sexta-feira, 30 de junho de 2023

Sobre "os testes de QI avaliam a capacidade de responder a si mesmos"

 (Sempre bom voltar a esse assunto)


Esse é um argumento comumente usado por aqueles que consideram os testes de QI absolutamente inúteis para avaliar a inteligência humana. Pois apesar de estarem equivocados em relação a esse pensamento, não estão completamente errados ao afirmar que, testes de QI avaliam apenas a si mesmos. De fato e, primariamente, é isso que fazem. Também é verdade que as pontuações nos testes tendem a se correlacionar com realizações pessoais no mundo real, tal como de conseguir entrar na universidade (especialmente se for sem cotas) ou se tornar cientista. 

Se correlacionam. Não significa que o resultado abstrato de um teste seja um fator causal. Então, ainda que essas correlações tenham sido percebidas em vários estudos, não haverá sempre uma correspondência perfeita entre desempenho nos testes e na vida real, se parecem abundar "falsos positivos", de indivíduos que testaram baixo ou na média em QI e apresentam excelente uso de suas capacidades cognitivas, inclusive em um sentido mais puramente intelectual, e de indivíduos que testaram no nível que é tradicionalmente considerado de superdotação e não têm produzido grandes realizações em nenhuma área. Pois, de quatro razões muito prováveis para a existência (não-estatisticamente discreta) desses falsos positivos, uma é de que os testes não abrangem o máximo de facetas da inteligência humana, incluindo algumas das mais importantes, como a criatividade e a racionalidade. 

A segunda razão é que essas comparações entre QI e resultados no mundo real costumam ser baseadas em pontuações gerais, desprezando os resultados em subtestes, que podem fazer toda diferença ou pelo menos fazer mais sentido, se somos, em média,  cognitivamente diversos. 

A terceira razão é a lógica de que, o fato de ter errado uma questão no teste, não significa que não possa aprendê-la, que a opção escolhida está completamente errada (em especial, nos testes de inteligência verbal-linguística, onde o nível de ambiguidade das questões tende a ser maior) ou mesmo que isso significa algo muito profundo e decisivo sobre o intelecto da pessoa que não respondeu corretamente. E isso, obviamente, não vale para apenas uma questão. 

A quarta é o simples fato de serem testes e não avaliações individuais completas, estas sim que seriam comprovações mais conclusivas sobre potencial e realização. Também por isso que não dá para comparar QI com balança de peso, tratando como avaliações iguais, já que a balança não é um "teste de peso", mas um método literal de mensuração, enquanto QI é um método de comparação e estimativa do objeto ao qual está direcionado. Apenas quanto à unidimensionalidade de avaliação que ambos se assemelham mais: a balança de peso limitando-se à mensuração do peso total, em desprezo à sua distribuição pelo corpo, e os testes de QI se limitando às facetas (supostamente) "quantitativas" da inteligência humana, particularmente os componentes verbal e não-verbal, novamente, em desprezo às facetas "qualitativas', como criatividade (originalidade útil) e racionalidade (discernimento factual e moral). 

terça-feira, 27 de junho de 2023

Uma listinha de irritações controversas

 A religião é...


... não olhar para fora e interpretá-lo por dentro.

Sobre ''escolas filosóficas'', como o estoicismo, e filosofia

Qualquer "filosofia" que ensina um modo de vida específico, falha em ensinar a própria filosofia, o equilíbrio máximo, em que, hedonistas, estóicos ou qualquer outra ''escola'' se tornam um só..

A essência da mentalidade (neo)liberal ...

... é o individualismo e, portanto, o egoísmo. 

Não é o desejo por eficiência, liberdade ou progresso. 

Não é aquilo que neoliberais dizem acreditar, mas como se comportam ou o que fazem. 


A correlação entre transtorno mental e a diversidade sexual...

... é, a priori, apenas uma correlação. 

Mas a quantidade de lgbts mentalmente perturbados não é pequena, se inteligência emocional parece ser um recurso escasso entre os arco-íris e falo por experiência e percepção próprias. 

Uma correlação que parece muito comum é a de ser "LGBT" e ideologicamente fanático. 

Basicamente sobre esquerda e direita 

A direita produz uma visão de mundo simplória enquanto a esquerda produz uma visão de mundo pretensamente complexa ou sofisticada, em outras palavras, simplória. 

O poeta é um idiota irrecuperável (eu que o diga)

"Ele tomou aquela decisão de maneira INCONSCIENTE"

Impossível. Ou só se estava em estado de sonambulismo. 

É importante evitar a confusão entre subconsciente e inconsciente. 

"Maduros"

A maioria dos adultos humanos é tão influenciável quanto uma criança.

Falando francamente sobre sexualidade 

A maneira mais decisiva de saber qual é a orientação sexual de um indivíduo é se ele experimentar cada possibilidade, com base na mesma lógica sobre qualquer outra experiência, tal como em relação à comida, por exemplo.

Não adiantaria dizer que não gosta se não provar. 
Mesmo se, de longe, o cheiro não for apreciado ou se parecer repulsivo ao gosto pessoal.

Panelinhas versus grupos de estudo dentro das universidades 

É a diferença entre uma seita de pseudociência se passando como um grupo de cientistas ou acadêmicos legítimos, e um grupo de estudos que respeita os princípios básicos que norteiam a prática científica.

Sobre miscigenação e aquela falácia "anti racista"

Se quase tudo em excesso é ruim, então, por que com a miscigenação seria diferente?? 

Ainda sobre isso 

"Toda regra tem a sua exceção"

Se nem tudo em excesso é ruim, mas a miscigenação racial não é um desses casos raros de exceção, principalmente pela percepção de que não contribui para tornar uma população mais evoluída, pelo contrário, pois tende a retardar o seu próprio processo evolutivo ao "embaralhar" suas características físicas e mentais com outras populações. Além disso, é inevitável que, mesmo um processo de miscigenação, acabará produzindo uma nova população, fenotipicamente estável. Então, por que ou pra quê incentivar _apenas_ a mistura de raças, ainda mais se for pensando em "acabar com raças decantadas 'ou' racismo", se, no final das contas, resultará em novas raças ou variações fenotípicas?? 

A essência da inteligência emocional interpessoal é a reciprocidade.

O economismo ou, a pseudociência da economia, especialmente o neoliberalismo, tem como característica principal e típica de pseudociências uma elaboração exagerada ou desnecessária sobre as relações econômicas, sendo que deveria ser justamente o oposto, que, em relação a um dos setores mais importantes se apresentasse uma linguagem clara e que fosse baseado na busca pelo melhor modelo, tal como a ciência médica mais adequada busca pelo melhor tratamento. 

Sobre "teorias conspiratórias"

A doutrinação pelo uso generalizado desse termo serve para condenar qualquer pensamento de que classes políticas e econômicas conspiram para determinar o caminho que sociedades tomam, deixando a entender que as mudanças sociais, econômicas e culturais em curso* são totalmente espontâneas. 

