sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Novamente sobre o relativismo das artes com uma comparação

 Nadar versus natação


Tudo o que você faz dentro de uma piscina, de um lago ou no mar é nadar, correto??

Mesmo se você ficar só boiando, ainda estará batendo os pés levemente para não afundar. No entanto, se você começar a nadar, no sentido de ir de um ponto ao outro e, cronometrando o tempo, então, você estará praticando natação, certo??

Nadar é uma coisa. Praticar natação é outra. 

O mesmo vale para a autoexpressão e as artes. Pois se autoexpressar, por exemplo, apenas assobiando, sem ter outra finalidade, não é o mesmo que cantar ou compor uma música. Definir a arte apenas como autoexpressão, portanto, seria o mesmo que definir o ato de nadar, sem estabelecer regras ou critérios, como prática de natação.

Sem falar que, a natação exige esforço, foco e superação, enquanto que nadar, a priori, não exige nada disso. Portanto, a autoexpressão sem ser elaborada, orientada e avaliada, não pode ser considerada arte, pelo menos em um sentido que vai além de um autoentretenimento lúdico. Por isso que, a atual relativização artística, pela hegemonia da ideologia pós moderna na alta cultura, em que a qualidade de uma obra é determinada por popularidade ou lucratividade, mas também se corresponde com o princípio relativista que determina essa ideologia, de originalidade, radical a uma estética mais tradicional, é uma distorção venenosa do que mais importa para as artes, o talento genuíno.

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