrologia...

Enfim, a minha proposta é que, em especial aqueles que mais dizem concordar com a teoria da evolução passem a praticá-la em suas próprias vidas, sem esperar por mudanças sociais que supostamente conseguiriam, apenas por elas mesmas, eliminar o predomínio da crença religiosa e de sua influência política quase sempre perniciosa, se não é produto exclusivo de doutrinação, mas também de uma suscetibilidade variável a internalizá-la e a tratá-la como absolutamente certa, no sentido de factual ou verdadeira, enfim, de corromper a verdade para satisfação pessoal. 

terça-feira, 4 de julho de 2023

"A teoria das múltiplas inteligências é muito subjetiva para ser usada como ferramenta de avaliação cognitiva"

 Um dos argumentos contrários à mesma. 


Mas, a "inteligência verbal-linguística", um dos componentes mais importantes dos testes de QI, se não o mais importante, também tem um bocado de "subjetividade". 

Apenas veja que um dos conceitos usados como "inteligência linguística" nesses testes é o de "proficiência na memorização e replicação da 'norma culta' da escrita".

Mas, por acaso, existe uma maneira absolutamente certa de escrever?? 

Ainda sobre o teor subjetivo das múltiplas inteligências...

Mas e quanto ao seu teor objetivo?? 

Tudo o que é subjetivo é impossível de também ser objetivo?? Ou será que a desprezam apenas porque não tem matemática envolvida, daí pensam que não é possível ser objetiva?? 

Pessoas que desenvolvem grandes habilidades atléticas, por exemplo, não podem ser objetivamente comparadas com pessoas comuns??

Uma possível evidência sobre a natureza pseudocientífica do sistema tradicional de ensino

Era uma vez, dois países, Finlândia e Coreia do Sul, que têm produzido algumas das maiores pontuações no PISA, que é um exame internacional da educação, desde que começou a ser aplicado. Porém, com sistemas educacionais bem diferentes, porque enquanto no primeiro país os estudantes têm muito mais autonomia e, portanto, menor pressão para estudar e tirar notas altas, no segundo, que adota um sistema mais tradicional de ensino, o exato oposto acontece, em que os estudantes são muito pressionados em termos (superficialmente) acadêmicos. Então, como explicar que, mesmo com sistemas tão diferentes, estudantes finlandeses têm conseguido tirar notas tão boas quanto às dos sul coreanos?? Primeiro e, o mais importante, temos a questão genética* (sim, me perdoem os crentes na tábula rasa que estão de plantão), em que ambas as populações parece que apresentam variações parecidas de potencial cognitivo. * Acumulando evidências científicas sobre o papel da genética nas nossas capacidades intelectuais. Segundo que, o sistema educacional sul coreano é baseado em crenças ultrapassadas e/ou pseudocientíficas sobre a inteligência humana e, por isso, impõe ao seu corpo discente essas práticas de tortura psicológica e cognitiva, porque acredita que a memorização compulsória é o componente mais importante para o aprendizado. Pois se isso fosse verdade, então, estudantes finlandeses deveriam estar se saindo muito mal... Mas não... Essa parece ser uma boa evidência de que o velho método de memorização compulsória que, inclusive, também é dominante no Brasil, não é melhor ou mais eficiente do que métodos heterodoxos à norma do sistema tradicional, como o que foi adotado na Finlândia. Aliás, não apenas de não ser melhor, mas até de ser inútil, se crianças e adolescentes finlandeses não precisam quebrar a cabeça nos "estudos" (memorização) para obter ótimos resultados em exames comparativos, como o PISA.

domingo, 2 de julho de 2023

Sobre a diversidade individual e combinatória de perfis de personalidade

"Introvertidos" 


Não são todos iguais. Na verdade, é esperado que exista uma grande variação de tipos dentro de um mesmo grupo. Por exemplo, entre os que são primariamente introvertidos, têm os que são mais conscienciosos (obedientes, disciplinados, motivados...), os que são mais abertos às experiências (imaginativos, introspectivos, curiosos), os que são mais neuróticos (coléricos, melancólicos, ansiosos...), os que são mais agradáveis (simpáticos, empáticos...) e os que são menos agradáveis (antagonistas, coléricos...). E não bastasse essa diferença, também tem a variação de como esses traços se organizam em ordem de importância ou influência no comportamento habitual do indivíduo. Por exemplo, um introvertido que é mais consciencioso, mas também aberto às experiências (geralmente específicas), tende a se diferir de um introvertido-consciencioso que tem como "terceiro traço de personalidade mais influente" a agradabilidade. Além dessas diversidades, também tem uma espécie de sub-variação entre os traços psicológicos, se os mais influentes são muito mais influentes que os menos ou se as diferenças entre eles não são grandes. Por exemplo, se um introvertido consciencioso expressa com frequência e intensidade parecidas essas disposições ou se a sua introversão é bem mais dominante que a sua conscienciosidade. 


Acabou??


Não, porque dentro de cada traço de personalidade, parece que, independente do modelo que estiver adotando, existe a sua própria complexidade que pode complicar um pouco mais na categorização de pessoas//indivíduos e grupos. O meu exemplo, que sempre "pontuei" baixo em conscienciosidade e na média em agradabilidade em testes de personalidade, mas definitivamente não sou um sujeito desonesto, sendo a honestidade uma característica implícita e comumente atribuída a esse traço. Portanto, eu posso ser, de fato ou primariamente, não muito disciplinado, motivado e obediente, mas em relação a ser honesto, é improvável de ser menos que a média e concluo até com certo pesar...


Em relação à agradabilidade, eu definitivamente não me vejo como "menos empático" que a média, até por ser tímido, sinto que sou bem mais preocupado com a opinião e com os outros, de maneira geral, e isso tende a implicar em uma maior empatia. Mas em outros aspectos típicos desse traço, eu sou conclusivamente o oposto, tal como a minha tendência de antagonizar ao invés de concordar com as pessoas. Só que é importante enfatizar que eu gostaria de concordar mais e, portanto, quando antagonizo, faço consciente de que, para ter um bom convívio, eu deveria concordar mais, mesmo se internamente tiver uma opinião diferente. Pois o que me faz entrar em conflitos com os outros é a minha busca pela verdade objetiva, uma característica importante da racionalidade, que se desenvolveu muito nos últimos anos.


Não preciso entrar em maiores detalhes sobre a influência variável que o meio costuma ter sobre a expressão dos nossos traços de personalidade, em alguns casos mais intensa do que em outros. 



Por exemplo, se eu sou ou estou mais neurótico, isso também se deve às minhas experiências de vida e às conclusões que tenho chegado sobre os ambientes em que existo. Uma predisposição à preocupação e ao estresse que foi exacerbada pelo meio. 


Agora sim, né???


Não. 


Um dos grandes problemas da psicologia/psiquiatria é uma aparente incapacidade de abordar a mente e o comportamento humanos em múltiplas perspectivas. Como resultado, julgamentos de natureza unilateral costumam ser a regra, tal como, novamente o meu caso, de se afirmar que eu sou pouco motivado e disciplinado ou que são assim todos os indivíduos com "baixa pontuação" nesse traço nos testes do modelo de personalidade proposto (5 grandes). Pois isso depende bastante de, para onde estiver direcionando a sua atenção. Se ao menos em relação aos meus textos, ao meu ofício não-oficial de escritor, eu sou ou estou muito motivado...