* Mas não apenas as de agora...

A percepção humana sobre a finitude é um sinal de inteligência, pouco considerado como tal. Inteligência em sua essência, enquanto percepção factual.

O normal tem um nível baixo de autocontrole, mas também de autoconsciência

O "psicótico" tem um nível muito alto de autoconsciência e baixo de autocontrole 

O racional tem um nível alto de autoconsciência e de autocontrole 

Sobre o ranço irracional das esquerdas à palavra meritocracia

"Kakaka os direitistas não sabem que essa palavra é satírica!!"

A intenção do autor pode ter sido a sátira, mas é uma palavra genérica, além de ser muito interessante para a prática da justiça...

O vitimismo se difere da justiça social legítima de modo que o grupo ou o indivíduo em questão exagera sua própria condição histórica ou atual de oprimido, como se, por estar em situação de desvantagem, isso o faria automaticamente inocente e angelical. Aliás, esse exagero é claramente uma injustiça.

A religião é legitimamente conservadora e radical

 Mais uma demonstração de abordagem em múltiplas perspectivas com base em uma hipótese de minha autoria sobre a origem da crença religiosa.


Então, eu levantei a hipótese de que a religião consiste fundamentalmente em um autocentrismo, em uma perspectiva muito centrada em si mesma, também presente em todas as outras espécies, por ser um impulso extremamente básico, de vivenciar, sentir e perceber o mundo em que se encontra primeiramente pela própria perspectiva. As maiores diferenças são que a religião tem o suporte da linguagem e da imaginação humanas e que consiste numa readaptação deste autocentrismo que, antes da emergência da autoconsciência e da inteligência de nossa espécie, era vivenciado da mesma maneira que das outras espécies, completamente ignorante ao mesmo, para um contexto a partir e posterior a esse desenvolvimento de nossa complexidade mental, em que nossos ancestrais passaram a perceber e a se interessar ao que estava além de suas necessidades adaptativas imediatas, incluindo questões existencialmente profundas, sobre o que é a finitude ou morte, a vida, a realidade, suas origens, se existe um outro mundo... 
Pois ao invés de buscarem responder essas questões de maneira lógica, nossos ancestrais ou pelo menos uma provável maioria deles, em todo mundo ou convergentemente, se basearam naquilo que entendiam do mundo, por suas próprias perspectivas, isto é, de maneira autocêntrica, de antes da complexidade mental. 

Daí, surgiram as explicações antropocêntricas. 

Em outras palavras, uma visão de mundo anterior ao marco evolutivo da etapa final de aumento da inteligência de nossa espécie, na era pré histórica, pelo desenvolvimento da linguagem e da cultura, sobreviveu e se impôs na grande maioria das comunidades humanas em um cenário posterior à esse aumento. 

Radical e conservadora 

A religião é a conservação de uma maneira de compreender o mundo que é anterior à emergência da cultura e da linguagem, ou da inteligência complexa humana.

Mas, em termos lógico-racionais, a religião é uma maneira radical de pensamento, se é basicamente a imposição de afirmações extraordinárias sem evidências extraordinárias como verdades absolutas. Uma maneira bastante precipitada de pensar: analisar e julgar.

Portanto, em múltiplas perspectivas, a religião é, ao mesmo tempo, conservadora, evolutivamente, e radical, racionalmente.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

O problema da psicologia neoliberal

 É uma provável verdade que nossos genes ou nossas biologias têm um papel predominante nos nossos desenvolvimentos e comportamentos individuais. Mas também é verdade que o meio nos influencia, afinal, não existimos sem estarmos inseridos em um ambiente. Portanto, mesmo que os genes ou a biologia tenha a "resposta final" nessas interações, essa resposta também tende a depender do meio. E isso varia de acordo com o indivíduo e com a característica que estivermos falando. No caso dos traços de personalidade, sim, a lógica é a mesma, em que é preciso ter alguma predisposição para reagir desta ou daquela maneira. Mas o contexto também pode ter um papel de destaque. Por exemplo, para uma pessoa que já apresenta, desde a sua infância, uma maior ansiedade, as condições dos meios em que se encontra podem servir como gatilhos para exacerbar essa sua tendência negativa. E nada mais estressante que viver em uma sociedade marcada pelo individualismo e pela competição, isto é, uma sociedade marcadamente capitalista, como a brasileira ou a americana.  


Tudo o que foi comentado acima parece bem fácil de entender. No entanto, a minha impressão é a de que tem prevalecido nas teorizações e nas práticas da psicologia e da psiquiatria uma visão tacitamente neoliberal, em que ocorre uma ênfase excessiva no indivíduo ou paciente acometido por transtorno mental, especialmente se for um tipo mais contextual, como os distúrbios de humor, como se a causa para o mesmo fosse a sua própria predisposição, em outras palavras, como se o efeito fosse a própria causa. E mesmo em casos de transtornos psiquiátricos de natureza mais intrínseca, como a esquizofrenia e o autismo, viver em sociedades claramente problemáticas, como as da grande maioria dos países oficialmente reconhecidos pela ONU, apesar de não causá-los, contribui em vários, se não em muitos casos, para agravá-los. 

Pois não é justamente isso que as pessoas costumam encontrar quando se consultam com um psicólogo ou psiquiatra?? 

Além de uma prática comum de "intervenção medicamentosa" precoce, sem antes buscar por uma abordagem cognitiva e comportamental, aquele que procura tratamento desta natureza costuma ser implícita ou explicitamente culpabilizado por sua condição, como se o meio não estivesse tendo nenhum papel no agravamento do seu quadro, ainda mais se tratando de ambientes tão aquém do que seria o ideal, de sociedades minimamente justas. 

Então, o domínio ideológico, clínico e acadêmico da "psicologia neoliberal", ao promover interpretações de neutralização da influência do meio cultural e socioeconômico na estabilidade, melhoria ou piora de quadros individuais, evitando tecer críticas de natureza política, principalmente se forem marxistas, acaba apontando todas as causas para os pacientes-indivíduos, induzindo essa crença "bem neoliberal" de responsabilização individual dissociada do meio em que se vive. Assim, o problema estaria sempre neles e não também nas sociedades em que estão inseridos, resultando na prescrição de tratamentos que quase sempre visam ajudá-los a se adaptar às mesmas de acordo com as suas regras e não de se adaptarem de acordo com as suas próprias demandas, claro, desprezando os que apresentam transtorno de personalidade anti-social, já que a acomodação de suas demandas adaptativas tende a ser objetivamente imoral ou danosa aos outros. Portanto, a abordagem psiquiátrica mais adequada deve sempre levar em consideração o meio em que o indivíduo se encontra, até para saber o quão negativa e realmente influente está sobre o mesmo, visando soluções práticas, objetivas, eficientes e/ou precisas.  

