segunda-feira, 22 de maio de 2023

A realeza não é real

 Quem tem sangue azul é barata (ou verde)

A realeza não realiza
Que a realidade não ratifica 
O seu cetro de metal e o seu trono de mentira 
O real não é um pedaço de papel que chamam de necessário e uma falsa hierarquia 
Não há nenhum mérito para governar só por ser filho ou filha
Enquanto o povo paga para uma certa família 
E os símbolos valem mais que vidas 
E a humanidade continua a sua suja sina 
E os sinos de ouro das igrejas anunciam
Um novo rei e uma nova bastilha
Não foi deus ou o povo 
Mas eu sei que as cabeças rolam 
Assim como os pedras
E que eu prefiro a simpatia do diabo 
Do que desses padres e bispos
Do que desta corte de privilégios e ritos 
Que nojo eu sinto do obscurantismo e suas trevas
De quem se veste com opulência 
E que tudo não passa de delírios não-tratados
Enquanto os psiquiatras culpam seus pacientes 
Que me perdoem os mais doentes
Mas, para ser sincero, o mundo dos humanos é apenas um velho hospício, um antro de lunáticos
Que continuem fingindo...
Cada terno é uma camisa de força
Até que acabe esse circo
E voltem, todos, a rodar em seus/outros círculos, 
alienados... 

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