terça-feira, 17 de janeiro de 2023

As esquerdas são "sempre" justas??

 Sobre a urgência de uma esquerda racional ou de uma terceira via progressista 


É possível resumir todos os ideais progressistas a apenas um, a JUSTIÇA, por ser o mais importante, de onde todos os outros são derivados. A justiça, que é a busca e a prática da VERDADE, do que é factual, lógico, necessário, imparcial* e ponderado, enfim, racional. 

* Não confundir com neutro.

Pois o ideal seria de sistematizá-la na teoria e na prática, em pensamento, julgamento e ação. Mas, ao analisarmos como as esquerdas têm se comportado, é possível concluirmos que, sem sombra de dúvidas, não têm correspondido plenamente com o que mais defendem ou pregam em teoria. 

Os exemplos do quão dissonantes as esquerdas têm sido, quanto à prática da justiça, abundam. Por exemplo, o apoio velado ou declarado de uma provável maioria de esquerdistas radicais a determinados países apenas por serem antagonistas aos EUA, não importando se se tratam de ditaduras cruéis, ao invés de sempre se colocarem ao lado de grupos oprimidos ou injustiçados, inclusive os que estão sendo oprimidos pelos governos desses países. 

Outro exemplo de prática de injustiça, isto é, da mentira, nesse caso, protagonizada pela esquerda identitário-burguesa, é a adoção de políticas multiculturalistas, de imigração em massa, especialmente para países de maioria branca, baseada primariamente na crença da tábula rasa, de que indivíduos e grupos humanos se diferenciam apenas por razões socioculturais, desprezando que apresentam diferenças médias e mais intrínsecas de comportamento e inteligência. Então, a partir desta crença e, também por outros argumentos, tal como os da "empatia" e da reparação histórica, amplos setores das "elites" acadêmica e política no mundo ocidental, em particular de indivíduos que se identificam ideologicamente com a esquerda, mas também os que se identificam como neoliberais libertários, passaram a defender e a impor, literalmente, políticas generosas de imigração que têm resultado numa rápida transformação social, racial e cultural dos países onde foram impostas, incluindo um aumento da criminalidade e de conflitos culturais, principalmente para as classes trabalhadoras, mais expostas à imigração. 

Eles parecem pensar que, se a Europa receber milhões de imigrantes africanos, o problema da pobreza na África será resolvido... 

Essas políticas também se baseiam na injustiça de se condenar apenas um grupo vagamente definido, como os brancos, como se fossem responsáveis por todos os males da humanidade e que apenas eles que precisassem pagar por esses males. 

Como conclusão, é por causa dessa constante percepção de incapacidade praticamente intrínseca das esquerdas mais importantes, marxista e identitário-burguesa, de praticar a justiça pela maneira mais ideal, isto é, sistematicamente, que se tornou necessário pensar em uma terceira via progressista, de uma esquerda legitimamente racional, que passe a fazer o que as mesmas têm negligenciado desde os seus primórdios, como forças políticas e culturais. 

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