Também é interessante notar o papel significativo, direto e indireto, justamente de indivíduos "anti-sociais" no aumento e na piora de quadros psiquiátricos, mesmo entre muitos daqueles que, apesar de também sentirem o peso das cobranças do meio social em que vivem, não buscam por ajuda especializada. Dois exemplos. Um direto: a ocorrência de práticas discriminatórias ou sádicas geralmente por esses sujeitos contra indivíduos com predisposição para transtornos psiquiátricos ou já diagnosticados . E um indireto: a presença muito desproporcional desses indivíduos em posições de grande influência social, como a política.

domingo, 25 de junho de 2023

Um paradoxo da genialidade...

 .. É  de que exige grande especialização, ao mesmo tempo que também exige um nível alto de multidisciplinaridade, pois contribui tanto para um maior aprofundamento quanto na geração de pensamentos e ideias originais. Pois uma grande especialização sem curiosidade por outras disciplinas ou áreas, ainda mais as que estão mais próximas no espectro de similaridades e, portanto, com maior potencial de diálogo e contribuição, "mata" a criatividade. Já o oposto, de uma grande multidisciplinaridade sem qualquer especialização, até pode preservar o potencial para a criatividade, mas logicamente "mata" a possibilidade de se aprofundar num campo do conhecimento.

Duas características que todo grande gênio apresenta

 Grande capacidade de percepção (uma característica cognitiva de natureza qualitativa) e grande paixão por suas áreas de interesse (inclinação psicológica) e que praticamente o encaminham para a sua realização.

sábado, 24 de junho de 2023

Um exemplo de "boa lacração" em The Last of Us

 O amor gay é lindu!!

(e tão raro...)

Com spoilers...

The Last of Us é o nome de um jogo de vídeo game que fez um baita sucesso na década de 2010. Sua sinopse se trata de um apocalipse causado pela pandemia de um fungo que teria evoluído para atacar o ser humano, transformando-o em um zumbi vivo e canibal, e dos desafios dos sobreviventes em um mundo pós-apocalíptico. Até aí tudo bem. Já sabemos que terá muito sangue, armas, monstros e testosterona. Mas o vídeo game também tem um casal gay, Frank e Bill, dois sobreviventes da pandemia. Triste é que, no vídeo game, eles não têm um final feliz, já que um deles é infectado pelo fungo, depois de terem vivido uma relação de conflitos e deixando o outro sozinho. Além deles, também tem um casal de lésbicas, que inclui uma das principais protagonistas, Ellie.

Então, no início desse ano de 2023, a HBO passou a primeira temporada da série baseada no vídeo game, com grande sucesso, similar ao do jogo. 

Tem o primeiro episódio, do antes, durante e depois do apocalipse. Tem atriz negra e nepo-baby (filha da Tandie Newton) interpretando a personagem originalmente branca... ok, até que curti a interpretação dela como filha do Joel... 

Tem o segundo episódio, mostrando onde teria começado a pandemia, na Indonésia e não em algum país da América do Sul...

Sim, tem alterações ou adaptações do vídeo game para a série, já que não é estritamente necessário que tenha que copiar tudo dele. Por fim, tem o terceiro episódio em que, paralelo à jornada de Joel e Ellie, passa a estória do casal gay que falei logo no início. Mas, bem diferente do jogo, além de ter sido estendida, a relação dos dois é recontada como um encontro daqueles que acontece uma vez na vida, marcado por muito amor e cumplicidade. Claramente ocorreu uma grande alteração para a série na TV e, sinceramente, foi excelente. Os personagens já existiam, mas, ao invés de um destino sombrio, foi contado uma estória linda, que inclusive poderia ter sido de um casal heterossexual.

Esse é um exemplo evidente de uma "lacração certa", isso se podemos chamar de lacração. De um caso de "representatividade" sem substituição de personagem "branco opressor" por um ator "negro oprimido", sem vitimismos ou narrativas ideológicas e doutrinantes... Um lacre muito do bem feito!! 

Só estou usando esse termo no sentido positivo por causa de sua opacidade conceitual especialmente se for com base em como que os conservadores o tem definido (praticamente como "qualquer coisa 'de esquerda'"). 

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Sou o gênio das soluções óbvias

 Do bom senso 

sempre sem graça

Da sobriedade mórbida 
Das respostas que ninguém quer ouvir 
Das consequências que ninguém quer se responsabilizar 
Sou o gênio da percepção de hipócritas 
Começando por mim mesmo 
Sou o exorcista das explicações longas e pretensiosas 
Sou o mágico que sempre tira a razão da cartola 
Que não faz truques ou esconde segredos
Sou o gênio da lâmpada 
que os mestres chamam quando querem desabafar 
O único desejo que posso realizar 
Me servir de ouvidos e um olhar para os que necessitam 
E são poucos que querem me escutar 
Se existe alguém que queira ouvir 
Os meus vícios de linguagem,
A minha péssima dicção, 
A covardia da minha coragem, 
A vitória do meu egoísmo,
Minhas pausas, 
Minha vida sem muita agitação
Nem heroísmos,

Se continuarei nessa maré calma
Ou se as próximas décadas me atirarão aos tubarões 
E se conseguirei dar conta do recado 
Do chamado 
Que eu sempre segui 
Por enquanto apenas pelas palavras,
Se seguirei vivendo sem maiores perturbações 

Sobre um desastre silencioso...

 .. relacionado à super ênfase quantitativa na avaliação e seleção acadêmica e profissional.


(Novamente...)

Principal consequência: impressão de elevada proporção de profissionais ruins em praticamente todas as áreas... 

Testes de QI, de aritmética, vocabulário, sobre leis, conhecimentos gerais ou específicos...

Mas e sobre a capacidade de discernimento moral* e/ou de racionalidade dos candidatos??? 

Pois Zé...

* De discernir o que é justo (verdadeiro, necessário, ponderado//moderado...) do que é injusto (falacioso, desnecessário, extremista//cruel...).

E para piorar, além da seleção que enfatiza capacidades quantitativas sobre as qualitativas, o cenário de hegemonia capitalista em que nos encontramos nesta primeira metade de século XXI, ainda reforça nossas tendências egoístas sobre as altruístas, exacerbando a vocação de muitos para o comportamento mercenário.

Um exemplo visceral do porque que a "mídia" não é sua amiguinha...

 Um exemplo vindo dos EUA, mas serve para a maioria dos países ocidentais que, atualmente, sob o julgo do "politicamente correto" de "esquerda": 




''Daniel Friedman no Twitter: "Um bando de adolescentes estuprou e assassinou uma mulher aleatória em um parque público no meio do dia em Milwaukee. Um deles gravou um vídeo do ataque e postou no Facebook. O motivo pelo qual você não ouviu sobre isso é porque os agressores são negros e a vítima era asiática." 

"Kamare Lewis foi condenado a 26 anos depois de aceitar um acordo judicial que o salvou de enfrentar uma sentença de prisão perpétua por homicídio doloso. Ele terá direito à liberdade condicional antes dos 30 anos."

"A cobertura da mídia deste caso é extraordinária. Não há cobertura do incidente fora da mídia local de Milwaukee. Apenas algumas notícias incluem fotos de Kamare Lewis, e não há fotos de Kevin Spencer, que tinha 15 anos na época em que estuprou essa mulher até a morte."

"Se dois adolescentes brancos estuprassem e assassinassem uma mulher aleatória em plena luz do dia em um ataque com motivação racial em um parque público e postassem o vídeo da filmagem nas redes sociais, seria a maior história da América em meses.

Ouvíamos comentários intermináveis sobre o perigo que as mulheres de cor enfrentam sob a branquitude, o privilégio que os jovens brancos sentem de explorar os corpos de pessoas de cor e todo tipo de preocupação sobre o que há de errado com os homens brancos na América."

"Compare e contraste a cobertura da mídia de Kamare Lewis com a cobertura de Brock Turner, ou a cobertura do time Duke Lacrosse (eventualmente exonerado) ou a cobertura de Nicholas Sandmann (acusado de nada além de "sorrir").

Enquanto isso, o crime de Kamare Lewis é ignorado pela mídia nacional, e a maioria da mídia local evita assiduamente mencionar ou reconhecer sua raça. Pelo que vale, se a vítima fosse branca, também acho que teria havido mais cobertura, pelo menos entre a mídia de direita.''





Esse também é uma demonstração didática de como ou por que a extrema direita tem sido tão bem sucedida na política, especialmente a partir da década de 2010 ...

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Simplificando moralidade à direita, à esquerda e o ideal (filosófico)

 À direita


"Apenas a minha cultura/moralidade que está certa ou que é a mais certa... porque é a minha, porque é A verdade" 

"Existe certo e errado. E o certo é tudo o que eu acredito"

À esquerda 

"Nenhuma cultura está mais certa que a outra"

"Não existe certo e errado (apesar de, na prática, agir de maneira oposta ao que prega)"

E o ideal

"Alguns valores culturais, ou morais, são bem mais ponderados que outros, porque se baseiam em fatos e não em suposições tomadas como tal, isto é, pelo melhor julgamento possível, que se dá pela busca da verdade objetiva e imparcial. Portanto, não são cruéis, desnecessários, excessivos e/ou injustos" 

"Existe certo, negociável e errado, primeiramente porque existem critérios específicos. Especial e, idealmente para o ser humano, o mais certo é o que se baseia na verdade ou no conhecimento, no que é o mais justo... isto é, a partir do máximo aproveitamento de sua inteligência, de seu poder de análise e discernimento".

terça-feira, 20 de junho de 2023

A covardia humana e sua relação com a tecnologia e a religião

 Hipótese


A inteligência humana evoluiu principalmente a partir da percepção de riscos de vida, em outras palavras, pelo medo de morrer, pelo medo, que é uma emoção que se relaciona com antecipação e também covardia, que é o recuo ou a fuga de um enfrentamento direto a partir da detecção de perigos evidentes, potenciais ou imaginados. 

Faz sentido, ainda mais para uma espécie de primatas sem qualquer grande vantagem física se comparada com as outras espécies que viviam ao seu redor desde à pré história. 

Então, para enfrentar esses desafios sem atacá-los diretamente ou, contornando-os, isto é, de "maneira covarde", os seres humanos buscaram por soluções tecnológicas, pela invenção de técnicas ou instrumentos que minimizem sua exposição aos riscos encontrados em seu meio natural. 

Pois a "invenção' da religião também se consiste em uma maneira covarde de responder a um desafio, em que, ao invés do ser humano aceitar a possibilidade lógica de não haver continuidade depois da morte, enfim, de não se pensar ou se colocar no centro do mundo, ele tem feito o exato oposto, que é a covardia de negar uma verdade muito provável por lhe parecer inconveniente ou desafiadora, preferindo acreditar no que promove o próprio bem estar subjetivo. E também a covardia, aqui, mais no sentido de conservadorismo ou comodismo, de imaginar-se no centro do mundo, a essência da crença religiosa, isto é, aplicando e adaptando uma percepção conhecida ou anterior ao contexto de emergência da autoconsciência humana, de aumento da inteligência/percepção factual, ao invés de buscar compreender-se e o "mundo" a partir do que se passa a perceber por esse processo evolutivo de melhoria cognitiva, isto é, de fugir ou declinar ao desafio, contornando-o, de modo a evitar maiores danos ou riscos, partindo do pressuposto de que o aparecimento da religião se deu dentro de um cenário de múltiplas possibilidades, inclusive de se buscar por explicações mais objetivas, tal como o ateísmo. 

Sobre o colapso (midiático) do rock'n roll e minha "teoria de conspiração" sobre isso

 Não apenas no Brasil...


Da década de 2010 para cá, um fenômeno, ao mesmo tempo evidente e discreto, aconteceu no mundo da música, o colapso de um gênero musical que havia dominado as paradas de sucesso desde os anos 60 do século XX, o rock'n'roll e seus variados subgêneros. Pois enquanto continua a marcar presença em programas nostálgicos da rádio em todo mundo, praticamente desapareceu da mídia atual. Então, caberia saber se não existem mais novas bandas do gênero produzindo material de boa qualidade, se todas as bandas consagradas se retiraram da cena musical, se não existe mais público interessado OU se, na verdade, a mídia corporativa, mais a indústria da música, decidiram, de maneira arbitrária, que o tempo de existência e domínio relativo dos cabeludos rebeldes passou e, agora, é preciso investir nos estilos que atendam à demanda de uma crescente população multiétnica e "cosmopolita"*, particularmente as gerações mais novas no mundo ocidental... 

* americanizada.

... portanto, uma combinação de cinismo pragmático do mercado capitalista com lacração lucrativa (outro tipo de cinismo), como "escudo moral" conveniente para uma nova "elite" de performáticos multimilionários da "justiça social" (supostamente) e seu exército de mínions ou fanatizados. Talvez, por ser o rock um gênero demasiado branco, masculino e consequentemente "culpado", tenha entrado na lista de exclusão da mídia corporativa, cada vez mais alinhada com a agenda globalista que usa pautas identitárias de esquerda para favorecer os seus objetivos, especialmente de, aos poucos, construir uma civilização global e... neoliberal. Porque não faz sentido esse sumiço repentino, visto que, até o início da década de 2010, continuavam surgindo ótimas bandas de rock. E, como eu não acredito que o mundo atual seja uma soma de mudanças sociais e culturais absolutamente espontâneas, tal como essa "elite" quer que acreditemos...

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Hipótese para explicar a anômala homogeneidade humana de lateralidade cerebral

 Por que a grande maioria dos seres humanos são destros, em contraste às outras espécies de primatas e mamíferos?? 


Porque para que a complexidade possa ser replicada múltiplas vezes sem ocorrer maiores erros é preciso que exista uma grande regularidade, daí a baixa diversidade de lateralidade cerebral entre seres humanos. 

sábado, 17 de junho de 2023

A mídia não é e nunca foi sua amiga...

 Você precisa aprender a pensar por conta própria, da maneira mais racional ou sóbria que conseguir, se realmente quer ser independente das opiniões de jornalistas, empresas de televisão e seus preconceitos cognitivos e/ou "agendas ideológico-políticas". 


No Brasil, boa parte da mídia é privada e tem como principal objetivo o próprio lucro. Na monotonia capitalista, os meios se diferem, mas os fins são os mesmos.

Também não se engane com a mídia alternativa. Ela também mente e, se bobear, tanto ou mais que a corporativa, porque não importa para onde se vá, o fanatismo ideológico, quer seja para a direita, para a esquerda ou centro, está presente e dominante. 

Mas as mídias não mentem sobre tudo. Por exemplo, a que é considerada "mais respeitável" não mentiu sobre a epidemia de covid-19, ou pelo menos sobre a maior parte desse evento. Em contraste, em relação a um monte de outros tópicos tão importantes quanto, ela mente de maneira descarada e cínica. Porque tem um exército de "jornalistas" ou, operários da (des)informação, a seu dispor e, quando bem pagos, são capazes de mentir sobre qualquer coisa. Mas mesmo se não são, pois basta a chantagem da dependência do emprego...

Por isso que, primeiramente, é preciso tirar da cabeça que apenas um lado do espectro político-ideológico que está certo sobre tudo. É preciso parar de pensar em direita e esquerda e passar a pensar sobre o que é mais justo: verdadeiro, ponderado, factual, adequado, necessário ou mais injusto: falacioso, insensato, falso, desnecessário, cruel... Esse é o primeiro passo para começar a fortificar sua independência e sua honestidade intelectuais.  

quinta-feira, 15 de junho de 2023

O nível mais alto de moralidade é a racionalidade

Justamente por causa de sua objetividade e imparcialidade, por não ser apenas uma pretensão ou presunção de afirmar que o que diz ou prega é a verdade, de buscá-la, de fato, e então pela justiça, por sua prática legítima e sistemática. 

Auto-análise regressiva para entender o meu ateísmo

 Como me tornei ateu?


Eu fui doutrinado pelos meus pais, desde cedo, a considerar as narrativas cristãs mais importantes como verdadeiras, da história de Jesus à existência de paraíso, purgatório e inferno. Fui obrigado a ir à missa, durante um tempo; a fazer primeira comunhão e até crisma. Da infância até à adolescência.

Mas essa doutrinação, que não foi das mais agressivas, não me afetou tanto, porque nesse período de minha vida a religião não ocupava um lugar central na minha mente, assim como hoje em dia. Eu até cheguei a me emocionar com a história de Jesus, particularmente por intermédio de um filme muito bonito, protagonizado por Gary Oldman, como Ele mesmo, e Jacqueline Bisset como Maria. Também já rezei para que o meu pai conseguisse um emprego, algumas vezes fechado no quarto, quando tinha uns 11 ou 12 anos. Eu já acreditei no "poder da oração". Mas não durou por muito tempo...

Ter um irmão explicitamente ateu pode ter me influenciado, mas duvido que tenha sido o único fator que me impulsionou ao ceticismo. Eu sei que foram justamente pelas narrativas cristãs mais específicas que comecei a duvidar da veracidade da religião. Não foi pela crença em um Deus ou na vida eterna e sim que Jesus tenha existido e como um semideus, filho do criador do universo e de uma mulher judia e virgem, que ele tivesse multiplicado peixes, transformado água em vinho, morrido e ressuscitado. A narrativa da criação do universo, com Adão e Eva, a serpente e o fruto proibido, eu também comecei a duvidar, sinceramente, nem sei quando, pois a importância da religião nas minhas primeiras décadas de vida era tão pouca que o meu cérebro não gravou a maior parte desse processo de libertação da primeira (auto)doutrinação ideológica que sofri, bem intencionada, diga-se. Eu até que gostava da ideia de não precisar pensar, de só aceitar essas narrativas como verdadeiras, ainda mais as da existência de um criador de tudo e de vida após a morte. Além de uma abordagem mais racional à minha crença e à crença religiosa, de maneira geral, que parecia inevitável e natural pra mim, em que passei a questionar suas incongruências lógicas que desafiam as leis da física, eu também passei a questionar suas contradições morais e também as de muitos de seus seguidores, ou os que percebia. Por exemplo, eu sempre reclamei sobre ir à missa no domingo de manhã, porque percebia que muitas pessoas iam lá só para fofocar ou para aparecer, tanto é que não era incomum que os figurões da cidade onde vivo até hoje, naqueles tempos sem a epidemia evangélica, se sentassem nas fileiras da frente mostrando o quão socialmente hierárquica era e continua a ser a igreja católica (não é à toa que a igreja evangélica cresceu tanto e principalmente em regiões periféricas). Outro exemplo meu de abordagem crítica às contradições morais das narrativas religiosas foi quando comecei a questionar a bondade absoluta e onipresente de Deus em contraste flagrante à realidade de injustiças sociais e crueldade contra inocentes. 

Então, foi um processo lento, orgânico, mas progressivo de conscientização sobre a fraqueza dos argumentos que sustentam a crença religiosa até ao ponto em que, já como um adulto jovem na casa dos 20 anos, me tornei ou me aceitei como agnóstico, especialmente pela rejeição das crenças mitológicas mais particulares, enquanto mantinha as mais importantes, de crença na existência de Deus e da vida eterna. 

Outro fator que atrasou o meu caminho em direção ao ateísmo foi justamente a minha falta de identificação com a maioria dos ateus, ou como os percebia, incluindo o meu irmão mais velho. Demorou um tempo até eu perceber que não precisava me identificar com um grupo para me identificar com ideias ou linhas de pensamentos.

Por fim, depois de um tempo como agnóstico, rejeitando, em especial, a ideia de não ter nada após à morte, de nunca mais poder me reencontrar com seres e pessoas muito queridos para mim, emergiu à minha mente uma conclusão muito simples e óbvia que colocou em cheque as bases do meu agnosticismo, de que, após à morte, não há mais nada, inclusive a dor, de qualquer tipo, como a dor da saudade ou da frustração de não poder ter o que se deseja. Ficou mais fácil ou um pouco menos intratável lidar com o que, para muitos de nós, são absurdos inaceitáveis, essas tais verdades absolutas (que eu gosto de chamar de existenciais). 

Não ter uma grande rede de amigos, não ter tido uma grande intimidade com a igreja ou a religião especialmente nos meus primeiros 10 anos de vida, também por não ter sofrido uma tentativa de  doutrinação agressiva ou profunda, são fatores circunstanciais que podem ter ajudado a seguir essa trajetória de descrença e ceticismo. Mas eu também penso que traços intrínsecos que tenho expressado me influenciaram isso se não foram mais importantes (costumam ser): nomeadamente minhas tendências introspectivas, lógico-raciais ou ao pensamento crítico e ao literal (sem ter necessariamente um déficit em pensamento metafórico, comum em autistas, que facilitasse minha inclinação à literal... pelo contrário, já que também entendo, sei e gosto de usar metáforas). 

terça-feira, 13 de junho de 2023

Hipótese sobre nerds e inteligência

 Primeiro, é verdade mesmo esse estereótipo de que nós, nerds, somos, em média ou desproporcionalmente falando, menos atraentes que outras "tribos urbanas"?


E, isso, por acaso, tem a ver com o nível mais alto de inteligência do nosso grupo??

Seria uma demonstração de que, quanto mais inteligente é o ser humano, maior a tendência de não ser, exatamente, o mais bonito??

Pois mesmo que não seja uma relação de antagonismo absoluto, esse estereótipo de não estarmos entre os mais atraentes, incluindo homens e mulheres, parece mais verdadeiro que falso. Primeiro e, provavelmente, porque nós, em média, não nos importamos tanto em investir em nossas aparências por priorizarmos nossos interesses intelectuais. Segundo que, por, talvez, sermos mais propensos a ter uma maior carga mutacional* que aumenta nossa curiosidade e/ou obsessão, mas que, por outro lado, diminui/diminuiu nossos níveis de simetria e/ou atratividade??

* maior carga de mutação relacionada a "genes autistas"?? (Pois estão positivamente associados à maiores capacidades cognitivas).

Os problemas da escola brasileira delineados

Novamente...

Problemas estruturais, ideológicos, sócio-culturais e psicológico-cognitivos

1. A demanda é maior que a oferta

Como resultado, temos: poucas escolas públicas e professores para muitos estudantes; salas de aula abarrotadas, onde a bagunça se instala com facilidade, e professores sobrecarregados.

Além da carga horária estafante e do desafio diário de manter a atenção de, em média, 30 a 35 crianças ou adolescentes em cada sala de aula, o professor é mal pago, o que contribui para diminuir o interesse pela profissão.

2. A escola não está diretamente relacionada com o mercado de trabalho

Logo, quando o estudante tira o diploma do ensino médio, encontra-se completamente abandonado. Então, sem orientação alguma, ele tenta o vestibular, um curso técnico, disputa vagas de emprego ou fica à deriva. Pois o ideal seria que setores público e privado ficassem de olho nas novas gerações de trabalhadores, ainda na escola, para já lhes garantir uma ocupação, de preferência, bem remunerada e estável.

Resumo dessa ópera: diploma escolar é garantia de nada.

2.1 A escola não recompensa os melhores professores

Parece que continuam a ser indiferenciados dos demais.

3. A escola continua acreditando em "teorias" pedagógicas há muito ultrapassadas, praticamente pseudo-científicas

Tal como a crença de que, desprezando condições congênitas diagnosticadas, todo estudante é capaz de aprender se receber uma boa educação e se demonstrar motivação suficiente. No entanto, já existe uma diversidade de cérebros e personalidades em uma sala de aula desde o ensino fundamental e a escola deveria ter esse conhecimento em mãos, de acabar com essa ideia de que professores são arquitetos dos intelectos alheios, que suas funções mais condizentes são de observar, orientar ou incentivar, avaliar e detectar padrões ou características de cada estudante, em trabalho conjunto com outros profissionais, como os psicólogos, até para traçar um perfil realista de seus potenciais e limites.

3.1 Educadores brasileiros tendem a ter uma visão muito irrealista do potencial humano do país em que vivem

Justamente por causa de suas crenças de que, o que difere um estudante excelente de um com "dificuldades" é apenas a motivação que apresentam e a educação que recebem. Por isso, pensam que os estudantes brasileiros têm, em média, os mesmos potenciais cognitivos que estudantes de qualquer outra nacionalidade.

3.2 A escola privada não é inerentemente melhor que a pública

O que acontece é que tende a ter menos estudantes e consequentemente salas de aula menos lotadas.

Outro fator, bastante "politicamente incorreto", é que a maioria dos estudantes em escolas privadas são filhos de professores, advogados, médicos (uma questão mais genética)... essa é uma das principais razões para apresentarem um melhor desempenho do que os estudantes de escolas públicas.

Em outras palavras, os pais dos estudantes que pagam escola particular o fazem enganados que a mesma seja muito superior, metodologicamente, que a pública e/ou sabendo que não é verdade, mas para sinalizar status social e manter seus filhos longe dos filhos das classes "mais baixas"...

4. A pedagogia "moderna" precisa passar por uma grande reforma

Castigos corporais continuarão proibidos, só em casos realmente extremos. Mas há de se acabar com esse empoderamento que se estabeleceu dos pais dos estudantes em relação aos professores, sendo que o ideal é uma paridade entre eles mediada pela razão.  E de entender que apenas o diálogo não irá resolver a maioria dos problemas de comportamento na escola.

4.1. O bullying precisa ser realmente combatido

Um grande exemplo de como esse método falha em prover a melhor abordagem às questões da escola é a contínua prática de perseguição sádico-sistemática, vulgo bullying, e sem punição exemplar dentro desse espaço, além de outras possibilidades que procurem combatê-lo, de fato, tal como a de expulsão, realocação ou mesmo de intervenção psiquiátrica em relação aos estudantes mais problemáticos, que o praticam com frequência, e não de apenas oferecer suporte, geralmente superficial, àqueles que sofrem com isso.  

4.2 A educação do estudante brasileiro geralmente é muito ruim

Mesmo que salas de aula abarrotadas também expliquem a bagunça, a falta de respeito, de educação básica de muitos estudantes brasileiros parece que veio de berço.


5. A escola continua desprezando o potencial dos estudantes com altas habilidades/superdotação

Ao invés de, não apenas identificá-los e orientá-los, de ajudá-los para melhor lidarem com os seus potenciais, a regra é de continuarem a ser tratados com indiferença, como se não precisassem de uma atenção extra, quando são identificados. Porque as escolas estão obcecadas em igualar resultados de desempenho e por isso tendem a focar mais nos estudantes com 'dificuldades de aprendizagem" (desprezando também que muitos indivíduos com altas habilidades/superdotação têm dificuldades explícitas e específicas de aprendizagem). 


Proposta de expansão do espectro da psicose...

 ... para o vício (especialmente o extremo), a mentira patológica, o fanatismo ideológico e o fundamentalismo religioso (mesmo a própria crença religiosa em si), pois todos compartilham um mesmo sintoma: pensamentos delirantes ou falsas crenças, com a ausência relativa a predominante de alucinações (dependendo do caso).


Eu já comentei sobre essa proposta em outros textos, de categorizar comportamentos em um sentido psiquiátrico sem um viés cultural, político ou ideológico (ou seja, diferente do que tem sido feito). Neste, apenas a expandi para outras condições, além das primeiras que havia pensado, em que se percebe esse fator em comum (inequivocamente). 

domingo, 11 de junho de 2023

A correlação entre autismo e introversão não é uma mera coincidência estatística...

 ... ao contrário do que muitos ativistas e especialistas sobre o tópico afirmam ou têm deixado a entender. Porque, além da maioria dos autistas serem de introvertidos, estes, por sua vez, são mais parecidos com os autistas, se comparados com os mais extrovertidos.


Afinal, introvertidos gostam de estar sozinhos porque também estão mais orientados para o seu mundo interior e são mais sensíveis a estímulos externos. A diferença é que a hipersensibilidade autista é mais sensorial enquanto que a sensibilidade introvertida é mais social e emocional. Esses traços explicam porque ambos apresentam maior dificuldade de adaptação ao meio social, se, novamente, são mais superestimulados e tendem a desenvolver uma maior complexidade mental. No caso dos introvertidos, essa dificuldade é acentuada, especialmente em sociedades em que há uma preferência cultural pela extroversão ou onde são minoria.

Em termos cognitivos, autistas e introvertidos neurotípicos também parece que compartilham semelhanças, tais como: interesses especiais desde a infância, maior atenção aos detalhes, inclinação para pensar de maneira mais lógico-racional e dificuldade para a multifocalidade. 

É verdade que autismo e introversão não são a mesma coisa, que a maioria dos introvertidos não é autista, mas, são variações de constituição cerebral ou neurológica aparentemente próximas, de espectros vizinhos e que, justamente por essa aparente proximidade, se sobrepõem. Pois pode ser que se relacionem no mesmo nível de dois irmãos biológicos que são, em média, 50% geneticamente diferentes (e iguais) entre si, porém, irmãos. 

Eu não sei se já foi feito alguma comparação  entre os cérebros de autistas e neurotípicos/neuroatípicos não-autistas introvertidos para saber o quão parecidos estão. 

Lembrando que, também se correlacionam com outros traços, como a timidez e dificuldade de comunicação (disfluência ou gagueira).

"FAA"?? 

O fenótipo ampliado do autismo consiste numa maior presença de "traços autistas", principalmente em parentes dos portadores, mas que não são ''suficientemente autistas'' para receberem um diagnóstico, e também em indivíduos "não-autistas" sem relação de parentesco com portadores ou diagnosticados (tal como parece acontecer comigo). Pois eu aposto que muitos desses indivíduos devem ser de introvertidos e, mesmo que, pelo que especulei, o introvertido não-autista médio tende a ser mais parecido com o autista médio, particularmente o de "alto funcionamento".

Comentando, novamente, sobre QI e capacidade racional

 Testes cognitivos ou de QI (de maneira superficial ou incompleta) estimam nossas capacidades de aprendizado, não as de raciocínio ou racionalidade. 

Capacidades de aprendizado: de memorizar, apreender ou reter e replicar informações.

Capacidades de raciocínio: de analisar, criticar e julgar informações (de maneira objetiva e imparcial, em busca de uma maior compreensão ou entendimento). 

II. O sistema educacional brasileiro, incluindo a educação superior, está significativamente enfatizado na valorização, avaliação e seleção por capacidade de aprendizado, em grande desprezo à de raciocínio. Como resultado, há um excesso de conformismo e pouco pensamento crítico;

III. Em alguns países, que até são considerados "modelos" de educação, particularmente Coreia do Sul e alguns outros do extremo oriente, essa desvalorização da racionalidade, aliada ao excesso de valorização da memorização, tem chegado a níveis extremos;

IV. Um dos resultados desse equívoco é a multiplicação de grupos e indivíduos que acreditam e pregam pseudociência, "teorias conspiratórias' [legítimas] e fanatismo ideológico (incluindo o religioso), que costuma ter muita influência na política;

V. Mas a irracionalidade tem sido dominante ao longo da história humana, vide os muitos séculos de dominação cultural e política de organizações religiosas em comunidades e sociedades humanas. 

Dois mundos

 Soldados, Amazonas

Uniformes, simétricos 
Fortes, corpóreos
Orgulhosos, alienados 
Guerreiros, compactos
Espertos
Se acham mais homens 
Seus músculos e cabelos cortados
Suas mulheres de saias, de farda e filhos
bem comportados ou atléticos
Os próximos espartanos, o próximo exército 

E quando não crescem 
como esperavam
Amadurecem mutantes, 
E se juntam aos desajustados 
À tribo dos diversos
Dos pensadores de corpo fraco 
Aos complexos (inclusive os de outro lado)
De militares a militantes
Opostos do mundo prático 
Se são músicos, poetas, escritores 
Muitos não são machos
Mas fêmeas e andróginos 
Desde antes da puberdade 
Que são sonhadores, indivíduos-coletivos 
Estudantes ou mais velhos 
Estereotípicos ou discretos
Se tem filhos ou se esbaldam em banquetes de sexo, 
Os dois é possível
Se tornam empresários ou políticos 
Se nunca deixam o seu idealismo
Que soldados e amazonas detestam

Dois tipos de mentalidades (radicais) por ideologia: darwinista e pós-natural

 Adolf Hitler ou Frankenstein??


A mentalidade radical darwinista, típica da extrema direita (ocidental), prega que os "mais fortes" ("mais saudáveis", "dominantes", "inteligentes"...) devem sobrepujar os "mais fracos" (idealmente "não-adaptados") ou que a evolução humana precisa continuar a se sujeitar aos mesmos processos seletivos relativamente aleatórios que determinam a evolução e a adaptação das espécies não-humanas, isto é, de continuar da maneira mais "natural' (excetuando eventos específicos extremamente perturbadores que alteram trajetórias evolutivas de maneira significativa). 

Já a mentalidade radical pós-natural ou pós-darwinista, mais típica do lado progressista, por negar que tais processos estejam atuantes ou relevantes nos meios sociais humanos, por sua crença antropo-excepcionalista ou antropo-supremacista, se baseia na ideia de superação de limites ou resolução de problemas emergentes sem que seja sempre necessário uma adaptação orgânica por seleção específica. Essa mentalidade também apresenta um caráter primariamente transcendente, de superar o nível darwinista por um nível superior de organização social e dinâmica evolutiva humana, em outras palavras, de superar a própria natureza. Mas, como eu já comentei no texto "Alienação à direita, à esquerda e a iluminação filosófica", as ideologias progressistas têm se comportado como falsas transcendências, em que só passam a impressão de terem superado o nível anterior, tradicionalista, por também expressarem um tipo de alienação ao invés de sempre buscarem se guiar pelo conhecimento ou pela razão (direita: alienação da essência/esquerda: alienação das aparências/superfícies). 

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Ainda sobre a inexistência do ''livre arbítrio''

 Já nascemos com cérebros primariamente constituídos com base na herança genética combinada dos nossos pais e possivelmente também nos efeitos do ambiente uterino de nossas mães. Isso significa que já nascemos com algum tipo de personalidade e de desenvolvimento cognitivo; com uma programação de desenvolvimento e comportamento relativamente determinista. Em relação ao livre arbítrio, esse fato citado (e muito provável) sugere que o mesmo, se a partir de seus conceitos, é uma impossibilidade, pois desafia a própria natureza de organismos vivos, inclusive do humano. 

 

II. "Livre de influências externas"

Literalmente falando, todas as nossas decisões são influenciadas pelo que acontece ao nosso redor, pelo que sentimos e percebemos. Portanto, o livre arbítrio, isso se o seu conceito for "capacidade de tomar decisões sem influências externas", não existe, tal como pelo conceito "capacidade de tomar decisões sem nenhum condicionamento anterior", se até mesmo o pensamento racional também é tendencioso, por privilegiar a imparcialidade e a objetividade sobre os seus respectivos opostos. 

III. Se já não falei, refalo aqui: livre arbítrio é um sinônimo relativamente distante para capacidade racional. Então, sim, a capacidade racional existe, mas, conceitualmente, não é o mesmo que livre arbítrio. Este é mais como um conceito ruim que se tornou muito popular, especialmente no mundo ocidental. É um conceito com uma definição irrealista, porque a capacidade racional não é nossa capacidade de tomar decisões sem qualquer preconceito ou viés, mas de pensar de maneira imparcial e objetiva, também/ou de ponderar e refletir ações e consequências. Como falei acima, a racionalidade também é um viés, só que do anti-viés. O "livre arbítrio", se existisse, dependeria muito de nossas capacidades racionais, do quão desenvolvidas estão ou quão desenvolvíveis são. Mas também das circunstâncias em que nos encontramos, de como as julgamos. Mas a dinâmica que existe aqui não é a três e sim entre a nossa racionalidade e o meio. Pois se uma maior capacidade racional não é o mesmo que perfeição de raciocínio e julgamento, então, nem os indivíduos mais sensatos e ponderados escapam de cometer atos irracionais. Eles só estão mais bem equipados para aprender com os seus erros ou refletir seus pensamentos e ações. Infelizmente, a irracionalidade tem sido mais dominante. 

domingo, 4 de junho de 2023

A "substituição demográfica" no mundo do entretenimento

"A arte imitando a vida"... ou refletindo a "nova ordem de poder"?

Eu já comentei que, mantidas as atuais tendências demográficas: de envelhecimento populacional, taxas de fecundidade muito baixas e altas de miscigenação racial, os brancos de origem europeia entrarão em extinção* até o final desse século XXI, especialmente as etnias da Europa Ocidental...

* risco que também ameaça populações do Extremo Oriente.

Também já especulei sobre as causas ou fatores, ou agentes**, e as soluções para esse, que é um dos maiores problemas demográficos, sociais e econômicos de nossa era. Até especulei se é uma crise planejada ou consequência indesejada**. 
 
** No texto "Genocídio branco patrocinado pela "judiaria organizada": 'teoria' conspiratória ou realidade??''

Bem, parece evidente que as "elites" globalistas e neoliberais já escolheram o seu bode expiatório perfeito: os brancos. Assim, podem continuar enriquecendo infinitamente e às custas dos outros, explorando sua mão de obra, sua falta de consciência e solidariedade de classe, trabalhando pouco ou nada e ainda por cima destruindo o meio ambiente, sempre em busca do lucro individual, sem a preocupação de se tornarem os alvos principais de críticas e políticas progressistas que, aliás, foram quase todas cooptadas para servirem os seus interesses, graças à suposta "esquerda" identitária. Afinal, agora o maior problema do mundo é o "racismo" e não as desigualdades sociais extremas. Então, continuam puxando sua agenda de destruição dos estados-nações e suas identidades, especialmente dos ocidentais, visando à construção de uma civilização global, com base em muita imigração, lavagem cerebral sofisticada, a partir de "falácias anti-racistas", que eu comentei no texto de mesmo nome e, portanto, pelo incentivo constante à mistura racial e à aceitação de um mundo "multicultural" (americanizado...), sem fronteiras. Pois esse genocídio lento e cruel até começou a ser representado em produções culturais: geralmente filmes e séries, em que personagens brancos, fictícios ou não, quer seja de produções antigas e consagradas ou recentes, estão sendo substituídos quase sempre por atores negros... da Pequena Sereia à "rainha" Charlotte.

Será que é isso mesmo que as "novas elites" querem? 

Eliminar a verdadeira diversidade humana,  colocando em seu lugar uma massa de consumistas desenraizados, homogeneamente mestiços, destituídos de uma boa inteligência racional e, portanto, totalmente conformistas aos seus novos senhores??

Aqui, no Brasil, a maior representante desse crime contra a humanidade, que tem sido cometido de maneira legitimamente conspiratória, é uma certa empresa privada, uma emissora de televisão que, supostamente, trabalha em prol do progresso do país e não apenas para si mesma, uma tal rede polvo. 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

A pornografia é um show de horrores

Não por basicamente ter como matéria-prima o sexo explícito, ainda que produza uma quantidade exorbitante de filmes e vídeos baseados em práticas sexuais mecânicas e irrealistas para todo espectro da sexualidade humana.

Não por ferir os valores morais de gente careta que chega a tratar a prática sexual como "apenas para fins reprodutivos".

Mas por causa de uma prevalência significativa de estereótipos e de uma representação, digamos, anatômica, extremamente irrealista em suas produções, com uma abundância de trombas de elefante na ala masculina e de peitos e bundas gigantes na feminina. 

Então, não bastasse tudo isso, a produção pornográfica, especialmente nas últimas décadas, parece que tem ido além do que propõe, entreter, porque tem nos influenciado, diga-se, de maneira nada saudável, quer seja pela indução de identificação sexual por estereótipos* ao invés do autoconhecimento, pela baixa auto-estima por comparação com corpos "perfeitos" e membros avantajados e/ou pela ideia equivocada de que o sexo dos filmes pornôs representa a pluralidade do sexo real ou mesmo do ideal. Uma espécie de deseducação sexual. E enquanto nos manipula e distorce quanto ao nosso entendimento teórico, prático e pessoal sobre sexo ou sexualidade, como sempre acontece na monotonia capitalista, alguns estão ganhando uma boa grana... 

*Eu fui auto-doutrinado a isso.

Ah, e não me esqueço das propagandas de aumento peniano, mesmo para quem o tem na média. Claro, o que seria do capitalismo ou mercenarismo sem a indução à baixa auto-estima, visando vender produtos, muitos que são inúteis??